1. Spirit Fanfics >
  2. O Príncipe e o Grood (Imagine Kim Taehyung e Jeon JungKook) >
  3. Sem Máscaras

História O Príncipe e o Grood (Imagine Kim Taehyung e Jeon JungKook) - Sem Máscaras


Escrita por: awake_s2

Capítulo 37 - Sem Máscaras


Fanfic / Fanfiction O Príncipe e o Grood (Imagine Kim Taehyung e Jeon JungKook) - Sem Máscaras

“Vamos...vamos nos divertir” a realidade é que eu não queria passar nem mais um segundo sentindo aquelas coisas que não deveriam ser sentidas! Me distanciar do problema era a melhor opção.

Entramos ouvindo o som alto de novo e fomos até a pista de dança tentando achar S/a e Jungkook.

E digamos que tentar encontrar duas pessoas no meio de uma multidão dançante com diversas pessoas te empurrando e fazendo te esquecer de onde você tinha começado não é o melhor lugar pra tentar achar alguém.

“Sua amiguinha arco-íris não está por aqui” Taehyung gritou em meu ouvido para que eu ouvisse sobre a música alta, se referindo a S/a e suas saias de tule extravagantes.

“Perdemos eles” falei, decepcionada por ter deixado um príncipe de outro mundo aos cuidados de minha amiga nada normal.

De repente a música parou e ouvi sons de um dedo batendo no microfone verificando a altura.“Aí pessoal!” a voz do DJ da festa enchia nossos ouvidos, todos estavam prestando atenção e aquele era o momento perfeito pra tentar achar os dois já que a dança maluca tinha dado um pause.

Enquanto ele falava eu passava entre a multidão, ganhando os palavrões de uns por ter pisado em alguns pés no meio do caminho e uns empurrões de outros. “Quem aí está curtindo a festa?!” ele atiçou o povo que gritou pulando ou levantando os braços para assentir.

“Lembrando que tudo isso aqui é pra comemorar o aniversário da nossa querida  Mayara!” as pessoas gritaram de novo, aplaudindo enquanto Mayara subia ao palco do DJ para agradecer pela presença de todos e todo aquele blá, blá, blá de aniversariante.

Passei a não prestar muita atenção ao que ela falava quando percebi os olhos de Joana cravados em mim como uma águia, esperando o momento perfeito pra voar e dilacerar a presa com suas garras afiadas, ela tinha os braços cruzados e usava um vestido tubinho curto roxo escuro, combinando perfeitamente com sua personalidade irritante e forte.

Se eu não olhasse de volta talvez ela não me desse tanto medo, então continuei a andar me lembrando no momento que Taehyung estava por ali em algum outro lugar, já que eu me esqueci de avisar sobre a minha procura, talvez ele tivesse visto, talvez não...

Suspirei.

Sabia que a ideia da última festa de S/n na terra não daria muito certo.

“...e principalmente minha amiga Clara que esteve sempre ao meu lado” Mayara continuava o discurso, ganhando um gritinho de “também te adoro” da amiga perto do palco.

Cabeças e mais cabeças e nada de encontrar Jungkook e S/a.

“E agora todo mundo capricha no parabéns!” o DJ mandou, começando com as palmas que formavam a canção tradicional.

“Parabéns pra você!” a multidão cantava em uníssono.

Decidi parar em uma parede para retomar o fôlego, ainda nem sinal deles.

“É pique, é pique” seguidos de algumas palavras feias dos meninos bobões da escola que sempre faziam a mesma coisa.

“Gostando da festa?” uma voz me disse pelas costas, pulei de susto ao ver quem era.

“Adorando” retruquei, olhando para os olhos negros de Joana, me impressionei pelo fato dela ter conseguido chegar tão rápido do outro lado da sala.

“Imagino que já tenha estudado pra prova de história” ela começou a provocar, e como um soco da realidade me lembrei da única pessoa culpada por tudo que eu estava passando agora.

ELA.

Ela tinha me feito perder a prova, me trancado no porão e foi nele que eu fui magicamente pra outro mundo, conheci o Jungkook, conheci Taehyung, os groods, vi sangue, vi guerra, vi morte, a verdade...e tudo por causa dessa sujeitinha na minha frente que nem deve imaginar o quanto ela fez muito mais do que só me jogar em um porão.

