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História O Retorno de Oito - 30 Minutos


Escrita por: Guard

Notas do Autor


Don't kill me o capítulo anterior continuar imediatamente :P

Capítulo 21 - 30 Minutos


Quatro

 

Ouço os gritos de Seis pelo meu nome e recobro a consciência. Quando acordo espero estar numa espécie de cela, mas ao invés disso eu ainda estou no elevador que despencou. Seja como for, aconteceu alguma coisa com Seis e eu tenho que ajuda-la, não sei como explicar, mas esse grito não foi só minha imaginação, os mogs fizeram algo com ela.

Uso toda minha força para levantar, mas os meus ferimentos me jogam no chão novamente. Grito de frustração ao perceber que ainda não consigo me mover direito, pior que nem sequer trouxe uma pedra da cura. Não posso acreditar que fui tão negligente assim, a dor em meus membros é sinal que provavelmente eu os fraturei com a queda, tive muita sorte de não ter tido algo mais grave ou de não ter batido com a cabeça.

Que ótimo eu penso, os mogs vão me deixar aqui para morrer. Eles não vão se dar ao trabalho de içar um Garde já prestes a morrer quando capturaram a Seis. Me sinto inútil por isso, eu dei a ideia de vir aqui e agora eles vão torturá-la e matá-la. Não posso aceitar isso, tenho que achar um jeito de sair daqui.

Uso todas as minhas forças para levantar o meu braço direito até ele conseguir onde o esquerdo está ferido. Respiro bem fundo – Só posso estar louco em pensar que isso vai dar certo, mas preciso de um milagre agora – começo a pensar em como foi a sensação quente de ser curado pela Marina. O brilho emitido pelas suas mãos na hora que ela me curou, o frio que senti na espinha e os meus músculos dilacerados repuxando e indo de volta para o lugar como se obedecessem as ordens dela.

Tento me concentrar novamente, eu tenho todo o tempo do mundo para isso. Digo a mim mesmo. Penso em Seis, nos momentos vivos que tivemos e na necessidade que tenho de ir ajuda-la, não posso simplesmente ficar aqui parado enquanto eles fazem sabe Deus o que com ela. Finalmente minha mão começa a brilha com um amarelado estranho.

Sinto o osso quebrado do meu braço esquerdo começar a ir para o lugar à medida que meu poder começa a se intensificar para o poder curá-lo. É um poder que surge da minha espinha e vai direto para as minhas mãos, nunca senti algo tão poderoso e reconfortante. Meu braço começa a ficar sarado e eu o mecho para ter certeza que finalmente ele está concertado.

Tento expandir o Legado que acabei de copiar de Marina para minha mão esquerda agora a fim de ampliar a rapidez da cura. O formigamento na minha espinha parece obedecer esse comando e se redireciona para minha outra mão, agora. Vou até minha perna esquerda onde fui esfaqueado pelo mog e começo a curar o corte. Dessa vez foi bem mais rápido, o corte não havia sido muito profundo então bastou apenas um pouco de pressão e pude sentir a minha pele começar a se mover de maneira estranha para se regenerar.

Vou agora minha cabeça, com certeza eu devo ter tido uma concussão de leve porque desmaiei e começo a me curar. Quero estar na minha melhor forma possível quando sair daqui. Quando finalmente termino de curar os meus ferimentos consigo me por de pé novamente com uma força revigorada.

Tateio meu bolso para ver se ainda tenho a Xitharis, mas ela caiu dele na hora que eu fui levantado pelo elevador. Ascendo meu Lúmen e faço minhas mãos brilharem de maneira moderada para acha-la. Finalmente a encontro no canto direito no fundo do elevador, quando estou indo busca-la eu piso em algo que faz um barulho metálico – a adaga do mogadoriano. Pego a adaga e a coloco no bolso da calça enquanto a Xitharis eu guardo novamente no bolso do casaco, mas antes eu o checo para ver se não foi furado no meu último combate.

