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História O Rei dos Serpentes: A Seleção - A Elite - A Escolha - A Seleção - Capítulo 2


Escrita por: SamBombshell28

Notas do Autor


HEY MENINES,

Q dia hein?! Alemanha eliminada e Brasil nas Oitavas! AMEM! Fiquem com esse cap lindiiiiissimo de A Seleção.

HAVE FUN

Capítulo 2 - A Seleção - Capítulo 2


            Aquela casa da árvore ainda era meu refúgio, meu lugar de fugir da realidade e da pressão que eu vinha sofrendo, mais do que aquela casinha... ele era meu refúgio e aquele era o nosso paraíso! Ninguém me tiraria dali e dos braços dele, nem mesmo um príncipe.

— Por favor, não me chame de linda. Minha mãe e Ana estão usando dessa artimanha de me elogiar a uma semana. Isso está me dando nos nervos. – Pelo jeito que Kevin me olhava, notei que minhas palavras não me deixavam mais feia. Ele sorriu.

— Não consigo evitar. Você é a coisa mais linda que já vi na vida. Não me condene por dizer isso quando posso. – Ele segurou meu rosto com as mãos, e eu olhei bem fundo em seus olhos.

Foi o suficiente. Seus lábios tocaram os meus, e eu não consegui pensar em mais nada. Não havia Seleção, família pobre ou Kevin. Havia apenas as mãos de Kevin nas minhas costas, puxando-me mais para perto; a respiração dele no meu rosto. Minhas mãos passaram por seus cabelos pretos, ainda úmidos do banho – ele sempre tomava banho à noite – e se uniram em um nó perfeito. Kevin cheirava ao sabonete que a mãe dele fazia. Eu sonhava com aquele cheiro.

Nós nos afastamos, e eu não consegui esconder um sorriso. As pernas dele estavam bem abertas. Sentei-me no meio delas, como uma criança que pede colo.

— Desculpe, não estou de bom humor hoje. É que... nós recebemos aquele aviso idiota pelo correio.

— Ah, sim, a carta — suspirou Kevin. — A gente recebeu duas.

Claro. As gêmeas tinham acabado de fazer dezesseis anos. Peguei o embrulho com minha as sobras da minha comida e entreguei a ele, que começou a beliscar a comida sem afobação. Deu uma mordida na maçã, insinuando que era nossa, mas abri mão da minha parte e deixei que comesse o resto.

Se a alimentação era uma preocupação na minha casa, na de Kevin era uma tragédia, ele era um Seis. Eles trabalhavam como ajudantes e estavam apenas um degrau acima dos Sete, porque tinham uma educação melhor e aprendiam a trabalhar em ambientes fechados. Kevin era o garoto mais bonito do Southside, de todas as castas. Ele era moreno, tinha olhos verdes e um sorriso que fazia você pensar que ele estava escondendo alguma coisa. Era alto, mas não alto demais. Magro, mas não magro demais. A luz fraca revelava pequenas olheiras; com certeza ele tinha trabalhado até tarde a semana inteira. Sua camiseta preta estava gasta, assim como o jeans surrado que ele usava quase todos os dias. Era mais inteligente do que qualquer pessoa que eu conhecia e era muito bonito, mas dificilmente uma mulher se casava com alguém de uma casta mais baixa. E eu queria ser a princesa dele, apenas dele.

Um homem de casta inferior podia até pedir sua mão, mas raramente recebia um “sim” como resposta. E, quando pessoas de castas diferentes se casavam, tinham que preencher um monte de papelada e esperar uns noventa dias para poder tomar as outras medidas legais necessárias. Já ouvi mais de uma pessoa dizer que essa burocracia pretendia dar ao casal a chance de mudar de ideia. Ele tinha um trabalho muito mais exigente que o nosso, mas ganhava um salário bem menor. Nunca havia comida suficiente. Ele era o mais velho de sete irmãos. Assim como comecei a ajudar em casa logo que pude, Kevin fez o mesmo. Ele passava o pouquinho de comida que lhe cabia para as irmãs e a mãe, sempre cansada de tanto trabalhar. O pai tinha morrido três anos antes, e a família dependia dele para quase tudo.

Eu amava Kevin. Fazia quase dois anos. E ele me amava. Com ele ali sentado, alisando meu cabelo, eu era incapaz até de pensar em participar da Seleção. Eu já estava apaixonada.

— E o que você acha disso? Quer dizer, da Seleção? — perguntei.

— Acho normal. O coitado precisa dar um jeito de arrumar uma namorada.

