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História O Rei Do Jardim - O Coração De Fogo - O Lago Azul


Escrita por: Haslordy

Notas do Autor


Olá! Bem-Vindo ao 2° capítulo!

Curiosidade #2 = Uma de minhas inspirações para a história foi simplesmente a foto de um jardim, junto com um tempo livre parando para refletir. ^-^

Capítulo 2 - O Lago Azul


Fanfic / Fanfiction O Rei Do Jardim - O Coração De Fogo - O Lago Azul

[...] Era um cavalo deitado numa rocha e atrás dele... Uma mulher humana. Ela estava na água, cantarolando baixinho, as notas agudas de sua voz soprano. Como nunca ouviu nada como aquilo antes, o dragão com cuidado, lentamente aproximava-se... Em direção as águas do lago azul, que geralmente apenas recebia as visitas das aves.

O cavalo logo percebeu-o, relinchando desesperado! A garota sem entender, tentava acalmar o seu animal equino. Quando ele finalmente quietou, ela, percebendo uma diminuição na luz... Olhou para trás, para onde o cavalo olhava aflito. Espantou-se ao ver aquele ser tão grande, que havia os coberto com sua sombra, observando-a. A moça escondendo-se na água, jogou uma pedra em seu focinho e tendo o rosto corado, coberto pela vergonha, gritou:

- O QUE FAZES AQUI?!

O dragão esfregava seu focinho com a pata, resmungando, sem entender a razão pela qual levou aquela pedrada. Afinal, aquela mesma moça havia o tratado com tanto apreço ao vê-lo pela primeira vez na montanha... Agora, ela ataca-o com uma pedra! Confuso, ele tenta proteger-se com sua asa, ainda encarando-a.

- Não vê que estou no meio de um banho?! Saia daqui!!!

Não é pela questão de que dragões sejam sujos, não, eles também higienizam-se. Semelhante a forma que os humanos o fazem, inclusive. Porém, para aquele dragão, não haviam motivos para que ele saísse dali. Afinal, a Mãe Terra criou a Água para todos os seres vivos e não exclusivamente para um ou outro. Irritado com essa reflexão, o dragão bufou e sentou-se no lago, recusando-se a sair e provocando uma onda que quase derrubou a garota.

- AAAAHHH!!! Gasp! Gasp! Oras seu... Atrevido! Como ousa fazer isso com uma princesa?! - Dizia encolhendo-se na água rasa.

O dragão encarou-a como se estivesse desafiando-a com um olhar infantil de provocação. A princesa, impaciente, atirou outra pedra gritando para que ele fosse embora. Desta vez, ele simplesmente desviou da pequena pedra. A princesa insistia firmemente para que ele partisse. Irritado, o dragão deita bruscamente na água provocando uma onda ainda maior, o que levou a princesa para a beira do lago em terra firme.

- Gasp! Seu... Aaah! - Corre para atrás do seu cavalo, escondendo sua vergonha.

O dragão via aquela garota, não mais irritado, mas com um olhar de preocupação, triste e sentindo um pouco de culpa por tê-la jogado para fora d'água. Ao tentar se aproximar, a moça se encondia atrás de seu cavalo, que estava paralizado pelo medo daquele enorme ser de chifres alado.

- Vá embora! Esta é a ordem de uma princesa! Se desobedecê-la serás punido por tua in... - Para de falar, pensativa por um momento, imaginando no que aquele dragão deveria estar pensando sobre ela.

Pensamento da princesa : "Espere um momento... Dragões são animais, certo? Meu cavalo também é um. Animais não possuem malícia, andam nus e não se importam com roupas... Já banhei-me diversas vezes junto ao meu cavalo. Então, será que ele também não vê nada além disso? O julguei com os valores humanos e não com os valores de um dragão... Será que dragões sequer possuem valores? Ah, não, não, não... Estou imaginando coisas... Eles são apenas animais inocentes, nem devem entender o porquê escondo minhas partes."

- Hum... Ei... Grandalhão... Desculpa pela pedra e... - Cora ao ver ele se aproximando.

O dragão procurando se haviam ferimentos no corpo da moça, aproximou-se ficando apenas um metro e meio de distância dela. Sua respiração quente, contrastava com a brisa fria que ouriçava os mamilos da jovem. Seu olhar cuidadoso para com a moça, não era compreendido de tal maneira. Atencioso, tentava ajudá-la a se levantar usando seu focinho.

