Draken nos olhava como se estivesse nos julgando.
A presença forte, os braços cruzados e as sobrancelhas curvadas.
Eu tô ficando louco ou realmente tô me atraindo por esse homem com raiva?
Mikey ainda está encima de mim, com os lábios tão inchados quanto os meus. Respirando pesado.
– É minha culpa se você demorou?
Meu Deus.
– Você por acaso é impedido de esperar? – Fala subindo os degraus da arquibancada lentamente. Só agora reparo na camisa social com botões abertos demais, e as mangas erguidas.
Draken?
– Você sempre é impulsivo.
– Você fala isso, mas quer tanto quanto eu.
Eu tô em um fogo cruzado?
– Vai ficar só parado olhando?
Mikey?
– O que aconteceu?
– Uma garota se declarou pro Takemicchi e botou a mão dele no peito dela.
Caralho Mikey!
Draken semicerra os olhos, já diante de nós dois.
Caralho.
– Você pode explicar isso direito, Takemicchi?
Agora os dois me olham, Mikey tem seu rosto praticamente grudado no meu.
Porra, ele tem o cheiro tão bom.
– Uma garota se declarou, foi só isso.
– E a sua mão no peito dela?
– Ela colocou porquê queria que a beijasse, mas eu não iria, e você Mikey-Kun, você assustou ela.
Ele faz uma cara emburrada.
– Não assustei.
– Assustou sim, ela ficou com medo.
Draken nos observava silenciosamente.
– Ela estava praticamente te assediando!
– Você também colocou minha mão no seu peito, qual a diferença?
.
.
.
– Você não queria pegar no meu peito?
– Não é isso, estou dizendo de você ter a assustado, ela estava sendo super legal, em qual momento você chegou mesmo?
– No que ela botava sua mão no peito dela.
– Então não foi nem metade, ela nos viu de manhã e guardou segredo, nós poderíamos ter pego uma suspensão.
– Então você queria pegar no peito dela?
Ele não escutou sobre a suspensão?
– Não, foi só um momento confuso.
– Você quer pegar no meu peito agora?
Você quer pegar uma suspensão?
– Mikey-kun?
– Você não quer?
Eu iria responder até Draken começar a rir.
Nossa, ele é realmente bonito.
Meu rosto tá quente.
– Tá rindo do que, Kenzinho?
– Você fez essa cena toda porquê uma garota botou a mão do Takemicchi no peito dela?
– Você devia ter visto, ela tava praticamente encima dele.
– Ok então, e o que você tá fazendo agora?
Mikey olha Draken.
Mikey me olha.
Eu olho pro Draken.
– Eu não quero pegar no peito de ninguém.
– Nem no meu?
Sim.
– Não, sai de cima de mim, por favor.
– Takemicchi...
– Por favor.
O loiro mais baixo se retira de cima.
– Olha, se eu te magoei, me desculpe. – O rosto dele parecia meio triste.
Me sentei na arquibancada.
Ergui meu braços.
– Draken-kun, vem aqui.
Pelo sorriso eu acho que ele já entendeu.
Ele se ajoelha na minha frente e enfia sua mão na minha nuca, me puxando em sua direção e me beijando com um pouco de força. Rodeio meu braços em seu pescoço, consigo ouvir Mikey bufar.
A boca do Draken é mais quente, e apesar da força, ele é tão lento que chega a ser agoniante. É uma carícia quente e calma.
Sinto que posso revirar meus olhos.
Acabo me assustando quando sinto beijos no meu pescoço, me afasto, Draken resmunga.
– Mikey-kun?
–Podem continuar, não se importe comigo.
Mas denovo aquela cena, só que dessa vez tenho uma reação diferente.
Eles se beijam de novo. Parecem dois dominantes.
Quando se separam Draken se volta para mim.
– Você quer continuar?
Com essa voz acho que vou até além.
O beijo de novo, da mesma forma lenta de antes, e Mikey está atrás de mim, lambendo meu pescoço. Não quero fazer nenhum barulho estranho, mas isso é demais.
Demais.
Acabo gemendo, e isso parece dá mais combustível pra eles dois, atrás eu recebo mordidas e chupões que fazem barulho, na frente um ósculo tão inteso que sinceramente não sei descrever.
