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História O Preço da Fama - Capítulo 16


Escrita por: _Holanda

Notas do Autor


Vou da o mesmo aviso que dei a minha outra fic, a faculdade tá realmente dura ultimamente, os professores tão metendo sem dó, eu fico triste demais pq amo escrever fics e se não consigo escrever fico muito mal, sentindo falta mesmo. Infelizmente as atualizações tão demorando e não sei se vai melhorar isso até dezembro que é quando entro de férias. Infelizmente é essa a realidade ;-;

Mas não vou deixar de escrever! Pode apostar nisso!

Boa leitura, eu amei escrever esse capitulo, amei mesmo! <3

Capítulo 16 - Capítulo 16


 

Yang resmungou uma última vez, ela afastou o notebook o jogando de lado na sua cama e retirou a mão de dentro de seu calção, ela se sentia muito mais cheia de energia sexual nas últimas semanas do que já esteve em muito tempo, mas por algum motivo, nenhuma das suas tentativas de se masturbar estavam surtindo efeito. Tudo começava bem, mas em algum momento Yang inevitavelmente acabava pensando em Weiss e quando o rosto da mulher ômega aparecia em sua mente, Yang se perdia em um sentimento de culpa por pensar nela justamente naquele momento, fazendo aquilo, e então, ela acabava perdendo o ânimo e sua ereção já era. 

Ela estava ficando frustrada com isso, aquela tinha sido uma boa tentativa, Yang tentou ver alguns vídeos para ver se conseguiria uma liberação, até deu certo umas duas vezes, mas agora, nem mesmo aquilo estava dando certo. 

Desde o incidente no apartamento de Weiss, parecia que a ômega estava a evitando, pelo menos, a evitando pessoalmente. Ela ainda mandava mensagens e elas se falavam por telefone, mas nunca mais se encontram pessoalmente. 

— Será que eu fiz algo errado? — Yang murmurou para si mesma encarando o teto de seu quarto. 

A porta abriu e Yang se assustou, ela percebeu que era Raven entrando e sua expressão de choque virou uma careta. 

— Por que você nunca bate antes de entrar? — Ela resmungou vendo sua mãe se aproximar. 

— Minha casa, eu entro onde e quando eu quiser. — Raven falou dura como se fosse algo óbvio. 

Yang resmungou algo como desrespeito a privacidade que Raven ignorou completamente. 

— Preciso que você vá acompanhar Summer até o centro comunitário. 

— O que? —Yang perguntou erguendo um pouco o corpo. 

— Todo o ano ela vai fazer trabalho voluntário no abrigo, fazendo comida para mendigos, isso nunca foi um problema. — Raven explicou em seu habitual tom desinteressado. — Mas agora ela está grávida, isso me preocupa com ela indo até aquele lugar a noite sozinha, eu pediria para Ruby acompanhar ou eu mesma iria, mas nós duas estaremos trabalhando no fechamento anual da empresa e como você está sem fazer nada… 

— Já entendi! Não precisa ficar falando! — Yang se sentou na borda da cama. — Sem problemas, eu vou com ela, pode deixar comigo. 

Raven franziu o cenho. 

— Qual é o seu problema? — Seus olhos vagavam para o notebook jogado na cama. — Por que está vendo isso? Sabe o que eu penso sobre pornografia! Isso é lixo e vai encher sua cabeça de merda. 

Yang se apressou a fechar a tampa do notebook que ela havia esquecido.

— Eu sei, tá, não precisa dizer isso. — A alfa mais jovem falou impaciente. — Só estava vendo se isso ajudava.

— Como assim? Voltou a ser adolescente? Vá procurar uma pessoa de verdade e tenha sexo de verdade, isso ai é falso.

— Eu não quero! Não tô afim de está com ninguém de verdade agora! Quer dizer… 

— O que está acontecendo com você, Yang? — Raven pareceu preocupada, pelo menos, o máximo de preocupação que ela se permitia demonstrar.