Senti o sarcasmo, mas queria saber sua opinião de verdade.

— Kevin...

— Tudo bem, tudo bem. Por um lado, acho meio triste. O príncipe não sai com ninguém? Quer dizer, será que ele não arruma ninguém de verdade? Se eles tentam casar as princesas com outros príncipes, por que não fazem o mesmo com ele? Deve ter alguma nobre por aí que sirva para ele. Não entendo. E é isso. Mas... — ele suspirou. — Por outro lado, acho uma boa ideia. É emocionante. Ele vai se apaixonar na frente de todo mundo. Gosto dessa história de felizes para sempre e tal. Qualquer uma pode ser a próxima rainha. Dá esperança. Me faz pensar que eu também posso ser feliz para sempre.

Ele passava os dedos em volta dos meus lábios. Aqueles olhos verdes penetravam fundo na minha alma, e eu sentia aquela química incrível que só tinha com ele. Eu também queria ser feliz para sempre.

— Então você está incentivando as gêmeas a entrar no concurso? — perguntei.

— Sim. Quer dizer, a gente já viu o príncipe algumas vezes. Ele parece ser um cara legal. Quer dizer, é um imbecil, com certeza, mas é simpático. E as meninas estão empolgadas; é engraçado de ver. Elas estavam dançando pela casa quando cheguei do trabalho hoje. E ninguém pode negar que seria bom para a família. Minha mãe está otimista, porque temos duas participantes em casa.

Era a primeira boa notícia que eu recebia sobre essa competição terrível. Não podia acreditar que tinha pensado tanto em mim que nem cheguei a me lembrar das irmãs de Kevin. Se uma delas passasse, se uma delas entrasse...

— Kevin, você tem noção do que isso significaria? Se Midge ou Valerie ganhassem?

Ele me abraçou mais forte, acariciando minha testa com os lábios. Uma de suas mãos subia e descia nas minhas costas.

— Só pensei nisso hoje — ele confessou. O tom rouco de sua voz não deixava espaço para nenhum outro pensamento. Kevin colocou o prato de lado e se aproximou de mim, tirou uma mecha do meu cabelo e a colocou atrás da orelha. — Significa que eu e você poderemos ter um futuro maravilhoso, sem que você participe da Seleção, e sua mãe vai aceitar que você se case comigo. — Eu só queria que ele me tocasse e me beijasse. E era exatamente isso que aconteceu.

Nossos lábios se tocaram pela segunda vez no dia, dessa vez de forma mais intensa. Kevin me deitou no chão da casa de madeira e ficou por cima de mim, nossas línguas se acariciavam em uma dança selvagem, tínhamos necessidade em ter um ao outro. Suas mãos foram parar dentro da blusa do meu pijama, me fazendo arfar. Senti que Kevin me queria o tanto que eu queria ele. Eu queria mais, queria que ele me tomasse por inteiro, mas quando achei que iriamos evoluir para o próximo estágio ele parou.

A noite foi passando, rimos, e ele me contou as novidades desde a última vez que nos vimos. Kevin tinha trabalhado no escritório de uma fábrica e ia ficar mais uma semana nesse serviço. Sua mãe tinha finalmente conseguido um emprego fixo de faxineira na casa de alguns Dois da nossa região. As gêmeas estavam tristes porque a mãe as fizera largar o curso de teatro da escola para que pudessem trabalhar mais.

— Vou ver se arranjo um trabalho aos domingos para ganhar um pouquinho mais. Detesto ver as duas abandonarem uma coisa que adoram — ele disse, esperançoso, como se fosse mesmo conseguir.

— Kevin Keller, nem se atreva! Você já trabalha demais.

— Aaah, Betty — ele sussurrou ao meu ouvido. Arrepiei. — Você sabe como Midge e Valerie são. Elas precisam ver gente. Não aturam ficar limpando e escrevendo o tempo todo. Não é da natureza delas.

— Mas não é justo que esperem tudo de você, Kevin. Sei exatamente como se sente, mas você precisa se cuidar. Se ama suas irmãs de verdade, tem que se preocupar também com o responsável por elas.

— Fique tranquila, Betty. Acho que coisas boas vão surgir lá na frente. Não vou ficar fazendo isso para sempre.

Mas ele ia. Porque sua família sempre ia precisar de dinheiro.

— Kev, sei que você aguenta. Mas há um limite. Você não pode achar que é capaz de dar tudo para todo mundo que ama. Não dá para você fazer tudo.

