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História O Quarto Massacre Quaternário: Dangerous Mad - Segundo dia de Jogos Vorazes


Escrita por: MiniNicc

Notas do Autor


BOA LEITURA, AMORESSSS.

Edit1: Imagem meramente ilustrativa dos paraquedas que os tributos recebem na Arena.

Capítulo 7 - Segundo dia de Jogos Vorazes


Fanfic / Fanfiction O Quarto Massacre Quaternário: Dangerous Mad - Segundo dia de Jogos Vorazes

 

 

PDV NARRADOR

 

- Qual a sua opinião pessoal até agora, Caesar? _a voz de Claudius Templesmith soou curiosa, e divertida.

Enquanto Caesar Flickermann era o âncora oficial da Tv Panem e narrador oficial dos Jogos Vorazes há mais de 30 anos, Claudius o seguia como comentarista. Todos os anos, veementemente, os dois se reuniam atrás da bancada localizada no estúdio da emissora, e narravam em tempo integral as edições. A transmissão era feita para a Capital e todos os Distritos, durante 24 horas do dia. Os dois faziam apenas breves intervalos, e revezavam para poder dormir um pouco, se alimentar, e se banhar. Tudo ali mesmo, no estúdio. Eram muito comprometidos com a causa, e se os tributos conseguiam aguentar 3, 4 ou até 5 dias dentro da Arena em condições degradantes, porque eles também não conseguiriam? Sendo que eles ainda tinham o privilégio de ter o que comer e beber do melhor, ar condicionado no estúdio, e travesseiros para descansar as costas.

- Eu estou até agora espantado, Claudius. Nunca em toda a minha experiência com os Jogos Vorazes eu vi a Cornucópia ser destruída dessa forma, e logo no início _ele comentou, com a sua voz característica de narrador. Era tão clássico ouvir sua voz falando sobre os Jogos. Era sua especialidade. Todos os anos. Metodicamente.

- Eu tive a impressão desde o início que esses jogos seriam diferentes. Teriam algo a mais. E eu estava certo _o comentarista continuou, servindo um copo de água para ele e o âncora, seu amigo de longa data.

- Realmente, meu caro companheiro. A popularidade dessa Edição já estava alta antes mesmo de começar, tanto é que nossa audiência explodiu. Estamos na capacidade máxima, vejam _ele gesticulou, apontando para os dados da emissora.

Os pontos de audiência estavam estourando, mostrando que absolutamente todo o país estava sintonizado para acompanhar. Assim como todo reality show ou programa de televisão, algumas edições têm mais popularidade, e outras menos. A 97ª e 98ª Edição, por exemplo, foram consideradas entediantes pelo povo da Capital. Pouquíssimos tributos chamaram atenção e angariaram grandes torcidas para si. Isso faz a audiência baixar, e a comoção pelo país cai de nível. Entretanto, a Edição desse ano estava bombando. Possivelmente pela qualidade dos tributos. Não tinha nenhum participante com menos de 14 anos, o que em si já tornava os Jogos um pouco mais disputados. Mais acirrados. A 98ª Edição fora recordista de crianças de 12 e 13 anos. Mais de sete tributos tinham entre essas duas idades. O vencedor fora um Carreirista do Distrito 1, que praticamente não teve muito trabalho. Só esperou os seus próprios companheiros Carreiristas se matarem entre si, e depois caçou com facilidade os mais fracos. As crianças. Que eram muitas. Já nesta Edição, a 99ª, além dos tributos serem mais velhos e aparentemente mais fortes e preparados, ainda existiam 5 voluntários. Cinco pessoas que escolheram estar ali, ao invés de serem sorteadas. Por confiar no seu potencial. Ou por qualquer outro motivo. Esse acontecimento era raro. Quatro carreiristas, e a garota do Distrito 4. E isso simplesmente deixara a população extremamente ansiosa, entusiasmada e enlouquecida. Torcendo por seus favoritos, apostando, acompanhando dia e noite. Em todos os momentos. Era como se tivessem sentido saudades de uma Edição movimentada e bem disputada. Estava em falta há uns três anos ou mais já. Caesar particularmente relembrava-se que os últimos jogos a terem tanta popularidade assim fora a 95ª Edição. O vencedor fora Erik Night. Do Distrito 4. O famoso Erik Night, idolatrado na Capital.

- Haja coração, viu Panem? Apertem os cintos que a 99ª Edição dos Jogos Vorazes está só no início. Tem muita água pra rolar embaixo dessa ponte ainda _Claudius comentou, fazendo seu teatrinho de apresentador e comentarista. Interagindo com o público do outro lado do televisor, sendo simpático.

- Falando em água, Claudius. Que Arena magnífica os Idealizadores nos presentearam esse ano, hein? O nome oficial que me passaram aqui foi Ilha do Medo. De arrepiar _Caesar falou, soltando sua risada tradicional e espalhafatosa.