Yang respirou fundo.

— Tem essa ômega, eu… não consigo parar de pensar nela. Eu… eu não sei mais o que fazer.

— Ela sabe de seus sentimentos?

— Sim! — Yang se apressou a responder. — Disse que ia pensar, mas sinto como se ela estivesse me evitando, sei lá.

Raven soltou um suspiro quase decepcionado.

— Por que eu sempre tenho que ficar te lembrando que você é um alfa? — Yang a olhou confusa. — Seja confiante e assertiva, não precisa ser agressiva e inconveniente, mas também não aja como uma ameba paralítica, para conquistar um ômega, você precisa mostrar que é forte e pode protegê-la, que estará ao seu lado para tudo.

Yang abaixou a cabeça.

— Ela precisa querer que eu esteja perto dela em primeiro lugar.

— Você já a convidou para um encontro?

A alfa loira de repente ficou de pé com os olhos arregalados ao perceber que a resposta para a pergunta de sua mãe era um “não”.

— Eu…

— Chame agora. — Raven interrompeu apontando para o celular de Yang que estava no criado-mudo. — Deixe claro suas intenções e que lutará por ela. — Ela se virou e caminhou para a saída.

— Eu não sei se essa abordagem funcionará com ela, Weiss é uma ômega muito empoderada.

— Weiss? — Raven se virou quando o nome foi mencionado. — Isso é complicado, Yang.

— Eu sei…

— Mas você é corajosa, então siga em frente, se algo dê errado, você tem sua família, estaremos aqui.

Yang se virou na direção de sua mãe tão rápido que seu cabelo chicoteou atrás de si, sua expressão era de completo choque, mas depois ela ficou emocionada e deu um sorriso complacente para Raven.

— Obrigada. — Ela murmurou.

Depois que sua mãe saiu sem dizer mais nenhuma palavra, Yang pegou seu celular e mandou uma mensagem para Weiss.


 

Yang: Hey, com você está hoje, princesa? Trabalhando muito?

Visto às 07:30


 

Demorou alguns minutos até Weiss responder.


 

Weiss: Gravando uma Música para o natal, nada de muito severo. E você, como está?

Visto às 07:42


 

Yang: Estava com vontade de sair um pouco, pensei em te convidar, quer ir conhecer o pub do meu tio? 

Visto às 07:43


 

Weiss: Seu tio tem um pub? Isso soa interessante.

Visto às 07:43


 

Yang: Significa que você vai aceitar? (torcendo para que sim)

Visto às 07:43


 

Weiss: Só você para me fazer rir.

Visto às 07:44


 

Yang esperou para que Weiss mandasse mais alguma coisa, mas depois de alguns minutos onde a loira só ficou pensando em tudo que ela estava guardando para si, todas suas dúvidas das últimas semanas…


 

Yang: Eu quero ser sincera com você, desde aconteceu aquele negócio no seu AP, eu sinto você me evitando, eu entendo se você falar que não quer me ver, mas… eu gosto muito de nossas conversas por aqui, mas prefiro ainda mais falar com você pessoalmente.

Yang: Sinto sua falta.

Visto às 07:51


 

Ela já estava se arrependo de ter mandando aquilo quando a mensagem da ômega chegou.


 

Weiss: Eu também.

Weiss: Vou te esperar às 8 nessa noite, não se atrase ;)

Visto às 07:57


 

~**~


 

— Então é esse o lugar? — Weiss observou as janelas de vidro e os tijolos pintados de preto combinando com a placa onde se lia “The Crow’s Eye”. — Parece promissor. — Ela sorriu para Yang.

— Vamos entrar, tá um frio aqui fora. — Yang abriu a porta para a ômega passar.

O ambiente estava muito mais quente do lado de dentro, as lâmpadas amarelas dando um ar aconchegante para o bar com decoração mista de tradicional e industrial moderno.

— Foguete! — O homem alfa magro e alto se aproximou, tinha o cabelo meio grisalho e bagunçado.

