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História O Retorno de Oito - Vishnu


Escrita por: Guard

Notas do Autor


Opa, voltando ao pessoal que está na Índia, não fiquem com saudades, eles estão de volta e dessa vez com POV do Oito já

Capítulo 22 - Vishnu


Oito

 

            Fico encarando a garota por tempo demais. Não tinha a intenção de ter feito algo tão triunfal assim, só comecei a ter um mau pressentimento quando estava fazendo minha natação matinal no lago que alguma coisa não estava muito certa. Quando eu estava começando a me aproximar da saída das montanhas comecei a ouvir o barulho de explosões e decidi que deveria vir ajudar a Garde ou o Comandante Sharma sei lá, só não podia ficar parado. Pior que já tinha preparado toda uma coisa legal com os avatares de Vishnu para testá-los, quem sabe eu possa sumir daqui e fazer isso mais tarde.

            - Oi... – a garota que muito provavelmente deve ser da Garde fala, eu tenho a ligeira impressão que me lembro dela. Seu rosto me é familiar de algum lugar, então posso deduzir que seja da nave. – E-eu... sou a...

            Ouvimos uma explosão, um helicóptero armado com mísseis está nos alvejando e explodindo os poucos carros que o meu pessoal ainda. Tem, ouço o Comandante Sharma gritar para os seus homens alguma coisa, muito provavelmente para não deixarem o inimigo continuar com isso. Decido que está na hora de agir.

            Me teletransporto para frente da garota da Garde. Nossos rostos ficam bem próximos e acabo sorrindo quando percebo que ela fica bastante tímida com isso e dá um gritinho assustada quase caindo no chão.

            - Ei calma, eu só vim deixar sua amiga com você e sua arca, ela é sua não é? – pergunto.

            A garota olha para a menina de cabelos castanho-avermelhados que salvei, foi por muito pouco. Quase nós dois fomos mortos pela explosão daquele míssil, se qualquer um dos homens de Sharma me visse naquela hora fazendo isso iriam pirar, se bem que na minha forma normal eles mal iriam me reconhecer. A garota começa a recobrar a consciência e percebe que está sendo segurada por alguém.

            - Ella! Você está bem? – a garota fala para a menina que agora sei que se chama ela, ela encosta a mão suavemente na garota e a olha com uma afeição fraterna.

            - Marina, oi... Estou eu acho. – Ella começa a me encarar e fica sem graça. – Me põe no chão garoto!

            - A... Se que manda. – falo dando de ombros e largando a menina, ela quase cai de cara no chão. Só que eu a seguro com telecinese para que não fizesse isso.

            A menina me olha mal-humorada sabe que fiz de propósito, mas dou um sorriso brincalhão para ela. Não iria deixar uma criança de uns 12 anos se machucar de propósito.

            - Marina não é? – falo estendendo a arca para a garota de cabelos escuros compridos. – Por favor, mantenha isso segura.

            Ela olha para mim e para a sua arca em seguida. Marina a pega se sentindo meio constrangida. E eu acabo achando isso meio engraçado no jeito dela. Ela está com alguns fios de cabelo espalhados pelo rosto misturado com a fuligem das explosões, eles estão sofrendo isso por minha causa, está na hora de começar a acabar com esse conflito.

            - Um momento Marina, tenho algumas obrigações divinas para fazer e chutar umas bundas. – digo dando uma piscadela para ela. – Já volto aqui.

            Afasto-me dela e de Ella e tiro a minha camisa de linho, eles precisam me ver com a forma de Vishnu. Começo a me concentrar para utilizar meu legado de Metamorfose, meu corpo começa a se modificar e de repente sinto as modificações no meu corpo começarem a surgir.

            Um par de braços extras começa a brotar por baixo dos meus outros braços enquanto meu corpo cresce mais alguns centímetros. Sinto minha coluna se expandir um pouco para se adaptar a todas essas novas expansões, minha pele começa a ficar azulada ao invés do tom cobreado, não é um tom azul comum. Está mais para um azul como o de uma noite limpa sem a poluição de uma cidade de um céu estrelado. Da minha cabeça começa a se formar um objeto parecido com uma coroa dourada.

