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História O Retorno de Oito - A Arca é Aberta


Escrita por: Guard

Notas do Autor


Espero que gostem

Capítulo 34 - A Arca é Aberta


Seis

 

 Katarina nunca havia me deixado ver nada da minha arca sempre alegando que estava muito cedo para isso. Depois que fomos pegas e por consequência ela acabou sendo morta pelos mogadorianos, que eu havia voltado para a ilha em volta de um lado onde escondemos a nossa arca. Sempre achei uma ironia cruel do destino saber que no final de tudo, os mogs tiraram minha Cêpan e roubaram minha arca.

            Tentei por vários anos dizer a mim mesma que isso foi uma maneira de Lorien me dizer para que seja forte. Isso por muitos anos foi verdade, mas agora, minha arca está comigo de volta. Treinei muitos anos para não depender de nada além dos meus Legados e minhas habilidades, vamos ver se minha Herança tem algo que seja realmente útil ou se Lexa apenas me trouxe um monte de velharias que não servem para combate.

            Quando o cadeado se abre com um barulho oco, sinto um frio na barriga. É agora, posso sentir os mogs mais próximos me focarem porque estou distraída. Eu os ignoro e me abaixo para abrir minha arca, se vou morrer hoje então saberei o que havia dentro dela.

            Bolas de fogo passam zunindo pela minha cabeça e explodem os mogs que estavam se aproximando, isso cria um perímetro seguro ao meu redor – John está me dando cobertura.

 - Sério que vai abrir a arca agora? – ele me pergunta enquanto se posiciona ao meu lado criando mais duas bolas de fogo.

 - Pode ter algo útil John. – digo, mas a verdade é que não aguento mais esperar por esse momento.

 A primeira coisa que vislumbro dentro da arca é uma espécie de espada, mas ela é menor que as convencionais. Ela tem uma bainha toda ornamentada com uma mulher linda, ao seu redor estão vários símbolos lóricos com o destaque o meu número maior. Era como se ela soubesse que eu estava sendo destinada a ser dona dela. A espada tem uma pedra de loralite no pomo que brilha quando seguro em seu cabo – como se estivesse pronta para atender ao meu chamado para o combate. Não consigo deixar de sorrir, por muitas vezes eu usei a adaga de John ou as armas dos mogs contras eles, agora eu tenho minha arma para usar contra meus inimigos.

 Me levanto sem olhar o resto das minhas coisas, terei tempo para fazer isso depois. Desembainho minha espada, ela começa a brilhar de modo tão intenso que parece até possuir o Lúmen de John, quando seu brilho cessa eu vejo melhor a arma agora. Ela possui lâmina de dois gumes e não parece ser feita por nenhum metal da terra, ao contrário da adaga de diamantes de John. Ao todo a do pomo de loralite até a ponta da lâmina a espada tem quase 60 centímetros.

            - Okay, lembra quando eu disse que sua arca provavelmente era a que teria as coisas mais sinistras? – John fala com os olhos brilhando de entusiasmo. – Eu acho que estava certo.

            - Sim Johnny. – aponto a espada na direção de um grupo de mogadorianos e eles recuam um pouco. – Acho que vou testar meu brinquedo novo neles, se importa de me dar cobertura.

 John fecha os olhos por alguns segundos e de repente eu vejo vários animais aparecerem em diferentes níveis das passarelas do hangar, eles começam a atacar os mogs que estavam com canhões mirando em nossas cabeças. Em baixo só ficaram o gorila de quarto braços que bate com eles nos peitos e urra para intimidar os inimigos e um touro com pele de rinoceronte e chifres que parecem ser duas espadas de tão afiados.

            - Vai se divertir Seis, eu e nossos amigos damos cobertura. – ele pisca para mim.

            À intimidação que minha espada gerou nos mog acabou nessa hora. Eles brandem suas armas e correm para me cercar, uso meu Legado de invisibilidade na mesma hora que um deles iria me golpear. Faço um movimento de estocada com minha espada e atravesso a caixa torácica dele, com certeza devo ter perfurado os pulmões ou até o coração. Se essas bestas possuírem essas coisas.

            Puxo a espada de volta de uma só vez e então ataco o próximo mog. Uso minha telecinese para levanta-lo no ar o torcendo num ângulo nada confortável e então giro a espada no ar e o golpeio de maneira transversal decepando seu braço e cabeça antes que ele caia no chão de novo.

            Estou espantada em como essa espada é fácil de usar. É como se ela tivesse sido feita para mim, ela seu peso e angulação se encaixam perfeitamente na minha mão. Isso me permite aplicar golpes muito mais mortais e precisos contra nossos inimigos.

