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História O que é o amor? - Capítulo 9


Escrita por: rachellnsx

Capítulo 9 - Capítulo 9


Saíram do bairro onde Sasuke morava e foram para a avenida principal que os levava diretamente ao centro da cidade, onde ficavam as diversas lojas, fast foods, cafés, bares, o parque central, o cinema e o shopping.

Parando no sinal vermelho , Naruto tamborilou os dedos no volante, aparentemente inquieto, e se virou para o moreno. 

- Olha, eu tava pensando - olhou para o sinal de relance - como ainda tá cedo e o filme só vai começar às seis e meia, a gente podia ficar ali naquela praça - apontou - comendo alguma coisa até o tempo passar. 

- Por mim tudo bem - deu de ombros. 

- Prefere lanchonete ou alguma padaria? 

- Levando em conta que eu não gosto de doces e hoje tá muito calor, eu acho que um pastelzinho com caldo de cana seria perfeito. 

- Era exatamente o que eu tava pensando - o olhou uma última vez sorrindo ladino e arrancou com o carro. 

Estacionou na sombra de uma das diversas árvores que havia ali e desceu do carro junto com Sasuke, caminhando lenta e despreocupadamente pelo parque. 

O moreno observava com atenção cada canto daquele lugar, desde os casais que estavam por ali andando de mãos dadas animadamente, até aos canteiros de flores. Avistou ao longe alguns girassóis, sentindo imediatamente uma nostalgia incrível e ao mesmo tempo uma pequena pontada de tristeza no peito, aquelas flores sempre traziam essa sensação à tona.

- Tá tudo bem, Sasuke? - perguntou o loiro se aproximando um pouco mais dele.

- Hm? - o olhou confuso - Ah, tá sim, é só que... eu me lembrei de algumas coisas quando vi aqueles girassóis - apontou.

- Como o que? 

- Ah não, não é nada de importante - balançou a mão em descaso e desviou o olhar. 

- Se não fosse importante você não tava aí todo borocoxô.

- Borocoxô? - perguntou rindo - quem que fala isso? 

- Eu falo, okay? - respondeu com falsa indignação - Isso é coisa da minha vó, eu convivo bastante com ela, então eu peguei algumas manias de fala dela. 

- Falando nisso Naruto, você nunca me contou sobre a sua família, né? 

- É verdade - meneou a cabeça - e o que você gostaria de saber? 

Sentaram-se em em um dos bancos de madeira próximos a lanchonete e fizeram seus pedidos. 

- Não sei, talvez... as informações básicas? - arqueou a sobrancelha. 

- Meu CPF, certidão de nascimento e RG? - brincou vendo Sasuke rir. 

- Acho que faz parte do pacote também - deu de ombros. 

A atendente chegou logo em seguida entregando os pastéis e os copos com caldo de cana colocando-os sobre a mesa, interrompendo brevemente a conversa deles e dando um sorriso um tanto quanto gentil demais para o Uzumaki que retribuiu igualmente, estando claramente alheio ao óbvio interesse mal disfarçado daquela garota. 

- Bom, eu não tenho uma história incrível, sabe - disse o loiro - basicamente meu pai é advogado e minha mãe médica. Nos mudamos pra cá por causa do escritório do meu pai e porque minha mãe conseguiu um emprego em um hospital aqui no centro, então uma mão lava a outra. 

- Você não recebe cobrança da parte dos seus pais? Digo, por causa da profissão deles? 

- Na verdade não, eles sempre foram bem tranquilos com relação a isso. Minha mãe sempre fala que independente do que eu escolha, o importante é que eu seja feliz com o que faço e que ela sempre vai me apoiar independentemente do que aconteça, então eu fico tranquilo quanto a isso.

- Que sorte...

- Por que? Os seus pais te cobram muito?

- Não mais, acho que eles já desistiram de mim - suspirou.

- Por que? 

- Quando eu era menor, meu pai tinha uma expectativa enorme em cima de mim. - bebericou o caldo de cana - Pelo fato do meu pai ser arquiteto e meu irmão desde cedo sempre demonstrar interesse pela área, meu pai achou que eu também seguiria o mesmo caminho. 

- Então ele desde sempre te incentivou a ser.. 

- Arquiteto, isso. - concordou - Quando eu era criança, seguir a profissão do meu pai pra mim era maravilhoso, até porque ele era o meu maior exemplo e, na época, o tipo de homem que eu queria ser quando crescesse. 

- E o que mudou? - perguntou o loiro

- Em resumo, um dia eu cheguei nele e falei: pai, eu não quero fazer arquitetura como o senhor porque eu realmente não me sinto confortável em seguir carreira nessa área.

- E o seu pai? - incentivou. 

- Obviamente ele surtou, falando que essa era sim a profissão perfeita pra mim, que eu poderia ajudar ele a ganhar mais dinheiro assim como o Itachi, já que na época meu irmão estava no segundo ano da faculdade. Ele ficou uma semana sem falar comigo e depois disso são só meias palavras, nada mais que o estritamente necessário. 

- E a sua mãe? 

- Ela é formada em economia mas nunca trabalhou no ramo. Basicamente, é meu pai e meu irmão que sustentam a casa. 

- Mas e você, o que quer fazer? 

- ...

- Tudo bem se não quiser me falar, eu entendo - sorriu e mordeu mais um pedaço do pastel. 

Comeram em silêncio por mais alguns minutos apenas apreciando a brisa leve que soprava vagarosamente, o som de pessoas conversando ao longe e alguns pássaros que cantavam voando por entre as árvores. 

- O que foi? - perguntou Sasuke, já que o loiro não parava de olhar para si.

- Nada, só tô admirando a vista - deu de ombros como quem não quer nada. 