            Me teletransporto quando minha transformação fica completa e vou direto para o onde estou ouvindo os gritos de Sharma e seus homens. Quando apareço de repente na frente deles ouço vários gritos de espanto, apareci de costas para eles, eu sinceramente prefiro assim. Sinto-me horrível por usar a fé desses homens como um mecanismo de me proteger, ainda mais como algo para me privar da solidão que vivo nas montanhas desde a morte de Raymond.

            - Meu senhor... – Comandante Sharma sussurra quase chorando de emoção. – Não acredito que o senhor desceu para nos ajudar.

            Antes que mais alguém pudesse falar algo o helicóptero começa a atirar em nós novamente com seus mísseis, dessa vez ele está mirando diretamente em mim. Como previ. Era só eu aparecer que todas as forças da Frente do Senhor, o grupo que quer me matar iriam se direcionar para me atacar. Os mísseis saem fazendo um rastro de fumaça pelo ar vindo à minha direção.

            Sharma berra algo para os seus homens, provavelmente para que se ponham na frente se necessário para me proteger. Não irie deixar ninguém se sacrificar para me proteger, eu fecho meus olhos e começo a sentir todo o universo ao meu redor, sinto que todas as coisas próximas de mim podem ser tocadas com minha mente. Então eu levanto meus quatro braços de uma vez só e uso minha telecinese, crio uma onda telecinética que se expande e segura todos os misseis que foram enviados para me acertar. Eles ficam parados no ar e ouço um murmúrio dos meus homens quando faço isso quase como se eu fosse algo divino.

            Continuo a prender os misseis lançados com a telecinese e quando percebo que a energia do disparo deles cessou eu paro de segurá-los. Os mísseis caem no chão fazendo um baque surdo quando se encontram com o chão. O helicóptero parece querer se preparar para lançar mais mísseis, mas antes que ele comece a fazer isso eu começo a levitar com a minha telecinese.

            Os olhos do piloto se encontram com o meu ele fica boquiaberto ao me ver flutuar há 20 palmos do chão. Com duas mãos eu invoco minha telecinese novamente e começo a controlar as hélices do helicóptero, aproveito esse momento que eles não conseguem ter reação e começo a inverter a rotação dela com a minha mente, tenho que usar muita força para fazer isso, imagine que fosse ser fácil, mas lutar mentalmente contra uma máquina não é tão simples. Finalmente as hélices do helicóptero param por alguns segundos e começam a rodar no sentido reverso, ele começa a ir para o sentido contrário para onde nos estamos e depois eu jogo o helicóptero para baixo fazendo-o descer em parafuso.

            Os pilotos dele pulam quando está há 5 metros do chão caindo numa moita perto da floresta antes que o helicóptero exploda no chão. Sharma berra para o seus homens irem pegar aqueles caras e mata-los.

            - Não! Só os capturem, não há necessidade de mortes de inimigos derrotados. – berro para os homens em hindi, eles param e sinto o medo deles ao ver que me dirigi à palavra a eles. Em seguida os dois correm para ir buscar os prisioneiros derrotados.

            Me viro e finalmente para ver os meus homens e me deparo com uma cena que me deixa ao mesmo tempo emocionado e culpado. Sharma e seus homens estão ajoelhados e quando percebem que estou os observando caem de joelhos começando a orar. Eles fazem isso como se fossem uma só voz e ficam assim por um minuto até que param, noto há um grupo de pessoas que não está me homenageando. Suponho que eles sejam a Garde.

            - Mas que diabos! – ouço um homem que claramente não tem medo de morrer ao falar isso de Vishnu na frente desses homens. Ele tem um terno todo rasgado e uma barba bem aparada, posso dizer que é um homem bastante elegante e bonito pela sua aparência. – Qual é a do Avatar ai?