“Ah, mas você merece um tapa no meio dessa sua boca imunda!” falei, enquanto o pessoal batia as palmas pro fim do parabéns.

Joana riu, me lembrando muito de Lisa.

“O que foi? Não gostou de passar um tempinho cheirando poeira?” meu sangue ferveu, minha face estava começando a ficar vermelha e minha esperança de ter um pouco de paz e me divertir naquela festa foi por água abaixo.

“O que tá acontecendo aqui?” a voz de Taehyung encontrou meus ouvidos, me aliviando de uma forma absurda, já era a segunda vez que ele chegava no momento certo desde o dia do ataque no castelo.

Joana o analisou de cima abaixo e ao contrário das outras meninas, não demonstrou estar morrendo de amores por ele, pelo menos não por fora, ela era orgulhosa, mas no fundo havia uma pontinha de surpresa por um cara como ele estar me ajudando.

“Nada” eu disse com raiva, com um pouco de sarcasmo para Joana confirmando minha teoria de que Taehyung tinha me seguido.

O olhar dela ainda pairava sobre mim e eu ainda tinha vontade de estrangular aquele pescocinho magrelo.“Vamos” disse à ele, me enfurnando no meio da multidão de novo.

Olhei para ele, seu olhar tinha um pingo de conhecimento, acho que ele já sabia que eu odiava a garota mas a minha rivalidade não era tão importante no momento.

“Ainda não achamos...” iniciei, sendo interrompida por Taehyung.

“Eu achei, e parece que o príncipe está se divertindo mais que nós procurando por eles” ele apontou para a pista com os olhos, não acreditei na cena que vi, S/a e Jungkook realmente dançando no meio da pista, Jungkook com uma dança meio estranha mas solta, ele sorria e S/a também, pulando ao redor de várias meninas que tentavam dançar com ele.

Ri com a cena.

“Não acredito nisso” ri mais.

“Parece que eles estão bem” Taehyung disse, então como se eu tivesse voltado no tempo era como se estivéssemos no bar dos videntes da morte, dançando para despistar os guardas com Taehyung sendo ele mesmo.

Comecei a dançar, no  começo ele só observava, até como se tivéssemos compartilhado pensamentos, que ele se lembrasse do mesmo que eu o fazendo me acompanhar. Seus olhos estavam normais mas incendiavam o lugar com sua cor diferente, o suor logo foi se formando em sua testa e por alguns segundos ao som eletrônico do DJ, eu não estava arrependida por ter trazido eles pra cá, por ter vindo aqui...eu estava feliz.

“Foi aquele ali” ouvi, e foi a última coisa que entendi por completo até perceber o que estava acontecendo.

Taehyung foi pego desprevenido, aquele mesmo bêbado que tinha saído no jardim da piscina e acabado de ganhar um celular estraçalhado chamou os amigos, o soco foi tão rápido que ele mal pôde se defender.

“Não!” gritei, tentando entrar ali no meio, Taehyung era forte mas o grupo inteiro de meninos começou a ir pra cima dele.

Logo a multidão formou um círculo ao redor deles e começaram a cantar.

“Briga, briga, briga!” chamando atenção de todos da festa.

Taehyung estava indo até que muito bem com sua super força, mas não podia evitar os golpes de todos, eu tentava ajudar mas se entrasse ali no meio ganharia somente dentes quebrados. Corpos e pernas se juntavam no ar e mãos eram lançadas uns contra os outros.

Jungkook e S/a se  aproximaram, vi que Jungkook estava prestes a entrar para ajudar quando Mayara entrou no meio.

“Parem agora!” ela gritou, o grupo de bêbados obedeceu deixando Taehyung pra trás recebendo um olhar mortal de Mayara, como se dizendo que se eles não saíssem naquele instante poderiam dar adeus a festa, então voltaram ao seu beco imundo.

Fui ao encontro de Taehyung para olhar o estrago, ele realmente estava ferido. Me preocupei no mesmo instante.

