Treinados desde de crianças.
Nunca foi fácil, era isso que todos sabiam desde de pequenos. Os filhos dos lobos já tinham um destino mesmo antes de falarem, esse tal destino estava em seu DNA. Nada daquilo era mais importante do que a sobrevivência da espécie.
O destino já estava escrito bem antes de Derek Hale falar, seu destino em sua própria família era ser forte por ser o único filho homem da grande alfa – sua mãe. Nada daquilo era fácil, isso estava se tornando uma confusão sem fim sendo que todos os lobos eram caçados dia e noite, tendo o sangue derramado nas mãos dos caçadores.
A proteção da espécie filhote nunca foi tão importante do que naquele momento sombrio. A casa Hale tinha três crianças, duas meninas e um menino. Respectivamente em ordem: Laura, Derek e Cora. Os filhos da grande alfa, uma mulher muito poderosa entre as alcateias e que tinha uma voz ativa dentre todos os problemas envolvidos dos lobos.
Embora os anos passassem, Derek Hale era peculiar para a sua espécie de lobos. O único que ainda não havia despertado o seu lado lobo – seu tio Peter estava muito avançado para a sua idade, muitos esperavam isso do filho homem da Talia, será que estavam errados? Naquela noite Derek Hale o adolescente de 15 anos bateu a porta fortemente de sua casa irritado, quem aqueles homens pensavam para lhe julgar? E daí se ele não fosse um lobo? Ele se sentia muito pressionado por todos, suas irmãs já haviam despertado o lado lobo, menos ele que não despertava.
Correu sem parar para algum lugar, não queria olhar para trás apenas queria ter um pouco de paz, quando sem querer esbarrou fortemente com um garoto de 13 anos moreno. O garoto foi ao chão pela sua força corporal, era muito mais forte do que aquele garoto e os olhos castanhos do menino estavam assustados pela primeira vez na vida, Derek Hale sentiu algo dentro de si querer proteger aquele menino, aquele menino tão assustado e triste.
- Hu…Seus olhos estão amarelos... – A voz do garoto saiu surpresa, ele agora era um lobo e tinha certeza de que aquele garoto tinha algo a ver com isso.
- O que está fazendo aqui? – Sua voz saiu um pouco mais alta do que gostaria, o garoto encarou ele fortemente assustado, estava deixando-o com medo e não havia outra maneira de consertar a pergunta que saiu com a voz alta.
- Eu corri de casa, meus pais estavam brigando. – O garoto moreno falou corajoso, era idiotice ele ter fugido de casa, mas seus pais estavam brigando na frente dele, era normal ele ter medo disso, entretanto não poderia ser fraco, tinha que ser forte.
- Você não pode fugir sempre de uma briga, alguma hora terá que ser forte e enfrentar o problema. Eu entendo que esteja com medo de presenciar uma briga de seus pais, meus pais também brigam, porém eu nunca fujo de casa por causa disso. Irei lhe acompanhar até a sua casa, mas terá que me prometer que não fugirá mais de casa por causa disso, pode se sentir mal e chorar, mas nunca mais ouse fugir de casa, você entendeu? – Havia algo dentro de si que queria fazer esse garoto se tornar forte para o mundo, algo que gritava dentro de si mesmo e queria ao mesmo tempo abraçar ele e leva-lo para a sua casa, eram sentimentos confusos.
- Eu.... Eu prometo. – O garoto fala seguro de suas palavras, por mais nervoso que estivesse ele entendia o grau da situação.
- Vamos. – Sua mão pegou na pequena mão do garoto, puxando-o e andando silenciosamente até a casa dele.
- É aqui. – A voz do garoto anuncia.
- Até mais, se cuida pirralho. – Falou bagunçando levemente o cabelo do garoto, que o encarou fortemente.
Olhar nos olhos do garoto lhe trouxe uma paz, algo que não compreendia naquele momento, se virou para ir embora quando a voz do garoto lhe fez virar.
- Espere! – O garoto grita e lhe abraça fortemente, o cheiro dele era delicado como de uma criança, e no seu cheiro havia alegria e ao mesmo tempo tristeza.