- Parece que é um arquipélago de seis ilhas, e todas desembocam na Ilha Central, onde fica ou ficava localizada a Cornucópia antes de ser destruída. E o interessante é que os fragmentos de terra que ligam uma a outra, desaparecem. Você percebeu isso também? _o comentarista gesticulou para Caesar, enquanto a tela do programa mostrava um cut de cena do momento em que a plataforma pedregosa que interligava a ilha principal com uma ilha mais a oeste simplesmente submergiu, sumindo.

- Isso aí é uma beleza para pegar de surpresa aqueles tributos que não prestam atenção nos detalhes. As plataformas aparecem e somem sempre na mesma ordem, uma após a outra, com intervalos de poucos minutos. Quem for esperto e observador vai ter vantagem, viu? Assim como quem sabe nadar _Caesar ia falando, gesticulando com as mãos pacientemente.

- Uma Arena Aquática coloca a aliança do Distrito 4 em uma vantagem fortíssima, na minha opinião. A facilidade que eles atravessaram todo o mar para escapar dos meteoros foi incrível. Madison por si só já é uma candidata fortíssima, e o garoto Duncan é inteligente. Ágil. Os dois juntos vão dar trabalho para os outros tributos, talvez sejam a Aliança a ser batida até o momento _ele finalizou, tomando um gole de água.

- Eu não sei não, Caesar. Os carreiristas se espalharam mas as garotas do Distrito 1 e 2 seguem firmes juntas. Há pouco elas conseguiram escapar da chuva ácida e rumaram em direção a parte mais segura da Floresta. Notas 10 e 9 no treinamento, força de vontade, habilidade, estão bem armadas e com suprimentos. Vai ser páreo duro viu? _Claudius deixou as suas considerações.

Na tela, a imagem mostrava a localização dos tributos dentro da Arena. Estavam bem espalhados uns dos outros, e poucas alianças foram formadas. Somente as duas carreiristas, Madison e Duncan, o garoto do Distrito 6 e a menina do Distrito 11. De resto, estavam todos sozinhos. Lutando individualmente por suas vidas.

Horas se passaram sem que mais nenhum tributo morresse. Estava tudo calmo, alguns tinham montado acampamento para pernoitar. O céu já estava escuro. Até que, finalmente, quando o relógio bateu meia noite em ponto, uma série de perigos mortais atingiu a Arena inteira. Um em cada área de cada Ilha. Chuva ácida, cães enraivecidos e famintos, trovões capazes de eletrocutar milhares de km, fumaças venenosas. Mais 3 tributos morreram, deixando a Arena com apenas 14 participantes vivos logo no primeiro dia. Aparentemente a Edição tinha tudo para ser uma das mais curtas dos últimos anos. Se metade dos tributos já tinham sido mortos logo nas primeiras 24h, a probabilidade da outra metade morrer nas próximas 24h era gigantesca. Entretanto, não foi o que ocorreu. A 99ª Edição duraria quase 120h, 5 dias completos. Uma das mais longas depois da 50ª Edição, o Segundo Massacre Quaternário.

 

***

 

- Onde é que você vai? _Olivia perguntou para Sarah, que vestia seu casaco de veludo preto e suas botas vermelhas.

- Eu vou ir comprar uns pães para o café da tarde _ela falou, dando de ombros.

Olivia conhecia bem a irmã. Sabia seus trejeitos, suas falas, e principalmente quando ela estava mentindo. Sarah era igual a Madison. Não sabia mentir. Não sabia esconder nada dela. Colocou os seus cabelos loiros para trás dos ombros e bufou, apoiando-se somente numa perna.

- Eu sei que você está fugindo pra não precisar acompanhar os jogos _falou de uma vez, e Sarah ainda sentada na cadeira colocando suas botas, bufou de desgosto.

Diferentemente da irmã mais nova, ela tinha os cabelos em um tom mais castanho. Igual ao de Madison. As três irmãs eram misturas bem peculiares do casal Mason. Maysa, a mãe, era loira e tinha olhos verdes. E Ethan, seu pai, tinha cabelos castanhos e os olhos cor de mel. Dessa forma, Olivia tinha nascido loira, mas com os olhos do pai. Sarah era morena, mas tinha os olhos verdes da mãe. E já Madison possuía um olho de cada cor. Poderia e deveria ser bizarro, mas na verdade era o que a tornava mais bonita do que já era. Era seu charme particular, Sarah costumava dizer.

- Eu não sou obrigada a ver, Olivia. Vê se me deixa em paz _ela falou rispidamente para a irmã mais nova. Mas logo se arrependeu ao ver o seu olhar. A família Mason estava reunida na sala desde o soar do canhão inicial, há quase 27 horas atrás. Seus pais não tinham dormido, e praticamente não comeram nada. Os olhos de Olivia estavam vermelhos, bem como a ponta do nariz. Ela tinha chorado, e Sarah desviou o olhar para não começar a chorar também.

- Ela precisa da gente. Precisa da nossa torcida, das nossas boas energias _a irmã caçula balbuciou, baixinho e sem forças. Soou mais adulta do que Sarah jamais imaginou. Era como se todos tivessem envelhecido e amadurecido vários anos, desde que Madison se voluntariou na Colheita. Não tinham mais paz, nem sossego. Viviam amedrontados, receosas pela vida da sua irmã mais velha.