“Desculpa S/n, esses idiotas compram briga em todas as festas, nem sei quem chamou eles” Mayara tentava se explicar, mas eu não estava nem aí, queria ajudar ele o mais rápido possível.“Tem gelo no freezer” foi a última coisa que ela disse antes de sumir de novo, grande anfitriã!

As luzes ainda piscavam por isso era quase impossível determinar a quantidade de hematomas que ele tinha agora, peguei Taehyung pelo braço o passando pelo meu pescoço, se ele não estava nem conseguindo se levantar era porque o negócio estava realmente mal, nunca vi ele cair diante de ninguém, nem pra nada. Virei para S/a e Jungkook.

“Caramba garotão! Já arrumou briga no seu primeiro dia de fuga?” acho que S/a não tinha entendido que ele foi espancado não só por um, mas por seis caras bêbados! Piadas não eram a melhor opção.

“Ele vai ficar bem?” Jungkook perguntou olhando para Taehyung, também não vendo o estrago todo.

“Pegue bolsas de gelo pra mim, eu cuido dele” falei e ele assentiu.

“Caraca! O que você fez pra provocar o Digliori?” S/a falava, como se tudo ainda estivesse bem. “O cara provoca todo mundo nas festas mas sempre escolhe o que mais o chamou atenção pra bater”

“Você não tá ajudando!” gritei, nesse momento ninguém mais estava ligando, a música rolava e foi como se a briga nunca tivesse acontecido.

“S/n, você sabe como são essas festas, os caras ficam intimidados por novos machos e batem uns nos outros, são como homens das cavernas” Eu com certeza não queria S/a ao meu lado caso eu fosse espancada, minha amiga era completamente louca mas eu amava ela por ser diferente de todas as outras que numa situação como essas ficariam chorando ou mimando o menino machucado.

Jungkook já voltava com as bolsas e eu agradeci.

“Eu vou ver se tem algum remédio pra ele tomar no banheiro” avisei, eles assentiam, preocupados com o amigo ferido.

Subi as escadas com dificuldade com o peso de Taehyung em mim, por todo o caminho perguntei se ele estava bem e ele gritava que sim, virando o olho inchado pra mim.

É, não tão bem.

O andar de cima só possuía alguns casais se pegando ou bêbados vomitando, mas como Mayara era “bem de vida”, haviam muitos banheiros que eu poderia escolher, depois de tentar três achei um que estava vazio.

O coloquei sentado na privada fechada, aquele era o banheiro mais simples que tinha na casa, um pouco menor que os outros com apenas uma privada, um chuveiro, uma pia e um espelho, e isso era o que eu chamava de banheiro normal da minha casa, pelo que as circunstâncias indicavam devia ser o banheiro dos empregados ou algo assim, isso me fazia imaginar como eram os banheiros normais nos padrões ricos deles.

Sob a luz clara do banheiro pude ver o estrago completo.

Ele tinha um corte na sobrancelha e outro no queixo, seguido por um olho direito roxo e inchado, seus cortes sangravam e suas mãos estavam vermelhas com os golpes que desferiu lá embaixo, ele estava incrivelmente melhor do que se esperava de alguém que foi atacado por seis grandalhões, mas Taehyung é diferente dos outros.

Assim como S/a.

“Eu falei pra você sobre o celular! Tá vendo só no que deu?!” briguei com ele enquanto abria o espelho em cima da pia procurando por primeiros socorros.

“Tá, não foi a coisa mais inteligente a se fazer, vai me bater de novo por isso?” ele dizia, com a bolsa no olho.

Achei os primeiros socorros em uma caixinha branca e bem limpinha, à vista logo de primeira, a peguei levando até ele, a situação me lembrava da primeira vez que tive que lidar com um de seus machucados...só a lembrança de estar tão perto dele me deixou arrepiada...

Me assustei com um cara caindo perto da porta embriagado dizendo coisas sem sentido e dando risada, as pessoas estavam doidas!

Fechei a porta e tranquei para não me assustar com algum idiota querendo vomitar em qualquer lugar. Peguei um banquinho que estava ali do lado, tirei as flores de cima dele e pus ao lado de Taehyung.

