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História O Proibido (VOU REESCREVER) - Jogo? Jogo.


Escrita por: tha1

Capítulo 46 - Jogo? Jogo.


 

POV ANNABETH

 

— Bom, a Silena e o Charles tem um filho – Calipso perguntou. Thalia que estava bebendo água cuspiu tudo na mesma hora enquanto todas gargalhavam

 

— É mentira! – Silena riu e empurrou Calipso – Escrota

 

— Se quiser me matar do coração, avisa antes – Piper murmurou

 

— A novidade é que a Katie começou a dar uns amassos com um lobisomem aí e não quer nos contar quem – Hazel falou e Katie revirou os olhos. Seus cabelos azuis, da última vez que eu a vi batiam em seus ombros agora, batiam na bunda

 

— Não é isso! Só não é a hora ainda – Corou

 

— Sei – Thalia murmurou – Ah! Meu arco! Eu quero meu arco

 

Todas franziram as sobrancelhas 

 

— Dez anos atrás, quando vocês acharam meu arco na floresta a procura de Rachel, vocês o pegaram – Thalia falou 

 

— Então vocês estavam lá?! – Silena perguntou

 

— Em cima da árvore pra ser mais precisa – Thalia respondeu

 

Quando eu vi, Silena havia jogado um pó rosa que mais parecia glitter, eu e Thalia começamos a tossir

 

— Isso é pra vocês aprenderem – Ela resmungou

 

— Thals, seu arco está com Nico – Calipso disse pegando a mão de Thalia por cima de mesa – Terá que falar com ele

 

— Eu...

 

— Não precisa perdoa-lo – Hazel murmurou – Só perguntar 

 

Thalia abriu a boca pra falar mas no fim, apenas bufou e olhou para Nico que segurava Luke no colo e conversava com Percy que segurava Thalia. Martha conversava com Leo e Charles enquanto Frank e Jason conversavam entre si 

 

— Eu realmente não gosto dela – Calipso revirou os olhos

 

— Tem alguma coisa rolando entre você e Leo? – Perguntei e Calipso riu e balançou a cabeça negativamente

 

— Não, claro que não. Ela só é chata, quer mandar em todo mundo, fala mal de todo mundo que não seja demônio e já caiu na porrada com a Silena – Silena parou de encarar Martha e olhou para nós

 

— Ela falou do meu povo! – Silena falou um pouco alto. Todos eles olharam inclusive Martha. Silena fez várias raízes negras brotarem do chão fechando a passagem da cozinha 

 

— Ela conseguiu desafiar duas rainhas em menos de três anos – Calipso murmurou. Ela se referia a mim e a Silena 

 

— Percy, Nico e Jason não gostam quando nós falamos dela – Hazel falou – Acho que eles a veem como coitadinha ou coisa do tipo, pelo o que o Nico falou, ela não tem família 

 

— Ela tem um marido, acho – Katie falou – Mas, em toda reunião, só quem vem é ela 

 

— Que merda – Piper falou

 

— Sabe, essas raízes não são a prova de som – Ouvimos a voz do Leo do outro lado. Silena fez as raízes desaparecerem sem nem se mover e Leo sorriu – Annie, tem um cara na porta querendo falar com você

 

Olhei para as meninas franzindo as sobrancelhas e levantei do banquinho, passei por Leo que empurrou minha cabeça de brincadeira e entrei na sala. Mas eu não precisei olhar pra ver quem era já que Thalia e Luke berraram

 

— TIO NOLAN! – Thalia pulou do colo de Percy e Luke do de Nico e correram pra abraçar Nolan que se abaixou, abraçando-os 

 

— Não estamos nem um dia sem se ver – Nolan falou rindo

 

— Nolan – Me aproximei. Ele se curvou 

 

— Thalia esqueceu o urso – Ele entregou um ursinho de pelúcia na mão da garota que gritou e o abraçou. Ele levantou e eu dei um beijo na sua bochecha 

 

— Obrigada – Literalmente, ele tinha salvado a noite de todo mundo ali. Thalia berraria a noite inteira sem aquele bichinho

 

As meninas já estavam todas na sala e todos encaravam. Thalia e Piper se aproximaram de nós 

 

