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História O Rei dos Serpentes: A Seleção - A Elite - A Escolha - A Seleção - Capítulo 7


Escrita por: SamBombshell28

Notas do Autor


HEY MENINES
primeiro, sorry. Tava de mudança. Segundo é uma maratona de 6 cap, 3 agora e 3 mais tarde.

ENJOY AND HAVE FUN

Capítulo 7 - A Seleção - Capítulo 7


NA MANHÃ SEGUINTE

Vesti o uniforme das Selecionadas: calça preta, camisa branca e o símbolo da monarquia – a serpente – em um broche no peito. Os sapatos eram escolha minha. Calcei sapatilhas vermelhas e gastas. Pensei que seria bom deixar claro desde o princípio que não tinha nascido para princesa.

Em breve partiríamos para a praça. Cada uma das Selecionadas teria uma despedida em seu distrito – sul ou norte, eram grandes demais então os lados eram divididos em distritos –, e eu não estava muito ansiosa pela minha. Toda aquela gente me olhando enquanto eu não fazia nada além de ficar em pé. Essa história já começava a parecer ridícula, até porque iam me levar de carro até o local apesar de a distância ser de apenas dois quilômetros, por razões de segurança.

O dia não começou muito bem. Polly veio se despedir de mim junto com Jason, uma gentileza da parte dela, que estava grávida e cansada. Chick também veio, embora sua presença tenha provocado mais tensão que descontração. Ele queria aparecer para todos os fotógrafos e fãs ao longo do trecho que separava minha casa do carro do governo. Meu pai meneou a cabeça e todos entraram quietos no carro. Chick não agia mais como se fosse da família, só estava ali porque eu era uma Selecionada, em qualquer outra situação, ele jamais viria.

Ana era meu único consolo. Ela segurava minha mão e tentava me injetar um pouco de seu entusiasmo. Ainda estávamos de mãos dadas quando demos o primeiro passo na praça abarrotada de gente. Parecia que toda a população do distrito 34 de Southside tinha vindo se despedir de mim.

Ou conferir o motivo de tanta euforia. Do alto do palanque, eu podia ver aquela massa humana me encarando.

De pé na plataforma, podia ver as fronteiras entre as castas. Margareta Stines era uma Três e, assim como seus pais, me fuzilava com os olhos, inveja. Mas mal sabia ela que eu a invejava por estar na plateia e não no palco. Tenile Digger era uma Sete e me mandava beijos. As castas superiores me olhavam como se eu lhes tivesse roubado. Dos Quatro para baixo, todos torciam por mim – a menina comum que fora elevada. Tomei consciência do meu significado para todos ali. Era como se representasse algo para eles. Talvez eu pudesse mudar algo de dentro, por eles.

Eu tentava focar naqueles rostos, mantendo a cabeça erguida. Estava determinada a ir bem. Seria a melhor entre nós, a superior dos inferiores. Isso conferia um sentido de missão à situação. Elisabeth Cooper, a campeã das castas inferiores.

A responsável pelo distrito, similar a um prefeito discursava com gestos grandiosos.

— E todo o 34 estará torcendo pela bela filha de Alice e Hall Cooper, a jovem senhorita Elisabeth!

A multidão aplaudia e nos incentivava. Alguns jogavam flores.

Deixei aquele som me invadir por alguns momentos. Eu sorria e acenava para todos. Depois, voltei a observar a multidão, mas dessa vez com um objetivo diferente.

Queria ver o rosto dele mais uma vez, se possível. Não sabia se ele viria. No dia anterior ele tinha me dito que eu estava linda, mas sua atitude fora ainda mais distante e reservada do que na casa da árvore. Eu sabia que tinha acabado. Mas ninguém ama uma pessoa por dois anos e a esquece do dia para a noite.

Depois de varrer a multidão algumas vezes, eu o encontrei. Quem dera não tivesse encontrado. Kevin estava lá, atrás de Kenna Cutler, passando os braços por sua cintura e sorrindo para ela.

Talvez algumas pessoas esquecessem outras do dia para a noite.

Kenna era uma Seis com mais ou menos a mesma idade que eu. Era bonita, mas não tinha nada a ver comigo. Imaginei que ela teria o casamento e a vida que Kevin tinha reservado para mim. E parecia que o recrutamento já não o incomodava tanto assim. Ela sorriu para ele e voltou para junto de sua família.

Será que Kevin sempre tinha gostado dela? Será que ela era a garota que ele via todos os dias, enquanto eu era aquela que o alimentava e o cobria de beijos uma vez por semana? A ideia de que durante nossas conversas roubadas ele omitia mais do que apenas longas e tediosas horas de trabalho me veio. Idiota. Eu, e não ele.

Fiquei com raiva demais para chorar. Além do mais, eu tinha admiradores que queriam minha atenção. Kevin nem imaginava que eu o tinha visto, então tratei logo de me interessar de novo por aqueles rostos carinhosos. Pus de volta um sorriso na cara, o sorriso mais aberto da minha vida, e comecei a acenar. Kevin nunca mais teria o prazer de partir meu coração. Eu estava ali por causa dele, ele já tinha uma nova namorada, tinha partido meu coração então agora ia tirar proveito de cada minuto da Seleção, que me parecia ter vindo em uma ótima hora.

— Senhoras e senhores, queiram unir-se a mim na despedida a Elisabeth Cooper, nossa filha de Riverdale predileta! — convocou a líder do distrito.

Atrás de mim, uma banda tocava o hino nacional.

Mais aplausos, mais flores. De repente, a voz da líder começou a sussurrar algo para mim:

— Você gostaria de dizer umas palavras, minha querida?

Eu não sabia como negar sem ser rude. Eu não sabia o que dizer, eu estava com muita raiva.