            - De fato, esse é um dos avatares do nosso Lorde-Todo-Poderoso-Vishnu. – Sharma fala sem entender que o homem estava sendo sarcástico.

            - Muito prazer, eu sou o número Oito. – começo a olhar para todos eles, são muitos. Me sinto lisonjeado, tenho tido visões que eles iriam chegar e por isso consegui decidi aguentar bravamente aqui nas montanhas mesmo com o ataque dos mogs, mas não imaginava que fossem tanto.

            Só que eles são muito velhos, quer dizer, só se quase todos eles têm Cêpans, mas pela minha contagem. Tem Marina, Ella, uma menina ruiva baixinha e um menino negro mais ninguém. Pela minha contagem de cicatrizes eu imaginava que tivéssemos mais gente, sem falar que teve o sonho que tive e vi um garoto cabelo e um loiro. Nenhum dos dois está aqui.

            - Olá Oito. – um homem de cabelo castanho e as laterais já começando a ficar grisalhas fala. – Sou Henry, sou Cêpan... Acho que já nos conhecemos na nave, me lembro de você, seu Cêpan era Katar ele está...

            Eu fico calado, meu sorriso começa a se esvair. Acho que não preciso falar mais nada, Katar era esse o verdadeiro nome de Reynolds – ele perdeu a chance de ser zoado eternamente por isso. Pensar nisso me faz voltar a sorrir, ainda estou azul e nessa forma sorrir é meio estranho, tenho quase certeza que meus dentes devem ficar mais brancos que o normal por causa disso.

            - Eu tenho vocês agora. – digo levantando os quatro braços querendo abraça-los, noto a garota ruiva e o menino negro se afastarem um pouco fazendo cara de nojo e sinto vontade de ir. – Qual é, não podem negar um abraço pra mim, eles vão achar isso uma ofensa grave.

            - Qual o número de vocês? – pergunto, mas nessa hora vejo uma pessoa se aproximar de nós e meu sangue gela. Um mogadoriano, ele parece muito com uma pessoa, mas reconheço o rosto dos mogs em qualquer lugar.

            Minha expressão muda e começo a me preparar para ataca-lo, ao contrário de mim os outros parecem nem se importar com o mog atrás deles. E nem ele parece se importar comigo ou com os outros, o mog está sorrindo para mim de maneira sem graça. Como se estivesse acabado de invadir uma festa particular sem ser convidado.

            - Sou Adamus, muito prazer Oito. – ele se apresenta.

            Henry olha para o tal de Adamus e de repente parece que agora percebeu que deveria ter reparado nisso. O homem parece ter vontade de rir e olha para mim.

            - Ele está do nosso lado, foi Adamus que nos uniu. – Henry fala e ao perceber minha expressão cética ele continua. – Oito, precisamos sair daqui o mais rápido possível para lhe deixarmos a par de tudo.

            Não respondo nada, mas começo a coçar o queixo. Realmente tem muita coisa ai que preciso saber, um mog do bem que está nos ajudando a nos unir, isso tem alguma coisa muito bizarra.

            - Espera ai gente. – a garota da Garde ruiva fala. – O Nove ainda está na floresta, ele me disse que iria “pegar os babacas que estavam jogando misseis gigantes na gente”, palavras dele...          

            Todos reviram o olho ao ouvirem isso e eu fico frustrado.

            - A qual é, eu queria ir pegar os babacas que jogam misseis também... Esse Nove é muito estraga prazeres...

 

Nove

 

            Tento rastrear a voz desses hindus usando minha superaudição enquanto corro por entre a mata densa da floresta. Desvio-me de troncos e cipós e corro o mais rápido possível, há alguns minutos ouvi o barulho de mais alguns lançamentos contra o nosso grupo e tento não pensar que podemos ter tido baixas, a certeza é que não tivemos nada da Garde.

