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História O Professor - Capítulo 22


Escrita por: Luhander

Capítulo 22 - Capítulo 22


Fanfic / Fanfiction O Professor - Capítulo 22

Os dias se passavam devagar, viver parecia mais um fardo do que um benção para Sakura, que se perguntava diariamente como aquilo tudo fora acontecer. Ela não conseguia calcular a dor que sentiu ao ver a mulher que amava sair pela porta da frente de sua casa, só voltar para assinar a carteira de demissão.

                Sentia falta de quando voltava para casa e encontrava longos fios negros correndo pela casa atrás de sua pequena que a perseguia com um sorriso grandioso, sorriso esse que havia sumido a alguns dias. Sasuke não saía mais de seu escritório nem para comer, mas a mulher sempre o levava algo e Sarada ia todas as noites para conversarem.

                Os dias ficaram mais frios com a mudança de clima, o outono vinha agressivo e os castigava com as temperaturas baixas.

                Naquele dia, Sakura tirou de folga para refrescar sua mente, sentia que estava enlouquecendo com tanto silêncio. Decidiu fazer uma caminhada pelas calçadas mais barulhentas da cidade, precisava ver gente.

As calçadas molhadas pela chuva recente, folhas amarelas, laranjas e vermelhas jogadas ao vento que pairava calmo. O sol tinha se escondido durante todo o dia atrás de grossas nuvens, mas agora tendia a aparecer através de finas gotas d’água que caiam do céu.

E foi nesse momento que tudo aconteceu tão devagar. Depois de longos e terríveis meses lá estava ela, do outro lado da rua, seus cabelos voavam com a força do vento enquanto eram refletidos pela luz do sol, sua pele branca reluzia com os reflexos das vitrines e muitos carros que passavam na hora. Seu sorriso continuava o mesmo, tão lindo na opinião da mulher que admirava a distância.

Seu coração mal aguentava de tanta saudade. Sua vontade era de sair correndo, desviando de todos aqueles carros que corriam pela rua, apenas para poder sentir seu cheiro novamente, tocar sua pele e dizer o quanto sentia sua falta. Vontade essa que morreu assim que percebeu a presença de outro alguém a acompanhando.

Durante esse tempo todo, Sakura ficara tão hipnotizada com a beleza de sua amada, que acabou nem percebendo a inconveniente presença ao seu lado. Tinha longos fios loiros, um olho incrivelmente azul e um sorriso tão aberto quanto o de Hinata.

Se sentia mal em ficar olhando, mas precisava continuar, precisava entender o que estava acontecendo. O porque delas rirem tanto juntas, o porquê das duas estarem de mãos dadas e o porquê do beijo.

Hinata havia parado em frente a uma loja de artigos infantis e se virado para loira, apenas para lhe roupas um beijo de despedida.

Sem mais aguentar, Sakura correu em meio a toda aquela multidão e uma coisa estava certa pra ela naquele momento:

Sentia falta do silencio.

 

Conforme ia escurecendo os pensamentos ficavam mais barulhentos do que antes. Hoje Sasuke tinha saído para o trabalho, depois de tanto tempo trancado, e quando cheguei em casa encontrei-a vazia. Sarada correu para o quarto dizendo que tinha que tomar um banho urgente pois um colega de classe tinha derramado refrigerante em sua perna e ela estaca completamente grudenta. Sakura não conseguiu segurar o sorriso ao ver a careta da menina.

Foi até o escritório do marido e viu a incrível bagunça que ali estava, pois em vez de contratar outra babá, colocaram Sarada em tempo integral no colégio, vindo uma faxineira apenas nos fins de semanas.

Não aguentando ver aquela bagunça, Sakura tirou o casaco que usava e começou a arrumar tudo que via.

-Sakura? – Se ouviu a voz grossa e desanimada, minimamente em dúvida, de Sasuke.

-Precisamos conversar. – Falou se levantando e segurando sua própria mão em nervosismo, para logo em seguida tentar arrumar os cabelos.

-Sobre? - Perguntou não muito interessado na resposta enquanto colocava suas coisas em cima do sofá recém arrumado pela menor.

-É que eu não aguento mais... – Disse e abaixou a cabeça fechando os olhos.

-Você...

-Quero divórcio, Sasuke. – Falou rápido, não dando tempo do marido terminar a fala.

Eu não quero o seu corpo

Mas odeio pensar em você com outra pessoa

Somebody Else - The 1975

Sakura nunca pensou que se divorciaria. Sempre cresceu pensando que amaria alguém acima de tudo, que se casariam, teriam filhos e no final, morreriam velhos um do lado do outro. Parece um sonho bem infantil e ingênuo, mas foi o sonho que a mulher cresceu tendo.

