( Daphne )
Levantei, fiz minhas higienes pessoais e como ia apenas passear resolvi deixar o preto de lado e coloquei uma saia midi rodada vermelha com uma blusinha de alçinha de cetim branca, um salto médio e com um grampo prendi meus cabelos em um coque bagunçado, passei uma leve maquiagem e ao pegar meu celular vi que havia chego uma mensagem do Bruno.
"Estou te esperando no lobby."
Eu nada respondi, mas confesso ter ficado muito surpresa em ele não ter perdido a hora, e muito mais pelo fato dele já estar me esperando 15 minutos antes do combinado. Passei meu perfume, peguei minha bolsa e sai do quarto.
- Bom dia Bruno. - falei ao me aproximar dele.
- Bom dia Daph, você está linda como sempre. - disse ele, típico dele ficar elogiando as mulheres só para pode levá-las para a cama. Mas se ele pensa que eu vou cair nisso está muito enganado.
- É... vamos tomar café antes de ir? - perguntei. Nem agradeci ao comentário anterior dele para evitar que ele continuasse com os elogios.
- Sim, vamos. - falou ele.
Entramos no restaurante e nos servimos.
- Guto vai com a gente? - perguntei e percebi que sua feição mudou na mesma hora que ele ouviu sair as palavras da minha boca.
- Não, Augusto não vai. - respondeu ele seco. Ontem quando estávamos no avião percebi o quanto a minha aproximação com Guto mexeu com Bruno, me dei conta então que ele sente ciúmes de mim. E isso é bom, significa que mesmo depois de todo esse tempo eu continuo mexendo com ele.
- Porque ele não vai? Você não chamou? - perguntei.
- Sim eu chamei. Mas ele disse que não queria ir. - disse ele.
- Entendi. Que pena, queria muito que o Guto fosse. - falei provocando, eu sabia que ele não ia gostar desse comentário. Ele abaixou a cabeça e ficou alguns segundos quieto.
- Descansou bastante essa noite. Vamos ficar o dia todo fora. - disse ele.
- Descansei sim. Mas você ainda não me disse, aonde vamos? - perguntei.
- Nós iremos em vários lugares, vamos turistar em Barcelona. - disse ele.
- Se é vários lugares porque disse que é surpresa? - perguntei.
- O último lugar que iremos será surpresa. Você já veio para Barcelona? - perguntou ele.
- Não, é a primeira vez que venho para cá. - respondi.
- Ótimo. Vamos? - perguntou ele e eu acenti me levantando. Então saímos do hotel. Roberto contratou um motorista para nós levar a todos lugares que queremos durante os dias que ficaremos aqui.
Ainda no carro, a caminho do nosso primeiro passeio vi Bruno aproximando o rosto de mim.
- Nossa...que perfume bom. - disse ele num susuro que fez meu corpo inteiro reagir a um arrepio bom, me fazendo sentir algo que nunca antes havia sentido. Enguli seco e permaneci quieta fazendo de conta que nada aconteceu comigo.
- Chegamos. - disse ao motorista estacionando o carro, e eu em pensamento agradeci por isso ao olhar de canto e notar o olhar malicioso de Bruno.
Olhei pela janela e vi uma linda construção histórica.
- A Sagrada Família? - perguntei.
- Sim, aqui é nossa primeira parada. Mas como sabe? Falou que nunca veio para Barcelona. - perguntou ele.
- Eu nunca ter vindo não significa que eu não saiba dos pontos turisticos daqui. - falei curta e grossa. Ele já está com muita gracinha para o meu lado eu sendo seca com ele. - Imagina se eu der trela. - acabei falando em voz baixa mas foi o suficiente para ele ouvir.
- Se o que? - perguntou ele.
- Nada. - falei.
- Eu ouvi Daph. Imagina se você der trela pra quem? Para o Augusto? - perguntou ele um pouco irritado. É impressionando como ele cismou em minha amizade com o Guto.
- O que? Não... Nada a ver. Eu só pensei em voz alta. Vamos descer ou vamos ficar aqui no carro o dia todo? - perguntei para mudar de assunto antes que ele insistisse mais para saber o que eu estava pensando.
- Vamos. - disse ele abrindo a porta do carro e descendo um pouco irritado.
Descemos e andamos conhecendo tudo, após um bom tempo voltamos para o carro para dar continuidade ao nosso passeio.
…
Olhei para o céu e vi que o sol começava a se pôr, ficamos o dia todo passeando fomos a vários lugares, e eu realmente estava amando o passeio, Bruno e eu quase não conversamos, ele até tentou puxar assunto muitas vezes mas eu só falava o necessário. Eu adoro conversar, mas tenho muito medo de reatar a amizade com ele e acabar sofrendo novamente. Sem falar que estou aqui com outro propósito, o de me vingar dele. Apesar, que se eu me envolvesse com ele, como amiga ou algo a mais, seria bom para que depois ele não suspeitasse de mim. Se bem que desligado do jeito que ele é não iria se dar conta de nada.
- Gostou do passeio? - perguntou Bruno enquanto estamos no carro indo para algum lugar, acho que para o hotel.
- Sim. Foi legal, mas cansativo. - falei não dando muita importância.
- Está cansada? Não deveria, nosso passeio ainda não acabou. - disse ele com um sorrisinho de lado.