- Eu sei disso. Deus sabe o quanto eu já rezei por ela, e o quanto eu pedi que lhe protegesse. Mas, no momento, eu preciso dar uma volta ou então vou explodir. Por favor avise a mamãe e o papai que eu já volto _Sarah falou da porta sem olhar novamente para Olivia, e saiu. Não aguentava mais ficar ali naquele ambiente, dentro daquela casa, vendo sua irmã e seus pais sofrendo de minuto a minuto. O clima era sufocante, torturante.

Caminhou por entre as ruas do subúrbio, até alcançar a praça principal da cidade. Já eram quase 8 horas da manhã, e o dia estava amanhecendo. Sarah não tinha conseguido dormir nada desde o início dos Jogos. Acompanhara cada momento. Madison tinha se aliado ao garoto do distrito 4, que ela conhecia do Prego. A loja de suprimentos que sua amiga de escola trabalhava. Duncan era filho de uma das funcionárias, a Sra William. Os dois, juntos, tinham escapado do show de horrores da Cornucópia, depois montaram acampamento em uma das ilhas, e por fim conseguiram fugir de vários cães ou lobos com dentes gigantescos. Um deles quase alcançou e atacou Madison durante a fuga, e Sarah tinha vomitado no tapete da sala. De nervosismo. De medo. Isso era simplesmente a situação mais desumana que ela já tinha passado em toda sua vida. Como é que alguém, na Capital, achava isso razoável? Famílias terem que acompanhar se seus irmãos, irmãs, filhos, e filhas, viviam ou morriam, pela televisão. Por meio de um programa de entretenimento, com dois narradores que ainda faziam piadas pela morte dos tributos.

Na praça principal da cidade, durante a época do jogos, telões gigantescos eram instalados, para que a população pudesse acompanhar. Mas a família de Madison tinha resolvido ficar em casa, para poder ter mais privacidade. Sarah Mason deu a volta na praça, e percebeu alguns olhares rápidos na sua direção. Ela era irmã da menina que estava lá na Arena agora, representando o Distrito 4. Ou seja, era uma atração. Motivo para todos poderem fofocar, falar o que quisesse. Ou até mesmo só sentir pena, apontar, comentar. Ela baixou a cabeça e foi em direção ao mercado. Iria pegar alguns pães para tentar fazer sua mãe se alimentar, e depois iria nadar no rio. Costumava fazer isso com Madison todos os sábados. E bom, hoje era sábado. Fechou os olhos e deixou uma lágrima escorrer, desejando mais do que nunca que a irmã voltasse para casa. Para que as duas pudessem nadar juntas mais uma vez. Suas irmãs eram tudo o que ela tinha. Eram a luz da sua vida. Suas melhores amigas. Não suportaria viver sem elas. Definitivamente não suportaria viver sem Madison.

 

 

***

 

Dentro da Arena, já no amanhecer do dia seguinte, Madison e Duncan William tinham descoberto aquilo que seria o maior trunfo da 99ª Edição. Na verdade, fora Duncan quem descobrira, mas Madison bolou o plano. Após algumas horas de observação, eles conseguiram perceber que os perigos que assolavam as ilhas eram cronometrados de acordo com as horas. Até porque eles deveriam ser os únicos tributos da Arena com acesso a um relógio. Sim, Madison tinha recebido um relógio de pulso em um paraquedas dos patrocinadores.

Ela recebera três paraquedas já, na verdade. Desde o canhão inicial. Cashmere, sua mentora, provavelmente tinha feito chover patrocinadores para Madison. Com certeza sua nota 11 no treinamento e sua alta popularidade tinham ajudado, mas Cashmere em si era muito persuasiva e sedutora. Madison tinha consciência disso, e no fundo estava mega agradecida. Nas primeiras horas ela recebeu várias garrafas de água, das quais dividira com Duncan. Depois recebeu uma pomada para passar no machucado que tinha adquirido na fuga dos bestantes, há poucas horas. Era um corte transversal no pescoço, que terminava no seu queixo. O bilhete em cima da pomada dizia: Você não vai querer essa cicatriz estragando o seu visual na televisão, então aplique generosamente.

Não precisava de assinatura para Madison saber que tinha sido Cashmere. Revirara os olhos profundamente. É sério que ela estava preocupada com a sua aparência na televisão? Será que ela não tinha percebido que Madison tinha problemas maiores que isso? Tipo, sei la, SOBREVIVER? Mas manteve as aparências e agradeceu a generosidade. Sabia que aquela pomada era uma daquelas fórmulas milagrosas da Capital, capazes de curar um machucado completamente em apenas alguns minutos. Ela passou um pouco no arranhão do pescoço e do queixo, e guardou o resto para o caso de ter algum outro machucado mais profundo e mais mortal futuramente. 

E ela teria. Vários ferimentos graves. Entretanto, os piores deles ela jamais conseguiria curar com uma pomada medicinal.

Os piores deles seriam internos. Espirituais. Na sua alma. Disso ela jamais iria se recuperar.

 

***

 

 


Notas Finais


Continuem lendooooo


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