- Vá agora, seus pais devem estar preocupados. – Falou saindo do abraço da criança ouvindo ele entrar em casa.
- Derek onde você esteve? – Sua mãe perguntou preocupada.
- Relaxe, eu estou bem. – Falou revelando os olhos amarelos para ela, sua mãe respirou fundo e sentiu o cheiro nele.
- Que cheiro é esse em você? – A pergunta veio do seu tio.
- Não é da sua conta. – Respondeu rude indo para o seu quarto, batendo a porta e sorrindo lembrando da criança morena, havia um brilho nela que lhe atraiu.
Scott Mccall.
Nunca me senti completamente normal, sempre me perguntei se a minha loucura na infância desencadeou algo em mim. Eu corri pela floresta e encontrei alguém, a pessoa poderia me machucar, entretanto ela mostrou uma gentileza, e eu nem sabia o nome dela.
Ele falou com todas as forças nas suas palavras para eu ser forte, que o mundo não seria completamente fácil para mim. O que ele quis dizer fazia todo sentido para mim, de alguma maneira os coisas ruins aconteciam comigo e minha fé continuava forte durante todo esse caminho.
Meus pais finalmente terminaram o casamento e as brigas, por um lado isso foi bom. O verão das férias do primeiro ano foi duro para mim, observava as horas incansáveis de trabalho e esforço que a minha mãe fazia, isso me deu uma força que eu nunca tive. Ela ainda estava dormindo, pesquisei como fazer um currículo, preenchi tudo e imprimi. Coloquei os pés para fora de casa, respirei bem fundo e fui a cada lugar da cidade que aceitasse um adolescente de 15 anos para trabalhar dois períodos.
Já estava no 10° lugar da cidade, uma clínica veterinária que em meu ponto de vista tinha uma energia positiva. Bati na porta, um homem alto e moreno saiu, seus olhos me avaliariam dos pés a cabeça.
- Bom dia, está contratando? – Pergunto educadamente.
- Talvez, está com o seu currículo? – Ele me pergunta, eu automaticamente coloquei o papel em frente a ele.
- Aqui. – Falo com um brilho nos olhos de animação.
Ele fica olhando demoradamente para o meu currículo, eu por um segundo me pergunto se errei em algo ao preencher.
- Entre, irei fazer umas perguntas padrões. – Ele fala abrindo a porta e me dando passagem.
Respirei fundo e entrei, era totalmente organizado aqui e muito aconchegante para uma clínica veterinária
- Sente-se, me fale de você Mccall. – Ele fala se sentando num sofá de dois lados, eu me sento na poltrona.
- Eu...eu sou um estudante do ensino médio, estou esses quatro meses de férias. – Falo ocultando algumas coisas.
- Seus pais são casados ou separados? – Ele me pergunta, eu tenho que responder com sinceridade, a verdade sempre abre as portas para o mundo.
- Divorciados. – Falo para ele.
- Me diga Mccall, teria como você trabalhar de segunda e quinta das 13:30PM até as 18:30PM? – Ele me pergunta.
- Sim! Quero dizer, sim senhor eu tenho como trabalhar. – Falo me corrigindo pela animação espontânea.
- Sexta – feira você irá trabalhar das 13:30 PM até as 20:30Pm, tudo bem para você? – Ele me pergunta.
- Sim, tudo bem senhor. – Falo controlado dessa vez.
- O salário será 1500 R$ por mês, o dia de pagamento será dia 10 sempre. – Ele me fala.
- Está bem senhor. – Falo sorrindo levemente.
- Aqui está a carteira de trabalho, quero que assine e se comprometa todos os dias a cumprir com a norma. – Ele fala me dando a carteira, eu assino depois de ler com atenção.
- Obrigada senhor, não irá se arrepender. – Falo agradecendo pela oportunidade.
- Eu espero senhor Mccall, se conseguir cumprir com a norma do trabalho, quem sabe eu não aumente o seu salário a cada conquista. – Ele fala sugestivo.
- Senhor, eu não poderia aceitar. – Falo corretamente.
- Está bem, você me provou ser digno de ser contratado, até amanhã senhor Mccall. – Ele me fala.
