‘’Estou presa, tudo meio nebuloso. Com a mão no coração, estou rezando
Para sobreviver a isso tudo. Você me deixou em pedaços’’ ― Selena Gomez (The Heart Wants Want It Wants)
Dallas, Texas - Estados Unidos.
12 de Janeiro 2013.
Vejo-o negar com a sua cabeça.
― Como assim grávida, Beatrice? ― ele exclama nervoso, com seus olhos ainda presos em mim. Em sua testa uma veia pulsante parece querer saltar da mesma.
― Da maneira como se engravida ― sou clara, um tanto debochada, mas muito específica.
― Esse filho é meu? ― pergunta, e eu sinto isso me ferir a fundo. Ouvir isso é como socos em meu estômago. Como ele ousa perguntar-me isto? Ele foi o único homem que já tive em minha vida e eu nunca seria capaz de traí-lo ― Pelo o que eu lembre, nesses cinco anos de namoro, a gente sempre usou camisinha, sempre nos protegemos. Como assim você está grávida? Isso não faz sentido, Beatrice, ou você me traiu, ou simplesmente um bebê brotou aí em seu ventre ― aperto os meus olhos com força, ouvindo as suas palavras arranharem os meus ouvidos. Tão imbecil, nunca achei que o Justin se comportaria assim durante tal situação, como ele pode está falando dessa forma comigo? O que ele acha que eu sou? Algum tipo de prostituta, é isso?
― Primeiro, você sabe que foi e continua sendo o único homem que já tive. Sabe também que eu nunca seria capaz de traí-lo ― Falo tudo de olhos fechados ainda, é tudo muito difícil de se assimilar ― E mês passado, quando estávamos comemorando o meu aniversário de vinte e um anos, nós transamos sem camisinha naquela praia, Justin! ― berro, abrindo os meus olhos para encará-lo dando passos para trás ― Nós estávamos bêbados, mas nós dois queríamos tanto aquilo que acabou acontecendo e essa única vez que esquecemos de nos proteger, eu engravidei, foi isso, um pequeno descuido Justin. Não me trate como se eu fosse a culpada disso.
Justin novamente, passa suas mãos sobre o seu couro cabeludo, por um segundo achei que o mesmo iria arrancar de vez todos os seus fios, mas não o fez. Ele tem que se controlar, minha notícia foi muito repentina? Sim. Mas não é motivo para perder o controle, não somos mais adolescentes, somos adultos lidando com um assunto muito sério e delicado.
― Fomos irresponsáveis ― continuo ― E agora, eu estou grávida de você.
― Isso não pode está acontecendo ― olha-me incrédulo. ― Você não pode ter esse filho, e eu também não posso tê-lo.
― Como assim não pode? ― Espero do fundo da minha alma que ele não esteja pensando naquela hipótese.
― Entenda uma coisa, Beatrice, nós vamos terminar a faculdade em três meses e iremos casar daqui a onze meses ― puxa os fios de seus cabelos com força para cima mais uma vez ― E não podemos foder com tudo por conta de uma gravidez indesejada ― suas palavras pesam sobre mim ― Esse filho não foi planejado por mim e nem por você e eu prefiro que você aborte! Não precisamos de um bebê, não agora.
Olho para ele incrédula, sentindo o ar faltar de meus pulmões com o que ele acaba de me pedir. Suas palavras são como socos em meu estômago e estilhaços de vidros perfurando a minha pele. Como assim ele quer que eu aborte o nosso filho? Uma criança que fizemos juntos e que não tem culpa se nós fomos tão irresponsáveis naquela noite, onde o concebemos. Sinto as lágrimas quentes descem de meu rosto e eu começo a chorar, sem importar-me com nada.
Cadê o Justin que sempre me jurou amor eterno?
Cadê aquele que prometeu que estaria comigo nos piores e melhores momentos?
Onde se escondeu aquele que semana passada disse na frente de todos que me amava? E que não imaginava mais a vida sem mim e que me apoiaria em tudo o que eu fosse fazer? Onde ele foi parar? Onde está aquele com quem eu iria casar daqui há onze meses? Porque o que está aqui a minha frente pedindo para que eu cometa esse ato, não se parece nada com o cara que eu havia escolhido para amar e respeitar.
Se ele jurou está ao meu lado em todas as situações, por que ele não poderia simplesmente se acalmar para que assim pudéssemos resolver tudo? Para que assim nós soubéssemos o que fazer de hoje em diante?
― Eu não vou fazer isso ― digo firme, após saí de meu pequeno transe. ― Você foi homem o suficiente pra gozar dentro de mim, me engravidar, e agora não é homem suficiente para assumir a sua responsabilidade? Poupe-me Justin, que tipo de muleke você é?
― Não é tão simples quanto você pensa, Beatrice! ― tenta chegar perto, mas eu recuo sentindo nojo dele ― Eu realmente não estou pronto para assumir essa responsabilidade, mas não quero desistir de nós. Quero ainda permanecer ao seu lado, entenda que esta é a melhor solução para todos.
