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História O poder ômega. - Lembranças de infância.


Escrita por: akirasam946

Notas do Autor


As lembranças de Sasuke de sua infância vão mostrar a vocês um pouco dele, e do porque ele tem esse sonho de ser mais independente. Boa leitura.

Capítulo 9 - Lembranças de infância.


Fanfic / Fanfiction O poder ômega. - Lembranças de infância.

Lembranças de Sasuke...

"As escadas tinham degraus altos e o pequeno sentia dificuldades em descer todas as vezes, mas ele sempre tentava ao máximo fazer tudo para deixar o pai orgulhoso, sabia que era um ômega, sempre soube, seu pai nunca o deixou esquecer disso, nem mesmo uma única vez e ele por ser muito inteligente já havia pesquisado tudo que sua pouca idade permitiu, mas com seus cinco anos ele sabia que segundo as pesquisas arqueológicas mais recentes a algumas centenas de anos todos nasciam sem saber se seriam alfas, betas ou ômegas e os hormônios se ativavam por volta dos quinze anos quando o primeiro cio( seja lá o que fosse isso...) aconteceria. Em sua doce infantilidade Sasuke desejou que isso acontecesse, assim pelo menos por alguns anos poderia deixar o pai orgulhoso.

Mas havia seu irmão, e ele o amava como ele era, pequeno e esperto e extremamente ativo como qualquer criança deveria ser, o irmão Itachi era seu ídolo, seu melhor amigo e seu protetor mais valente e sempre, sempre o elogiava na frente do pai.

Assim naquela tarde fria o pequeno Sasuke de cinco anos desceu as escadas e viu uma reunião do pai acontecendo na sala grande da casa, haviam homens de terno e gravata rindo, muito ricos a julgar pela posse idiota, o pequeno sabia que eles faziam coisas ruins com outros ômegas, mas não entendia plenamente isso, no entanto seu irmão sempre disse que o protegeria de todos e ele não tinha medo algum desses caras ali, até porque eram amigos de seu pai, que por mais sério e mal encarado que era, cuidava dele a seu modo.

Sasuke havia aprendido uma nova música no piano, uma bem complicada, em um nível totalmente avançado para qualquer adulto, imagina para uma criança tão pequena? E achou que isso podia deixar o pai feliz, pelo menos um pouquinho, ele podia ser ômega e por isso não herdaria nada do pai, mas quem sabe se mostrasse o quanto podia ser esperto fizesse o pai sorrir para si um pouquinho?

Desceu e andou entre os homens, recebendo sorrisos e afagos nos cabelos de alguns, se aproximou do piano, sentou e abriu sua tampa, começou a tocar, era uma melodia linda, alegre, cheia de vida e muito rápida, de Beethoven Moonlight sonata 27, e ele a executou com maestria, o silencio das conversas foi imediato, todos se voltaram com suas taças de algum vinho extremamente caro e raro a observar com espanto o pequenino menino tocando com tanta maestria uma música que é executada após anos de estudo e treino, mas ele com apenas cinco aninhos o fazia perfeitamente.

O som reverberou pela sala, intenso, alegre, rápido e cheio de vida, pulsando, aumentando, aumentando...Até o final empolgante e perfeito, quando os dedinhos voaram sobre as teclas nos acordes finais da execução perfeita e ele terminou, deixando o som morrer lentamente na sala, perfeitamente como só os maiores podem fazer. Aplausos...

Mas Sasuke foi puxado e ele viu os olhos nervosos do pai a observa-lo, sorriu para ele.

-Papai, viu como eu toco bem? Madame Ruth me disse que sou um pequeno gênio, você gostou?

-Sasu, quantas vezes preciso lhe dizer que não deve vir aqui quando tenho clientes na sala, por favor não me envergonhe mais, um ômega deve saber onde é seu lugar na sociedade e certamente não é entretendo os outros com suas brincadeiras sem graça, peça desculpas aos meus convidados e suba, está de castigo o resto do dia, não vai jantar hoje.

O homens na sala protestaram diante desse absurdo, afinal o que ele fez de errado? Um ômega não podia tocar piano? Se fosse assim porque o pai lhe contratou uma professora então? Sentiu o sangue ferver nas veias e enfrentou o pai altivo e bravo com sua estatura diminuta de ômega.

-Porque? Por que me odeia tanto, o que eu fiz de tão errado? Não toquei bem? Eu sou um ótimo pianista papai!! Queria que tivesse orgulho de mim uma vez na vida, assim como tem de Itachi!!

Sasuke sentiu a mão pesada no rosto e a ardência que veio do tapa, cobriu o rostinho que já inchava pela mão pesada do pai e deixou um soluço pequeno escapar, ele apanhou na frente de outras pessoas e isso o magoou profundamente.