- Não? Aonde vamos agora? - perguntei um tanto curiosa.
- Já disse que é surpresa. Mas relaxa, estamos chegando. - disse ele e eu olhei pela janela para ver se via algo suspeito.
- Um parque de diversão? - perguntei surpresa.
- Sim, aqui é o Parque Tibidabo. Como eu sei que você adora essas coisas… - disse ele sorrindo e eu sorri de volta. Ele está certo, eu adoro parques de diversões, sempre gostei. - Vamos? - perguntou ele e eu acenti, descemos do carro, compramos nossos bilhetes e entramos no parque.
Andamos em vários brinquedos parecendo duas crianças que iam para um parque de diversão pela primeira vez. E depois de tanto tempo eu estava me divertindo ao lado de Bruno, sem me lembrar do passado.
- Bruno, eu acho melhor irmos. Amanhã o dia será bem cansativo, precisamos descansar. - falei assim que saímos da montanha russa e me dar conta que está tarde.
- Já vamos, só quero te levar para andar em mais um brinquedo. - disse ele com um olhar misterioso.
- Qual? - perguntei curiosa.
- Feche os olhos. - disse ele.
- O que? Não, de jeito nenhum. - falei.
- Vai Daph, fecha os olhos. Você não confia em mim? - perguntou ele.
- Não, não confio. - respondi friamente.
- Nossa Daph, não precisava ser tão direta assim. - disse ele fazendo cara de chateado.
- Só falei a verdade. - falei séria.
- Você sempre foi muito direta, e eu sempre admirei isso em você. Mas, por favor feche os olhos, eu prometo que não vou te fazer nenhum mal. - disse ele calmamente.
- Tá bom Bruno. - falei fechando os olhos, minha única intenção é acabar logo com isso.
- Obrigado. - disse ele amarrando uma bandana em meus olhos.
- Precisa disso? - perguntei.
- Sim, precisa. E não questione. - disse ele pegando a minha mão, e me guiou por alguns minutos, até eu entrar acho que em um brinquedo.
- Pronto? Posso abrir os olhos? - perguntei após ele ter me pedido para sentar.
- Ainda não senhora curiosa, espera só mais um pouquinho. - disse ele e eu bufei.
Não demorou muito para que eu sentisse o brinquedo de mexendo.
- Pronto, pode ver. - disse ele tirando a bandana dos meus olhos.
- Roda gigante? - perguntei ao olhar ao meu redor. E meu coração acelerou, meu olhos marejaram e eu não sei se fico feliz ou triste em estar aqui. Depois daquele dia eu nunca mais consegui andar denovo em uma dessa.
- Sim. Eu achei que seria bom recordar aquele dia. - disse se aproximando de mim. - Gostou? - perguntou ele.
- Não, eu não gostei. Não foi uma boa idéia, aquele dia nunca deveria ter acontecido. - falei colocando minha mãos em seu peito afastando-o de mim.
- Deveria ter acontecido sim, tanto que aconteceu. - disse ele.
- Sim aconteceu, mas foi um erro. - falei abaixando a cabeça e com uma lágrima a ponto de cair de meus olhos.
- Não Daph, não foi um erro. Sabe porque? Porque se fosse um erro eu não continuaria pensando em você todos os dias. - disse ele e eu levantei a cabeça e o olhei nos olhos. - Durante todos esses anos, não teve um só dia que eu não pensasse em você. - disse ele se aproximando de mim novamente.
- Para Bruno. - pedi.
- Não eu não paro. Sabe porque? Porque eu sei que você quer o mesmo que eu... - ele estava dizendo mas eu o interrompi.
- Eu nao.. - fui falar mas ele me interrompeu.
- Você se faz de durona, mas quer o mesmo que eu. Eu vejo nos seus olhos que nós sentimos o mesmo Daph. Pare de fugir. - disse ele aproximando seu rosto do meu. - Se entregue. - falou num susuro enquanto seus lábios roçavam no meu, e que vontade eu tenho de me deixar levar e beija-lo. Ainda mais em um lugar como esse, onde me lembra um dos melhores dias da minha vida.
- NÃO. - gritei ao empura-lo. - SE VOCÊ ACHA QUE EU SEREI MAIS UMA NA SUA LISTINHA VOCÊ ESTÁ MUITO ENGANADO. - falei.
- Daph eu… - ele foi falar mas eu não deixei.
- DAPH NADA, OUÇA BEM, A NOSSA RELAÇÃO É PROFISSIONAL, APENAS PROFISSIONAL. EU NÃO QUERO MAIS NADA COM VOCÊ. - gritei e vi que o brinquedo parou então desci e fui em direção ao carro, vi que ele me seguiu, entramos e voltamos para o hotel, durante o caminho percebi que Bruno tentava achar palavras certas para falar comigo mas todas as tentativas foi em vão já que eu mal o olhava. Chegamos ao hotel e subimos em silêncio ao andar dos quartos, que por coincidência é o mesmo.
- Daph eu sinto.. - ele disse enquanto eu abria a porta de meu quarto, mas eu o interrompi.
- Você fez a sua escolha Gadiol, agora viva com ela. - falei e bati a porta na cara dele, e já não aguentando mais segurar, me joguei na cama e chorei compulsivamente.
Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.
Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.