― Você desistiu de nós no momento em que abriu a sua boca para me propor um aborto ― passo a minha mão sobre a minha boca ― Qualquer homem pode fazer um filho, mas somente um homem de verdade pode ser pai e você não pode. Então, por favor, vai embora! Porque eu não vou fazer o que você quer. Eu sou uma adulta, Justin, e como a adulta que eu sou, assumirei a minha responsabilidade, que vai ser zelar e cuidar dessa criança que eu descobri hoje que eu carrego em meu ventre.
― Nós temos que conversar melhor, isso não depende só de você. A escolha também pode ser minha e eu escolho não ser pai agora. Não estou preparado para isso, para acordar com essa responsabilidade. Entenda, caralho, eu não quero esta criança, porra. Deixa de ser infantil e vamos tomar a melhor decisão que é abortar.
― A melhor decisão não é abortar, Justin, e você sabe muito bem disso, que tipo de monstro você é? Eu já disse que não irei fazer isso ― respiro fundo tentando me acalmar, mas isso parece impossível ― Não temos nada o que conversar. E você não tem escolha nenhuma visto que essa criança vai crescer em meu corpo ― aponto para a porta de meu quarto. ― Agora, por favor, saia! E não se preocupe, que nós vamos ficar bem e não vamos precisar de você para nada. Se você não quer ser pai, ótimo, me esqueça, esqueça esse bebê, esqueça que um dia sequer me amou. Essa é a sua escolha Bieber, não minha.
― Vai jogar tudo fora? Todos os anos que vivemos? As promessas que fizemos? Vai jogar tudo fora?
― Você quem acabou de fazer isso ― sinto-me sufocada e caminho em sua direção socando o seu peitoral com força. ― E isso tudo não valeu de nada, porque agora que mais preciso de você. Você virou-me as costas como um completo covarde faz ― experimento as suas mãos virem para os meus pulsos, segurando-me para me conter. Minha força chega à ser ridícula comparada à dele. Justin segura firme em meu braço, e apesar de se impossível medir forças com ele, mantenho minha pose de durona e o encaro duramente.
― Vai embora! ― grito mais uma vez, esperando que ele volte atrás e que me diga que vai criar o nosso filho junto de mim, que não vai me deixar sozinha agora que eu mais preciso dele.
― Beatrice, você está sendo estúpida, sabe disso, não é mesmo? Não podemos ter essa criança, imagina o quão triste será quando esta criança um dia perceber que os seus próprios pais nunca a quiseram? ― Indaga me encarando e eu já consigo sentir o meu pulso começa a doer, ele está me machucando porém permaneço firme.
― Fale isso por você, pois eu farei com que a mesma seja a criança mais feliz de todas, ela será especial para mim Justin, e se depender de mim ela nunca descobrirá que tem um pai nojento como você ― com raiva, cuspo em sua cara e o vejo fechar os olhos fortemente por meu ato, tento me soltar mas ele permanece me segurando ― Fora daqui, seu escroto!
Justin solta os meus pulsos e me empurra fazendo com que o meu corpo se choque contra o chão. Sinto o carpete frio assim como meu espírito e como o meu coração está nesse instante.
― Espero que saiba o que está fazendo, Beatrice ― Olha-me com uma certa indiferença ali do alto enquanto eu permaneço aqui no chão, desolada e completamente humilhada, nunca achei que uma pessoa que eu amo me trataria algum dia dessa forma.
Com os olhos lacrimejando, vejo-o caminhar em direção da porta. A cada passo que ele dá, eu sinto tudo desmoronar dentro de mim, porque eu receei a rejeição, mas pensei que ao contar-lhe, ele pudesse acordar e mudar de ideia em relação ao assunto, mas isso não aconteceu.
Ele nos deixou.
Fecho os olhos com força ao ouvir o som da porta ser batida com rigidez, mostrando que ele realmente se foi, que realmente optou por isso. Que renegou a mim e ao seu próprio filho. Sangue de seu sangue.
― NÃO! ― Grito, e corro em direção da janela de meu quarto para olhá-lo. Noto-o entrar em seu carro e imediatamente dá partida no mesmo, saindo em alta velocidade pela rua escura aqui do condomínio onde resido.
Chorando e vivenciando tudo desmoronando dentro de mim. Eu colo o meu corpo na parede e escorrego pela mesma, sentindo o meu corpo inteiro tremer. Eu não acredito, ele deixou-me mesmo aqui sozinha.
Fecho os meus olhos, sentindo as minhas lágrimas molharem de uma forma absurda todo o meu rosto. Alguns flashes de momentos felizes passam em minha mente, mas afasto-os, não adianta lembrar-me disso. Não é justo sofrer por alguém que não vale à pena, por uma pessoa que na primeira oportunidade, deixou-me para trás, esquecendo de tudo que vivemos e enfrentamos para ficarmos juntos.
Ele me deixou em pedaços, destruiu-me com apenas uma única atitude, mas eu vou reerguer-me. Vou colar os meus pedaços e a única coisa que eu tenho que fazer agora é esquecê-lo, porque no momento que ele renegou a mim e ao nosso filho, Justin Drew Bieber morreu para mim.
― Eu prometo que enquanto eu viver você nunca estará sozinho ou sozinha ― levanto-me secando as minhas lágrimas ― E prometo também nunca deixar ele chegar perto de você, meu filho ― trago as minhas mãos até a minha barriga já tendo em mente o que eu irei fazer.
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