História O Preço de uma Escolha - Nosso Amor é Mais Forte

Eu estava travada. Minha mente trabalhava muito rápido. Imediatamente me lembrei dos sonhos que tive logo que me transformei. Das cenas de batalhas e dos clãs, vampiros e lobisomens. E no meio de toda essa bagunça, a mulher com o rosto obscuro, causadora de toda a confusão. Não conseguia ver o rosto. Sempre que via sua imagem nos sonhos, eu acordava. Marina parecia pensativa assim como eu. Seus olhos focados na tela da TV, e sua mente também parecia refletir sobre os mesmos sonhos que eu dividira com ela semanas atrás.

Fomos tiradas de nosso mundo paralelo com a campainha. Abri um sorriso quando reconheci o cheiro amadeirado tão familiar para mim. Marina desligou a TV, e antes de abrir a porta, me abraçou por trás tentando me tranquilizar.

- Não pense nisso agora, meu amor. Isso é só um caso isolado pelo que sabemos. Então até que tenhamos certeza de que isso tem haver com vampiros; vamos nos concentrar no que planejamos para o próximo fim de semana. – me beijou daquela forma apaixonada que só ela sabia.

Sorrimos no beijo, e minha amada foi receber nossos parentes. Marina estava certa. Crimes aconteciam todos os dias, e eu não podia atribuir tudo a nossa raça. Nosso casamento era o que importava agora. Por isso esperava com alegria as visitas que entravam nesse momento em nossa sala junto de minha noiva.

Felipe sorria abraçado a Marina enquanto eu cumprimentava Helena e Laerte. Livia que tinha ido para o colo da minha noiva, agora corria para os meus braços. Aquela menina era meu xodó. Era muito apegada a ela, e quando parti para o Rio, mandava presentes e sempre nos falávamos por telefone e por Skayp. Livia era o fruto de puro amor de Laerte e Helena. Conhecemos também Amanda, namorada de meu irmão e também medica como ele.

- Sejam muito bem vindos a nossa casa. Ficamos muito felizes em terem aceitado nosso convite. – Marina esbanjava alegria. Desde que eu a conheci, percebi que Marina gostava de uma boa festa. O baile no Casarão esbanjava todo poder da Realeza e o quanto minha noiva primava por festas. Logo, para ela, casa cheia era sinal de festa.

- Nós é que agradecemos pelo convite, cunhadinha. – Felipe brincou. – Espero que não seja um incômodo. Afinal, somos muitos e...

- Pode parar, Felipe. – Marina o interrompeu. – São irmãos da Clara. Sua família. Portanto são bem vindos aqui. E assim, podemos curtir um pouco mais essa princesa. – olhou para Livia sorrindo. – Já que não pudemos da ultima vez.

Seu olhar parou em Laerte, em um pedido de gratidão e alerta, sobre os últimos acontecimentos em nosso último encontro no Rio. Laerte ficou em silencio, e logo Felipe “viu” em seus pensamentos, Laerte nos salvando de Itamar no Rio. Meu irmão o olhou com gratidão e bravo ao mesmo tempo, devido à exposição que acabou acontecendo. Uma coisa vampiros e lobisomens tinham em comum: evitavam ao máximo a exposição desnecessária. Nós, devido a nossos hábitos como caçadores. Eles, para melhor nos enfrentar, e melhor proteger os humanos. A única exceção até o momento, era minha união com a Marina e sua boa relação com meus irmãos. Nossos olhares pararam na criança alheia aos dilemas atuais e todos concordamos em silencio não falar nada perto de Livia.

Pedimos uma pizza, e jantamos em um clima familiar e agradável. Logo levei Helena, Laerte e Livia para o quarto onde ficariam; enquanto Marina levava Felipe para o outro quarto. Meus irmãos seriam minha testemunhas, enquanto Marina esperava ansiosa pela visita de uma prima que seria apresentada por ocasião do nosso casamento. Gisele viria acompanhada de seu pai, Ricardo. E eles seriam suas testemunhas. Marina me explicara que quando Elisabeth matou sua família, ela foi “adotada” por Cristofer e educada e treinada em toda a ciência e cultura vampira. Mais tarde, descobriu que a Condessa de Sangue, tentara matar outros de seus parentes, mas seu mentor os salvou e os transformou para que Marina mantivesse seu direito natural da Realeza da Romênia. Quando Marina voltou ao Brasil, Ricardo ficou responsável por sua fortuna por lá. E agora que ela decidiu viver em definitivo na terra natal, seus parentes viriam para cá por uns tempos. Seria a primeira vez que eu seria apresentada a outros vampiros em minha nova condição de imortal.

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Ricardo e Gisele chegaram um dia antes do nosso casamento. Apesar da primeira hostilidade por causa dos clãs; tanto eles como meus irmãos acabaram se entendendo. Inclusive Gisele e Helena acabaram organizando juntas os últimos preparativos para a viagem que Marina e eu faríamos logo após a assinatura dos papéis no cartório. Era incrível como o amor que Marina e eu tínhamos, contagiava a todos à nossa volta.

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O tão aguardado dia finalmente chegou. Helena e Amanda estavam comigo na suíte principal terminando de me arrumar. Marina fora arrumada por Gisele num dos quartos de hóspedes, e minha noiva já havia saído com sua família para o cartório. Havíamos decidido por uma cerimônia simples, pois Marina me levaria para uma lua de mel pela Europa, onde daríamos uma passada pela Romênia para minha apresentação oficial como a Duquesa Meireles, frente ao Conselho Romeno. Como eu não gostava muito de vestidos; optei por um blazer, camisa social e calça todos em branco. Um salto branco nos pés e meu cabelo foi preso em uma trança única com alguns fios soltos. Um delicado colar com um pingente em forma da letra M, indicava agora minha condição oficial: uma Meireles. Por usar aquela roupa, pude preparar por baixo uma surpresinha à minha amada: um conjunto de lingerie com um corpete e uma calcinha toda em renda branca. Escolhi uma maquiagem leve no rosto, apenas ressaltava meus olhos, em leve tom dourado, e um batom vinho muito sugestivo. Estava pronta.

Ao chegar no cartório com meus irmãos, meu coração quase falhou uma batida. Marina me esperava com sua família na entrada do prédio. Lindíssima; em um vestido branco em seda, justo ao seu corpo, modelando suas curvas que me deixava louca. Os cabelos escovados, estavam presos em um coque, em seu pescoço, a mesma peça que eu usava, sendo o única diferença, o pingente, em forma da letra F, indicando o sobrenome que ela também adotaria. A maquiagem, apenas o batom vermelho sangue. Sua marca desde que nos vimos pela primeira vez. Seus primos estavam deslumbrantes também; porem, meus olhos eram focados apenas em minha amada, que mantinha o mesmo olhar sedutor dirigido a mim.

Após os cumprimentos rápidos entre nossos parentes, entramos para a assinatura dos papeis. Tudo foi bem resumido. Marina e eu assinamos, adquirindo os sobrenomes Fernandes e Meireles respectivamente. Felipe e Helena assinaram como minhas testemunhas, e Ricardo e Gisele por Marina. Trocamos nossas alianças, e selamos o momento com um beijo apaixonado. Nos despedimos de nossa família, com o compromisso de nos reunirmos logo que voltássemos de nossa lua de mel. Nosso destino agora, era a caminho do Hotel de Luxo que Marina havia reservado antes de nossa partida rumo à Europa. A nossa noite estava só começando...