— Fala salvador de vida – Thalia mais velha abraçou Nolan que lambeu a cara da morena de palhaçada. Os gêmeos gargalharam e Thalia mais velha riu dando um soco em Nolan

 

— Estão me devendo dois chocolates da coleção de vocês – Ele apontou pros gêmeos que mandaram língua pra ele

 

— Fez uma aposta com duas crianças de dez anos? – Perguntei rindo e ele assentiu. Ele beijou a testa de Piper e Jason arranhou a garganta

 

— Ah! Pessoal, esse é o Nolan – Falei e depois ri – Meu ajudante

 

Ouvi Percy respirar fundo, sorri de lado. Ele se curvou para Silena, Charles, Calipso, Katie e Percy. O resto, ele cumprimentou com um aceno

 

— Tio Nolan, descobrimos quem é o nosso pai! – Luke berrou do outro lado da sala pulando no colo de Leo. Nolan olhou para Leo e levantou as sobrancelhas me olhando e eu ri

 

— Não – Eu me aproximei de Nolan e peguei sua cabeça com a mão direcionando a Percy 

 

— Ah 

 

Luke e Thalia puxaram Nolan para fora depois de um tempo

 

— Os gêmeos gostam mesmo dele – Hazel observou 

 

— Você não faz ideia – Murmurei

 

— Cadê o Leo? – Percy perguntou emburrado

 

— Eu sei que Calipso foi tomar banho. O Leo eu não faço ideia – Katie falou 

 

POV CALIPSO 

 

Envolvi sua cintura com as minhas pernas e ele me pegou no colo entrando no quarto. Eu o beijei novamente passando a mão pelo seu cabelo. Nossas línguas dançavam juntas. Ele me colocou na cama e ficou por cima de mim. Ele começou a beijar meu pescoço e a dar chupões 

 

— Por que estamos escondendo isso das pessoas? – Falei ofegante 

 

— Não sei – Ele respondeu e me beijou novamente – Você que sugeriu isso

 

Ele tirou minha camisa e me observou sorrindo e voltou a me beijar. Ele mordeu meu lábio e eu desci os beijos pro seu pescoço

 

— Leva esse shampoo pra Calipso que eu peguei o dela – Empurrei Leo de cima de mim e ele se enfiou debaixo da cama. Corri pro banheiro e ouvi a porta sendo aberta

 

— Calipso! – Silena bateu na porta do banheiro – To com o seu shampoo

 

— Eu não lavei o cabelo – Abri a porta do banheiro e me ajeitei como se eu tivesse acabado de colocar a roupa 

 

— Colocou a mesma roupa? Que nojo Calipso! – Silena reclamou e Annabeth entrou no quarto com Thalia e Luke. Ai meu deus.

 

— A porca – Thalia mais velha murmurou

 

— Vai a merda – Falei e sentei na cama 

 

Thalia e Luke subiram em cima da cama pulando até Thalia empurrar Luke no chão. Gelei. Leo estava debaixo da cama 

 

— Luke! – Gritei e o pequeno que era literalmente Percy mais novo. Chegava a ser assustador. O pequeno me olhou e Thalia desceu da cama se abaixando do lado de irmão. Minha pressão caiu quando a pequena gritou

 

— OI! – Ela olhava pra de baixo da cama

 

— AH – Todos me olharam inclusive Thalia mais nova – Vamos todos sair do meu quarto, bora! Agora!

 

Peguei Thalia no colo e o Luke nos acompanhou. Annabeth riu e pegou Luke no colo e Silena falava coisas que eu não fazia ideia. Quando todos saíram do quarto, ele saiu debaixo da cama rindo

 

 

— Já ta na hora de nos assumirmos – Ele falou e eu o beijei 

 

— Sai pela varanda – Falei o empurrando. Ele deu um tapa na minha bunda e vários selinhos – Leo! Agora! 

