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História O Retorno da Titã - Meio do Fim


Escrita por: vCestare

Notas do Autor


Depois de muito tempo inativa nas histórias, finalmente decidi voltar, porquê escrever é uma das coisas que mais amo.
Estou com esse projeto agora, que pretendo transformar em livro, mas como vai demorar um pouco, e eu preciso da certeza de que vão gostar, decidi postar.

Capítulo 1 - Meio do Fim


Fanfic / Fanfiction O Retorno da Titã - Meio do Fim

 

Quando pensamos sobre Mitologia Grega, nos lembramos apenas das coisas superficiais. Nomes de algum Deus ou outro, e sua função no mundo, mas se trata de muito mais. E acabei descobrindo da pior forma possível como os Deuses podem ser tão reais quanto eu, ou VOCÊ.

 

                          --------

 

 

Meu nome é Cibele Kouris. 

     Recentemente completei meus dezenove anos, e até então acreditava ser o mais normal possível, mas vamos para o que realmente importa. 

      Assim como toda pessoa, eu estava atrás de conquistar meu lugar no mundo, então, um ano atrás decidi sair de Paleokastritisa, sim, eu sei, que nome difícil é esse? Mas acredite, existem nomes mais difíceis aqui na Grécia. Retomando, sai dessa pequena vila com seus quatro mil e sessenta e oito habitantes, para tentar algo em Atenas, salto grande, mas o que poderia perder?  Bom...muita coisa pelo visto, às vezes a ambição nos muda, e no meu caso foi literalmente. 

     Mas antes de começarem a especular coisas, vamos aos fatos, passei minha vida nessa ilha. No começo não era ruim, tinha minha mãe ao meu lado. Meu pai havia sumido por alguma razão, antes mesmo de eu vir ao mundo, e minha mãe teve que batalhar sozinha para me criar, as coisas foram bem, até meus oito anos, quando minha mãe teve um infarto na mesa de jantar. Desde então estive quase sozinha, não fosse pelos amigos da minha mãe que me criaram. 

    Por alguma razão desconhecida até pelas autoridades, eu não tinha família alguma, minha mãe sequer tivera existido, bom, pelo menos não havia registro algum sobre ela, me disseram que ela talvez tivesse mudado seus documentos, mas a razão era totalmente desconhecida. 

    Se você pensa que foi tudo um mar de rosas nesse tempo em que fui criada por amigos da minha mãe, bom, pensa errado, nunca fiquei tempo suficiente na casa algum deles, porquê sempre me ocorriam coisas estranhas. Como quando uma senhora de idade tentara me atacar, mas acabou por explodir no ar em cinzas. Claro que adulto algum acreditou em mim, porquê ao que tudo indica, essa senhora sequer existia, isso parece ser recorrente na minha vida pelo visto, conheço pessoas que não existem de verdade, não duvidei da palavra dos adultos, até porque, em uma vila pequena como a nossa todos se conhecem o suficiente para dizer que senhoras assassinas como aquela não existiam. O resultado disso tudo foi ser diagnosticada com esquizofrenia, mas mesmo com os medicamentos, coisas assim acabaram por ocorrer mais algumas vezes. 

     Mas chega de histórias trágicas, vamos focar apenas no agora, consegui com muito custo um emprego em Atenas, no Museu da Acrópole (se você nunca passou por lá não sabe o que perde), meu emprego não é tão maneiro, mas recebo o suficiente para lidar com minhas despesas. Apesar de fazer só um ano que moro aqui, já consegui me encaixar, fiz amigos e não tem como minha vida ser o mais normal possível para alguém como eu. Bom, chega de tagarelar, vamos voltar ao serviço, esses souvenirs não vão se vender sozinhos. 

    - Bom dia amantes da arte, não se esqueçam de passar na loja de presentes antes de saírem do nosso tão adorado Museu da Acrópole.- dizia com minha melhor voz de empolgação enquanto alguns turistas chegavam. 

      Guiando os turistas vinha a adorável Emília, uma mulher alta o suficiente para alcançar o teto (bom, talvez seja exagero, mas ela realmente é alta), com seu terninho vinho, saltos que que a deixavam ainda mais alta, cabelos castanhos que quando batia a luz ficavam vermelhos, maquiagem impecável, seus olhos amarelos quase ouro tinha a capacidade de prender qualquer um, uma verdadeira Deusa. 