“O fato é que você começou tudo isso!” abri a caixinha, pegando dois curativos para os cortes e um algodão com um líquido antibacteriano para limpar os ferimentos.

“O que é isso?” perguntou olhando para os métodos medicinais nada iguais aos de Glorius, nenhuma folha curaria ele por aqui.

“Não muda de assunto Taehyung! Você me assustou ali!” ele prestou mais atenção. “Poderia ter se machucado mais! Porque você é inconsequente!” eu ainda gritava, com o coração a mil depois de pensar que ele poderia ter saído pior daquela briga. Me assustei por ter me importado mais do que eu deveria.

“É, às vezes eu sou mesmo” tentava fazer gracinha, mas eu não achei graça nenhuma e ele percebeu, acabando com o meio sorriso.

Peguei no queixo dele com raiva e ele gemeu de dor, fiz de propósito.

Com o algodão comecei a limpar o sangue escorrendo do corte da sobrancelha, ele se afastava com os toques, ardia, e eu estava adorando aquilo já que ele tinha muitas vezes merecido sentir dor.

“Vai com calma docinho” ele dizia, com uma cara engraçada, me segurei muito pra não rir.

“Sem docinho nenhum Taehyung, é sério, enquanto estivermos aqui você tem que aprender a se comportar!”seu olhar era brincalhão, ele ainda queria fazer piada com a situação.

“Eu me comporto muito bem quando cada um fica na sua” respondeu, gemendo de novo quando apertei o algodão nele.

“Você! Tem que ficar na sua” respondi, colocando o curativo em sua sobrancelha, fechando o ferimento.

Ele me olhava com o olho bom parecendo me analisar.

“Por que só eu estou recebendo broncas?” perguntou, inquieto. “Não sou só eu que vim de outro mundo, por que você não tira satisfações com seu príncipe?!” o jeito que ele falava de Jungkook me deixava irritada, o jeito que ele não parava de se mexer enquanto eu tentava ajudá-lo me deixava irritada.

Argh! Ele me deixava louca!

“Porque ele não está dando trabalho!” retruquei, pegando outro algodão para o queixo. “Você poderia ter ficado quietinho comendo suas deliciosas coxinhas, mas não! Vamos quebrar alguma coisa por aí!”

“Eu só estou tentando fazer o que é melhor pra você!” ele gritou, apertei de novo o algodão no outro ferimento do queixo e fui obrigada a olhar pra sua boca.

Concentra S/n, concentra, nenhuma boca rosada tirará sua raiva.

“Ai que droga Taehyung!” exclamei. “Eu não sei se você faz jus ao que falam dos groods ou se é impulsivo e teimoso por natureza!” falei, tocando em sua pele ainda lisa como de um bebê, me fazendo lembrar a primeira vez que toquei em seu rosto pra ver seu nariz quebrado.

“O que você acha?!” ele retrucou olhando firmemente, agora sem a bolsa de gelo com seus olhos incendiadores penetrando em mim, sua respiração era irregular, eu conseguia senti-la por estar perto.

Coloquei o último curativo terminando o que eu podia fazer, ficando irritantemente incomodada por ainda achar ele tão lindo mesmo com esse olho roxo na cara!

“Eu terminei” avisei, me levantando do banquinho, saindo de perto antes que aquele imã que sinto quando estou muito perto dele fizesse efeito.

Minutos de silêncio se seguiram enquanto eu punha as coisas de volta no lugar, cruzei os braços e virei de costas indo até a porta, cheguei a colocar a mão na maçaneta mas parei quando o ouvi falar.

“Você está fugindo” ele disse, o ouvi sair da privada e ficar em pé, mas não me atrevi a olhar.

“Fugindo de que?” perguntei, tentando parecer calma mas com meus sentidos a mil.

“De você mesma” ele continuava, dizendo o que eu mais temia. “Sei que não gosta que as pessoas falem com você sem olhar nos olhos...eu também não” não sabia que ele percebia isso em mim, que prestava atenção...puxou meu braço me virando e eu tentei mesmo não transparecer estar trêmula ou com medo...medo de mim.