Sempre pensou ter encontrado sua alma gêmea, desde o momento em que tinha o visto pela primeira vez. O mundo é tão engraçado, mas de um jeito sem graça.

-Você... Porquê?  – Perguntou franzindo os cenhos.

-Não faça essa cara! – Disse brava. – Não tem que fingir espanto. Até quando iriamos levar com essa brincadeira de casamento? Todos sabem que você não me ama, nunca amou! Menos eu sabia disso... Mas você... você fingiu por tempo demais. – Ela tentava, mas conforme falava, sua garganta fechava e a dificultava a falar. Sua cabeça girava e seus olhos começaram a se umedecer.

-Só eu que fingi? – Perguntou logo depois de soltar uma risada irônica.

-O que você quer dizer com isso? – Sakura explodiu e o olhava indignada.

-Não se faça de idiota, Sakura. – Falou se aproximando da mulher. – Acha que me esconderia até quando o que você tinha com Hinata? – Perguntou sorrindo logo depois de ver as feições da mulher vacilarem. – Não diga nada, seu rosto já te denunciou. Mas sabe o que eu acho mais engraçado? – Perguntou dando meia volta e andando pelo escritório. – É que você, com todo o seu amor por mim, foi a primeira a me trocar. Já eu, que nunca senti nada, me mantive fiel o tempo todo. – Respirou fundo. – Bem, não por muito tempo... – Disse não deixando de dar um sorriso ao se lembrar do simples selar que recebera de Naruto, e dando graças por estar de costas para a mulher.

-C-Como assim? – Sakura soluçava, não por tristeza, mas porque estava desapontada consigo mesma. Aquilo que Sasuke falara era completamente verdade. A que mais tinha sentimentos no relacionamento fora a primeira a desistir dele, escolhendo outra pessoa.

Sakura foi injusta com Sasuke. Sabia que ele não a amava, mas mesmo assim continuou com o casamento. Mas pior que isso, começou um relacionamento com outra pessoa sem se divorciar, não pensou em Sasuke, ou se ele amava outro alguém, sendo impedido de ficar com tal pois tinha ética de se manter fiel.

-A alguns meses atrás conheci uma pessoa que até hoje rouba minhas noites de sono. – Falou olhando para baixo com um sorriso bobo nos lábios, mas que logo se desmanchou ao pronunciar as próximas palavras. – Mas nós não pudemos ficar juntos, pois sou casado. Pois eu tenho uma esposa, que eu acreditava plenamente que ainda me era fiel, pelo menos isso.

Sakura soluçava e colocava as mãos no rosto com tamanha vergonha que sentia de si mesma. Como não pudera pensar nisso antes? Se via tão sega ao se apaixonar por Hinata que nem por um segundo pensou em Sasuke. Só fora pensar nisso quando Hinata terminou consigo, e reforçou agora com as palavras que saíam pela boca do seu futuro ex-marido.

-Sakura, agora sou eu quem estou pedindo divórcio. Eu passei essas duas semanas preso dentro desse quarto tentando organizar a minha vida. – O moreno foi até sua pasta e tirou de lá uma pasta, que entregou a sua esposa. – Pode levar o tempo que quiser para ler, mas vou resumir para você. – Foi até sua bancada e começou a se servir de Whisky. – Vamos nos divorciar, você vai ficar com essa casa, o carro, mas eu quero poder ficar com a Sarada de Sábado a Terça e você de Quarta até sexta.

-O que? Porque? – Perguntou exasperada.

-Sakura você conviveu com nossa filha até hoje mais do que eu. Quero o tempo que perdi, quero me aproximar de minha filha, quero poder saber seus gostos, seus desgostos, quero que ela goste de mim do mesmo jeito que gosto dela. – Enquanto falava Sakura sentia seus olhos brilharem. Tudo que ela sempre quis foi que o marido amasse sua filha, que lhe desse atenção.

Sarada amava seu pai incondicionalmente, sempre querendo sua atenção de todas as formas, Sakura tinha até um pouco de ciúmes do sentimento que a menor sentia por seu marido, mas sabia como a menina se sentir, porque além de um péssimo marido, Sasuke era uma pessoa incrível, e ela sabia disso.

Depois de um sorrido sôfrego, Sakura assente:

-Tudo bem, n-não tem problema. – Gaguejou enquanto soluçava e abaixava a cabeça.

-Tiro minhas coisas daqui amanhã, agora tenho algo importante para fazer. – Disse bebendo seu whisky por completo e indo em direção a porta, mas não antes de chegar perto de Sakura e a beijar na testa. – Obrigado por tudo que tem feito até hoje, e obrigado pela Sarada. Foi a melhor coisa que alguém poderia ter feito por mim.