 

Leo riu com o tradicional sorriso malicioso e pulou para a grama do quintal de entrada. Mordi o lábio rindo e sai do quarto 

 

 

POV THALIA

 

 

Eu respirava fundo várias vezes

 

— Vai logo – Piper murmurou no meu ouvido 

 

— Shiu – Falei encarando Nico que ria com a pequena Thalia no colo. Sorri com a cena 

 

— Você já perdoou ele? – Katie perguntou comendo uma maça

 

— Sei lá – Katie riu pelo nariz

 

— O tempo cura tudo – Katie falou e me olhou – Mas ele não vai vir aqui falar com você, Thalia. Na cabeça dele, você o odeia e é isso que o destrói 

 

— Como você disso? – Piper olhou pra Katie

 

— Somos parentes dos lobos e cachorros. Lobisomens consegue ler as emoções dos humanos. Nico está triste, Percy está completamente destruído assim como Jason e piorou quando eles viram vocês – Ela disse e jogou a maça para Piper. Ela levantou e foi brincar com Luke 

 

Bufei e sai com raiva em direção ao quarto. Mas pra variar, me perdi. Explicando, a mansão era encantada, quase como se tivesse vida, basicamente, ela te levava para o lugar que ela queria que você fosse. Abri a única porta daquele corredor e reconheci o quarto imediatamente, era o quarto em que eu decidira ir embora há 10 anos atrás. O quarto que Nico se ajoelhou chorando. Bufei e fui em direção a floresta

 

— Acho que eu tenho uma coisa que é sua – Pulei com o susto. Nico estava de pé na minha frente com a adaga na mão. Me aproximei e peguei com cuidado. A adaga se transformou em arco e logo voltou a ser adaga quando eu desejei que ela virasse

 

— É... – Falei sem jeito

 

— Então... Annabeth teve gêmeos – Ele falou e eu sorri 

 

— É... vivemos por eles agora – Falei 

 

— Mas por que vocês querem ou...

 

— Claro que é porque nós queremos – O interrompi – Annabeth nunca nos obrigou a cuidar dos gêmeos, ela sempre soube que era uma responsabilidade dela 

 

— A menina é linda – Ele falou mudando de assunto

 

— Ela é

 

— Ela me lembra Bianca. Na aparência no caso – Olhei pra ele. Eu tinha certeza que ele não era o único que achava isso, inclusive eu achava. Thalia tinha cabelos gigantes e negros, era branca que nem Annabeth. A única coisa que diferencia a pequena de Bianca era o caráter e os olhos

 

— Por que Bianca era daquele jeito, Nico? – Perguntei e ele respirou fundo

 

— Desde que ela nasceu até quando Percy a matou, ela sempre achou que nossa mãe me amava mais – Franzia a sobrancelha e ele suspirou. 

 

Bianca era um assunto delicado pra ele. Ele se aproximou e se apoiou na varanda do meu lado 

 

 

— Nunca tivemos uma figura paterna amorosa – Ele começou – Então, nossa mãe era nossa deusa. Nossa amada. Mas, Bianca sempre teve aquele jeito. Manipuladora e audaciosa, má. E minha mãe percebia isso e com o passar do tempo, Bianca foi levando muito mais bronca do que elogios pelas coisas que ela fazia. Então ela passou a querer impressionar meu pai e não minha mãe. Só que meu pai nos via como soldados e não como filhos e para atrair a atenção dele, ela se tornou a pessoa que ela era. Perfeita porém usava a perfeição pro mal. 80% da natureza dos demônios é má e 20% é boa. Cabe ao demônio escolher a parte vai alimentar. A maioria não resiste e escolhe a natureza má, como Percy escolheu no início da vida dele apenas pra impressionar o pai e foi exatamente o que Bianca fez apenas para impressionar nosso pai mas diferente de Percy, ela não mudou e morreu assim

 

Ficamos um tempo calados e olhando para a floresta. Não era um silêncio constrangedor, estava mais para um silêncio calmo

 

— Você manteve contato com Jason, não foi? – Ele perguntou e eu assenti – Manteve com a sua mãe? 

 

Neguei

 

— Eu quero distância – Falei e ele suspirou

 

— Espero que um dia você possa me perdoar. Eu tinha prometido pra Percy e...

 

— Eu sei, Nico. Eu sei – Falei e ele abaixou a cabeça. Seus olhos pretos refletiam as estrelas. Havia escurecido rápido – Não posso esquecer o que aconteceu mas Katie falou que o tempo cura tudo e eu concordo. Eu não sinto mais nada em relação a você. Não sinto raiva, não sinto ódio, não sinto nada. 