    - Se nomes têm realmente tanto poder, faz sentido ela ser tão odiosa.- disse Luca no maior tom de desdém que ele poderia usar. 

     Pisquei algumas vezes, saindo do transe acometido por Emília. 

  -Ah! Luca, nem havia notado sua presença.- dei um sorriso sem graça. 

   Luca vinha sendo meu melhor amigo desde que comecei a trabalhar no Museu, ele tem essa antipatia pela Emília desde que o conheço, porquê de acordo com ele Emília era a personificação das trevas, tentando os meros humanos. Nunca entendi isso muito bem, ela era um monumento, claro, mas não era nada má. 

- Claro que não me notou, com ela por perto todos se ofuscam.- dizia se lamentando. 

  Olhei para ele e dei minha melhor revirada de olhos. 

- Quando vai parar com essa rivalidade boba?? 

- O dia que ela deixar de ser tão perfeita. 

- Sabe, pra alguém que gosta de homens você é muito obcecado por ela. 

   Apesar do drama, Luca era tão bonito quanto Emília, com seus cabelos loiros, uma barba de dar inveja, seus olhos tão azuis que se encaradas por tempo demais se sentiria no oceano, como se isso não fosse suficiente, ele ainda era alto e tinha um físico que dava inveja. Bom, se conseguir imaginar um anjo, esse é o Luca, talvez até mais bonito. 

- Não é obsessão, é rivalidade, são coisas totalmente diferentes. 

- Engane quem quiser com esse papo, mas a mim não. 

 

 

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   O dia se sucedeu da melhor forma possível, ao fim do expediente o chefe nos chamou para informar que receberíamos um novo membro na equipe. Não vou negar que fiquei curiosa, era super raro alguém novo chegar pra ficar por aqui, mas como diz o ditado, “A curiosidade matou o gato". 

  -Será que é um homem?- dizia Luca empolgado. 

  - Seja o que for, espero nos tornarmos bons amigos.- Emília dizia sorrindo. 

   Sei que deve estar confuso agora, mas por mais surreal que seja nós três somos amigos, apesar da rivalidade entre Luca e Emília (que é completamente platônica), nos damos super bem e cuidamos uns dos outros. 

- Bom, a conversa está ótima, mas tenho que ir, antes que perca a primeira aula. 

  Me despedi dos dois e segui para o metrô. 

 

 

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Se você tem, ou conhece alguém que tenha esquizofrenia vai entender como pode ser muito real às vezes. Lá estava eu em frente à faculdade, quando uma senhora que andava me seguindo desde o metrô me gritou de longe, e por alguma razão sabia meu nome, assim que me virei em sua direção, ela me mostrou um sorriso largo cheio de presas amareladas. E logo não era mais uma senhora, tinha garras enormes, asas de couro, como um morcego gigante, e olhos negros que irradiavam maldade, não parecia nada amigável, muito pelo contrário, ela estava pronta para me matar ali mesmo. Se você já fez uma burrada na vida em momentos de risco, bem vindo ao clube, porquê minha seguinte ação foi o que chamamos de  insensatez pura. 

  - É só fruto da minha mente perturbada, não é real!- fechei meus olhos na esperança de que a criatura haveria desaparecido quando tornasse a abri-los.- É só imaginação!- e abri meus olhos. 

  A apenas alguns centímetros de mim, estava aquela criatura, pronta para fazer um espetinho de Cibele com aquelas enormes garras, quando me senti ser puxada para trás por alguém. A Cena que se seguiu foi surpreendente, um rapaz alto com cabelo negros e cumpridos, vestido em roupas de guerra lançou um machado na direção daquela coisa que não teve nem tempo de reagir, em segundos o machado estava cravado no meio de sua testa. Quis me levantar e fugir antes que o rapaz decidisse me acertar com aquele machado mas meu corpo não obedecia. Logo a criatura havia sumido, explodido em cinzas, assim como a senhora de oito anos antes. Por fim restara apenas eu e o rapaz misterioso, que agora estava me encarando, talvez estivesse pensando que minha cabeça, ou meus pós fossem ficar lindos na sua coleção. 

    - Não é seguro aqui.- ele disse vindo na minha direção 

    - O...quê...?- antes que pudesse completar a frase, havia sido totalmente apagada por ele.

 

 


Notas Finais


Obrigada por lerem até aqui, espero que tenham gostado.
Qualquer ideia é bem vinda, e críticas construtivas também.


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