Eu nunca me senti tão feliz em ser contratado num emprego, a cada dia eu acordo animado e trabalho com os animais de lá.
Stiles garante que eu serei um ótimo veterinário se eu continuar assim, acho que ele está certo de algum modo. Tudo mudou, de alguma forma eu não penso mais como antes, agora eu apenas quero ajudar a minha mãe e me formar rapidamente no ensino médio. Não tenho tanta ambição assim para ser como a Lydia e o Jackson, os líderes da escola, os populares, gosto de me sentir diferente – assim eu provo que não se tem apenas um grupo na escola.
Era para ser assim…mais tudo mudou...minha vida mudou.
Não podemos desejar o amor, ele não é permanente, embora meus sentimentos pela Allison ainda sejam genuínos de uma gratidão eterna que eu jamais poderei retribuir, meu verdadeiro amor é Derek Hale o meu suposto alfa agora. Incrível como em apenas 5 meses tudo muda, em apenas 5 meses minha vida deixou de ser aquela de antes e se tornou agitada. Nada se compara aquele dia, o dia em que minha vida mudou e todas essas mudanças me trouxeram aqui hoje, esse empate.
- Oi mãe algum problema? – Vejo ela entrando no quarto, eu estava com uma toalha enrolada na cintura, o ar quente do banheiro poderia ser sentido.
- Outro turno, ficará bem? – Ela me pergunta, acho que é essa parte ruim do pai não estar presente, ela tem que assumir os dois papeis.
- Claro, fique tranquila eu dormirei cedo mesmo. – Falo sorrindo tentando passar a mensagem de que estou bem.
- Se você quiser conversar, eu estarei aqui para você. – Ela fala como se eu estivesse sufocado, na verdade eu estou, porém não darei essa preocupação para ela. Porque sinceramente, ela já deve ter muita preocupação ela perdeu mais coisas que eu.
- Não se preocupe com isso. – Falo sorrindo ainda sentindo um aperto no peito.
- Vou indo. – Ela fala saindo do meu quarto, respiro aliviado por não deixar ela notar essa dor que eu carrego.
- Mãe? – Escuto um barulho fora de casa, não ouço sua resposta.
Não houve resposta, pego um taco de beisebol, nunca se sabe não é. Ando até a varanda de casa, não há ninguém aqui, e bum! Stiles!
- Stiles! O que diabos está fazendo aqui? - Falo irritado com ele.
- O que foi? Você não atendia o telefone, porque está com um taco de beisebol? – Ele fala o motivo de estar aqui e me questiona porque eu estou com um taco de beisebol.
- Eu achava que era um predador. – Falo predador para não falar um assassino.
- Um predador? Sério Scott? Mas tudo bem esquece isso você tem que ouvir isso. – Ele fala para mim descendo do telhado. – O meu pai saiu com umas pessoas a vinte minuto atrás, eles até chamaram a polícia estadual. – Stiles fala animado, não entendo o porquê disso tudo.
- Porque? – Pergunto para ele, que por sinal abre um sorriso. Esse sorriso eu conheço muito bem e sei como vai terminar, todas as vezes que ele sorri dessa forma é porque vai aprontar e nos metemos em problemas.
- Dois corredores encontraram um corpo. – Ele fala ainda mais animado.
- Um cadáver? – Pergunto para ele.
- Não um corpo vivo, claro que é um cadáver. – Ele fala sarcástico, muitas vezes ele é assim, mas é um bom amigo independente do que for.
- O que estão procurando então? – Pergunto confuso. Se eles já encontraram um cadáver então porque ainda estão procurando é apenas levar para o legista e saber quem matou.
- Essa é a melhor parte, acharam metade do corpo de uma garota de vinte anos. – Ele fala sorrindo, não preciso nem perguntar o que isso significa.
- Stiles eu sei onde isso vai dar, eu queria descansar para o primeiro dia de aula porque temos que fazer isso? – Pergunto fazendo um bico para ele.
- Scott, essa pode ser a melhor coisa das nossas vidas que aconteceu, vamos. – Stiles fala implorando, eu poderia negar e ir dormir mas se alguma coisa ocorresse com ele eu jamais iria me perdoar por não ter lutado por ele.