Olho para cima e encontro uma saída pela tubulação de ar do elevador. Lanço uma onda telecinética que explode a tubulação a lançando para cima, agora eu concentro a força nos meus joelhos e salto de uma vez só. Consigo passar pelo buraco que abri e aterrisso em cima do elevador fazendo um baque metálico quando o faço. Está tudo escuro e mal consigo enxergar então ativo meu Lúmen novamente para começar a enxergar o que está ao meu redor.

Noto que não posso subir pelo cabo do elevador porque seja onde ele estiver quando foi partido a sua maioria deve ter ficado no andar onde eles o cortaram. Só me restar uma coisa a fazer. Fecho os olhos e começo a concentrar minha telecinese novamente, imagino duas mãos gigantes começarem a me impulsionar para cima e sinto que estou começando a levitar, no início não é algo fácil e estou cambaleando muito. Sou obrigado a controlar minha respiração para não perder o equilíbrio e cair. Seis uma vez me disse que havia feito isso na igreja de Santa Tereza, mas confesso que não imaginei ser uma tarefa tão árdua.

Quando começo a pegar o jeito da levitação eu começo a subir de maneira mais gradual e consigo chegar até uma das entradas de andar do elevador. Começo a me aproximar até ela lentamente e me agarro nas frestas para me segurar. Agora vem a parte dois, uso a telecinese para abrir a porta e rezo para que nenhum mog veja minhas pernas balançando livremente como um prato cheio. A entrada começa abrir rangendo um pouco e concentro minha telecinese para acelerar o processo. Ao abrir espaço suficiente para uma pessoa passar, eu impulsiono meu corpo para frente e me jogo no corredor.

Na mesma hora agarro a Xitharis. Pela minha contagem eu só tenho uns 30 minutos para conseguir achar Seis e darmos o fora daqui antes que o Legado de Invisibilidade que ela me emprestou na pedra acabe. Só tenho um problema, eu não tenho a mínima ideia de onde encontrá-la. Não anotei onde os mogs guardam os prisioneiros, não imaginei que isso fosse possível de acontecer.

Só há uma coisa que posso fazer. Fecho os olhos e começo a me concentrar novamente, penso novamente no que Seis me falou sobre Lorien ainda estar nos ajudando. Se de alguma forma nós temos algo que nos conecte ela que me achou através do vento, mesmo que agora eu esteja num prédio, acredito que isso seja só uma metáfora. Deixo meu coração me guiar até ela.

            Simplesmente me teletransporto e vou parar no corredor de escadas de incêndio e começo a correr para cima. Sinto minhas pernas protestarem por causa da velocidade que estou correndo, mas não paro mesmo assim. Subo uns 5 andares em questão de alguns minutos e continuo a correr. Meu Lúmen se ascende na minha mão praticamente sozinho e me deparo com dois soldados entrando pela porta.

            Coloco o pé na parede e me impulsiono para cima lançando a bola de fogo no peito de um dos mogadorianos, o corpo dele começa a carbonizar virando cinzas enquanto o outro olha espantando para o que acabou de acontecer. Me teletransporto para trás dele e puxo a adaga que está no meu bolso, eu a invisto contra o peito do mog e ele grunhe de dor tentando olhar para o que o atingiu. Seu último vislumbre é uma adaga prateada cravada em seu peito antes de tombar e começar a viras cinzas.

            Olho para o andar e vejo que talvez seja este. Não sei como, mas meu coração diz que pode ser, abro a porta de maneira grosseira e começo a correr pelo corredor em disparada, mas depois me lembro que estou invisível e tento me acalmar. Começo a me esgueirar novamente, não posso perder o elemento surpresa, se eu e Seis formos capturados será o fim.

            Encontro uma sala que sinto um calafrio quando eu giro a maçaneta, no momento não há ninguém nela, mas posso perceber que ela foi recentemente usada. Olho para todos os cantos da sala tem várias armas espalhas, com certeza é uma sala de tortura e interrogatório, mas meus olhos vão instintivamente até um grupo de correntes que a princípio parecem ser para prender uma pessoa de pé na parede. Ao me aproximar mais eu vejo que há sangue no chão próximo dessas correntes.