Essa é a aula que eu pedi?
Não tenho do que reclamar.
Isso continua por um tempo até eu perder o fôlego, respiro fundo, sinto minha boca meio inchada, Draken beija minha bochecha até meu pescoço também, aperto minhas mãos em seus ombros e ele volta pra minha boca, mordo seu lábio e o solto, sentindo ele tremer e logo depois sentindo sua língua escorregar para a minha, a dele por baixo e a minha por cima.
Mikey desliza suas mãos pela minha cintura, apertando levemente as unhas.
Isso é muito.
Me afasto de novo por falta de fôlego.
Mikey aproveita e fica entre nós dois, eles se encaram, como se estivessem conversando pelo olhar, até que os dois, juntos, me beijam.
Eu deveria ter ficado mais surpreso, mas a essa altura do campeonato eu espero tudo deles.
E agora nós três somos uma bagunça de línguas e saliva, ondas de calor me entorpecem, eu não quero ficar com um problema no meio das pernas na escola, mas isso é tão bom que não consigo pensar em nada.
Me entrego momentaneamente pra esses dois.
Está quente, muito quente.
Me afasto primeiro, completamente bagunçado, mas os dois continuam.
Observando aquilo bem na minha frente.
O que vai ser de mim?
Ainda estamos na escola.
O portão já deve ter sido fechado.
O zelador pode aparecer a qualquer momento por aqui.
– Acho que é melhor pararmos. – Quase não tenho voz.
Mikey me beija logo em seguida, do jeito bruto dele, aperto seus fios de cabelo, sempre tentando descontar em algo o que esses dois me fazem sentir.
Eu realmente estou uma bagunça.
– Por que? não tá bom?
Ele desce os lábios denovo na minha garganta.
O olhar do Draken.
O puxo de novo pra mim.
É tão bom quando é ele, ainda não me acostumei com Mikey.
– Sinceramente, eu achava que você seria bem mais tímido e difícil.
Me engago.
– O quê isso quer dizer? tem algum problema?
– Não, nenhum, isso é ótimo.
E dá um beijinho na minha bochecha.
– Eu também achei que vocês eram mais fechados e...
– Violentos? – Draken pergunta.
Desvio o olhar.
– Sim.
– Isso é o de menos, todo mundo acha isso da gente. – Sua voz dele me tranquiliza.
– Desculpe.
Ele dá um beijinho na minha outra bochecha.
– Não se preocupe.
– Nós temos que ir em um encontro!
O quê?
– O quê?
– Vamos em um encontro, um de verdade dessa vez.
– Não acha que é cedo demais?
Ele faz um biquinho com os lábios.
– Eu quero apresentar ele.
Como assim?
– Apresentar?
– Nossa gangue.
Sinto o calor do meu corpo esfriar em um piscar de olhos.
– Ainda é cedo, não prescisa se preocupar.
– É, acho que ainda é cedo.
Não sei o que dizer.
– Sério?
– Se acalme, não é o fim do mundo.
Mikey parece que vai chorar, como ele muda de estado tão rápido?
Seguro sua mão, ele aperta imediatamente.
– Me dê só um pouco mais de tempo.
Ele sorri.
– Claro. – E me abraça.
Isso que é bipolaridade?
— Você desencana muito rápido.
Mikey mostra a língua pra o mais alto.
Ele revira os olhos.
– Eu vou levar o Takemichi pra casa dessa vez.
– Não prescisa, é muito perto daqui.
– Não é um incômodo, eu vou te levar. – E me aperta mais. – Kenzinho, vai buscar nossas coisas.
O quê?
– Não, não prescisa.
– Eu já trouxe.
– Já?
– Quando vocês estavam se atracando.
Por que ele fala assim?
– Hum, vamos, Takemicchi?
– Oh, vamos.
Ele me dá mais um beijo e nos levantamos, com o mais baixo segurando minha mão.
Agora, depais do fogo, sinto meu pescoço arder, passo minha mão por ele, meio úmido.
– Sinto muito, mas seu pescoço está todo vermelho. – Dá um sorrisinho.
– Mikey-kun!
Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.
Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.