- Está bem vamos. – Falo para ele.
Algumas vezes, eu não aguento e cedo ao Stiles e sempre nós somos pegos mais dessa vez, precisamos sair e ir à procura disso.
Entramos na reserva de Beacon Hillis que tinha placa enorme dizendo “ não entre”, mas como somos adolescentes teimosos entramos e estamos à procura do corpo.
- Só uma pergunta o que faria essa noite Scott? Porque ia dormir cedo? – Stiles me pergunta.
- Eu queria dormir cedo para amanhã fazer o teste de lacrosse. – Falo para ele que sorri.
- Vai fazer o teste de lacrosse? – Ele me pergunta surpreso – acho que até eu estou surpreso com essa garra que estou tendo.
- Sim, eu planejo esse ano jogar pelo menos tentar!. – Falo sorrindo, sei que no fundo é um sonho impossível, tenho asma e impede muitas coisas mas se eu consegui nem que seja um pouco já fará algum sentido na minha vida.
- É bom ter esperança Scott continue sonhando. – Ele fala irônico.
- Só por curiosidade que metade do corpo estamos procurando? – Pergunto para ele.
- Não pensei nisso. – Ele fala bem naturalista.
- E se o cara que matou a garota ainda estiver por aqui? – Pergunto para ele.
- Também não pensei nisso. – Ele fala.
- Stiles eu juro que se eu morrer nessa floresta o meu espirito voltará para te assombrar. – Falo ameaçando ele.
- Relaxa Scott ás chances de você morrer são mínimas e poucas. – Stiles fala rindo.
- É reconfortante saber que pensou nisso tudo, muito mesmo! – Falo irritado.
- Eu sei. – Ele fala rindo mais ainda.
- Talvez quem tem asma crônica é que deva segurar a lanterna. – Não sei porque eu nasci com isso, minha mãe não tem, meu pai também não tem. Eu somente me ferro nisso, pode ter certeza.
Ao avistar as pessoas da polícia Stiles tinha que correr, eu fui atrás dele com a bombinha na boca. Me escondo atrás de uma árvore, o pai do Stiles é o xerife e conhece perfeitamente nós dois, se minha mãe sonhar ou ouvir que eu me meti em encrenca é uma bronca que eu levo.
Sabe qual é a pior parte de ter um amigo filho do xerife, é que quando o seu amigo é pego ele vai embora com o pai, eu teria que ir para casa a pé e sozinho sem a lanterna. Parei perto de uma árvore, eu estava fitando muito um lugar escuro. Cervos vieram correndo, eu quase fui pisoteado e morto por eles, eles pareciam de certa forma com medo. E eu perdi a minha bombinha da asma, eu tinha que achar aquilo. Liguei o meu celular procurando entre as folhas por essa maldita bombinha. Eu achei o corpo, eu levei um susto e caio rolando pelo chão, e batendo em árvores. Eu me levantei, estava andando um pouco para frente quando eu ouço um rosnado.
Sabe aqueles filmes em que você jura que não vai ser a vítima de uma morte dolorosa, eu não teria essa sorte hoje. Eu com certeza iria morrer nessa floresta por um lobo, posso até imaginar a manchete no jornal. “Adolescente morre por ataque de animal ou adolescente irresponsável entra na reserva proibida e morre”.
Tentei correr, mas o animal preto de olhos rubis estava por cima de mim, imaginei muitas coisas, minha barriga foi mordida e eu gritei de dor empurrando-o para longe e correndo quase sendo atropelado por um carro vermelho no meio de um chuvisco. Sinto a dor na barriga, observo a mordida do lobo está um pouco feio.
Chego em casa e coloco um curativo, espero que amanhã tudo o que aconteceu passe. Acordei de manhã sabendo que hoje era para ser um dia diferente, tenho que me destacar hoje não importa o que eu faça.
- Que estranho. – Falo assim que sinto o ar diferente, parecia que o ar estava mais arejado, vou até o banheiro e ao ligar o chuveiro eu sinto o contato com a água quente, parecia uma sensação nova.
- Scott! Não demore, senão chegará tarde. – Minha mãe fala para mim, noto que demorei quinze minutos no banho.