- Eeer... Eeer... - Olha para o outro lado e cobre os seios com o braço.

Pensamento da princesa : "Ai, meu senhor! Ele está muito próximo. Fica me olhando o tempo todo!"

- Ai! Mas o que... - Olha para o seu próprio corpo e vê pequenos arranhões na barriga, joelho e braços.

Percebendo os ferimentos o dragão imediatamente arrependeu-se de ter atirado a garota para fora d'água, mesmo que não foram suas intenções machucá-la. Utilizando sua magia, logo preparou uma cura com sua saliva, lambendo a moça por inteiro em seguida.

- Aaah! Eca! Que nojo! - Logo, os ferimentos foram se fechando mas a princesa não percebeu - Escute aqui... Se você ousar me tocar mais uma vez... Eu juro que ordeno meus homens para prenderem você no calabouço do castelo! Ou não me chamo a princesa Olinda Melly de Cástia!

Ofendido pelas palavras mal gratas, o dragão rosna para princesa e invoca um espelho para a mesma. Espantada, pois nunca observara magia tão de perto antes, percebeu no espelho além de seus ferimentos curados, que pode ver a sua própria imagem por completo. O espelho mágico refletia tudo aquilo que não podia ser visto pelos humanos : eles mesmos.

Envergonhada a moça afastou, vestiu-se rapidamente, pediu desculpas e saiu em disparada com seu cavalo, indo em direção ao seu castelo, completamente envergonhada. O dragão não quis a seguir até a metade do caminho, como fizera da primeira vez que a viu. Chateado, voltou voando lentamente para o Grande Jardim. Chegando no castelo, Olinda cumprimentou a todos e correu para o seus aposentos, em seguida, trancou as portas.

- Olinda : Mango, ele deve pensar que sou uma péssima pessoa agora! - Se lamentava conversando com o seu cavalo de pelo ruivo, com manchas brancas e uma longa crina bege.

- Mango Relincha -

- Olinda : Eu sei, eu sei, eu não pensei antes de falar tudo aquilo. Pensei que ele fosse como os humanos... Que possuía... Você sabe... A malícia dos homens...

- Mango Relincha -

- Olinda : Eu não vou voltar lá sozinha! O que ele deve estar pensando de mim?

- Mango a encara -

- Olinda : Aff... Você não me entende!

- Mango bufa revirando os olhos -

- Olinda : Escute aqui pangaré, se tem alguém aqui que tem de aturar "outro alguém", esse alguém sou eu! Não é qualquer um que tem consebido consigo o dom da iluminação das vozes ! Ainda mais para acabar tendo de lidar com você, um cavalo!

- Mango relincha irritado -

- Olinda : O que foi? Se doeu? Cavalos são difícieis de se lidar, ainda mais um bem mimado como você.

- Mango relincha -

- Olinda : Olha, eu era apenas criança de 8 anos quando te confundi com um burro! Ainda mais porque você estava de costas! E foi só daquela vez!

- Mango relincha ofendido -

- Olinda : Ei! Eu não especifiquei com quantas raças consigo me comunicar! Não é minha culpa se aqueles Marrafins roubaram suas maçãs! Eu não estou lhe devendo coisa nenhuma... Estamos quites desde aquela vez que eu livrei seu pelo daqueles vigaristas! Caso não esteja fresco em sua memória minúscula, eles queriam te colocar numa mina para puxar carvão!

- Mango começa a andar em círculos -

- Olinda : Olha Mango, não vamos brigar de novo. Não fuja do assunto. Eu não vou voltar para o lago azul sozinha só porque tu tens medo dele. E sabes muito bem que nenhum outro cavalo me aceitaria montar em seu lombo.

- Mango para -

- Olinda : Vamos lá, meu caro amigo. Me ajude a falar com ele de novo... Por favor...

- Mango a encara emburrado -

- Olinda : Não prescisa ser amanhã, pode ser depois... Vamos meu amigo... Se esqueceu do motivo pelo qual nos damos bem?

- Mango relincha -

- Olinda : Haha! Esse é o meu garoto! - Na manhã seguinte foram em disparada a procura daquele dragão.

▪︎"Flash Back On"▪︎
Olinda.    

Mango é o meu melhor amigo, ele me ajuda sempre que possível. Nos conhecemos na fazenda do meu tio, quando ele ainda era um filhote com apenas três meses e meio de vida, na baia do celeiro. Era o meu aniversário e meu tio disse que tinha uma surpresa para mim. A égua que cuidava de Mango havia o adotado. 