Sasuke olhou para trás procurando alguma coisa que possa ter chamado a atenção do outro, mas quando o olhou novamente o Uzumaki revirou os olhos. 

- Eu tô olhando pra você, Sasuke - o Uchiha corou de leve - tava reparando que você fica bonito de preto, realça bem o tom da sua pele. 

- O-obrigado - corou mais ainda e desviou o olhar para o copo já vazio em cima da mesa. 

Naruto escorou o rosto na mão direita e encarou fixamente os olhos do moreno, fazendo-o se sentir como uma presa prestes a ser atacada por seu predador.

- Por que você tá me olhando assim?

- Nada de mais - o Uchiha semicerrou os olhos - Okay, eu adimito, eu gosto de ver você assim todo vermelhinho de vergonha - apontou para o rosto do moreno - é fofo. 

A essa altura Sasuke já parecia um tomate de tão vermelho que estava, tentando a todo custo desviar da mira do Uzumaki mas sempre falhando miseravelmente. 

- Eu te odeio - falou baixo colocando as mãos sobre o rosto. 

- É, eu sei que odeia - falou debochado. 

O loiro colocou suas mãos sobre as do Uchiha e as retirou de seu rosto, colocando-as suavemente sobre a mesa, porém o moreno estranhou o silêncio repentino que surgiu do outro. 

Sasuke levantou o olhar e levou um choque ao perceber que Naruto olhava fixamente para as cicatrizes um pouco recentes de seu braço esquerdo. Ele estava sério, então o moreno não soube responder o que exatamente o loiro estava pensando. 

Retirou seus braços bruscamente de cima da mesa e os cruzou no peito desviando o olhar para baixo, se esmurrando mentalmente por ter se esquecido desse pequeno detalhe. O dia estava quente, então ele nem sequer cogitou a possibilidade de usar alguma camiseta de manga longa. 

- Sasuke, olha pra mim.

O moreno o olhou um tanto relutante constatando que o Uzumaki estava mais sério que o habitual, uma reação que o Uchiha certamente não estava esperando.

- Primeiramente - disse o loiro - eu gostaria de dizer que eu não vou te julgar, afinal a vida é sua e você faz o que você bem entender. Segundo, eu sei que parece clichê o que eu vou dizer aqui, mas entenda que é totalmente sincero e de coração: se você precisar de mim pra qualquer coisa, a qualquer hora do dia, seja três horas da tarde ou três horas da manhã, eu sempre vou estar disposto a te ouvir e te ajudar. - esticou a mão por cima da mesa e Sasuke a segurou ainda meio temeroso.

Naruto apertou firme a mão do moreno, que a essa altura já estava com os olhos marejados e fazia um esforço descomunal para não desabar na frente do loiro, afinal seria ridículo chorar na frente dele justo na primeira vez em que saíam. 

Estava se sentindo um completo fracassado, seu peito estava doendo de uma forma indescritível e ele queria poder sumir, pra nunca mais ter que encarar o loiro. 

Não gostava nem um pouco daquelas cicatrizes e muito menos tinha orgulho delas, elas eram apenas a única forma que encontrou de "substituir" a dor que sentia, revelando sem querer à pessoa que menos desejava que soubesse, seu lado inseguro e autodepreciativo.

Não queria a piedade de Naruto, muito menos que ele continuasse a conversar consigo por culpa ou algo do tipo, isso só pioraria as coisas e ele se sentiria mais horrível do que antes. 

O encontro estava sendo perfeito até agora, mas Sasuke tinha que estragar tudo mais uma vez, assim como tudo na sua vida.

- Olha Sas, mesmo que você não acredite em mim, eu realmente gosto muito de você. Você é o tipo raro de pessoa que me chama atenção e me faz querer te ter por perto porque você é o meu total oposto. Por que você acha que eu sempre dou um jeito de ficar do teu lado? 

- Pra não ficar sozinho? - arriscou. 

- Eu não tenho problema nenhum em ficar sozinho, eu sempre tô ali com você pelo simples fato de gostar de estar com você, da sua companhia, do seu humor sarcástico - riram juntos -, e principalmente do seu sorriso, que é algo muito raro de se ver. 

Sasuke não sabia o que dizer, estava totalmente desacreditado e nada do que Naruto falava fazia sentido na sua cabeça. Mas, ao olhar no fundo daquelas orbes incrivelmente azuis, o moreno podia sentir a sinceridade palpável daquelas palavras. 

Entretanto, mesmo que sentisse que o loiro estava realmente sendo sincero, sua insegurança ainda gritava alto para não acreditar em nenhuma daquelas palavras, que elas eram todas falsas e que só foram ditas por ele porque estava em um momento de total fragilidade. 

- Mesmo que não faça muito sentido agora - continuou o loiro -, eu queria te agradecer por aceitar sair comigo hoje, é sempre uma honra estar em sua companhia senhor Uchiha - se curvou brevemente encenando um beijo na mão de Sasuke. 

O moreno riu da atitude do Uzumaki, ainda um tanto pasmo com todas as palavras que o loiro dirigiu a si, seu cérebro estava quase tendo um pane de tanto que trabalhava para processá-las.

- Bom - olhou para o relógio e se levantou - ainda é cedo, quer dar uma volta? 

- Pode ser - se levantou e caminhou ao lado do loiro. 

Andaram por alguns minutos até o lago que ficava no centro do parque quando Naruto segurou sua mão esquerda e entrelaçou seus dedos, andando despreocupadamente como se não estivessem andando de mãos dadas

Se Sasuke fosse cardíaco, com certeza já teria morrido do coração bem antes, já que sempre era pego de surpresa pela imprevisibilidade de Naruto. 




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