- Bom dia! – Cumprimento ela.
- Bom dia, desculpe filho terei que ir trabalhar, vai ficar bem? – Ela me pergunta.
- Sim eu vou, pode ir. – Falo para ela sorrindo.
- Tenha um bom dia filho. – Ela fala sorrindo indo para o trabalho.
Eu sei o que ela está fazendo, dando o meu espaço. A ausência do papai fez ela incorporar um novo papel, me dando a privacidade e não perguntando sobre ele, ainda está um pouco recente a ida do papai, ela está dando o tempo.
Jackson nunca gostou de mim, eu jamais entendi o motivo, ele é o popular na escola e sempre me atormenta.
- Ei cuidado com a pintura. – Ele fala se referindo ao carro.
Ignoro ele, esse ano ele não vai me atingir de nenhuma forma. Não sou mais o garoto fraco que rebatia as coisas com ele, esse ano eu não vou ligar para ele ou para qualquer pessoa que queira me fazer mal.
- Estava escuro demais, mas eu podia ver que era um lobo. – Falo depois de mostrar o machucado para o Stiles.
- Não, sem chance. – Ele fala rapidamente para mim.
- Como assim? Eu escutei um uivo. – Falo para ele.
- Não, você não ouviu. – Ele nega novamente, não entendo.
- Como assim não ouvi, porque? – Pergunto para ele.
- Não existem lobos na Califórnia, a uns 60 anos Scott. – Ele fala com os olhos sério.
- Sério? – Pergunto surpreso com aquela revelação, mas o que eu vi ontem era um lobo podia jurar que era.
- É obvio, não existem lobos! – Ele fala rapidamente.
- Se não acredita na história do lobo, então, não vai acreditar se eu dizer que encontrei o corpo. – Falo dando um sorriso divertido para ele.
- Está brincando? – Ele pergunta animado.
- Quem me dera, vou ter pesadelo por um mês. – Falo para ele.
- Isso vai ser a melhor coisa que aconteceu nessa cidade. – Ele fala, o olhar dele vai até a Lydia Martin que acabou de chegar, eu sempre achei a Lydia muito esnobe. – Desde do nascimento de Lydia Martin, ei Lydia e você continua me ignorando. – Ele fala observando ela ir embora sem dizer “oi” para ele.
- Vamos para a aula cara, tenho história agora. – Falo para ele.
- É culpa sua sabia, eu me tornei nerd por associação. – Ele fala me fazendo rir.
O professor de história estava falando sobre o corpo achado ontem, um celular começa a tocar quase como se estivesse bem perto do meu ouvido. Eu olho para todos, procurando para ver se está nessa sala, eu até limpo o ouvido com o dedo para ver se eu não estou ficando maluco. Uma garota fala com a mãe, ela reclama de ter esquecido a caneta, ela é bonita. Ela se senta atrás de mim, eu lhe empresto a minha caneta.
- Obrigado. – Ela fala sorrindo, Stiles pisca um olho para mim como se tivesse entendido a minha jogada.
Na hora do recreio, a Lydia a conhece e convida ela para o seu time, ela vai ao treino eu penso positivo é a minha chance de mostrar quem eu sou. A garota nova pergunta quem sou eu, a Lydia a responde falando que nem faz ideia, ao soar o apito eu sinto uma dor enorme nos ouvidos, dói muito! Eu acabo levando uma bola na cara, fala sério! Paguei o maior mico da história assim...
Eu pego a primeira bola, eu fico surpreso até mesmo os jogadores me olham surpreso. Eu pergunto o que foi isso? Como eu a peguei tão rápido? Talvez seja sorte, eu falo a mim mesmo. Eu pego todas, eu sempre achei que eu fosse ruim, mas depois da mordida que eu levei parece que tudo foi despertado. Eu teria mais um treino de tarde, eu tinha que resolver umas coisas antes.
- Cheirar coisas, como o quê? – Não sei disser como, mas apenas sinto o cheiro.
- O chiclete de menta do bolso do seu casaco. – Ainda assim, é estranho isso, como eu posso sentir isso? Será adrenalina? Ou outra coisa?