Sakura soluçou mais forte e o choro aumentou. Sasuke era incrível, agora sabia, mas quem havia o mudado dessa forma? Ele não era assim, era rude, insensível, nunca pensava no sentimento dos outros. Se isso tivesse acontecido a alguns meses atrás, o mais velho passaria por ela sem nem mesmo olhar para seu rosto.

E antes que o homem pudesse passar pela porta o chamou:

-Sasuke. – Ele virou e então a mulher perguntou: - Quem é a pessoa? Eu conheço?

-Você saberá em breve. – Falou sorrindo para logo depois sair de sua vista.

Depois de longos minutos parada no mesmo lugar, Sakura se sentou em uma das poltronas com a mão nos lábios.

“O eu vou fazer? ” Perguntou a si mesma.

Estava solteira novamente, mas o amor de sua vida estava com outra pessoa, pois tinha demorado demais para tomar uma atitude. Era tarde demais e o buraco em seu peito doía arduamente.

-O que eu vou fazer? – Se lamentou.

 

Não muito longe dali, Sasuke dirigia em alta velocidade, não se importando com as multas nem com as vida, pois do jeito que estava, poderia causar um acidente gigantesco com efeitos colaterais irreversíveis. Mas era seu dia de sorte, pois sua força de vontade falava amis alto do que o próprio universo. Seu sorriso brilhava mais que ele.

Dirigia para o lugar que a pouco tempo passou a decorar o caminho e o fazer durante boa parte de seus dias. Pegou seu celular e fez uma discagem rápida para seu irmão que não tardou a atender.

-Sasuke? O que houve? Você está bem? – Itachi perguntava com sua preocupação habitual.

-Itachi, amanhã não vou ao trabalho. – Avisou, mas seu tom de voz era empolgado.

-De novo? Porque?

-Não tenho tempo agora. – Disse quando estacionou o carro rente a calçada. – Te mando uma mensagem depois. Tchau. – Se despediu não dando tempo do outro fazer o mesmo.

Pegou o celular, a chave e trancou o carro, para logo depois entrar na portaria e se identificar para o porteiro no qual já era conhecido. Não foi difícil passar por lá, disse que queria fazer uma surpresa para o morador o que foi prontamente atendido.

O elevador parecia demorar mais hoje, se encontrava no 12º andar e até o térreo parecia não chegar nunca. Pensou seriamente em usar as escadas, mas se lembrou que demoraria e se cansaria mais ainda, por isso esperou impacientemente.

Assim que as portas metálicas se abriram, o moreno passou como um furacão e apertou o andar já bastante conhecido várias vezes. Acreditava fielmente que se apertasse várias vezes, o transporte iria mais rápido.

Quando chegou no andar desejado, correu para a porta branca do corredor, a única por sinal, já que as outras eram ou pretas ou de madeira.

Tocou a campainha compulsivamente e quando a porta se abriu seu coração bateu mais forte, suas mãos suaram, e aquele sentimento de estar em casa voltou como uma porrada no corpo.

Ali estava ele, mais bonito do que nunca, usava uma blusa branca regata, um casaco fino muito maior que seu tamanho e um moletom cinza claro. Seus cabelos estavam mais bagunçados do que se lembrava e sua cara de cansado estava incrivelmente fofa. O cheiro do café agora impregnava suas narinas o que não deixou de se perguntar o que o loiro faria com café a essa hora da noite.

Inconscientemente seu sorriso se alargou ao perceber que o loiro parecia um choque, mas também não tinha deixado de sorrir.

Naruto, depois de tanto tempo sem ver o moreno, não acreditava que ele viria lhe visitar em um dia tão inusitado e em um horário tão incomum quanto aquele. Mas ali estava ele, todo ofegante, desarrumado ainda com a roupa do trabalho, parado em sua porta com um sorriso idiota no rosto. Um sorriso que passou a amar mais que qualquer coisa.

-Sasuke? O que faz aqui? – Perguntou segurando o casaco, o fechando em seu corpo e se encostando na batente da porta.

-Vim e ver e dar uma boa notícia. – Sorriu mais ainda. – Posso entrar?

-Ah... – Disse relutante. – Claro.

-Naruto, quem está aí? – Foi possível escutar a voz de uma terceira pessoa vinda de dentro do apartamento.

O sorriso de Sasuke sumiu na hora e seu coração falhou uma batida. Seu olhos se arregalaram e sua boca se abriu minimamente, apenas para deixar todo o ar de seus pulmões saírem pela boca.

-Quem é esse? – Perguntou um ruivo que apareceu do lado do loiro.

-Quem é você? – Perguntou Sasuke indignado dando ênfase no “Você”

"A culpa é sobre algo que você faz.

A vergonha é sobre quem você é."

Opal Goldberg- Livro "Apenas um Garoto"

(Minha mais nova dolorosa paixão)



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