-Sasu! Filho, desculpa...Pediu o pai vendo o que fez, e tentando tocar no rostinho vermelho e inchado, mas o pequeno se afastou assustado e magoado.

-Filho, eu ficaria orgulhoso se fosse como todos os ômegas, quietinho e obediente, aprendesse o que um ômega deve aprender, a se comportar direitinho, a ficar em seu espaço, a ser bonzinho...Eu queria que tocasse piano sim, mas para mim e seu irmão somente, canções simples e doces para embalar as noites frias, e não se tornar um prodígio aos cinco anos, eu não sei como lidar com isso...

Sasuke o olhou e virou-se para os homens na sala, a maioria estava sem fala, nem mesmo eles concordaram com isso, embora fossem em sua maioria aproveitadores de ômegas, eles não eram perversos, só gente estranha com gostos estranhos.

-Por favor me perdoem a intromissão, peço perdão por incomoda-los com essa sinfonia, ela não deve ser do agrado de cavalheiros de seu nível, com sua licença eu vou subir e fingir que sou um ômega submisso e obediente. Boa noite.

Itachi chegou no meio da frase e viu o rosto do irmãozinho, o alcançou nas escadas e ouviu o burburinho que vinha dos homens na sala, uns claramente irritados com Fugaku, outros tentando argumentar que era assim que se devia educar um ômega, com pulso firme, mas mesmo assim o tapa foi demais, ele podia ter usado a voz de comando, era mais rápido e sendo pai isso não era contra a lei.

-Sasu, o que ouve? Seu rosto??

Sasuke soluçou e se deixou ser levado ao quarto por Itachi que correu buscar gelo para colocar na bochecha inchada e acariciou seus cabelos com carinho.

-Tachi, porque eu sou ômega? E papai me odeia por isso? O que tem de tão errado nisso?

-Papai não te odeia...Ele não entende sua genialidade, seu inteligencia...Mas ainda não me disse como machucou o rosto, caiu?

Sasuke riu, seu irmão era bobo as vezes.

-Tachi...Papai me bateu porque eu toquei uma canção que aprendi ontem, acho que ele não gostou, e eu achei que Moonlight de Beethoven fosse bela...Ele odiou, me deu uma bronca, me deu um tapa, estou de castigo e ainda tive que pedir perdão aos seus convidados...

Foi tudo muito rápido, Itachi saiu dali furioso e Sasuke o seguiu, viu o irmão descer as escadas como um furação adolescente e ir até o pai, ele já era do tamanho de Fugaku, embora mais magro, mas sua fúria ardia na pele, era como o ar eletrificado antes de uma baita tempestade, e ele deu de dedo na cara do pai.

-Escuta aqui!! Nunca mais toca num fio de cabelo de Sasuke, entendeu?? Ou eu arranco sua mão com o braço e tudo, tá entendendo Pai?? Meu irmão é um ômega, e é um gênio e eu nunca, jamais vou deixa-lo machucar ele de novo, juro por minha mãe que nunca deixarei e pare de tentar muda-lo a seu modo como se fosse um bonequinho, ele tem gostos, vontades e vai ser como quer ser, não tente mudar isso e eu não vou deixar ele ficar de castigo por ter feito algo bacana seu idiota sem coração!!

Todos ficaram em silencio na sala e então Itachi subiu e levou Sasuke para a cozinha, onde fritou uma tigela de batatinha para ambos.

Fugaku nunca mais o bateu e ele nunca mais tentou impressiona-lo, mesmo que entrar para a faculdade de direito ainda adolescente tenha deixado o homem realmente impressionado, digamos até mesmo orgulhoso, mas isso não impressionou Sasuke.

Com os anos o pai até mesmo foi carinhoso com ele, e se tornou super protetor ao descobris a doença do filho, hereditária e irreversível até o momento, ouve momentos em que se aproximou um pouco, sempre do seu jeito, sempre sendo duro e firme, mas tentando uma aproximação, porém nunca mais o bateu, nem o repreendeu, até mesmo pedia alguma música as vezes em dias frios e com neve para cobrir um homem lá fora, e como Itachi estava presente o menor tocava, nunca mais aquela sinfonia em particular, na qual o pequeno era absolutamente perfeito.

O tempo passou e Sasuke cresceu...E se tornou tudo que o pai não desejava...Esperto, inteligente e valente, pianista, advogado e arqueólogo, pesquisador de campo e atleta até onde sua condição permitia, e sempre incentivado pelo irmão se tornou feliz, independente e único."

                                                                 


Notas Finais


Deu pra entender um pouco como Sasuke cresceu, como o pai o tratava, como o irmão o acolhia e como ele aprendeu com isso...Beijos. Akirasam.


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