- Eu não tenho nenhum chiclete de menta no meu bolso. Ele tira o chiclete eu faço um gesto como se eu soubesse já. – Então tudo começou com a mordida? – Ele me pergunta.
- Se for uma infecção como se meu corpo estivesse cheio de adrenalina antes de eu entrar em choque ou algo assim? – Não pode ser possível ou pode? – Pergunto para ele com medo.
- Quer saber já ouvi falar sobre esse tipo, é um tipo específico de infecção. – Eu congelo ao ouvir isso, será algo pior?
- O que? – Pergunto receoso para ele.
É, acho que se chama licantropia. – Licantro o que? – Faço um gesto de que não entendi.
O que é isto? É ruim? – Eu me sinto ainda mais preocupado, não sei, mas é sério isso.
- Ah é pior do que ruim, acontece uma vez no mês. – Ele fala pensativo.
- Uma vez no mês? – Pergunto para ele.
- Na noite de lua cheia. – Ele fala me zoando.
- Ei pode ter acontecido algo ruim comigo! – Falo para ele com o olhar preocupante.
- Eu sei! Você é um lobisomem! – Ele fala uivando. - sério, eu estou brincando. Mais se me ver na aula tentando derreter toda prata que achar, é porque na sexta é lua cheia. – Ele fala sorrindo mais ainda.
- Eu podia jurar que era aqui. – Falo apontando para ele o local onde achei o corpo.
- O assassino pode ter tirado o corpo. – Ele fala sugerindo isso.
- Espero que não tenha levado a bombinha custa uns R$ 80 reais. – Falo para ele.
Eu estou agachado procurando quando o Stiles me toca e fala ei. Eu vejo um homem de jaqueta escura e roupa preta parado olhando para a gente. Ele vem na nossa direção, sua voz saiu friamente, e senti meu corpo se arrepiar. O que é isso? Que sensação é essa? Me senti como um animal indefeso quando os seus olhos olharam para mim, eu era a vítima esperando o seu movimento.
- Aqui é propriedade privada. – Ele fala friamente, meu estômago rodou e senti o meu coração dar uma martelada.
- Desculpa cara, a gente não fazia ideia. – Stiles fala tentando se sair.
- É, estávamos procurando algo, mais deixa para lá. – Falo analisando ele, os olhos dele param em mim, suas mãos vão até o bolso e joga a bombinha indo embora.
- Vamos eu tenho trabalho daqui a pouco. – Falo para o Stiles. Se depender de mim, eu não quero ver esse homem nunca mais, algo nele desperta a sensação que eu tento esconder de todos inclusive do Stiles.
Cara, era o Derek Hale aquele lembra não é, ele é só alguns anos mais velho do que nós. – Não consigo me lembrar de nada com o sobrenome Hale.
- Lembrar do que? – Pergunto para ele.
- A família dele morreu há dez anos atrás. – Me pergunto o que ele resolveu fazer aqui, retornar de volta para onde sua família morreu.
- O que será que ele faz de volta aqui? – Me questiono um pouco indo embora com o Stiles.
Ficaria trabalhando até mais tarde hoje – fiquei um pouco preocupado com o que o Stiles me contou sobre lobisomens, eu sempre tive uma mente aberta para coisas impossíveis e sobrenaturais. A Alisson procura minha ajuda dizendo que atropelou sem querer um cachorro, eu lhe ajudo e começamos a conversar com eu lhe pergunto que tipo de garota era ela, ela fala que pensou que era durona mas pelo que ela viu não era. Eu falo que eu teria chorado igual uma garotinha ao atropelar um cachorro, ela rir e eu também eu vejo um cílio na bochecha dela eu limpo.
- Eu ia perguntar Sexta é noite da família mesmo ou você não está afim de ir na festa comigo? – Falo tomando coragem, eu achei ela bonita e inteligente foi a primeira garota que não me olhou estranho, e que é simpática. Esperava levar um não, mas a resposta dela me surpreendeu. É eu menti sobre a noite da família. – Seria um sim?
- Então isso é um sim? – Falo querendo ter certeza de que não é um não, e que é uma desculpa para não ir comigo.
Ela sorriu e respondeu. - Vou com certeza.