 

Era mentira. Eu ainda era completamente apaixonada por ele mas eu deixaria ele perceber isso

 

— Você está mentindo – Ele disse sorrindo de lado. Olhei pra ele assustada

 

— O que?! 

 

— Thalia, eu me alimento das emoções das pessoas. Eu consigo sentir as suas – Ele disse quase convencido demais

 

Porra, todo mundo sentia as emoções de todo mundo ali? 

 

— Privacidade, por favor? – Falei e ele riu. Eu ri também. 

 

— Vem cá – Ele puxou minha cintura e eu o abracei

 

— Isso não significa que eu te perdoei – Falei

 

— Está mentindo

 

— Vai a merda! – Falei e nós rimos ainda abraçados. Ele olhou pra mim e eu arregalei os olhos – Perto demais! 

 

Falei e me virei, ele puxou minha mão e abraçou minha cintura. Eu envolvi seu pescoço com as minhas mãos e rindo, ele me beijou

 

 

POV RACHEL 

 

 

Coloquei a bandeja na mesa e Quione me olhou sorrindo. Ela pegou o prato dela e Bianca pegou seu suco

 

— Mais alguma coisa? – Perguntei e Bianca me olhou. Estremeci

 

— Mais alguma coisa o que? – Bianca perguntou com a voz fria. Seus cabelos batiam quase na bunda, ela vestia um short e um top pretos 

 

— Senhora. Mais alguma coisa, senhoras? Desculpe – Abaixei a cabeça e ela negou 

 

Me virei para ir pro meu quarto mas Bianca soltou um muxoxo. 

 

— Eu já te ensinei como sair, não já? Está desaprendendo, será que precisa de mais punições?

 

— Não! Não senhora. Desculpe – Falei e ela riu. Me curvei e me virei. Entrei no meu quarto e enfiei a cara no travesseiro gritando. 

 

Dez anos. Quatro meses. Três semanas. Seis dias. Nove horas. Vinte minutos. Trinta segundos que eu havia sido mantida presa. Sim, presa. Dez anos atrás quando eu havia chegado no castelo encontrei com Bianca e pedi um tempo a Quione falando que eu precisava pensar, nesse pequeno tempo, Quione colocou um feitiço no castelo que o tornou minha verdadeira prisão. Eu não conseguia nem pular pela janela pois o feitiço para me aprisionar era tão forte que eu não conseguia quebrar e pra completar, eu era a escrava delas, minha recompensa era um prato de comida no final do dia e se eu fizesse alguma coisa errada a punição era... estremeci e levantei. Entrei no banheiro e tirei a roupa. A enorme cicatriz da batalha contra os lobisomens ainda atravessava minhas costas todas, eu estava tão magra que todas as minhas costelas apareciam, meu cabelo nos primeiros dois anos não tinha parado de cair então sim, eu tinha ficado careca mas Quione disse que eu estava tão ridícula que me deu uma poção e meus cabelos cresceram novamente mais ruivos que nunca. O pior de tudo isso era que eu não conseguia usar meus poderes, a barreira que me impedia de tudo, me impedia inclusive de usa-los. Dez anos que eu não via nenhum dos meus amigos, se arrependimento matasse, eu já estaria morta há dez anos. Achei que Quione me acolheria mesmo com todo o nosso passado e nunca estive mais errada. Quione e eu éramos fantoches de Bianca. Gritei e soquei o espelho que quebrou na minha mão. Minha mão começou a jorrar sangue mas eu não me importei. Tomei banho e coloquei uma roupa qualquer e envolvi uma toalha na minha mão para tentar fazer o sangue parar de jorrar

 

— Posso saber por que quebrou seu espelho? – Bianca entrou no quarto 

 

— Foi um acidente, senhora – Falei e ela direcionou o olhar pra minha mão 

 

— Ah foi? – Ela perguntou e pegou meu braço. 

 

— Bianca, por favor, não! Bianca! 

 

— Você está muito mal criada – Ela disse e apertou meu braço. De repente seus olhos ficaram completamente negros e seu poder demoníaco começou a deslizar pelo meu braço e a queima-lo. Eu berrei. Segundos depois, ela me soltou e parou na porta do quarto antes de sair e falou – Comporte-se 

 

Eu não tocava no meu braço que em algumas partes estavam em carne viva ou com pus. Levantei e fui pro banheiro e tentei lavar mas a dor era insuportável. A porta do quarto se abriu e eu estremeci mas Quione apareceu na porta do banheiro segurando uma pomada. 