— Tio Qrow! Estou indo e levando minha amiga aqui para a mesa lá atrás, a reservada, ok?

— Mas por que você… — Qrow parou quando deu uma boa olhada na ômega que estava ao lado da sobrinha, o cabelo branco característico não deixava dúvidas de quem era, a famosa cantora e atriz Weiss Schnee. — Entendi, pode ir, tô indo falar com vocês daqui a pouco.

Yang usou seu corpo para proteger Weiss e passar o mais despercebida possível pelas pessoas na direção de um corredor aos fundos, felizmente parecia que todos estavam entretidos demais bebendo e rindo para notar a popstar, com exceção de alguém que notou sua presença, um rapaz beta de cabelo ruivo arrepiado e de sorriso sacana. Esse rapaz logo puxou seu telefone e ligou para alguém.

— Sim, eu tenho certeza! Cara, era ela e tava com a Yang… tá bom, mas se liga, tu vai ficar me devendo depois dessa, cê sabe, né? Bom!

Do outro lado da parede, Yang se sentou à mesa com Weiss, ela vibrou internamente quando a ômega escolheu se sentar bem ao seu lado e não na frente, Weiss estava ali, ao alcance de um braço dela.

 — Eu já disse que estou feliz por você ter aceitando se encontrar comigo? — Yang disse se sentindo um pouco sem jeito de puxar assunto.

— Sim, já disse, eu também estou feliz de poder sair com você. — Weiss falou, mas ela não estava olhando para a alfa, ela puxou o cardápio que estava preso em um suporte na parede ao lado. — Que tipo de cervejas seu tio oferece aqui? Apenas ales?

A alfa loira ficou um pouco atordoada com o jeito que Weiss falou, como se aquilo fosse algo natural para ela.

— Bem… sim, ele se especializou em…

— Estou vendo. — Ela disse ainda analisando o cardápio. — Mas não tem problema, ele tem uma boa variedade de ales, incluindo a minha preferida, então está tudo certo.

Yang espremeu os olhos um tanto desconfiada.

— Quer dizer que você entende de cerveja? Uma especialista?

— O que? Por que a surpresa? — Foi a vez de Weiss a olhar desconfiada. — Ah, entendi, então você acha que por que eu sou ômega eu não entendo sobre bebidas? — Ela lhe lançou um olhar presunçoso.

— Tenho que admitir que por essa eu não esperava, ou será que você está tentando me enganar? — Yang sorriu brincalhona.

— Ah, então você quer testar meus conhecimentos?

A alfa abriu a boca para responder, mas seu tio chegou bem naquela hora.

— Olá, garotas, trouxe aperitivo, por conta da casa. — Ele piscou com um olho para Weiss. — Já decidiram o que vão beber hoje, querem uma sugestão?

Weiss sorriu.

— Que tal você trazer um copo para cada uma de suas melhores cervejas para nós duas degustamos?

O sorriso de Qrow sumiu e ele olhou meio nervoso para a sobrinha.

— Vai lá, traz a melhor de cada estilo que o senhor tem aí, tio! 

— Tá certo, então… — Ele saiu um tanto hesitante.

Yang se virou para Weiss.

— Escuta, você tem certeza que consegue beber tanto?

— Você consegue? — Weiss a olhou cheia de si voltando a pergunta para a alfa prepotente.

— Uou, você não quer fazer disso uma competição. — Yang riu da possibilidade.

— Talvez eu queria, ou será que a grande e destemida Yang está com medo de perder uma competição de bebedeira para uma pequena ômega? — Weiss provocou sorrindo arrogante para a loira.

— Sério que você quer realmente uma competição de quem bebe mais? Sem brincadeira? — Yang viu Weiss assentindo firme. — Tá certo, então você não vai se importar de fazemos uma pequena aposta, não é?

— Claro que não, pode lançar o desafio. — Weiss parecia absolutamente confiante e tranquila.