Eu chego em casa feliz por sair com uma garota na sexta à noite, eu acho que as coisas realmente mudaram. Acordo numa floresta, o que aconteceu? Como eu vim parar aqui? Eu corro pela floresta quando vejo um lobo me seguindo eu pulo numa piscina da casa de uma pessoa.
- Bom dia! – Falei de forma alegre, mas por dentro eu estava preocupado.
No treino de lacrosse, Jackson vem me questionar sobre as minhas evoluções no lacrosse.
- E aí rapaz. – Ele fala batendo a porta do meu armário me dando um susto. - Como está arrumando esses músculos? – A pergunta dele me deixou pensativo.
- O que? – Eu pergunto sem entender.
- O que está fazendo para ganhar toda essa massa? – Ele pergunta me encarando com raiva.
- Minha mãe me comprou um suco no shopping e eu estou tomando, acho que está fazendo melhoras. – Falo lembrando do suco que ela me comprou mesmo, era gostoso o gosto dele.
- Escute Mccall, vai me dizer de quem você está comprando, porque não tem como você ter jogado daquele jeito e feito aquilo sem estar tomando algum tipo de remédio. – Ele fala quase batendo em mim.
- Ah, você está falando de esteroides, você toma essas coisas? – Eu pergunto curioso.
- Fala o que está acontecendo com você! – Ele me empurrando no armário, eu não gostei disso.
- O que está acontecendo, quer mesmo saber. Bom, eu também! Porque eu posso ouvir e cheirar as coisas, que eu não tinha que fazer, e faço coisas que teria que ser impossível como andar cinco quilômetros pela floresta dormindo e tenho quase certeza que eu estou perdendo a cabeça. – Eu falo tudo, foi um grande alivio.
- Você se acha engraçado, não é Mccal eu juro que eu vou descobrir o que está havendo com você. – Ele fala determinado.
Eu entrei para o time, eu era o titular. Stiles se convenceu de que eu era um lobo, isso era piada.
- O que é, uma festa ou um encontro? – Minha mãe me pergunta.
- Acho que os dois. – Falo para ela sorrindo.
- E o nome dela? – Ela me pergunta curiosa.
- Allison. – Respondo a ela.
Eu vejo o Derek na festa, não sei ao certo mas senti um frio subir na minha barriga, essa sensação já senti antes mas não consigo lembrar, eu dei uma desculpa a Alisson dizendo que estava tudo bem.
Ele sumiu e eu me preocupei um pouco, eu dancei com a Alisson naquela desta foi muito bom o seu corpo no meu parecia que algo tinha começado a esquentar. Eu senti uma coisa mudar, meus sentidos estavam à flor da pele, eu não sabia ao certo mais meu coração estava batendo descontrolado. Fui correndo para o banheiro da casa da Lydia, me trancando e tentando me controlar. O calor enraizava todos os meus sentidos, me deixando nublado de raiva. Precisei tomar um banho para me acalmar, mas a água fria não estava fazendo o efeito, minhas unhas estavam grandes seria isso o que o Stiles disse, a transformação.
- Scott deixa eu entrar. – A voz do Stiles atingiu meus ouvidos, eu respondo ele de forma um pouco rude.
- Não! Dê uma desculpa para a Allison. – Eu falo para ele.
- Está tudo bem, eu a vi indo embora de carona deixa eu entrar. – Deixei ele entrar, estava vestindo a minha roupa.
- Foi o Derek! Ele que me mordeu! – Falo acusando o Derek que eu nem sei se foi ele. Mas então porque ele veio aqui? Porque ele veio para a festa que eu vinha?
- Scott, a Alisson saiu da festa com o Derek. – Ao escutar isso, eu fiquei com medo de ele matar ela. - Eu pulei a janela, eu senti meu corpo mudar eu agora era um lobisomem eu uivei e fui à procura do Derek correndo pela floresta, eu vejo a jaqueta da Alisson.
Cadê ela? – Minha voz saiu exigindo que ele falasse.
- Está segura de você. – Ele fala, a sua voz paira sobre a escuridão eu não o encontro.