 

— Sai de perto de mim! Por favor! – A palavra que resumia o que eu sentia era pânico. Quione negou e colocou um pouco de pomada na mão e segurou meu braço, eu berrei

 

— Cale a boca 

 

Eu chorei. Ela começou a passar a pomada que eu não fazia ideia do que era e a dor foi amenizando. 

 

— Criei essa pomada quando ela usou os poderes em mim – Ela disse passando com delicadeza 

 

— Por que está fazendo isso? – Perguntei. Ela me olhou e enfiou a pomada na gaveta 

 

— Você não é a única que está farta de Bianca. Fique com essa pomada – Ela disse e bateu a porta do quarto. Eu tinha a respiração pesada enquanto encarava a porta. Uma década. Uma porra de uma década aturando isso. Uma década presa naquele castelo, sentindo apenas o gelo. E eu tinha tentado de todos os jeitos sair dali mas quando eu se quer tocava na barreira, ela me queimava mas depois de um tempo, nenhuma queimadura ou hematoma se comparavam aos machucados do poder de Bianca 

 

Deitei na cama e dormi. Acordei e tinha pão com um copo d’água na minha bancada. Franzi as sobrancelhas, eu nunca tomava café da manhã ali. Talvez fosse algum teste. Levantei e sai do quarto indo pra varanda 

 

— Por que não comeu? – Quione perguntou me dando um susto. Eu me curvei tremendo – Não precisa se curvar quando Bianca não está, ela saiu pra caçar, deve voltar em uns dois dias 

 

— Não foi assim durante dez anos, Quione. O que está fazendo? 

 

— Eu acordei. Mas Bianca, ainda sem treinar, é extremamente poderosa, não posso fazer muita coisa mas posso te ajudar a sair daqui 

 

— Está mentindo – Voltei a tremer – Isso é um teste. Eu não quero sair daqui! Eu não quero sair daqui!

 

— Quer parar? – Quione pegou meu braço e eu berrei de dor. Ela bufou

 

— EU NÃO QUERO SAIR DAQUI! EU NÃO QUERO SAIR DAQUI! 

 

— RACHEL! – Quione berrou e eu olhei pra ela que franzia as sobrancelhas – Rachel... o que aconteceu com você? 

 

Quione tinha uma expressão de tristeza. Limpei uma lágrima que caiu e voltei para o quarto, peguei a bandeja com comida e joguei no chão e comecei a pisotea-la. Alguns minutos depois Quione entrou no quarto e sentou na beirada da cama

 

— Ok, isso é um teste – Olhei pra ela – Se o teste fosse sair eu te daria essas dicas

 

— Não quero sair! 

 

— É apenas um teste, você nunca vai sair – Quione disse desviando o olhar – Vamos fazer tipo um jogo, ok? 

 

Assenti

 

— Então vamos supor que sair daqui fosse um jogo e se eu fosse você, eu chegaria perto de Bianca e gritaria o nome de Annabeth. Lembra quem é Annabeth?

 

Assenti. Annie...

 

— Um dos poderes de Annabeth é entrar na mente das pessoas e no jogo, você precisa chama-la. É o único jeito de você vencer, no caso, precisaria de ajuda. Você precisa de Annabeth. Na minha teoria, teoria da criadora do jogo, toda vez que Annabeth entra na mente de alguém, mesmo sendo só superficialmente ou quando entra mesmo, eu acredito que ela crie um tipo de... conexão. Li isso em alguns livros mas não sei isso pode se aplicar aos poderes de Annabeth mas não custa tentar. É como se ela ainda estivesse na mente da pessoa, ou melhor, como se ela tivesse deixado um pedaço dela na mente da pessoa mas Annabeth não sabe disso, não faz nem ideia já que é minha teoria mas dificilmente teorias minhas estão erradas 

 

— Annabeth não conseguiu entrar na mente de Bianca – Murmurei

 

— Na verdade, Annabeth não conseguiu acessar as memórias de Bianca mas superficialmente ela entrou sim

 

— Mas eu não quero sair

 

— Estamos em um jogo, Rachel! – Ela disse – E Bianca está jogando também

 

— Jogo – Repeti

 

— Sim, um jogo. O jogo vai começar quando ela punir você mais uma vez – Quione disse e eu arregalei os olhos

 

— Mas eu não fiz nada! Eu juro! Não, não, não. Eu fiz tudo que ela pediu essa semana, por favor, nã...