            Pelo barulho eu posso perceber que já estou perto, consigo ouvir alguém carregando algo de metal pesado, mas tem algo para piorar. Eles têm mais de um lança mísseis, eu acho que talvez não seja rápido o bastante para derrubar os dois antes que lancem mais uma onda de mísseis.

            Dou um salto e subo por uma árvore e depois tento ir me esgueirando por troncos grossos a fim de não chamar atenção de algum batedor que esteja patrulhando pela mata. Salto pelos troncos tentando ao máximo controlar minha queda usando a telecinese e continuo a correr para a direção do lança foguetes, uma pena não ter prestado atenção nas aulas de idiomas. Não entendo nada que eles falam, essa língua é feia pra caraca.

            Consigo chegar ao acampamento e finalmente enxergo a máquina de lançar misseis, eu encontro o caminhão todo camuflado na mata. Ele está sendo carregado com um míssil do tamanho de um carro e noto que tem uns 4 5 homens se esforçando para por ele naquele caminhão. Ótimo, quanto mais caras ficarem se esforçando para fazer isso, mais fácil é para conseguir detonar geral aqui.

            Começo a me preparar para pular sobre eles com meu cilindro já em mãos quando noto um homem de sobretudo preto e chapéu fedor usando óculos escuros. Eles podem querer se disfarçar o quanto quiseres, mas nada consegue disfarçar um mogadoriano para mim, esses malditos tem o sangue podre que eu sinto o fedor a distância.

            O mog não fala com ninguém e está apoiado numa van preto que muito provavelmente deve ser de onde ele veio. Claro que eles estão apoiando um grupo que quer matar o Oito, eles já tinha falado que as atividades dos mogs estavam praticamente descaradas aqui, o governo indiano já nem conseguia esconder direito o que estava acontecendo.

            Um dos homens esbarra no mog e quando vai pedir desculpas para ele o mog rosna mostrando os dentes pontiagudos toscos para ele. Decido que já é hora de agir, não preciso de muita coisa aqui, só de descer o cacete nessas caras então eu salto e caio bem entre a van e o caminhão armado com o lança-misseis de uma vez só.

            Os homens começam a olhar para mim e começam a gritar, alguns segundos depois tudo vira um caos e os cinco que estavam carregando o míssil simplesmente o largam no chão ao me olhar e saem correndo provavelmente para pegar alguma arma e lutarem comigo.

            - Seguinte moçada, eu só quero destruir o caminhão e matar o branquelo. – digo acionando o meu cilindro, ele começa a se expandir e se transforma num cajado de dois metros vermelho. – Depois disso todo mundo pode ir pra casa.

            Eles começam a ficar murmurando uma porrada de baboseiras que não consigo entender nada e começo a revirar os olhos. Vejo o mogadoriano rugir para mim e pegar uma espada que ele tinha presa nas costas, não tenho mais paciência para diálogo. Avanço contra ele segurando o cajado com as duas mãos.

            O mog avança para cima de mim tentando fazer um ataque transversal com espada, eu então giro o meu cajado para bloquear o ataque e uso a telecinese para fazê-lo voar para cima da van. Com o impacto o chapéu do mogadoriano cai e assim ele revela a careca feia, o mog da um salto logo depois e tenta me acertar na cabeça com a espada dele. Eu o bloqueio novamente o cajado e impulsiono-o para cima usando meus joelhos.

            Ele sai rolando pelo chão e eu o chuto nas costelas, o mog deixa cair a espada e estou prestes a dar o golpe final quando ouço alguém engatilhar uma arma para atirar. Disparo numa corrida no sentido contrário do mog e rolo no chão sentido uma saraivada de balas passarem rente ao meu lado. Os indianos que estão com ele não iriam deixar seu patrocinador morrer assim.

             - Vocês querem mesmo que seja assim? – pergunto mesmo sabendo que isso seria inútil. Dou de ombros. – Vão apanhar.