“Não sei do que você está falando” menti na cara dura tentando não perceber o quão charmoso Taehyung ficava com seu cabelo loiro bagunçado, caindo um pouco no olho.

“Não se finja de boba S/n!” ele gritou. “Você tem fugido de mim desde minha revelação no templo de Sardes, desde nosso momento naquela janela, desde que encontrou Jungkook de novo” não, eu não queria ter aquela conversa complicada, não agora...

“Você tem fugido todo esse tempo porque sabe que toda vez que se aproxima de mim” ele dá um passo pra frente e eu estremeço. “Você sente coisas que não queria sentir, que você achou impossível sentir por um grood violento e temido...” suas palavras eram claras e firmes, eu queria contestar tudo e sair correndo, mas já era hora de por o pingo nos is.

“Você queria ter dito que sempre ia ser o Jungkook no templo, mas a verdade te disse o contrário” ele deu mais um passo pra frente, eu já conseguia sentir sua respiração novamente.

“Você tem fugido dos seus sentimentos...de tudo aquilo que o destino recusaria...de tudo aquilo que me disseram ter cuidado pra que não acontecesse” ele tirou uma mecha caída do meu cabelo e colocou atrás de minha orelha, senti a eletricidade do seu toque ao entrar em contato com ela e meus pelos se eriçaram.

“E a verdade é que você está completamente certa em querer me recusar, eu nunca vou ser como o Jungkook, eu sou impulsivo, teimoso e destruo coisas que estão no meu caminho, nem sempre sou altruísta e não sou a pessoa mais agradável do mundo” sua mão acariciou meu rosto, fechei os olhos.

Reaja S/n, diz alguma coisa...sai correndo, não paralise com seu toque...

“A única coisa que eu tenho que se compara a Jungkook...é meu amor por você” abri os olhos com a afirmação, ele tinha me surpreendido, Taehyung não era de declarações nem de sentimentos, e eu sabia que só dele estar dizendo tudo aquilo pra mim tinha se esforçado muito, ele era um homem de poucas palavras, simples, mas ele estava ali, tão perto, tão sincero...

Ele não era o Taehyung grood teimoso e que me chamava de docinho, naquele momento ele era Taehyung, ele mesmo.

Passei a mão por seu cabelo um pouco suado e a repousei sobre o seu pescoço, analisando seu peito que subia e descia, voltando a olhar para aqueles olhos hipnotizantes e aqueles lábios avermelhados e convidativos.

Ele não começou nada.

Eu comecei, de novo, igual da outra vez...

Não resisti nem mais por um segundo Taehyung.

Eu queria tê-lo pra mim, queria senti-lo em mim e não sabia o quanto antes de começar a beijá-lo.

Ele foi dominando tudo que eu tinha aos poucos, eu não tinha percebido o quanto aquele tempo que passei só com ele tinha significado pra mim, o quanto seus lábios dizendo que tinham se apaixonado por mim no templo tinham tido um peso tão grande na minha consciência.

O quanto ele era importante.

O quanto eu gostava dele.

E eu nem sabia dizer se eu gostava, eu acho que...amava ele, e não entendia como isso era possível com duas pessoas diferentes.

Taehyung era imprevisível, vivo, decidido, forte, quente...e presente.

Quando nossos lábios se tocaram foi como se tivessem acendido fogos de artifício dentro do meu corpo e eles começassem a explodir todos de uma vez, com toda aquela intensidade do templo de Sardes ainda multiplicada por mil.

Seus lábios eram quentes, precisos, e se encaixaram nos meus perfeitamente mais uma vez, suas mãos encontraram minha cintura e me puxaram pra mais perto dele e de repente aqueles músculos que eu somente namorava sob suas camisas elegantes e apertadas me seguravam com sua grandeza.

Parecia que não existia mais dor nele, ele não estava ligando para os curativos nem pelo fato de estarmos em um banheiro, Taehyung me queria e demonstrava isso com a sinceridade de seu beijo, com todas as vezes que respeitou minha decisão de deixá-lo longe do meu coração, com todas as vezes que ele se fez presente mesmo eu não merecendo.