— Certo, se eu ganhar, você tem que me dar um beijo! — Yang disse arrogante.

Depois de alguns segundos de silêncio Weiss sorriu pretensiosa.

— Uma coisa tão simples, mas acho que funciona como prêmio, pena que você não vai ganhar. — Ela provocou e Yang riu alto daquilo.

— Você tem confiança, isso eu tenho de admitir. Mas sério, e você, o que vai querer caso ganhe?

— Hum… — Weiss fez um pequeno bico com os lábios enquanto pensava com a mão no queixo, era adorável e fez Yang ter vontade de se inclinar e beijá-la ali mesmo. — Já sei, se eu ganhar, você vai ter de tirar uma foto sua usando uma cueca do Bob Esponja.

Yang soltou uma gargalhada tão alta que ecoou pelo teto do lugar.

— Você sabe apostar, ok, vamos lá! 

Qrow voltou com uma bandeja cheia de latas de cerveja de estilos sortidos, havia, pelo menos, umas dez latas coloridas. Ele também trouxe alguns copos

— Aqui, estou contando que vocês não vão fazer besteira. — Ele deu um olhar acusador para a sobrinha.

— Relaxa, tio, e traz lá umas duas garrafas de água para a gente. — Yang falou ajeitando as latas na mesa virando os rótulos para ficarem todos visíveis para as duas. — Okey, que tal você escolher uma para começamos, senhorita especialista? — Ela voltou às provocações de antes.

— Vamos começar com a Dark Valley Street! 

— Uou, espera, você não vai…

— O que? Começar com uma Imperial American Stout? — Weiss sorriu toda presunçosa. — Você acha que eu não sei que é uma cerveja escura e muito alcoólica, cheia de lúpulo que a faz ter um amargor muito acentuado e essa em especial tem um gosto seco e forte com notas marcantes de café e malte torrado?

O queixo de Yang caiu um pouco e Weiss sorriu como se já tivesse ganhando o jogo, ela se inclinou e delicadamente tocou o queixo de Yang fechando sua boca.

— Que desistir da aposta?

— Sem chance! 

 

~**~


 

Depois de fazerem um passeio por todos os rótulos e Weiss fazer questão de demonstrar todo seu soberbo conhecimento sobre cervejas, Yang já estava mais do que convencida que a ômega sabia muito mais do que ela sobre bebidas.

— Onde você aprendeu tanto sobre cervejas? Não me diga que foi para algum papel no cinema? — Yang perguntou, aquela altura ela já estava sentindo o efeito do álcool a deixando mais “alegre”.

— Não, eu apenas gosto. — Weiss disse tomando o último gole de uma IPA no copo. — Gostaria de poder fazer isso com mais frequência, você sabe, só sair e conhecer algumas boas cervejarias pela cidade.

— Por que você não faz?

— Muito trabalho e o medo de me expor publicamente são um tormento constante em minha vida.

— Que merda, mas sempre que você quiser sair para beber, pode me chamar, eu prometo que soco a cara de qualquer espertinho que vir te incomodar.

Weiss riu.

— Obrigada, Yang, mas prefiro que ninguém se machuque.

— Só dizendo… — A alfa deu de ombros esvaziando o copo também.

— Ah essa altura já posso me vangloriar de minha vitória?

— O que? Esquece isso! — Yang riu.

— De jeito nenhum! Eu ganhei e você sabe disso! Admita! — Weiss se inclinou e cutucou a alfa entre as costelas com um dedo, Yang se encolheu ao sentir cócegas com a ação da ômega.

— Para!

Weiss continuou provocando no ponto que ela havia achado desencadeando um riso selvagem na alfa loira.

— Admita! Admita! Admita!

— Tá bom, eu admito! Você ganhou! Para! — Weiss parou seu ataque impiedoso de cócegas e Yang recuperou o ar que havia escapados dos seus pulmões. — Ok, eu, Yang Xiao-Long, gozando de todas as minhas faculdades mentais, admito que perdi para Weiss Schnee em uma competição justa de bebedeira. — Ela falou com a mão erguida como se estivesse fazendo um juramento. — Palavra de escoteira!