            Cinco homens apontam metralhadoras automáticas para mim e eu começo a correr usando toda a minha velocidade. Desapareço na mesma hora e percebo que os indianos se espantam com a minha velocidade e quando eu reapareço como um borrão atrás deles e com um giro do meu bastão eu derrubo três dos cinco homens no chão de uma só vez os outros dois olham para mim e começam a gritar algo estranho. Um deles aponta arma na direção da minha cabeça. Apenas sorrio e deixo-o apertar o gatilho.

            Sinto as balas da metralhadora saindo do cano e agarro todas com a telecinese. Elas ficam paradas no ar e começo a rir, o homem grita e começa a correr, faço duas balas os perseguir e as enterro nas pernas dele. Ele cai no chão gritando de dor.

             O último deles nem teve coragem de tentar disparar e eu o levanto três metros com a minha telecinese e fico o girando no ar por 10 segundos direto. Depois eu o largo no chão, o homem anda meio cambaleante por alguns segundos e depois simplesmente cai no chão desmaiado.

            Falta só o cara que posso presumir que comanda isso aqui e o mogadoriano que sumiu. O indiano usa uma boina verde e começa a gritar alguma coisa para mim.

            - Eu não falo a sua língua cara. – digo.

            - Dêmonio! – ele fala. – Você e o garoto das montanhas, não deuses, são demônios.

            Trinco meu maxilar e puxo o homem com a telecinese até mim e o levanto com a telecinese até mim e o levanto pela farda. O homem é menor que eu então quando ele fica na minha altura está nas pontas dos pés e me olha com pavor nos olhos.

            - Vocês que estão com os demônios, idiota. – digo e depois dou uma cabeçada controlando minha força.

            O homem cai no chão desmaiado com um filete de sangue saindo do supercilio dele. Me sinto um pouco culpado de bater em humanos, mas se eles estão com os mogs, com os caras que vão invadir o planeta deles, escraviza-los ou matar todo mundo como fizeram em Lorien então eles não merecem nenhum tipo de regalia.

            A van preta do mogadoriano se abre ele sai dela carregando uma espécie de canhão negro que nunca havia visto antes. Algo me diz que aquele troço não é como os canhões comuns que eles têm.

            - Brinquedos novos cara? – digo olhando para o meu bastão.

            O mog ruge e aciona o canhão, sinto que o ambiente ao redor dele começa a morrer. Um frio na espinha se instala dentro de mim - que espécie de arma é essa? - Um disparo sai da arma e a única coisa que sei é que não devo ser atingido por ela de jeito nenhum. Corro usando toda minha velocidade para evitar o disparo.

            Olho para onde eu estava e vejo que o lugar está morto, literalmente. O local onde o canhão explodiu morreu, as plantas murcharam, a grama sumiu e deu lugar há um solo com aparência de infértil e o homem que eu havia dado uma cabeça fora atingido. Não havia mais homem ali, era só uma caveira sem carne, músculos e órgãos, aquela arma drenou tudo dele.

            Sou tomado pelo pânico de ser atingido por essa coisa, o mog começa a preparar um segundo disparo e então eu foco minha telecinese no míssil caído no chão. Percebo que consegui segurá-lo com a mente, posso levantá-lo a qualquer momento só com minha força da mente e então eu espero. O mog olha para mim sorrindo e começa a acionar o canhão novamente. De novo ele fica sugando a energia ao redor matando as flores e grama perto dele, dessa vez está quase chegando próximo há outro homem caído no chão. Eu só fico parado esperando com uma cara séria, o mog olha para mim e nossos olhos se encontram, é agora ou nunca. Nós dois gritamos e ele dispara, na mesma hora eu uso minha telecinese e levanto o míssil caído no chão. O disparo acerta ele em cheio e então vem a explosão.

            O carro com o lança-misseis explode e sou arremessado para longe em cima de alguns arbustos. Sinto que sou arranhado por vários deles enquanto todo o acampamento do mog e dos hindus inimigos é engolido em chamas pela explosão dos mísseis e dos carros dali.