Apertei seu pescoço e senti seus cabelos macios e molhados encostarem em cada dedo de minha mão.

Logo a vontade de tê-lo e senti-lo se tornou mais forte, mais intensa, eu precisava dele, precisava agora, naquele instante. Aos poucos me senti segura para o convidar a entrar, minha boca se abriu e ele não perdeu tempo em invadir tudo em mim, nossas línguas se encontraram em uma intensidade fervorosa e dançavam uma valsa sincronizada e perfeita.

Seu gosto era maravilhoso, sua presença me incendiava assim como seus olhos.

De repente ele pegou minhas pernas e me sentou sobre a pia, as enrolei em seu quadril não querendo deixá-lo se afastar nem um instante se quer. Suas mãos estavam em meus joelhos e percorriam toda extensão de minha perna, a sentindo, a tocando, a apertando, à medida que ele subia meu coração se acelerava mais ainda.

Arfei.

Parei de beijá-lo, eu queria mais, desci minha boca para sentir seu pescoço aproveitando cada toque, cada gosto que sentia com o salgado de seu suor e seu perfume natural marcante, descendo-a com tudo que tinha. Ele suspirou.

Ele começou a mordiscar minha orelha e fechei os olhos para apreciar, eu nunca tinha sentido aquela intensidade, o querer que nunca acabasse, querer estar pra sempre com aquela sensação.

Minhas mãos estavam fora de controle, comecei a explorá-lo por debaixo da camisa emprestada do meu pai que o deixava tão lindo, senti sua respiração cada vez mais ofegante, no fim de sua barriga encontrei as queimaduras da tatuagem que antes tinham servido como punição para ele, e agora só me faziam ter certeza de quão forte ele era, aquilo fazia parte dele e eu a toquei, subindo minhas mãos para cima sentindo os seus músculos pouco definidos, nada de excessivo mas na medida perfeita, naquele momento, ele era perfeito.

“Vou perder o controle...” ele sussurrou quase em um gemido em minha orelha, como se já não tivéssemos perdido todo e qualquer controle sobre aquilo.

Suas mãos subiram dos meus quadris ainda firmes e presentes e subiram para minhas costas, levantando um pouco minha blusa, suspirei.

Meu coração batia mais alto que uma escola de samba, não sabia se minhas costelas iam aguentar o quanto Taehyung tinha abalado minhas emoções. Era como se ele tivesse acendido uma chama dentro de mim que antes nunca havia sido tocada, como se cada centímetro do meu corpo estivesse ligado a ele.

Ele passou a beijar meu pescoço depois desceu para um de meus seios deixando um círculo molhado em minha camiseta, provocando sensações loucas e inflamando todo aquele banheiro de sentimentos que eu tinha fugido, que eu tinha guardado.

Quando ele voltou a me olhar ofegante, percebi que seus olhos estavam mais brilhantes que antes, pelo que eu vi isso só acontecia quando suas emoções estavam acentuadas demais, agradeci por não acontecer o mesmo comigo, já que eu poderia cegá-lo com tanta luz que emanaria dos meus.

Coloquei as duas mãos em seu rosto, fazendo-o focar em mim.

“Taehyung, eu...” e no momento em que eu ia terminar a frase e tornar tudo que estava em minha mente mais real, ouvi toques na porta.

“S/n?! Taehyung?!” era a voz de S/a...com certeza estavam procurando por nós.

Olhei de novo para Taehyung apreciando os últimos momentos sozinhos, vi nele algo mais vivo que nunca, ele tinha um leve sorriso, sua boca estava avermelhada com nossos beijos, ele ofegava, eu estava tão perto que sentia sua barriga subir e descer com as pernas ao seu redor, depois que ele havia me puxado pra frente pra senti-lo melhor, ele me olhava ainda intenso.

Desenrolei minhas pernas de seus quadris, ele me ajudou a voltar pro chão, seu toque ainda me arrepiava.

“Já vamos!” gritei, recuperando todo fôlego que perdi nesses minutos. Os minutos em que me senti mais viva em toda minha vida.

Sem saber o que dizer fui até a porta e me deparei com Jungkook e S/a à nossa espera.