— Você é escoteira?

— Sou, o que? Eu juro que é verdade! Tenho fotos para provar… 

Weiss segurou a mão de Yang interrompendo seu movimento de ir buscar algo no bolso.

— Tudo bem, eu acredito. — Ela disse suave e Yang percebeu que a ômega ainda estava um pouco inclinada sobre ela tornando o espaço entre elas bem estreito.

— Weiss, você não deveria ficar tão perto, não quero que aconteça aquilo de novo. — Yang disse sentindo-se um tanto desconfortável.

O sorriso de Weiss desapareceu.

— Aquilo foi culpa minha, não precisa se preocupar, eu estive falando com meu médico e mudei um pouco a dosagem dos meus supressores, além do mais, passei um creme inibidor de odor.

A alfa piscou algumas vezes, Weiss havia se “preparado” para o encontro delas, Yang não sabia dizer se ficava brava por quão chato toda aquela palhaçada de hormônios era, ou feliz pelo esforço da ômega para se encontrar com ela. Yang escolheu se focar no segundo sentimento.

— Que legal de sua parte, Weiss. — Ela sorriu. — Eu não fiz nada de diferente.

— Você não precisava ter feito nada, eu… — Weiss tocou o braço de Yang, daquela vez, a alfa estava usando uma camisa de manga comprida. — Eu passei esse tempo realmente te evitando.

O queixo de Yang caiu com a confissão da ômega, ela já tinha essa suspeita, mas ouvir Weiss confirmando era mais doloroso do que ela poderia ter esperado.

— Depois que meus feromônios ficaram descontrolados quando eu estava perto de você. — continuou Weiss. — Eu tinha realmente que pensar isso de forma séria. — Ela abaixou os olhos enquanto sua voz ficava mais engasgada, seus dedos brincando de forma distraída com a costura do tecido de sua camisa, como para evitar olhar diretamente para a alfa. — Eu tivesse de passar um tempo para aceitar o que está acontecendo comigo.

— O que está acontecendo com você? — Yang realmente não queria atrapalhar, mas a sua ansiedade estava a matando.

Weiss soltou um suspiro alto e ergueu a cabeça para olhar nos olhos de Yang.

— Eu estou me apaixonando por você… e isso é tão difícil porque eu quero fazer parar e não consigo.

A mente de Yang ficou em branco, Weiss havia acabado de dizer que estava apaixonada por ela? Não podia ser real! Ela passou uma vida admirando aquela ômega por trás de uma tela ou apenas ouvindo sua linda voz cantando, pensando que estava distante demais, algo impossível de um dia vir acontecer, mas agora era real. Era como se Yang estivesse vivendo um daqueles filmes sobre ídolo de comédia romântica e ela não dava a mínima se era clichê ou não, ela estava muito feliz para críticas.

— Weiss… eu… 

— Não, Yang! — A ômega a interrompeu com uma voz carregada de emoção conflitante, ela respirou fundo lutando contra seus sentimentos. — Eu não posso, você é um alfa! Eu…. não posso!

— Eu não entendo… quer dizer… eu sei de sua luta pelos direitos dos ômegas e eu apoio isso, mas…

— Não é isso, é algo pessoal!

— Pessoal? Como assim? — Yang ficou ainda mais confusa.

Weiss mordeu o próprio lábio nervosa.

— Acho que devo te contar uma coisa sobre meu passado.

Yang engoliu a seco temendo o que ouviria.