            Seis, eles a machucaram. Meu sangue ferve de raiva, eu sei que Seis é a pessoa mais durona que eu conheço então se eles tentaram extrair algo dela não deve ter sido fácil. Os malditos devem tê-la machucado muito, olho para meu tornozelo com medo. Estou tão afoito que nem sequer reparei se de alguma forma eu ganhei uma cicatriz enquanto estava desacordado, mas ainda estão as três cicatrizes das mortes forjadas de Um, Dois e Três. Ela está bem então.

            Começo a me aproximar para sair da sala quando vejo um mogadoriano entrar. Com certeza ele é forte, o mog parece altivo e anda com uma pose de quem tem bastante poder por aqui. Lembro que falavam de um tal de Comandante Tráx quando chegamos aqui. Me pergunto se esse seria ele. O mog entra na sala e me abaixo para esconder, não acho que consiga pegar esse cara com um golpe e ele parece ser do tipo de pessoa que mataria um Garde sem dificuldades.

            O mog olha pela sala de maneira suspeita, por um momento eu acho que ele irá me descobrir. Ele se aproxima da mesa e para bem onde eu estou parado, penso em ataca-lo, mas ao olhar por baixo da sua calça vejo que ele usa uma espécie de couraça, certamente se eu o atacasse ele iria aguentar o meu golpe. Ele fica mexendo nas armas e arremessa uma na parede. A faca se crava nela como se a parede fosse feita de isopor.

            Ele começa a andar por toda a sala e começo a e minha paciência se acaba. Se ele quer ficar nesse joguinho psicológico que fique nele, concentro-me no corredor do lado de fora da sala. E de repente estou agachado no meio dele. Me levanto bem devagar e olho para a sala, o mog ainda parece estar lá dentro, que fique ali procurando que nem um idiota.

            Continuo a correr e finalmente encontro uma porta gigante de ferro. Já encontrei muitas dessas portas aqui então eu sei que certamente é essa a entrada de prisioneiros. Novamente uma porta que é fechada somente alguém com o cartão autorizado pode entrar. Concentro-me no Legado de Três de Intangibilidade e começo a me aproximar da porta.

            Dessa vez é mais fácil que dá outra, sinto minha mão começar a ficar mais translúcida mesmo que ela esteja invisível. A sensação do meu corpo começar a ficar mais leve começa a se tornar momentânea e começo a atravessar a grossa porta de ferro. Tento não me concentrar nas matérias dela, isso sempre me deixa um pouco enjoado então eu atravesso ela bem rápido.

            Termino de passar pela porta e me encontro agora num corredor escuro, certamente esse não é algo feito para parecer como algo igual aos outros corredores do prédio. Começo a olhar mais detalhadamente pelo lugar, são várias portas de chumbo se estendendo por um longo corredor que deve ter aproximadamente uns 15 metros de comprimento. Torço para que Seis esteja aqui, começo a checar cada uma das portas, estou começando a ficar desesperado quando noto que há uma porta diferente.

            Tem uma porta de chumbo que é revestida com uma espécie de campo de força azul. Os mogs não iriam gastar esforços para prender um humano com um campo de força, isso só pode significar uma coisa, Seis só pode estar ai dentro. Começo a sorrir, vou tentar atravessar a cela com o Legado de Três, mas na mesma hora eu paro. Me lembro de como mesmo com o esse Legado ele se feriu ao tentar abrir a arca de Maggie, parece que mesmo com esse poder há um limite para quanto Três pode suportar.

            Fico pensativo então começo a me forçar para ver através da portinhola, consigo enxergar um pouco que seja. Uma fresta do que parece ser o teto da cela, mas vai ter que servir. Fecho meus olhos novamente e fico com minha mente tentando se projetar apenas naquela imagem do teto da cela. Sinto meu corpo começar a desaparecer. Quando eu reapareço novamente não consigo sentir os meus pés tocarem o chão, consegui entrar, eu acho. Começo a despencar e caio no chão na cela.

