História O Príncipe do Rei - Tudo bem desde que você não chore.

        Os dias foram se passando e as coisas se acalmando para o lado do Yang. Aos poucos ele voltou a trabalhar como acompanhante do Lorde Han e sua formalidade com relação ao Rei, este que por sinal, andava bem ocupado com relação aos preparativos de seu aniversário.
    O Hwang sempre preferiu fazer algo sem muito luxo já que era o mesmo dia da morte de sua mãe. Ele costumava sair na rua num cortejo "fora do comum", as vezes até ousava dançar com algumas pessoas e o reino prestava as homenagens a sua mãe.
    No entanto, mesmo sem ser uma festa grande, todo o reino era decorado pelos próprios moradores, bebida e comida eram parte por conta do Rei e a outra parte pelo próprio povo.
   
    ...
    Quando o dia finalmente chegou, a música começou cedo, o Rei recebia felicitações e presentes, sempre agradecendo a todos com carinho e atenção, no café da manhã, comeu junto a Jisung e começou a planejar seu dia "livre", começando por vestir uma roupa mais comum e fazer algo que não fazia a tempos...  sair na cidade, falando e brincando como se fosse um cidadão comum.
    Sim, naquele dia, até que as homenagens fossem prestadas a falecida Rainha, HyunJin era livre para fazer o que bem entendesse desde que não causasse confusão. Algo estranho para qualquer outro reino e seu Rei, mas não para ele.
    Era também o dia que a responsabilidade era enviada aos céus pois ele comia e bebia sem se preocupar com a possibilidade de ser envenenado ou algo assim.
    ...
    Pela tarde se iniciaram as homenagens da Rainha, com o Hwang voltando a sua posição de Rei e conduzindo as orações, rituais e tudo mais, o que sempre deixou JeongIn admirado, pois por ter perdido sua mãe no nascimento, HyunJin teria todos os motivos para nem sentir nada por ela, afinal não a conheceu, no entanto, ele a honrava muito e dizia que gostaria de tê-la conhecido pelas coisas que já ouviu.
    Ao final, já com o entardecer, a festa se iniciou com força total, as pessoas comiam e bebiam, dançavam e louvavam em agradecimento pela vida do Rei que até aceitava dançar com algumas pessoas, mas o que mais acontecia eram as jovens tentando cortejá-lo, deixando um JeongIn bem desconfortável.
    — JeongIn? Está se sentindo bem? — perguntou Jisung, vendo o amigo com uma cara meio esquisita.
    — Ah? Eu? Estou sim, só me sinto um pouco cansado...
    — Ciúmes e cansaço são coisas completamente diferentes...
    — Não estou com ciúmes.
    — Está sim... — cantarolou.
    — Se sabe então por quê está perguntando? — cruzou os braços, fazendo bico, falando baixo.
    — Wow, nunca te vi assim, mas relaxa, meu primo só tem olhos para você!
    — E isso adianta em que? Sabe que não podemos ficar juntos, então de qualquer forma, é melhor que ele se encante por alguma delas.
    Disse como quem não se importava mas o tom triste na voz continuava o denunciando. Enfim, só estava naquela festa por insistência de Jisung, pois se não, estaria em casa. Não poder tê-lo e ainda o ver sendo cortejado pelas jovens do reino era demais para si.
    No entanto, pior que o Yang era Jisung ao ver seu tão precioso e cobiçado MinHo, sendo também cortejado pelas outras jovens, algo que não passou despercebido.
    — Vou me retirar, me sinto cansado. Pode ficar se quiser ou ir para seu quarto.
    — Sim Senhor, meu Lorde... — disse mesmo sabendo que era mentira.

    ...

    Longe dos olhos de todos, em seu refúgio, Jisung se encontrava sozinho, estava precisando respirar. Não conseguia sanar seus desejos pois seu coração e corpo estavam clamando por MinHo, então apenas se sentou na sua cama e desatou a chorar.
    A verdade era que nem podia falar do amigo pois ele estava tão enciumado quanto por ver MinHo sendo cortejado e parecendo gostar, fez sua mente quase explodir de raiva e aquelas coisas só falou para o outro na tentativa de se distrair e não olhar mais para quem tanto queria.
    Uma péssima ideia...
    — Meu Lorde?
    Aquela voz... mas tinha que ser logo quando estava chorando por conta do dono dela?
    — Sei que está aí. Está sentindo alguma coisa? Devo avisar ao Rei?
    Céus, se não morresse por causa dele, seria por matá-lo. Jisung só queria ficar em paz sem que ninguém percebesse que ele saiu...
    — Lorde Han?
    — Vai embora MinHo!
    — Certo... não está mesmo precisando de nada?
    — Só vai e avise que vim dormir ao Rei!
    — Sim Senhor!
    Assim que MinHo iria se retirar, escutou um arfar e um suspiro baixo, junto a um choro ainda mais baixo e contido. A voz de Jisung já denunciava que estava em seu momento mais vulnerável e estranhamente seu coração se apertou.
    Como havia dito, o Han realmente não desistiu de Minho, mas havia parado de correr atrás dele na última vez que foi dispensado.
    — Jisung?
    — Já mandei ir embora, MinHo!
    — Com licença. — pediu e logo abriu a porta do quarto, após se certificar de que estavam sozinhos, porém se seu coração antes estava apertado, agora estava ainda mais.
    Os olhinhos pequenos agora inchados, os cabelos antes tão arrumados, agora completamente soltos e a maquiagem ainda meio borrada.
    — Ficou louco?
    — Talvez.
    Entrou e fechou a porta, se abaixando para ficar ao lado dele.
    — Por favor não chore...
    — Já disse para ir embora, não há nada aqui para você fazer e se for assumir posto, seu lugar é da porta para fora. — disse o empurrando e se levantando, ficando de costas para ele.
    Estava sendo duro e se continuasse, descontaria toda sua raiva nele. Jisung estava bem enraivecido e poderia explodir a qualquer momento e evitava olhar para o Lee ou então desabaria o resto em sua frente, no entanto, MinHo se aproximou e o virando, puxou seu corpo em um abraço apertado, o impedindo de tentar sair.
    — Sai seu — escutou uma risada baixinha.
    — Pode me chamar do que quiser, me bater, me descabelar, não me importo, desde que você pare de chorar.
    — Por que está fazendo isso?
    — Por que você já tem bochechas grandes, agora imagina acordar com elas e a cara inchada de choro? Não vai ter maquiagem que esconda. — disse erguendo o rosto do Han que rangeu os dentes.
    — YA!
    MinHo apenas riu, se divertindo com a cara agora mais fechada e os braços cruzados do menor, o dando leves apertos como se fosse o esmagar, logo enxugando suas lágrimas com uma das mãos, deixando a outra ainda o segurando.
    — Ainda vou conseguir que meu primo arranque sua cabeça!
    — Não me importo... desde que pare de chorar.
    Apertou levemente o nariz avermelhado e sorriu para o Han, que sorriu de um jeito que fez MinHo se arrepender de seu ato anterior.
    Jisung com sua mente maliciosa e esperta, deu um tapa nas nádegas do pobre Lee que arregalou os olhos e quando olhou pra ver a mão do outro, seu rosto foi puxado e sentiu seus lábios sendo selados por outros bem macios e doces.
    É... não teve jeito...
    Jisung o beijou...