História O que (não) fazer na biblioteca - (Imagine Jungkook - BTS) - Apenas um beijo.

— Então, o seu banheiro é aqui? — Olhou em volta, oprimi meus lábios, impedindo-me de sorrir.

— Ridículo. — Murmurei, enquanto passei o dorso da mão abaixo dos olhos, limpando qualquer vestígio ou indício de que havia chorado.

— Ommo, ommo. — Colocou as mãos sobre a boca, fingindo surpresa. — Não acredito no que estou vendo.

— O que? — Revirei os olhos. — Seu sonho sempre foi me ver chorar, é?

— Não! — Sentou-se ao meu lado. — Você tem sentimentos.

— Yah! — Ri sôfrego, dando um soquinho em seu ombro. — Você não cansa de ser tão idiota?

— Não, se for para te ver sorrir assim. — Desviei meu olhar para o chão, envergonhada.  — Descobri outra coisa sobre você hoje.

— Qual? — Franzi o cenho, levando minha destra até meu cabelo, ajeitando o mesmo.

— Quando fica envergonhada — Me analisou. — Você é fofa.

Resolvi quebrar o clima que ainda tivera, virando para Jeon, limpando minha garganta.

— Tá me chamando de gorda? — Brinquei, vendo o mesmo arregalar os olhos. — Estou brincando, boboca.

Coreano consegue arregalar os olhos? Isso é novo!

Caí na risada de sua cara de tonto, mas Jeon permaneceu sério, o que me fez cessar meus risos inconvenientes e olhá-lo.

Por alguns mínimos segundos, percorri meu olhos por seus traços, suas bochechas que se inflavam quando o moreno sorria, ou seus olhos puxados na medida certa do seu rosto, tudo nele parecia angelical naquele instante, olhando de perto, chegavam a ser hipnotizantes.  

— Você não tem que ligar para o que a Dahyun fala. — Suspirou. — Ela anda muito estressada pela pressão de seus pais, sobre as notas.

— Obrigada. — Indaguei. — Eu te devo uma Jeon, pelo lance do professor. — Brinquei, jogando meus cabelos para o lado.

— Realmente. — Olhei-o confusa. — Me dê um beijo para pagar essa dívida.

— O quê? — Gritei, sorrindo logo em seguida. — Yah, eu estava brincando.

— Eu não estou brincando. — Um sorriso ladino estampou-se sobre sua boca, fazendo-me engolir em seco.

— Até parece que vou fazer isso. — Revirei os olhos, percebendo um bico se formar em seus lábios, tão… fofo?

— Vamos, uh? — Insistiu manhoso. — Apenas um, sim?

Suspirei, cogitando melhor na ideia de tocar seus lábios vermelhinhos e cheios.

— Achei vocês! — Joohyun gritou assustando-nos. Tratei de nos separar levantando sem pestanejar, passei a mão por minha saia retirando qualquer pó, ou amassado que tivera.

— Venham logo! — Chany disse atrás de Joohyun, nos surpreendendo.

Desviei meu olhar para Jeon, que parecia irritado com a aparição daqueles dois, esperei Jungkook descer as escadas primeiro. Assim ele fez, girei meu corpo, apoiando meus dois pés no degrau distraída.

Levei um susto terrível, quando senti um braço rodear minha cintura, e puxar-me para si, fazendo-me descer de uma vez só.

Quando olhei para trás, sem dúvidas de que era Jeon, o vi com um sorriso divertido nos lábios, ofeguei dispersa assim que senti seu tronco colado ao meu corpo, e voltei a fitar o chão.

— Já pode me soltar, Jeon. — Murmurei, vendo que ele ainda me segurava puxando-me para si.

— Não precisa ficar vermelha, princesa. — Sussurrou rente ao meu ouvido, soltando-me aos poucos.

Umedeci meus lábios, segurando um arfar dos mesmos. Sua voz havia me deixado tonta por  alguns milésimos. Voltei minha atenção para Joo e Chany, que estavam nos encarando com os cenhos franzidos.

— O que vocês acham de uma sorveteria, huh? — Chanyeol sugeriu, quebrando o silêncio. — Apenas para esvair o clima tenso.

— Para esva... o quê? — Joo perguntou, tirando risadas de todos nós.