Ele estava mamando e de costas para mim, quando meu tio anunciou que ele era o meu presente de aniversário. Estusiasmada disse - "Que fofinho! Um burrinho!" - Pois dava para ver suas orelhas enormes mesmo de costas. Ele olhou para mim no mesmo instante, aparentemente irritado. Meu tio disse que ele não era um filhote de burro e sim de cavalo.

Eu insisti - "Mas com orelhas deste tamanho todo? Mais parecem dois mastros num navio!" - No mesmo instante Mango pulou na porteira e apoiou-se na pontinha de seus cascos, relinchando furioso para mim. Eu apenas achei fofo aquela situação e acariciei suas orelhas, deixando-o sem graça. - Não quis dizer que elas são feias bobinho, eu as acho fofas. - Logo, ele se acalmou e passou a tarde quase inteira brincando comigo.

Entre correr e pular por todo o lugar, naquele momento senti que criamos uma ligação forte, eu descobri a minha habilidade-base. A habilidade que alguns humanos têm, que se desenvolve na infância para auxiliá-los durante toda a vida. Alguns chamam de "dom". E a minha, para a surpresa de todos, foi a "iluminação das vozes".

"A iuminação das vozes é uma habilidade consebida no nascimento, que permite a criança conversar com algumas ou todas as raças diferentes das dela. Esta habilidade encontra-se no sangue, não na mente, por isso o indivíduo não é capaz de controlar telepaticamente a vontade os outros." - Dizia um homem velho ao meu pai na sala de jantar.

De longe eu via aquele potrinho correndo tão rápido quanto o vento que soprava meus cabelos. Ele era diferente dos outros filhotes, tinha as patas mais longas e era mais magro. Isso fazia-o ser um pouco mais... "Desastrado que o normal". Mas eu estava feliz em tê-lo como companheiro. O batizei com o nome de Mango pois ele lembrava-me... Bem... Uma manga. E essa era a minha fruta favorita. As crianças têm tanta imaginação...

Eu estava contente, era estranho e ao mesmo tempo engraçado ouvir a voz de Mango pela a primeira vez. Era bem diferente de como nós humanos soamos, porém, apenas eu o entendia. Meu pai ficou descontente com a minha habilidade-base. Eu nunca entendi o porquê. Ele dizia que era algo "insuficiente para o meu nível" o que para uma criança, aquele ar de reprovação sufocava-me e eu sentia como se aquelas palavras fossem brasas em meus pulmões. E meu coração apertava-se.

Meu pai gritou com aquele homem barbudo, socou a mesa e saiu da sala de jantar batendo a porta. Depois que fui embora, Mango ficou triste pois, só retornaria para buscá-lo quando ele não dependesse mais da mãe adotiva para alimentar-se. Depois de mais cinco meses, voltei para buscá-lo no outono. E desde então nunca mais nos separamos.

▪︎"Flash Back Off"▪︎

- Olinda : Sabia que poderia contar com você, Mango. - Abraça-o.

- Mango pula animado -

- Olinda : Calma! Calma! Desse jeito vou cair!

- Mango anda mais devagar -

- Olinda : Espero que encotremos ele de novo...

▪︎"Flash Back On"▪︎

Naquela tarde, poucas semanas atrás, eu passeava pelas montanhas me divertindo com Mango. Eu sempre fujo para lá quando as coisas não estão muito boas no castelo. Desde mais nova, sempre ouvia o meu pai contar-me as histórias sobre os dragões. Que eles eram seres mágicos e poderosos, mas também muito perigosos. Eu estava sentada na grama, penteando a crina de Mango com as mãos...

Foi quando o vi pela primeira vez, ele era enorme, com dentes afiados e chifres pontudos. Fiquei sem reação ao vê-lo tão de perto que podia ouvir sua respiração pesada. Eu estava praticamente em pânico, o Mango? Já se fingia de morto. Mas ele... Aquele dragão que deveria impôr o medo apenas com o barulho do vento do bater de suas asas... De alguma forma ele... Estranhamente... Parecia não representar perigo para nós.

Uma mistura de medo, ansiedade e curiosidade tomou posse de meu corpo naquele momento. Disse num sussurro para Mango que a qualquer sinal de perigo ele pudesse correr para bem longe. Afastei-me de meu cavalo, indo com passos lentos e leves até aquela criatura fascinante aos meus olhos de topázio. Ele parecia corresponder com a mesma curiosidade que eu possuía.