Quando me viro sou derrubado no chão, eu sinto meu corpo ser pressionado na árvore. Meu corpo congela, eu encaro os olhos dele e me perco totalmente neles, o que estou sentindo? Isso nunca aconteceu comigo antes, não! Tento falar para mim mesmo, mas o meu corpo aprecia essa aproximação.
- O que está fazendo? – Era para a minha voz ter saído exigindo e com raiva, mas ela saiu baixa e gostando dessa sensação.
- Quieto! Eles já estão aqui, corra! – Ele fala se afastando de mim, eu não entendo o que ele quis dizer, meu corpo ainda está um pouco amortecido pelo contato. Eu sinto uma flecha ser atirada em mim, eu sinto uma dor imensa seja lá quem for ele é habilidoso eu me sinto encurralado, o Derek me ajuda a fugir deles.
- Quem são eles? – Pergunto para ele.
- Caçadores, pessoas que caçam nós á séculos. – Sua voz novamente me deixou sem chão, porque estou sentindo isso, como se estivesse encurralado e ao mesmo tempo me sentindo indefeso a sua voz?
- Nós? Quer dizer você! Você fez isto comigo! - Eu sinto minhas palavras saírem, ele me olha me encarando eu sinto um frio subir na minha barriga, e minha cabeça perder o raciocínio.
- Isso é tão ruim, Scott? Consegue ver melhor, ouvir melhor, se mover mais rápido do que qualquer ser humano foi dado algo a você que pela qual a maioria morreria. A mordida é um dom. – Ele falou explicando tudo, como se eu fosse querer isso.
- Eu não quero isso! – Falo com raiva de tudo ter acontecido de maneira imprevista na minha vida, só porque eu decidi ir com o Stiles numa noite que ocorreu um crime. Mas se eu não tivesse ido, o Stiles iria passar por isso, tenho que ter a consciência de que foi melhor isso ter acontecido comigo, do que com o Stiles.
- Vai querer. E vai precisar de mim se quiser controlar, então eu e você Scott somos irmãos agora. – Ele falou irmãos? Vejo ele ir embora, me deixando sozinho nos pensamentos e com essa sensação que eu odeio.
Eu não acredito que dormi na floresta e estou indo andando para casa, o Stiles me ajuda eu me sinto culpado por deixar a Alisson sozinha naquela festa.
- Ela deve me odiar agora. – Penso na forma que ela me olhará, com raiva.
- Ou você inventa uma desculpa muito boa, ou conta para ela a verdade abrir o jogo de uma vez e falar que é um lobisomem. Eu encaro ele. - Ok péssima ideia. Olha a gente supera isso, se precisar eu te prendo nas luas cheias e dou ratos para você comer olha eu já criei uma jiboia tranquilo. – Stiles é um bom amigo, eu realmente tenho sorte.
- O que aconteceu me deixou sozinha na festa. – A voz dela me lembra do ocorrido, eu penso em seriamente contar, mas não posso.
- Olha eu sei, e eu tenho uma boa razão e vai ter que acreditar em mim. – Falo com segurança.
- Ficou doente? – Ela me pergunta isso.
- Só posso dizer que tive um ataque. – Beleza, eu dei essa explicação a uma garota, espero que ela acredite.
- Eu vou ganhar uma explicação? - Sua pergunta me balança um pouco, mas eu não posso falar a ela que eu sou um lobisomem.
- Pode acreditar em mim dessa vez somente? – Falo rezando para ela falar que sim.
- Eu vou me arrepender? – Provável que sim, mas eu espero que não descubra.
- Provavelmente. – Ela sorri, eu ouço seu coração batendo.
- Isso é um sim e uma segunda chance? – Eu me atrevo a forçar a barra.
- Sim com certeza. – Suspiro aliviado por ela dar uma segunda chance.
Uma buzina de um carro faz ela virar.
- É o meu pai, eu tenho que ir. – Ela fala sorrindo e vai.
Eu me viro e vejo o pai dela, é ele o caçador
Eu deveria ter gritado para mim mesmo antes de tudo isso acontecer, não vá a essa floresta idiota convença o seu amigo a não ir também. Assim, nunca saberíamos que existia lobos, não seria caçado e não estaria ligado ao Derek Hale
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