“E aí? Melhorou? Estávamos preocupados, viemos pra ver se precisavam de ajuda já que estavam demorando...” e S/a jogou um olhar malicioso que só eu entendi.

Pior que dessa vez ela estava certa.

Eu fiz muito mais do que fechar ferimentos ali.

Queria dizer que estava arrependida, mas eu não estava.

“Acho que já deu de festa por hoje né?” falei, meio sem graça. “Temos que ir pra casa...” não tive coragem de olhar Jungkook nos olhos, tive certeza que eu estava oficialmente confusa.

No caminho de volta pra casa Taehyung e eu trocamos olhares perturbadores até chegarmos no apartamento dos dois, nos despedimos, ele tinha um breve sorriso e Jungkook como sempre tinha um grande pra mostrar.

Eu precisava falar com alguém sobre o que tinha acontecido, sobre o que eu tinha passado, sobre as coisas que estavam na minha mente, sobre a grande confusão em que eu havia me metido.

E quem era a melhor pessoa pra eu fazer isso do que minha melhor amiga?

Eu contava absolutamente tudo pra ela, tipo, tudo mesmo, até sobre minha estranha mania de atuar sozinha no chuveiro, o que às vezes me assustava com meu nível absurdo de estranheza. Implorei à ela que pedisse para sua mãe permissão pra dormir na minha casa aquela noite porque eu precisava muito de um ombro amigo no momento.

Ao chegar em casa tudo parecia normal, mamãe perguntou como havia sido e se tínhamos nos divertido, eu disse que tinha sido ótimo...e em partes foi mesmo.

Droga! Foi muito bom!

Contei a ela de última hora sobre a hóspede mas mamãe nunca ligou pra esse tipo de coisa desde que não fosse eu a dormir na casa dos outros, no fundo ela sabia que S/a me fazia bem mesmo com toda sua maluquice.

Emprestei meu pijama de macaco pra ela que deu risada, e enquanto me trocava tentei parar de pensar sobre como Taehyung tinha posto a camisa errada um dia atrás...e sobre como dançou no fliperama melhor que muito grood de outros mundos por aí...

Quando finalmente sentamos no nosso colchão oficial de confissões contei tudo a ela.

Quer dizer, só omitindo a parte de Glorius e tudo mais.

“Não me pergunte como” eu estava em perna de índio em sua frente, ela prestava muita atenção, deixando sua loucura um pouco de lado pra desta vez ser minha psicóloga. “Mas...eu me apaixonei pelos dois...” seus olhos se arregalaram, mas ela não disse nada.

“Pode contar como foi, não vou te julgar” sorriu, calma, era ótima em me acalmar.

A luz estava apagada e somente o meu abajur roxo iluminava o quarto, disse a mamãe que já iríamos dormir mas ela sempre sabia que iríamos conversar até altas horas do dia seguinte.

“Com Jungkook foi instantâneo, sabe...daquelas coisas que da primeira vez que você vê sente que vai acontecer algo especial...depois eu descobri da namorada dele” distorção era necessária pra história fazer sentido, eu só precisava que ela soubesse sobre o problema principal, não sobre a princesa psicótica noiva dele.

“Ele até terminou com ela pra ficar comigo...” seus olhos se arregalaram, ela deve estar se lembrando do namorado que a trocou por um gato pelo olhar meio triste e distante. “Jungkook é educado, lindo, ama meus pães de queijo” ri. “Ele é seguro...eu sempre sei que tudo que faremos vai dar certo e que ele sempre vai ter um sorriso e seus olhos azuis pra me mostrar...” ela sorriu, prestando atenção no meu dilema.

“Mas aí eu conheci o Taehyung...” comecei a me lembrar de tudo que tínhamos passado juntos desde o primeiro dia. “No começo não suportava ele...digamos que ainda não suporto” ri pra mim mesma.