— Esvair, es-va-ir, três sílabas, queridinha. — Chany disse, implicando com Joohyun.

— Desculpa, dicionário aurélio. — Ditou, com as mãos para o alto.

Já falei que eu amo a Joo?

Depois da pequena discussão entre os dois, todos concordamos em ir para a sorveteria. Cogitei melhor por alguns segundos, quando vi que Dahyun também iria.

Mas não consegui cancelar, pois Joo me segurava, e sussurrava coisas como “e aí, rolou beijinhos né, safadinha“. Fazendo-me revirar os olhos diversas vezes, e implorar para a mesma fechar a matraca.

[...]

O clima estava estranho, por mais que Chany e Joo tentavam animar-nos, não funcionava.

Dahyun olhava-me algumas vezes, como se estivesse arrependida. Deve ser coisa da minha cabeça, afinal, vaso ruim nunca quebra.

— Então, por que o professor de biologia é tão bravo? — Indaguei, com a curiosidade me matando.

— Ele não é. — Dahyun disse rápido, pude sentir um leve tom de irritação em sua voz. — Apenas tem muita proteção comigo.

— Hm? — Franzi o cenho. — Mas por que?

— Ele tem uma afetuosidade comigo, apenas. — Revirei os olhos.

— Aquele velho pedó- — Jungkook tapou-me a boca, impedindo que eu falasse alguma besteira.

Dei um tapa em sua mão, fuzilando Jeon com os olhos, fazendo o moreno reclamar de dor.

— Afinal, o que vocês faziam quando queriam se divertir? — Chany perguntou se dirigindo a nós duas.

Joo e eu nos entreolhamos, e começamos a rir, lembrando de algumas experiências passadas, nada boas.

— Você não tá pensando nisso, Bae Joohyun. — Ela espalmou sua mão sobre o peito, fingindo-se de vítima.

— Eu? — Assenti. — Foi você que falou primeiro.

Eles nos olhavam confusos, como se não entendessem nada do que estávamos falando. — Realmente não entendem.

— Seguinte, galera. — Sussurrei. — Vamos sair sem pagar.

Isso não vai dar bom.

Todos arregalaram os olhos, menos Joo, que gargalhava das expressões deles.

— Vamos lá, vai ser divertido! — Incentivei-os. — Ou estão com medo?

Toquei na ferida de todos, fazendo eles olharem-me descrentes.

— Eu vou. — Jungkook se pronunciou, ainda com o nariz sujo de sorvete, que eu sem querer, sujei-o.

— Eu também! — Dahyun indagou, tratei de lhe lançar um olhar confuso. Até ela?

— Prestem atenção, vamos até aquela janela ao lado da porta. — Apontei. — Apenas para “observar a paisagem”. — Fiz aspas com os dedos.

— E corremos. — Joo completou, fazendo-me assentir.

Quando posicionei meus olhos neles, os mesmos encaravam-nos incrédulos, revirei meus olhos pela covardia demasiada dos seres ao redor.

— Venham, venham. — Os apressei, levantando-me, vendo eles como baratas tontas apenas assentindo.

Jeon não parecia preocupado, apenas mordia seus lábios diversas vezes, meus olhares sempre recaiam vez ou outra, todavia balançava a cabeça, não deixando os pensamentos me levar. Uma pessoa a mais como o Jack, não!

Fomos até a janela, olhei de relance para o caixa, que no momento havia uma menina mexendo no celular distraída com fones de ouvido de apenas um lado conectado.

1, 2, 3... 

— Corre! — Gritei, saindo porta afora, sendo acompanhada por eles atrás de mim.

Eu gargalhava incessantemente, enquanto observava-os com suas faces transparecendo medo de aparecer alguém e nos pegar.

Viramos várias ruas, já aliviados por nada aparecer em nossa frente, estávamos algumas quadras longe daquele lugar, mas continuamos a correr apenas por precaução.

Resolvi me sentar, recuperando o fôlego, e apertando minha barriga, que doía de tanto rir desses palermas.

— O que é isso!? — Dahyun gritou, arregalei os olhos, ouvindo uma sirene tocar, e eu conhecia muito bem essa sirene.

Não posso descrever o que exatamente passou pela minha cabeça, mas sim apenas um pensamento em minha mente. Fodeu.