Seis dias depois, Christopher levantou-se cedo, indo direto para o hospital, sua rotina de trabalho estava cansativa, mas ao menos estava preenchendo o vazio da sua vida solitária, ao menos ele pensava dessa forma. O dia correu rápido entre uma consulta, cirurgias e casos emergências. A noite chegou como à jato, e logo estava saindo do banheiro do seu consultório, quando ouviu batidas na porta, e logo foi abrir.
— Ao que devo a visita ilustre?
— Pensei que você já tivesse ido para casa. – entrando.
— Estou indo agora. – desanimado.
— Que cara é essa? O que houve?
— Além do cansaço? Nada.
— Christopher, você irremediavelmente está precisando de uma mulher na sua cama com urgência.
— Vai se foder, Christian. Mania chata do caralho de querer cuidar da minha vida sexual. – revirou os olhos.
— Cara, a quanto tempo você não transa?
— Você está realmente me fazendo essa pergunta? – Christopher o olhou incrédulo.
— Claro, vamos, estou esperando. E não vale suas masturbações.
— Você não vale nada, Christian. Não sei, uns dois meses? – Afirmou em dúvida.
— Caralho, Christopher, você está virgem novamente. Vamos resolver isso, e não será eu que farei isso. – Christian gargalhou. – Vamos a boate mais famosa da cidade, você escolhe uma garota, tira seu atraso e depois vamos embora.
— Que?! Não vem com essa. Você sabe que não tenho nenhum preconceito em relação as meninas, mas não é uma opção pra mim.
— Para com isso, cara. Vamos lá, uma vez apenas. Amanha você pode ser o ocupante de uma maca dessas e não terá aproveitado a vida.
— Belo argumento, Christian. – Christopher riu sarcasticamente. – Mas, não.
— Você é um caretão do caralho, Christopher. – Christian revirou os olhos, bufando. – Vamos ao menos me acompanhar? O Alfonso não pode ir, senão a Any esgana ele. – riu.
Christopher o olhou como se analisasse seu pedido.
— Vamos! É so para acompanhar. Sem pressão para você pegar uma daquelas gostosas. A não ser que você não resista. – riu – Mas vamos cara, companhia. Não me deixa sozinho nessa.
— Sem pressão? – Christopher arqueou as sobrancelhas.
— Juro, sem pressão. – Levantou as mãos.
— Ok, tudo bem. Que Deus me ajude a não me arrepender dessa merda que eu vou acabar de fazer.
— Deixa de frescura.
**************************************************
— Não quero mais ouvir seus questionamentos, Dulce Maria. São penas negras, ou RUA! Amanha, não quero chegar aqui e encontrar você como uma novata, está me entendendo? Caso insista em não querer seguir as regras, roda você e a Maite.
— Não a coloque nessa situação, Cristovão. – Dulce o olhou ferozmente.
— Vocês que se colocaram! Já avisei centenas de vezes, você não é diferente das demais. Não vou perder a moral no meu próprio negócio porque você quer se fazer de puritana. – Jogando o cigarro no chão, amassando-o com os pés. – Faça o que eu digo, ou será seu pescoço a ser amarrotado pelos meus pés. – Saiu.
— DROGA! – Dulce tomou uma lufada de ar, engolindo o choro que estava por vir. – Estou fodida! Então é isso que me resta?! Virar prostituta?! – Olhou para o teto. – Vocês não poderiam ter feito isso comigo, terem me deixado sozinha, assim. – Limpou as lágrimas que já caiam.
— Dul? – Maite bateu na porta e adentrou sem esperar autorização – Ouvi toda a conversa. Não quero que se apegue a essa realidade por minha causa.
— Não é so por você, Mai. O que vamos comer se sairmos daqui? O mercado de trabalho é nefasto. Dizem que dão oportunidade mas não dão. Eu fui uma filha da puta por não ter estudado como minha mae tanto insistiu. – revoltada – não estaria nessa situação inescrupulosa.
— Não é assim. Você sabe que não teve culpa de nada que aconteceu, Dul, olha pra mim. – Segurando a face de Dulce – Não surta. Nós já tínhamos passado dessa fase, lembra?
Dulce confirmou com a cabeça e enxugou novas lágrimas que corriam em seu rosto.
— Você precisa ir para o palco. Ergue sua cabeça, é a sua vez. Vou ficar aqui pensando desesperadamente no que posso fazer.
— Obrigada, May, não sei o que faria sem você – abraçando-a – Irei me despedir das minhas penas brancas. – Suspirou, olhando-se no espelho, colocando as penas em seus cabelos, e a mascara que compunha seu figurino naquela noite.
Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.
Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.