“Era pra sermos no máximo só amigos...mas aí o Jungkook teve que sair por um tempo” ou uma maluca do destino enviou ele magicamente pra terra... “E eu comecei a conhecer ele melhor...por trás do Taehyung durão, guerreiro, sarcástico, piadista e cheio de “docinhos” também tinha uma face dele que eu não conhecia...a face sincera, a que se preocupa, a altruísta, a divertida, a que gosta de dançar, a que me faz sorrir sempre ocultando muitas vezes seu próprio sorriso pra ver o meu, com ele eu nunca sei o que vai acontecer, ele é imprevisível, não tem nada de seguro nele, não mede esforços pra conseguir o que quer e não liga pra opinião alheia...ele fugiu de casa por minha causa...” expulso é uma palavra melhor, ela abriu a boca, tecnicamente era verdade.

“Até mesmo me salvou em uma situação de perigo...Um dia confessou que estava apaixonado por mim mas eu não podia ficar com ele...porque eu ainda tinha Jungkook...mas agora...agora eu estraguei tudo...” sem querer lágrimas brotaram em meus olhos e eu comecei a chorar, S/a segurou minha face, a dando carinho e me pedindo calma. “Eu acho que amo os dois S/a” falei entre o choro, como uma adolescente com seus “grandes” problemas em decidir sobre o garoto que gosta.

Me senti infantil, idiota, pequena...enquanto minha vida corria perigo e de tantos outros groods eu chorava por garotos? Pra começo de conversa...eles nem eram tão presentes na minha vida antes, a não ser nas séries.

“Primeiro de tudo” ela começou seu diagnóstico. “UOU” quase ri, mas ainda estava triste demais pra isso. “Não acredito que você demorou tanto tempo pra me contar deles dois...vou fingir que não me senti ofendida” ela sorriu.

“Segundo, nunca vi você chorar por menino nenhum desde que Dylan O’Brien sofreu um acidente” ela continuava a passar a mão em meu cabelo, eu estava como uma menininha em seu colo. “E terceiro...você tem muita sorte” me levantei para olhar pra ela, franzindo a testa.

“Dois homens desistiram de muita coisa por você...e parecem realmente te amar, tem gente que nunca encontra ninguém e você encontrou duas pessoas maravilhosas...” ainda não ajudando...isso só me faz sentir pior!

“Bi” ela me forçou a olhá-la. “Meu avô já dizia que a gente consegue amar muitas vezes na vida, tipo, de querer passar o resto da vida com alguém...” Pô S/a! Que ajuda em?!

“Mas...” arrumei as minhas pernas que já estavam dormentes pela posição. “Ele dizia que nunca se consegue amar duas pessoas ao mesmo tempo além da sua família e amigos” ela começava a falar alguma coisa com sentido e me animei com esperança de resolver meu problema de coração indeciso.

“É impossível e ilógico” vindo dela a coisa era louca mesmo. “Você não está amando os dois, isso quer dizer que você já amou os dois em algum momento da sua vida, você só tem que descobrir quem você ama agora...quem você quer passar o resto da vida junto” ela tirava a neblina da minha mente e eu comecei a entender o que Charlie Brown queria dizer com “Só os loucos sabem”.

“E pelo que eu vejo...” ela se arrumou para me olhar frente a frente.

“O jeito que você falou dele com tanta intensidade, o jeito que você olha pra ele...o jeito que ele foi te conquistando aos poucos, o jeito altruísta com você...o jeito que ele te beijou” me assustei com o fato dela saber que eu já tinha os beijado, que já tinha acontecido alguma coisa, eu não tinha contado.

“Ah, qual é ?! Tá na sua cara!” ri. “Acho que você já sabe de quem estou falando...de quem seu coração fala” sorri, a abraçando.

“Mas e se for só de mim mesma? E se eu fizer besteira? E como eu vou contar pro outro o que eu sinto? Como posso magoar um deles?” falei, chorosa em seu ombro ainda no abraço.

Ela me pegou pelos ombros e me fez a fitar. “Existem coisas que a gente descobre sozinha” e então desligou a luz do abajur, me obrigando a dormir.

Naquela noite agradeci por ter uma amiga tão louca, uma amiga que estava comigo a todas as horas.

Agradeci por ter uma louca sábia.


Notas Finais


E é isso por hoje meus anjos, joguei no ar aí e vcs fiquem com suas conclusões KKKKKK Até amanhã no próximo capítulo amores s2


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...