            Gemo de dor, mas não foi nada muito sério. Sinto que há alguém dentro da cela além de mim, eu a encontrei. Meu coração começa acelerar, por um momento eu temi o pior. Seis está encolhida no canto mais escuro da cela e mal consigo vê-la. Me aproximo cautelosamente e falo.

            - Seis, sou eu. – digo sorrindo. – Vim te tirar daqui...

            Ela não responde. Meu Deus o que fizeram com a minha Seis, isso é imperdoável, eu vou matar todos eles assim que a tirar daqui. Eu tiro a minha mão de dentro do casaco largando a Xitharis, na mesma hora meu corpo começa a se materializar na frente dela.

            Percebo a respiração da Seis começar a ficar mais acelerada quando me vê. Ela sai da escuridão e vejo que tem cortes e machucados por todo o corpo, mas nem sequer parece se importar com alguma coisa. Acho que Seis vai dizer algo como: “vamos arrebentar esses babacas agora” ou “até que enfim Johnny, se fosse ao contrário eu já teria te achado há uma meia hora”, mas ela simplesmente me abraça e começa chorar.

            Nunca na minha vinda eu imaginei que a veria fazer isso. Ver Seis chorar desse jeito tão frágil, é diferente das vezes que ela chorou quando contou sua história ou ouviu sobre seus pais. Ela me abraça forte como se eu simplesmente fosse me desfazer a qualquer momento na frente dela. O que eles fizeram com a Seis?

            - Eu vou te curar, consegui copiar o Legado de Marina quando estava todo machucado. – digo de maneira suave a abraçando de maneia mais branda.

            - Você está vivo John... – ela me olha e me beija, foi um beijo rápido e posso sentir um pouco seus lábios rachados pelos machucados que ela sofreu.

            - Claro que estou, eles disseram que me mataram? – pergunto, não imagino como Seis cairia numa coisa dessas. Quer dizer sem um corpo e nem sabia que ela se importava tanto assim comigo.

            Sua mão pousa suavemente no meu rosto e ela se debruça sobre meu ombro. Esse definitivamente não é o momento para ficarmos fazendo isso.

            - Seis, vou te curar e vamos matar todos esses canalhas. – vocifero com raiva, eu não acredito no que fizeram com ela.

            Seis começa a tremer e sinto que ela está prestes a ter um colapso. Ela começa a voltar a chorar e me olha com terror, isso que me dá mais medo. Ela está se tremendo de medo.

            - Não! Não quero lutar contra eles John. – ela suplica. – Por favor, só me tira daqui, eu lhe imploro. Só quero ir embora desse lugar.

            A fragilidade de Seis me espanta, é quase como se ela fosse humana. Eu quero ficar e lutar, quero me vingar daquele mogadoriano que a torturou, tenho certeza que foi ele que fez isso com a minha Seis, mas não posso negar esse pedido. Se ela não quer mais lutar, então vamos embora, chega do nosso sangue nessa base por hoje.

            - Consegue nos fazer ficar invisíveis? – pergunto.

            Ela não responde nada, mas me agarra pelo pescoço e vejo seu corpo começar a desaparecer. Em seguida o meu desaparece também no processo a partir do meu pescoço, estamos ficando invisíveis e começo a me por de pé novamente. Eu pressiono Seis forte contra meu peito e a pego no colo suavemente. Começo a focar meu pensamento para fora da cela e nos teletransporto para fora.

 

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            Conseguimos escapar da Seth.Co e de Londres. Depois de vários teletransportes eu com a invisibilidade de Seis, conseguimos nos esgueirar para fora do prédio e em seguida fomos até o trem e pegamos qualquer um de maneira aleatória. Estamos viajando clandestinamente com as bagagens.

            Seis continua não falando nada, só me abraça forte como se eu fosse sumir a qualquer momento da frente dela. Estamos indo em direção ao Stonehenge, acho que está na hora de voltarmos para os outros. Tudo isso foi um desastre, eu tinha que poder voltar no tempo agora, mas infelizmente seja com quem for que aprendi esse Legado acho que essa pessoa não desenvolveu esses poderes ainda.

            Por hora eu ajeito cabelo de Seis suavemente e a abraço.   



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