— Acho melhor começar pelo início, quando eu era bem jovem, vivia presa na minha família, eram obrigações e exigências sem fim, eu estudava, tinha de ir ao balé, esgrima, ter notas perfeitas, cantar em eventos da empresa, manter minha imagem de ômega de respeito, etc… — Weiss apertou os lábios enquanto falava. — Um dia, em uma viagem eu vi que haviam aberto teste para um show de TV e procuravam ômegas jovens que cantassem, eu fui e passei de primeira, tudo graças a esse alfa que me ajudou, ele logo se tornou meu empresário e em pouco tempo… eu comecei a me relacionar com ele de uma forma íntima demais para alguém da minha idade.

— Oh, não… — Yang murmurou já sentindo a raiva começar a borbulhar dentro de si.

— Sim, ele era diferente! Na minha cabeça ele era completamente diferente dos outros alfas, um alfa “desconstruído”! — Ela disse amargar. — Ele ficava com outros alfas, até passava maquiagem no rosto e às vezes gostava de sair de salto alto… eu burra, achava um máximo, achava revolucionário. — O rosto de Weiss ficou sombrio. — Tudo era perfeito no começo, é sempre assim, mas então, depois ele colocou as garras de fora! Com sua lábia, me convencia a usar drogas, beber e depois… fazer coisas realmente vergonhosas. Mesmo que eu não estivesse confortável, eu sempre acabava cedendo as fantasias e desejos dele. 

— Weiss, mas que horrível!

— Eu sei! — A ômega parecia furiosa consigo mesma. — Ele tinha uma amante, ficava com ela na minha frente e eu não podia demonstrar ciúmes apesar de sentir isso! Eu… — Ela ficou emocionada de novo. — Eu havia saído na prisão da minha família e estava tão feliz, empolgada para fazer tudo que eu quisesse e simplesmente mandar um “foda-se” para meus pais, que eu acabei em outra prisão, percebi que eu não estava fazendo nada porque eu queria e sim fazendo o que ele queria e pior ainda, ele me convencia que era o melhor e que eu só estava aproveitando a vida, quando contestava, ele dizia que eu estava sendo careta.

— Weiss… eu sinto muito. — Sem pensar no que estava fazendo Yang passou o braço pelos ombros pequenos de Weiss e a puxou para um abraço.

— Você entende que eu já confiei em um alfa uma vez que se dizia diferente e aconteceu isso? Era tudo mentira e ilusão. — Apesar da dureza de suas palavras, Weiss se deixou aconchegar em Yang enterrando seu rosto no ombro da alfa.

— Tudo bem, você vai ficar bem, desculpe você ter de lembrar disso, esse cara é um merda! — Yang murmurou com uma voz calma e acariciou as costas dela em círculos  como se estivesse consolando uma criança.

Weiss ergueu a cabeça para olhá-la, sua expressão e voz eram frágeis.

— Você não vai dizer que é diferente dele, que nunca faria isso?

— Se você acha que eu faria algo assim com você, então eu devo esta falhando em te mostrar o quanto eu me importo e gosto de você de verdade. — Yang colocou a mão na bochecha dela e a olhou o mais ternamente possível. — Eu só quero o seu bem e em vez de dizer que sou diferente ou qualquer coisa assim, eu quero é demonstrar isso para você e ser o melhor alfa de sua vida.

— Yang… — Os olhos de Weiss brilharam de uma forma emocionada, ela começou a fechar os olhos e se inclinar em sua direção. 

Yang só levou dois segundo para decidir o que fazer, ela segurou o rosto da ômega com as duas mãos e ajustou o ângulo beijando o testa de Weiss. Quando a cantora abriu os olhos a olhou com certa curiosidade.

— Você não está totalmente sóbria, sem falar, que eu perdi a aposta, lembra? Nada de  beijos hoje. — Yang sorriu, ela havia falado aquilo, mas tinha um terceiro motivo que ela deixou oculto de Weiss, a alfa acreditava que seu cheiro estava afetando a ômega.

Yang fez uma anotação mental para da próxima vez usar algo para disfarçar seu cheiro. Talvez um perfume inibidor fosse uma boa ideia.

Weiss ficou em silêncio olhando de forma um tanto atônita para a loira, depois piscou com os dois olhos e sorriu agradecida.