Ficamos em silêncio por uns instantes. Eu tinha esperança de que ele estivesse refletindo sobre minhas palavras, de que percebesse que, se não diminuísse o ritmo, podia se desgastar demais. Não era raro que pessoas da Seis, da Sete e da Oito morressem de exaustão. Eu não suportaria isso. Apertei-me ainda mais contra o peito dele, tentando apagar essa imagem da minha mente.

— Elisabeth?

— Sim? — sussurrei.

— Você vai entrar na Seleção?

— Não! Claro que não! Não quero que as pessoas pensem que considero a hipótese de me casar com um estranho. É você que eu amo — disse bruscamente.

— Você quer ser uma Seis? Sempre faminta? Sempre preocupada? — ele perguntou.

Sua voz carregava muita dor e uma pergunta sincera: se eu pudesse escolher entre dormir no palácio real rodeada de empregados e num apartamento de três cômodos rodeada pela família Keller, o que seria?

— Kevin, nós vamos conseguir. Somos inteligentes. Vamos ficar bem — eu disse, desejando que isso acontecesse de verdade.

— Você sabe que as coisas não vão ser assim, Betty. Eu ainda teria que sustentar minha família. Não sou do tipo que abandona os outros.

Estremeci nos braços de Kevin, que continuou:

— E se tivermos filhos...

— Quando tivermos filhos. E vamos tomar cuidado. Não precisamos ter mais de dois.

— Você sabe que isso é uma coisa que não podemos controlar!

Sentia a raiva tomando conta da voz dele. Não podia culpá-lo. Quem tinha dinheiro podia controlar o número de filhos. Mas os Quatro em diante tinham que se virar. Esse foi o assunto de muitas das nossas discussões nos seis meses anteriores, quando começamos a pensar seriamente num jeito de ficar juntos. Filhos eram uma incógnita. E quanto mais deles, mais trabalho. Já havia tantas bocas famintas...

De novo veio o silêncio. Nenhum dos dois sabia ao certo o que dizer. Kevin era passional; tendia a se exaltar nas discussões. Ele tinha aprendido a se conter antes de ficar irritado demais. Era o que estava fazendo agora.

Eu não queria deixá-lo preocupado ou nervoso. Acreditava mesmo que podíamos lidar com a situação. Se planejássemos, sobreviveríamos ao impossível. Talvez eu fosse esperançosa demais. Talvez estivesse apaixonada demais. O fato é que realmente acreditava que Kevin e eu alcançaríamos tudo o que quiséssemos de coração.

— Acho que você devia... — ele soltou de repente.

— Devia o quê?

— Participar da Seleção.

Olhei para ele furiosa:

— Você perdeu o juízo?

— Escute, Betty.

Sua boca estava bem perto do meu ouvido. Não era justo; ele sabia que isso ia me distrair. Sua voz veio devagar, aos sussurros, como se ele fosse dizer algo romântico, embora se tratasse do contrário.

— Se você tivesse a oportunidade de melhorar de vida e não a aproveitasse por minha causa, eu nunca ia me perdoar. Não ia aguentar uma coisa dessas.

Respondi bufando:

— Mas que ridículo. Pense nos milhares de garotas que vão participar. Não vou nem ser sorteada.

— Se não vai ser sorteada, por que se preocupar?

Ele esfregava meus braços com as mãos. Eu não conseguia resistir.

— Só quero que você participe, que tente. E, se for sorteada, vá para o castelo. Se não for, pelo menos não vou sofrer por ter impedido você.

— Mas, Kev, eu não amo o príncipe. Não gosto dele. Nem o conheço.

— Ninguém o conhece. E esse é o ponto: talvez você goste dele.

— Chega! É você que eu amo.

— E é você que eu amo.

Ele me beijou para confirmar essas palavras.

— E se me ama, vai fazer isso, para que eu não fique louco de tanto pensar no que poderia ter acontecido.

Quando se pôs como vítima, ele ganhou: eu era incapaz de magoá-lo. Fazia de tudo para facilitar a vida dele. E estava certa: não havia nenhuma chance de ser escolhida. Assim, tudo o que precisava fazer era me submeter ao processo e agradar a todos. Depois, quando não fosse sorteada, o assunto seria esquecido.

— Por favor? — Kevin suspirou no meu ouvido, e eu pude sentir um arrepio por todo o corpo.

— Certo — sussurrei. — Vou me inscrever. Mas sei que não quero ser princesa. Tudo o que quero é ficar com você.

Ele passou a mão no meu cabelo.

— E você vai ficar.