Olhando-me, deu um pequeno passo para trás e com esse movimento, Mango saiu em disparada agarrando meu vestido com a boca e jogando-me sobre seu lombo. Porém, o dragão nos seguiu e rápido como um piscar de olhos parou em nossa frente. Mango assustado acabou derrubando-me sem querer, foi quando eu pude olhar em seus olhos pela a primeira vez.

Ele, calmo, parecia olhar-me com cuidado, como uma ursa que cuida de sua cria. Mango chamava-me para perto dele, tentando ao máximo parecer corajoso. Eu... Eu não conseguia tirar os olhos daquela criatura... Mas perguntava-me se ele era capaz de falar algo. Tentei perguntar seu nome e ele ficou em silêncio. Tentei novamente perguntar, mas desta vez, se ele tinha um nome.

Ele apenas chegou mais perto, tão perto que pude tocar seu focinho e perceber o quão grande aquele ser era. E por um breve momento, eu senti uma energia incoparável a qualquer outro sentimento que houvera um dia passado por mim. Em seguida, ele se afastou e voou embora. Eu tentei convencer Mango a correr atrás dele e consegui! Mas mesmo assim foi inútil, ele era rápido demais para as pernas de Mango, que caiu no chão exausto. Ofegante, olhava-o sumir de vista além do pôr-do-sol.

Mango ficou irritado no mesmo instante, dizendo que "ele que havia corrido, então, por que diabos eu estava ofegante?!" Não prestei atenção as queixas de Mango, que não paravam por um minuto, apenas observei aquela fera sumir nos ares. - "Vamos para casa Mango... Já sei, já sei, então se você quer descanso, por quê não vamos logo?" - Mango bufou e então ficou sem argumentos, resmungando o caminho todo até chegarmos no meio da noite no castelo.

▪︎"Flash Back Off"▪︎

- Olinda : Sabe Mango... Ainda não entendo o papai... Ele nunca gostou da minha habilidade-base. Ele sempre diz que é "insuficiente para o meu nível" ou que "eu merecia ter algo melhor".

- Mango relincha -

- Olinda : É claro que não! Eu não concordo com meu pai. Acho incrível poder conversar com alguém mais incrível ainda...

- Mango ergue o queixo orgulhoso -

- Olinda : Mudando de assunto... Você acha que aquele dragão consegue falar?

-Mango responde "não" com a cabeça-

- Olinda : Você também não conseguiu se comunicar com ele, não é? - Diz sentindo uma pontada de decepção - Ou... Talvez ele só não tenha dito nada mesmo. Pode ser que ele ficou calado o tempo todo.

- Mango discorda -

- Olinda : E como pode ter tanta certeza?

- Mango bufa -

- Olinda : Ah, claro, claro... Você é melhor nisso do que eu... Mas então, se és tão maravilhoso, porque simplesmente não pediu para aquele cão-touro nos dar licença do caminho?

- Mango relincha -

- Olinda : Oras... Se "com cães-touros é diferente" então... Como pode assegurar que aquele dragão não nos disse uma palavra?

- Mango fica em silêncio -

- Olinda : Huuum? Oh! Ah, não! Acho que perdi minha habilidade! Não estou conseguindo mais ouvi-lo Mango! Meu amigo depressa, diga alguma coisa! - Finge drama.

- Mango revira os olhos -

- Olinda : Ah, vamos... Eu sei que tu me amaaaaa... - Diz em tom infantil.

- Mango bufa e relincha -

- Olinda : Aaaaaah... Ele é tão fofinho quando admite isso! - Começa a coçar o pescoço de Mango - Perdoe-me pelos Marrafins... Eu poderia ter afastado aqueles macacos-mamutes assim que os vi.

- Mango relincha -

- Olinda : Está bem, chega! Eu já perdi perdão e já lhe comprei um saco maçãs frescas! Pare de reclamar.

- Mango a encara -

- Olinda : O que você quer? Que eu confesse? Tudo bem, eu poderia sim, tê-los evitado para você mas acontece que um vendedor me distraiu com uma linda bota à venda!

- Mango relincha -

- Olinda : Oras... Não podemos dizer algo sem saber! Além do mais, você não apanhou deles... Mas vamos confirmar aquilo apenas quando o vermos novamente [...]



Notas Finais


Mango é realmente um amigo de ouro! Mas um tanto convencido algumas vezes...


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