— Obrigada.

Novamente Yang usou seu corpo para passar pela parte da frente do bar, elas pagaram a conta que deu uma significativa quantidade de dinheiro, depois se despediram de Qrow e saíram para a rua.

— Olha, um táxi do outro lado da rua, vamos pegar ele. — Yang acenou e o homem que estava encostado na porta esperando clientes acenou de volta.

As duas entraram e se sentaram no banco de trás, Weiss continuou encostada em Yang que ficou com um dos braços ao redor da ômega. Elas falaram e riram sobre trivialidades durante o caminho, pareciam um casal apaixonado como qualquer outro. Quando o táxi parou na frente do apartamento de Weiss, ela deu uma quantia generosa ao taxista e saíram as duas.

— Foi incrível hoje, fazia tempo que eu não me divertia e relaxava tanto, obrigada Yang. — Ela falou sorrindo e observando a alfa ajustar sua moto que havia ficado no estacionamento do prédio.

— Foi demais para mim também, eu sinto que nos aproximamos e isso me deixa muito feliz. E vamos conhecer outros bares por aí, somos duas apreciadoras de cerveja, afinal. — Ela riu e de surpresa Weiss se aproximou ficando na ponta dos pés e beijando rapidamente sua bochecha.

— Vamos sim. 

Antes que Yang pudesse reagir, a ômega correu para dentro entrando no elevador e subindo. A alfa sorriu para si mesma ainda sentindo o fantasma nos lábios de Weiss em seu rosto, era divino. Ela montou em sua moto e saiu.


 

~**~


 

Em outra parte da cidade, um táxi estava parado em uma rua deserta, o motorista tamborilava seus dedos de forma apreensiva no volante, de repente a porta do passageiro abriu uma garota beta de cabelo castanho e pele escura entrou se sentando no banco ao seu lado.

— E então? — Ela perguntou.

— Aqui o seu negócio. — Ele puxou um microchip do porta-objetos. — Não me chame de novo para fazer isso.

— Não seja hipócrita, eu te paguei bem. — A garota colocou o microchip em seu celular e abriu as fotos anexadas no arquivo, ela sorriu triunfante. — Isso é perfeito. Era tudo que eu precisava.

O homem estremeceu com o tom de voz dela.

— O que você se tornou, garota? Eu te conheci melhor.

— Só lamento, o sucesso é para os espertos, culpe o capitalismo ou algo assim. — Ela saiu batendo a porta.

— Ilia? — O homem chamou na janela. — Não me chame mais para isso! Entendeu?

Ilia bufou para o homem. 

— Não conte com isso, Saber!

Ela deu a costas e saiu na direção do seu próprio carro.


 

~**~


 

Weiss acordou com um som de seu celular apitando, ela procurou o aparelho debaixo de seu travesseiro e desbloqueou a tela abrindo automaticamente a mensagem que havia chegado. A ômega ficou piscando em choque para a foto que ela recebeu.

De repente ela começou a rir descontroladamente, na fotografia havia uma Yang com a língua de fora usando uma cueca amarela do Bob Esponja com a hashtag “estou pronto” e fazendo sinal de V com os dedos.

Foi uma mensagem privada, mas Yang cumpriu sua parte na aposta e foi uma ótima maneira de começar um novo dia.





 


Notas Finais


Um pacote de bis para quem acertar quem é o ex abusivo da Weiss!
Eu resolvi terminar o mistério já que parece que todo mundo já estava sabendo que era a Ilia tramando algo!
Vcs sabiam que tem um tipo de cerveja alemã cujo o nome é weiss? Como ela e sua familia tiveram inspiração alemã e a Alemanha ama cerveja, eu acho que Weiss seria uma pessoa que curte a coisa toda. Enfim, felizmente da para brincar com isso em fics <3

Quero agradecer a todos que acompanham e apoiam essa minha fic e todas as outras, vcs todos me dão muita motivação <3


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