— Obrigada, mas estou tão maravilhada que acho que não conseguiria.

Ela pôs minha mão entre as suas e respondeu:

— Claro, minha jovem. Não se preocupe. Vou cuidar de tudo. Eles vão prepará-la para esse tipo de situação no palácio. Você vai precisar disso.

Sierra McCoy, a responsável pelo 34 então falou de minhas qualidades à multidão reunida na praça, deixando passar que eu era muito bonita e inteligente para uma Cinco. Ele não parecia ser má pessoa, mas às vezes até os membros mais simpáticos das classes superiores eram esnobes, eu podia ser tão bonita e inteligente quanto uma Um.

Vi mais uma vez o rosto de Kevin na multidão enquanto corria os olhos pela praça. Ele estava com uma expressão aflita, o extremo oposto daquela que mostrara a Kenna uns minutos antes. Outro jogo? Eu não cairia naquela. Desviei o olhar.

McCoy terminou de falar. Eu sorri e todos aplaudiram, como se ela tivesse acabado de pronunciar o discurso mais inspirador da história da humanidade.

E de repente já era hora de dizer adeus. Louise, minha assistente, pediu que eu me despedisse de maneira rápida e discreta. Logo em seguida, ela me acompanharia até o carro que me levaria ao aeroporto.

Chick me deu um abraço e disse que estava orgulhoso de mim. Então, sem muita sutileza, pediu que eu falasse de sua arte para o príncipe Jughead. Eu me livrei daquele abraço da maneira mais educada possível, tão previsível e esnobe, ele tinha se transformado mesmo em um Três, e tomei notas mentais para que não fosse como ele, mas eu sabia que nunca seria como ele.

Polly chorava.

— Mal vejo você normalmente. O que vou fazer quando for embora? — perguntou entre lágrimas.

— Não se preocupe. Logo estarei em casa.

— Sim, com certeza. Você é a moça mais linda de Riverdale. Ele vai te amar!

Por que todo mundo pensava que a Seleção se reduzia à beleza? Talvez fosse verdade. Talvez o príncipe Jughead não precisasse de uma esposa com quem conversar, mas apenas de uma mulher que fizesse boa figura. Literalmente tremi ao pensar que meu futuro poderia ser esse. Mas havia garotas muito mais bonitas entre as Selecionadas.

Foi difícil abraçar Pollu com sua barriga de grávida, mas demos um jeito. Jason, que eu nem conhecia muito bem, também me abraçou. Então foi a vez de James.

— Seja um bom menino, certo? Experimente o piano. Aposto que você é ótimo nisso. Quero ouvir você tocando quando voltar.

James apenas concordou com a cabeça e fez uma cara triste. Ele jogou seus bracinhos no meu pescoço e disse:

— Eu te amo, Elisabeth.

— Também te amo. Não fique triste. Logo voltarei para casa.

James concordou com a cabeça de novo, mas cruzou os braços. Eu não fazia ideia de que encararia minha partida desse jeito. Ana era o exato oposto. Ela dava pulinhos de alegria.

— Ai, Elisabeth, você vai ser a princesa! Eu sei que vai!

— Ah, fique quieta! Preferia ser uma Oito e permanecer com vocês. Seja boa, por mim. E trabalhe duro.

Ela concordou e deu mais pulinhos. Então chegou a vez do meu pai, que estava prestes a chorar.

— Não chore, pai! — pedi, caindo em seus braços.

— Escute aqui, querida. Perdendo ou ganhando, você sempre será uma princesa para mim.

— Ah, papai...

Finalmente comecei a chorar. Aquilo foi suficiente para abrir as portas para o medo, a tristeza, a preocupação e o nervosismo. Uma frase que dizia que nada daquilo era importante.

Se eu voltasse de lá usada e rejeitada, ele ainda teria orgulho de mim.

Era um peso grande demais, todo aquele amor por mim. Logo eu estaria cercada por fileiras de guardas no palácio, mas não podia imaginar um lugar mais seguro que os braços de meu pai. Afastei-me e fui abraçar minha mãe.

— Faça o que mandarem. Pare de fazer cara feia e seja feliz. Comporte-se. Sorria. Escreva para nós. Eu sempre soube que você um dia ia fazer algo especial.

Previsível como Alice Cooper. Eu poderia ter adivinhado suas palavras antes mesmo dela dizer algo. Sua intenção era boa, mas não era isso que eu precisava ouvir. Queria que ela me dissesse que eu já era especial para ela, como meu pai. Talvez minha mãe nunca parasse de querer mais e mais para mim. Talvez todas as mães fossem assim.

— Senhorita Elisabeth, está pronta? — Louise perguntou.

A multidão não podia ver meu rosto, e eu rapidamente enxuguei as lágrimas.

— Sim. Tudo pronto.

Minha mala já me esperava dentro do carro branco e brilhante. Era isso. Dirigi-me às escadas no canto do palanque.

— Betty!

Eu me virei. Reconheceria aquela voz em qualquer lugar.

— Elisabeth!

Logo vi Kevin no meio da multidão, agitando desesperadamente os braços. Ele avançava aos empurrões por entre as pessoas, que reclamavam de seus modos pouco educados.

Nossos olhos se encontraram.

Ele parou e me olhou fixamente. Eu não conseguia entender o que seu rosto queria transmitir. Preocupação? Arrependimento? De qualquer modo, era tarde demais. Dei de ombros. Estava cansada dos joguinhos dele. Aquilo era culpa dele.

— Por aqui, senhorita Elisabeth — Louise indicou o lugar ao pé da escada.

Parei por um breve segundo para absorver tudo aquilo.

— Adeus, meu bem! — minha mãe gritou.

E me levaram embora.


Notas Finais


1/6
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