Acho que foi a luz, ou a falta dela, mas juro que os olhos dele marejaram quando disse isso. Kevin tinha passado por muita coisa, mas só o vi chorar uma vez, quando chicotearam seu irmão no meio da praça. O pequeno Jeremy tinha roubado uma fruta de uma banca no mercado. Um adulto teria sido submetido a um julgamento rápido e seria jogado na prisão ou condenado à morte, dependendo do valor do item roubado. Jemmy tinha apenas nove anos e por isso foi espancado. A mãe deles não tinha dinheiro para levar o menino a um médico decente, por isso Jemmy ficou com cicatrizes de alto a baixo.

Naquela noite, esperei na janela para ver se Kevin subiria até a casa da árvore. Ele subiu, e saí escondida para encontrá-lo. Ele chorou em meus braços por uma hora, lamentando-se por não ter trabalhado mais, por não ter sido melhor, para que Jemmy não precisasse roubar. Chorava porque era injusto Jemmy ter sido punido por suas próprias falhas.

Foi uma agonia. Aquilo não era verdade. Mas eu não podia dizer isso a Kevin: ele não me daria ouvidos. Carregava nas costas as necessidades de todas as pessoas que amava. Como que por milagre, eu me tornei uma delas, e tentava pesar o mínimo possível.

— Você pode cantar para mim? Uma música bem bonita, para eu lembrar na hora de dormir?

Sorri. Adorava cantar para ele. Aconcheguei-me mais e comecei uma cantiga de ninar bem serena.

Kevin me deixou cantar por uns minutos antes de começar a descer os dedos distraidamente por minha orelha. Abaixou a gola da minha camiseta e me beijou do pescoço às orelhas. Em seguida o clima intenso voltou a aparecer e eu fiquei mais uma vez esperançosa. Arregaçou minhas mangas e foi beijando meu braço de ponta a ponta. Comecei a perder o fôlego. Ele fazia isso quase todas as vezes em que eu cantava. Acho que gostava mais da minha respiração aguda do que das próprias músicas.

Em pouco tempo estávamos enlaçados sobre o tapete sujo e gasto, novamente.

Kevin me puxava para cima dele dessa vez, e eu acariciava seus cabelos bagunçados, hipnotizada por aquelas sensações. Ele me dava beijos ardentes e intensos. Eu sentia seus dedos apertarem minha cintura, meus quadris, minhas coxas. Sempre ficava surpresa que não deixasse marcas no meu corpo, e eu podia sentir sua ereção.

Infelizmente Kevin tomava o cuidado de sempre parar antes de chegar ao que realmente queríamos. Desrespeitar o toque de recolher já era o bastante. Ainda assim, com todas as limitações, eu não conseguia imaginar que alguém em Riverdale estivesse mais apaixonado que nós.

— Eu te amo, Elisabeth Cooper. Vou te amar enquanto viver.

A voz dele transmitia uma emoção profunda e me pegou desprevenida.

— Eu te amo, Kevin. Você sempre será meu príncipe.

E ele me beijou até a vela se consumir por inteiro.

 

Devia fazer horas que estávamos lá, e meus olhos começaram a pesar. Kevin nunca se importava com o próprio sono, mas não podia suportar o meu. Assim, desci a escada cansada, levando o prato e uma moeda.

Kevin se deliciava com minhas canções. Às vezes, quando tinha algum dinheiro no bolso, ele me dava uma moeda para pagar pela música. Eu queria que ele desse cada moeda que conseguisse juntar para a própria família: sem dúvida, eles precisavam até do último centavo. Mas aquelas moedas – que eu era incapaz de gastar – serviam como um lembrete de tudo o que Kevin queria fazer por mim e de tudo o que eu significava para ele.

De volta ao quarto, tirei o pote cheio de moedas do esconderijo e escutei o alegre tilintar da mais nova sobre as antigas. Esperei dez minutos na janela até ver a silhueta dele descer a escada e correr pela estrada.

Fiquei acordada mais um pouco, pensando em Kevin e no quanto eu o amava e me sentia amada por ele. Era uma sensação especial, insubstituível, que não tinha preço. Nenhuma rainha no trono poderia se sentir mais importante que eu.

Adormeci com esse pensamento gravado no fundo do coração.


Notas Finais


Gentem estou lok pra quando o Jughead começar a aparecer, uma loucura vai ser! Lindissimo. Mas como um bom ser humano eu shippo esse zal ai NUM MOMENTO.

Comentem o que estão achando.
Não se esqueça de passar em MW tbm hein?!
https://www.spiritfanfiction.com/historia/mad-world-12907835


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