            Tento me levantar com dificuldade, por sorte não sofri nenhum dano grave, mas foi por pouco. Agora todos aqueles homens foram mortos, minha empatia por eles dura questões de segundos, não sinto pena de humanos que se aliam aos mogadorianos. São tolos, que serão usados e mortos de qualquer maneira, então não havia muito que fazer para salvar suas almas.

            Recomponho-me e começo a me afastar das chamas. Uso meu Legado para rastrear o outro lugar onde eles têm os lança-mísseis e começo a correr para ele. Só espero que não seja tarde demais, não quero que os outros. Principalmente Maggie e Sandor sejam feridos por esses caras.

            Pela minha audição o míssil acabou de ser engatilhado para o lançamento contra o grupo de Sharma. Tento aumentar minha velocidade pela floresta, mas com vários galhos e coisas no chão é difícil manter a velocidade sem correr o risco de cair no chão e sair rolando por ele. Tenho que ir mais rápido a fim de impedir isso.

            Quando eu chego à máquina já está preparada e tem outro homem de boina verde comandando, não consigo encontrar um mogadoriano aqui dessa vez. Talvez eles só tenham um para coordenar esses dois ataques aqui, quando estou chegando eu perco o foco e sinto meu tênis prender numa raiz exposta e eu caio no chão. Sinto uma dor tremenda e só espero que não tenha quebrado nada.

            O caminhão começa a apontar o lança-mísseis para o céu e meu estômago se retorce. Tento levar minha telecinese para controlar o disparo e explodir o míssil ali mesmo, mas algo começa a chamar a minha atenção. Tem um ponto brilhante que vem para cima do caminhão. Algum dos outros assumiu o controle de um míssil e o está jogando aqui?

            Os homens parecem confusos e começam a gritar correndo para longe do caminhão. O que parece ser um míssil vem em disparada, ele brilha como se fosse alguma pedra e se choca com o caminhão gerando uma grande explosão quase igual a que eu fiz, mas não tão potente. Ainda bem, eu iria ser atingido se fosse uma daquela magnitude agora.

            Ouço um animal se comunicando na minha mente, é um falcão que está se aproximando de mim. Pousa e começa a mudar de forma virando um castor com uma espécie de cabeleira branca e dentes pretos, o castor rockeiro começa a roer a raiz que prende meu pé para que eu me liberte. É Bernie Kosar, então aquele míssil só pode ser...

            Um garoto sai do meio da explosão, o fogo tenta encostar-se à sua pele, mas como ela é puro diamante as chamas batem e ricocheteiam para fora como se fosse uma espécie de espelho as refletindo. Ele caminha altivo pelo fogo e quando chega perto de mim sua pele começa assumir um tom rosado normal e eu o reconheço. Cinco.         

            - Finalmente nos achou Mijão. – digo sorrindo, estou feliz de verdade por ele ter chegado até aqui.

            - Sabe, na próxima vez poderiam esperar por mim. – ele fala mal-humorado.

            - A, eu mandei o BK ir atrás de você te levar até nós.

            Finalmente Bernie consegue me soltar e me ponho de pé num pulo. Sinto uma fisgada no pé na mesma hora, mas não acho que seja algo grave, devo só ter torcido de maneira leve. Coloco o pé no chão novamente e o flexiono, não foi nada sério como pensei.

            - O pessoal está no Sul, quer apostar uma corrida até lá? – pergunto.

            Cinco me olha ainda mal-humorado por ter visto que fomos muito mais à frente sem ele. Quando ficou para trás e nos ajudou, mas ele começa a sorrir com a ideia de me ganhar em alguma coisa.

            - Não vai ser justo, eu posso voar e você está com a pata machucada.

            - Veremos mermão. – digo estalando o pé e me posicionando. – BK será o juiz. 


Notas Finais


1. Oito já querendo chegar na treta.
2. Nove explodindo geral.
3. Cinco se sentindo largado? Será esse o início da traição novamente :0
4. Quem vai ganhar a corrida?


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