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História O recomeço do pra sempre - Capítulo Quinze


Escrita por: mialves308

Capítulo 15 - Capítulo Quinze


Após jantarmos, ajudo o Peter com a louça, e depois de limparmos toda a cozinha, ele me diz pra eu esperar na sala, que ele vai me fazer seu famoso chocolate quente. Fico na sala o vendo trabalhar. Quando acaba, ele vem em minha direção com duas canecas, e se senta no sofá também!

- Aqui está o seu! Tem um marshmallow a menos no seu. Pelo seu comentário de mais cedo! – Eu faço uma cara feia pra ele.

- Eu vou roubar um seu se for verdade! – Pego a caneca de sua mão. Assopro, e dou um gole. – Que delícia! É muito bom mesmo!

- Eu te disse! Covey...- Peter me encara e fica sério. – Eu sei que é um assunto difícil pra você, mas eu queria te pedir que me contasse o que aconteceu com você depois que terminamos. Como eu te disse, eu continuei conversando com a Kitty, e ela me deu um quadro geral da situação, mas eu sempre me perguntei o que você devia estar sentindo, o que estava fazendo. É algo que sempre pairou na minha cabeça, e que no começo do nosso fim, quase me deixou louco. Eu acho que pode ser libertador pra você, se abrir comigo sobre isso. Assim como eu fiz com você.

Eu respiro fundo, e engulo o bolo da garganta. É complicado tocar nesse assunto, mas depois do que ele me confidenciou sobre essa época, sinto que devo a ele também.

- Bom, nas três primeiras semanas eu só chorava e ficava no quarto. Saia apenas para as aulas. Pensei em te ligar centenas de vezes, mas a Alex, lembra-se dela? A minha colega de quarto? – Peter assente. -  Ela tomava meu celular. Me dizia que preferia me ver chorar um mês e superar, do que ver nós dois juntos de novo, brigando e eu chorando todas as noites por você ou por ter magoado você. Ela me dizia que eu era nova demais pra sofrer assim por amor. Passado esse tempo, ela já estava farta de mim, como ela mesmo dizia. Numa noite ela me arrastou pra uma festa de uma fraternidade que ela estava pensando em entrar. Chegando lá fiquei emburrada em um canto, até que de tanto ela me encher, comecei a beber com ela. Fiquei muito bêbada, e não lembro até hoje o que aconteceu depois disso naquela noite, mas ao acordar no dia seguinte, tinha um cara do meu lado, na minha cama. Eu fiquei horrorizada com o que eu tinha feito. Eu não era assim. Na verdade eu chorei mais ainda naquele dia pelo que eu tinha feito. Pensei na minha mãe, no meu pai e nas minhas irmãs. E como eles ficariam, sabendo que eu tinha feito aquilo. Como a doce e inocente Lara Jean, tinha se embebedado e dormido com um homem qualquer.

Paro um momento, e respiro com força pra não chorar. Lembrar disso, dos sentimentos que eu tive na época, era algo muito forte.

Peter coloca sua caneca na mesa de centro, e pega a minha das minhas mãos, e a deposita lá também. Depois se senta mais perto de mim e segura minhas mãos, me apoiando, assim me incentivando a continuar.

- Além de pensar na minha família, e o que pensariam de mim, eu fiquei muito mal por ter ficado com outra pessoa. Quer dizer, eu só tinha dormido com você até aquele momento. E resolvi fazer isso porque eu te amava, e não porque eu estava muito bêbada. Eu me sentia suja, enojada e por isso fui grossa com o cara que eu tinha ficado, muito, muito grossa. Eu lembro que ele se vestiu correndo, e saiu me chamando de louca. Fiquei pior do que eu estava antes. Eu estava mal por termos terminado, por ter dormido com um cara qualquer que não era você, mas pior, eu estava mal por ter desrespeitado minha família. Eu pensava na minha mãe, e como ela ficaria devastada se soubesse que a filha dela tinha se tornado uma dessas garotas clichês de um filme ruim, que dormem com qualquer um. Então eu me enterrei mais ainda na minha tristeza. Até a Alex me convencer que uma festa nova melhoria meu humor. Dessa vez topei, porque queria deixar você pra traz. Pelo menos parar de sofrer por você. E fui decidida a não fazer besteira de novo. Mas chegando lá eu fiz tudo de novo, e dessa vez eu que acordei na cama de um estranho. Me senti um lixo de novo, mas percebi algo novo também, que eu não me lembrava muito bem do que tinha acontecido na noite anterior, e bem, isso era bom, porque queria dizer que eu não me lembrava da merda que minha vida estava. – Peter ri e eu olho carrancuda pra ele.

- Desculpa, desculpa! É que você falou merda! Ainda não consigo ver falando essas coisas. Eu sinto muito.

Dou um olhar de perdão para ele, e continuo meu desabafo.

-  Então, eu comecei a sair todas as noites. Fiz isso durante uns três meses. Nunca contei isso para meu pai. Acho que ele sabe que eu estava passando por um momento difícil, mas não sabe tudo que eu fiz. Nesses meses eu não voltei nem uma vez pra casa. Dizia a ele que a faculdade estava puxada, e que era melhor eu ficar no campus. Mas óbvio que a Margot que me conhecia tão bem, não aceitou minhas desculpas, e no feriado de ação de graças daquele ano, foi até a faculdade me buscar, para que eu o passasse em casa. Ela chegou numa sexta por volta do meio-dia na faculdade. Quando chegou ao meu dormitório, quem a atendeu foi o cara com quem eu tinha dormido na noite anterior. Eu ainda estava dormindo. Ela entrou e o cara saiu, e ela veio e me acordou! Eu lembro até hoje de como ela me olhava quando eu acordei. Ela não me reconhecia! Era como se ela tivesse vendo uma estranha. Aquele olhar me machucou demais, pois eu pensava que era assim que minha mãe me veria. Eu explodi com ela, disse que ela não tinha o direito de vir, se eu disse que não queria ver ninguém. Ela estava tão chocada em me ver daquele jeito, que foi embora. Mas é a Margot, você sabe como ela é. Era seu último ano da faculdade, mas ela resolveu não voltar naquele ano, e cuidar de mim. Ela pediu para tirarem a Alex do meu dormitório, pois disse que ela era má influência. A faculdade a trocou de quarto, e eu ficaria sem companheira até o próximo semestre. Então Margot meio que morou comigo no dormitório. Ela cuidava de mim, me dava colo pra que eu pudesse chorar e me falava que tudo ia melhorar. Ela cuidou de mim por quase dois meses, mas depois das festas de fim de ano, quando ela percebeu que eu estava melhor, ela voltou pra faculdade. Eu disse a ela que estava determinada a nunca mais sofrer ou fazer minha família sofrer. Tranquei você e tudo que eu sentia bem fundo no meu coração, e nunca mais deixei sair. Quer dizer, nunca até agora.

Peter me abraça após eu terminar.

- Eu não posso dizer que entendo o que você passou. Eu sei que sua família é tudo pra você, e não se sentir digna deles, ou achar que sua mãe estaria decepcionada, deve ter acabado contigo. Eu só posso dizer que sinto muito. E pedir desculpas.

- Você não me deve desculpas Peter. Quem tomou todas as iniciativas destrutivas da minha vida fui eu, não você. Mas obrigada! Obrigada por me fazer falar! Eu sinto que eu precisava te contar.

- Fico feliz por ter me falado.



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