História O Príncipe do Rei - Apenas um beijinho...

    Enquanto o médico examinava JeongIn, Minho e Jisung esperavam do lado de fora do quarto e o mais velho pegou um banquinho para o jovem.

— Acha que ele vai ficar bem logo?

— Pode acreditar que sim, JeongIn é o ser humano mais forte que conheço, em todos os sentidos!

— Por qual motivo ele pediu para não contar?

— Ele não gosta de incomodar ninguém, sempre tenta ajudar quem pode, mas se deixar ser cuidado é algo mais complicado desde que o conheci, acho que por sempre ter tido somente o apoio da mãe.

— Fico feliz que ele tenha você, ele fala bastante do Dragão Guerreiro.

— Digo o mesmo do Lorde Sorridente.

— Ele me chama assim?

— Sim e sempre fala empolgado.

O Han acabou corando logo esfregando o rosto, respirando fundo.

— Ele fala algo do meu primo?

MinHo travou um pouco, pois se falasse as coisas que já ouviu da boca do Yang, com certeza teria problemas.

— Sim... porém o mais comum que todos falam, que o Rei é forte, corajoso, cuidadoso com seus súbitos, e que é muito bonito.

— Ah... entendo... — suspirou meio decepcionado mas entendia que se o outro não falou o que acha que era também, era para preservar seu amigo. — Enfim...

— Lorde Han? Onde está o Rei?

— Teve de sair mas em breve estará de volta, pode falar doutor Kim.

— O garoto está muito machucado, seu corpo está coberto por marcas de aparentemente chicotadas e cortes feito por alguma arma branca, além de alguns roxos de socos ou algo do tipo, creio eu. Lhe dei um remédio para que tivesse a dor reduzida e fiz curativos por seu corpo nos pontos mais machucados. Já é muito ele ter ficado acordado esse tempo todo, se recusa a dormir.

— JeongIn é teimoso até nessas horas.

— Por favor, nos deixe entrar, doutor! — pediu o Han meio agitado.

— Tudo bem, mas deixem ele descansar, achei melhor não dar nenhum medicamento para que dormisse, porém os sinais vitais estão bons e ele consegue responder questões simples.

— Obrigado doutor, agradecemos por tudo!

Ambos entraram no quarto e JeongIn sorriu levemente.

— Ah que vergonha... me sinto nú!

— Seu doido, quase nos mata do coração! Como está se sentindo? — perguntou o Han.

— Me sinto nu, ora! — disse ainda com uma risada fraca e os olhos piscando lentamente.

MinHo ergueu o lençol e cobriu seu corpo, rindo fraco também.

— Ele é assim, nem no momento mais sério deixa de fazer graça.

— Estou vendo, MinHo, porém não sei se consigo lidar com isso. — disse o Han se abanando dessa vez.

— Pode descansar, eu vou ficar bem, é passageiro e o doutor me fez parar de sentir dor.

— De qualquer forma pedirei ao Rei para ficar de guarda aqui enquanto se recupera, nada do que não já fizesse antes quando éramos pequenos.

— Vou adorar, assim pode me contar histórias a noite inteira!

— Até parece que irei permitir te deixar acordado a noite toda, mocinho!

— JeongIn?

— Majestade?

— Como está se sentindo? Por qual razão ainda está acordado?

— Não sinto mais dores e se dormir agora, serei uma coruja de noite, sem poder voar. — o Rei sorriu incrédulo com o que ouvia.

Enquanto isso, discretamente, Han pegou MinHo pela mão e foi o puxando para fora do quarto, e os outros dois estavam tão centrados um no outro que nem viram eles saírem para longe.

— Lorde Han, por quê está me arrastando assim?

— Quis deixar eles dois sozinhos, precisam conversar, sabe? Além de que creio que me entende e sabe de coisas a mais, porém entendo você querer proteger nosso amigo, só que assim... eu enxergo exatamente o mesmo que você está pensando e por mais errado que seja ou impossível, pelo menos um pouco, sabe?

O Han parecia mesmo triste e preocupado e MinHo conseguia entender, pois sentia o mesmo.

— Eu o entendo meu Lorde, perfeitamente.

— Então está assumindo que sabe?

— De certa forma... sim.

— Vem comigo, temos muito o que conversar, senhor Dragão Guerreiro!

Assim, o Han puxou MinHo para seu quarto onde sempre ficava com JeongIn e lá, era certo de que passariam muito tempo conversando sobre O Rei e o Yang.

Mas enquanto isso, os tais conversaram até JeongIn ser vencido pelo cansaço, com a promessa de que se dependesse do Rei, ninguém nunca mais o machucaria.

Com isso, em um lapso de coragem, o Hwang tocou o rosto adormecido e ainda com leves marcas, passeando os dedos em uma carícia singela. Mesmo naquele estado, o rostinho doce e o leve sorriso não saía dos lábios do Yang, o que impressionava e até hipnotizava o Hwang, o levando a acariciar os cabelos macios, e levar os lábios até a testa dele, deixando um beijo simples mas cheio de sentimentos, nem reparando que haviam olhos em cima de si, mas olhos que poderia confiar.

Jisung e MinHo já haviam voltado e estavam espiando da porta, mas quando viram movimentação do Rei, se afastaram, disfarçando.

— Eu te disse, MinHo!

Sim, o Han fez questão de "jogar na cara" do Lee que seu primo realmente sentia algo pelo Yang, este que não acreditou de primeira mas agora nem precisava de beijos na boca para acreditar.

— Pelos céus... agora eu pude entender o desejo de JeongIn de se jogar no rio. Agora até eu quero!

— O que? Não se atreva!

— Por que?!

O Han o olhou de cima a baixo e balançou a cabeça negativamente.

— Seria um desperdício... — falou mais para si, baixinho.

— O que?

— Nada MinHo, nada!

— MinHo? — escutaram a voz do Hwang se aproximando. — Fique de guarda aqui dentro, qualquer movimento de JeongIn por favor mande me avisar e Jisung, tudo bem se vier comigo?

— Claro!

— Certo e MinHo, obrigado por nos ajudar a entender o que aconteceu mesmo indo contra a palavra de JeongIn.

— Eu quem agradeço por se importar tanto com meu amigo, Majestade, cumprirei com o ordenado.

Assim os dois se retiraram e MinHo assumiu o posto, olhando para JeongIn e soltando um riso leve e baixo.

— Ah JeongIn... nunca pensei que diria isso, mas você conseguiu me fazer querer me jogar no rio.