História O professor que eu (amo) odeio; jikook - Sua avó está...

Fiquei até que bem surpreso com a atitude dele e o jeito que ele estava falando, bem mais manso, calmo e sem aquele orgulho chato que eu odiava.

— Ahm… — pensei. — Eu te desculpo sim. E… me desculpa também por ter sido ignorante contigo, foi mancada da minha parte fazer todo esse drama só por causa disso.

— Aah que bom! — responde aliviado.

Ele estendeu a mão para um "aperto" e então eu juntei minha mão à sua. Ele balançou um pouco as mãos juntas com um sorriso e me puxou aproveitando a união e deu um meio abraço, dando tapinhas nas minhas costas logo em seguida.

— Valeu, cara.

— De nada, Jeon…

Depois de um tempo eu fui para casa e fui direto para o banheiro tomar um banho e logo esquentei o que tinha na minha cozinha que dava pra comer.

Jaehoon POV (a: FINALMENTE ALGUÉM DIFERENTE AQUI AEEEEE)

Vamos direto ao assunto: se eu fiz aquilo de propósito? Bem… mais ou menos. Fazia um tempo que eu não conversava com o Jimin então eu queria mesmo convidar ele para passar uma tarde juntos, mas se não tivesse todo esse rolo do Jungkook com ele, muito provavelmente eu o convidaria para uma cafeteria ou qualquer lugar que possamos conversar.

Eu sei, sou o avô mais legal do mundo, mereço uma salva de palmas, não?

Jimin é um bom garoto, uma pena que ele perdeu sua família cedo. Eles eram alvo de um bando de criminosos porque tinham dívidas uma vez que o irmão dele se envolveu com drogas e deixou de pagar os fornecedores, passando a perna por eles várias vezes.

Quando a tragédia aconteceu, sua tia acabou ficando com a guarda e cuidou muito bem dele, mas aquele sorrisinho disfarçado não enganava ninguém, então ela sabia que ele estava com indícios de depressão e consultaram com a Sun, minha amada. Criaram um laço muito forte e ficamos amigos, e desde então Jimin é muito grato por nós.

Eu não escolheria qualquer um para meu neto favorito, aliás, ele também é um menino de ouro; faz algumas escolhas erradas mas tem um coração transparente. Muito brincalhão e fiel, sempre foi muito humilde e agora continua sendo mesmo com toda essa riqueza que ele tem pela empresa de seus pais.

Tem uma coisa de que o Jungkook não sabe e eu não queria ter que contar, mas é praticamente inevitável: a morte de sua avó. Ela teve Melanoma mas quando descobrimos já era tarde e não tinha muito o que fazer, apenas aproveitar a vida enquanto ela ainda podia. Quando soubemos disso, eu fiquei extremamente abalado, inconsolável; permitimo-nos chorar e sofrer bastante, mas depois me toquei de que tinha que aproveitar até sua última hora de vida, então as últimas semanas dela foram agitadas e as melhores semanas da minha vida, mas ela teve que partir.

…

— Foi tudo ideia sua, não é, vovô? Tudo intencional!

— Nããooo!

— Ai, vovô! O senhor não tem jeito mesmo!

— Mas, e aí? — questiono me virando para ele. — Vocês se resolveram, rolou selinho, o que aconteceu?

— Ah, a gente só conversou e pá'. Bem que eu queria que rolasse pelo menos um beijinho, mas se eu fizesse isso, todo o discurso de desculpas seria em vão e ele ficaria ainda mais bravo comigo com certeza. — Contou e eu não pude deixar de rir, Jungkook era direto até demais para o meu gosto.

— Só você mesmo para fazer uma coisa dessas… como vocês ficaram tão próximos?

— O nosso santo não bateu de primeiro. Eu cheguei na aula atrasado com o Hoseok que eu tinha acabado de conhecer porque tive que ir com ele para a secretaria saber em que sala eu estava e era na mesma que a dele; Jimin ficou muito pistola e teve uma discussãozinha e com esse professor tão amado por todo mundo. A matéria dele é filosofia, e isso que ferrou minha vida, porque eu me dou bem com todas as matérias, menos filosofia. O senhor Kim fez um trato com a gente e nesse incluía ele me dar aulas extras de filosofia à tarde, já que meu resultado na primeira prova foi deplorável. Depois de uma discussão, ele veio entregar algo que veio para o correio do amigo dele, que é da casa ao lado, e aproveitou pra se desculpar comigo e aí sim viramos amigos de verdade, sem aquele ranço e olhares mortais que eram perceptíveis a quilômetros de distância. Em um desvio, me deu s louca e eu fiquei com vontade de beijar ele e assim o fiz, mas depois eu me arrependi porque ele começou a me evitar. Ufa! Resumi minha vida toda agora!

— Eu shippo muito vocês…

— Eu também haha — disse e rimos. — Boa noite, vovô.

— Espere, Kook! — chamei-o antes que dormisse; a hora de deitar era o momento mais íntimo entre nós dois, sempre foi. — Eu tenho que te contar algo.

Estava na hora de Jungkook saber disso, aliás, se soubesse depois seria pior. Muito muito pior.

— Pode falar, vovô!

— É sobre a sua avó, que você me perguntou aquela noite… bom… ela infelizmente não está mais entre nós, Kook… ela se foi alguns meses atrás.

— O quê… ?

— Ela foi diagnosticada com Melanoma depois de uma consulta no dermatologista e já era tarde demais; o câncer já tinha dominado grande parte do organismo. Não tínhamos mais o que fazer para impedir de que a morte chegasse à ela, e eu chorei até não poder mais… — disse e pude ouvir uma fungada, denunciando seu choro. — Aproveitamos os últimos meses dela e no fim aconteceu o já esperado, né? Sei que gostava muito da vovó, eu também amava muito ela, mas não há mais o que fazer, ela está num lugar com certeza bem melhor do que a Terra e é isso que importa.

Eu sabia que Jungkook nunca tinha perdido um parente próximo então ele certamente estava desolado. Eu entendo completamente o porquê de seu choro e não queria ter que contar para ele essa notícia num dia bom como aquele, em que ele tinha se resolvido com quem ele ama, mas eu não podia deixar para depois.

Para depois que ele perceber que minhas crises de falta de ar, cansaço excessivo e dores no peito não são apenas sintomas banais… eu estou com Cardiopatia grave terminal.