 

— É um jogo! E ela quer jogar o jogo, entendeu? – Assenti tremendo – E se ela quer, você...?

 

— Faz – Completei e ela assentiu

 

— Então, você vai jogar um prato no chão, não sei... Tudo parte do jogo – Assenti – E ela vai ficar brava e então você grita por Annabeth. Mas você tem que querer gritar, tem que querer chama-la. Consegue fazer isso? Você sente falta dela, não sente?

 

— Jogo

 

— Isso – Ela levantou e materializou um livro começando a ler – Aqui diz: quando um demônio usa suas chamas do inferno, poder demoníaco no caso, é a hora que ele está em total conexão com a mente

 

— Existe alguma coisa mais poderosa que isso? 

 

— O que? Mais poderosa que o poder demoníaco? – Ela me olhou depois folheou o livro – Aqui diz que os demônios tem acesso a duas chamas, dois poderes demoníacos. A chama preta e a roxa – Ela continuou a ler – A chama preta que pode ser acessada por qualquer demônio com extremo poder e a roxa que só foi vista um vez quando foi usada pelo primeiro demônio de todos, o mais poderoso

 

— Achei que Percy fosse o demônio mais poderoso de todos

 

— Esse livro é antigo. Percy não tinha nascido ainda 

 

— Mas Percy é o mais poderoso agora – Falei 

 

— Talvez não tão poderoso como o primeiro? Ou existe um demônio mais poderoso que ele? Ou ele só não saiba da existência dessa chama então não faz questão de usa-la? Ou ele sabe e possui mas não usa? São muitas opções Rachel, não complica. Enfim, entendeu o jogo?

 

— Jogo

 

3 DIAS DEPOIS 

 

— Estou esperando você colocar a comida de Quione, Rachel! – Ouvi Bianca gritar e eu tremi. Jogo. Jogo. Jogo. Bianca também estava no jogo. Quione havia me falado que o jogo começava hoje. Respirei fundo e olhei pro meu braço já cicatrizado pela pomada de Quione

 

— Não! – Eu apareci na varanda. Era tudo um jogo. Ela iria usar o poder e eu ia gritar por Annabeth e depois tudo voltaria ao normal, como tem sido nos últimos dez anos. Esse jogo era um desejo de Quione e eu e Bianca cumpriríamos em forma de agradecimento. 

 

— Como é que é? – Bianca me olhou franzindo as sobrancelhas

 

— Não vou levar comida nenhuma! – Falei olhando em seus olhos. Ela levantou e eu estremeci. Ela parou na minha frente

 

— Repete 

 

— Eu não...

 

Me rosto ardeu quando sua mão foi de encontro com ele. Isso não estava no jogo, será que ela estava improvisando?

 

— Eu disse, repete.

 

— Não vou colocar a comi...

 

Um chute na minha barriga. Quione se levantou com a expressão preocupada

 

— Bianca, só use os poderes – Quione disse e Bianca sorriu 

 

Ela me deu mais três tapas e me levantou pelo pescoço me enforcando. Ela cravou suas unhas no meu braço e as chamas começaram a sair. Eu berrei e olhei com desespero pra Quione, que estava atrás de Bianca, ela assentiu. Parei de berra e tomei fôlego e dei o grito mais alto que eu já tinha dado. Foi tão alto que Quione tampou os ouvidos 

 

— ANNABETH! – Berrei tanto que minha garganta ardeu

 

POV NARRADOR  

 

Percy dormia na poltrona enquanto Annabeth e os gêmeos ocupavam sua cama. Total escolha dele. Todos ali dormiam tranquilamente. 

 

— ANNABETH! 

 

Annabeth abriu os olhos

 


Notas Finais


ps: Piper e Jason vao ficar pro proximo capitulo
EAIII CONTINUO????


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