            Vejo que a batalha continuou a se desenrolar enquanto eu estou empolgada com minha nova arma. John se nove como um borrão disparando bolas de fogo nos mogadorianos com seu Lúmen, ele deixou o Chimaera em forma de Gorila para proteger minha arca. Uma hora John simplesmente desaparece no ar e quando vejo, ele está lutando com um canhão mogadoriano em mãos disparando contra os mogs que tentavam atacar duas Chiamaeras, elas os devasta e as Chimaeras aproveitam a ajuda para golpear mais o inimigo ate que todos ali se tornem pó.

 Um está montando uma barreira com Dust devastando os mogs que tentam invadir o painel de computadores do hangar. Ela explode qualquer um deles com suas Ondas Sônicas e usando aquelas manoplas mecânicas. Sua leal Chimaera sempre dá botes precisos nos inimigos, devastando sempre membros ou matando eles na hora.

            Um disparo de um mog quase acerta Adam e ele dá um salto nervoso. Ouço ele xingar e vejo um mog subir em cima da nossa nave para tentar uma boa mira contra nossa equipe. Lexa e Adam abrem fogo com suas armas na mesma hora contra o mog, as balas acertam ele de raspão no ombro e na cabeça. Após isso vejo a criatura dar um grito de raiva enquanto tomba no chão sangrando até morrer.

            Um dos mogs que estavam conversando com o agente Purdy finalmente desse para nos confrontar. Ele é imenso e está vestindo uma armadura ornamentada, ele deve ser o mogadoriano responsável por esse lugar. Não o reconheci por causa da armadura, mas porque ele tem um sorriso de prepotência no rosto igual ao de Trax.

 Não consigo conter meu impulso e me faço ficar visível. O mog arregala os olhos quando me vê, ele deve estar pensando na sorte que tem de enfrentar uma adversária tão burra ao ponto dela tirar sua única vantagem. É o contrário, quero mostrar há uma pessoa que agora que eu me libertei, vou atrás dele para lhe matar nem que seja no inferno.

            Aponto a arma na direção do mog e ele sorri. Na mesma hora desembainha a espada das suas costas, está preparado para o confronto. A espada dele é diferente que a do Trax, ou a que vi Adam carregar. Ela não deve ter o mesmo efeito de destruir toda a vida da pessoa se a tocar.

            Nós avançamos brandindo nossas espadas e eu me preparo para golpeá-lo com uma estocada em seu peito. O mog gira para o lado na mesma hora e tenta me cortar ao meio com um movimento pesado na horizontal, salto pelo ar para evitar o golpe e tento um golpe em arco no meio do ar. Sinto a espada rebater no metal da armadura e um barulho dos metais se encontrando é ouvido, na mesma hora minha espada brilha um pouco, ma quando pouso há 2 metros do mog ela volta ao metal fosco normal.

            O mog olha para a ombreira da armadura e vê que onde eu havia o acertado tem um rombo – essa arma é cheia de surpresas. Ele se volta para mim agora com uma expressão do ódio no olhar. Noto que agora segura sua arma com as duas mãos e vem para cima de mim dando um rugido quase animalesco para me enfrentar. Ele tenta me partir ao meio com um golpe na vertical.

 Faço uma jogada de pés rápido e desvio dele, o mog está tão enfurecido que eu mal preciso fazer esforço para desviar desse golpe. Ficamos em silêncio por alguns segundos e então ele se vira bruscamente para tentar me acertar com um golpe inclinado com a espada. Como se minha mão tivesse vontade própria eu ergo minha espada para bloquear o golpe. Minha espada lórica, de 60 centímetros contra aquela espada mogadoriana de um metro e meio, nem sei que ideia louca é essa, mas estou seguindo um instinto da minha cabeça fazendo isso. Erguendo minha arma.

As duas armas se chocam e posso ouvir um clangor metálico. Sinto meus músculos contraírem e uso as duas mãos para segurar minha espada, eu e o mog continuamos nesse choque até que vejo minha arma começar a emitir o mesmo brilho branco quando ela se chocou com a armadura. A espada começa a brilhar cada vez mais forte, tento me concentrar em resistir ao golpe do mog para não perder o foco. Só que esse brilho parece ser tão belo e ao mesmo tempo tão poderoso que não consigo deixar de ficar admirada. A luz da espada de repente começa a passar para a espada do mogadoriano. Ele olha chocado para a arma que está começando a brilhar, mas continua a empurrar contra mim.

Sou obrigada a usar minha telecinese para frear o seu avanço. A luz continua a engolir a espada do mog lentamente até e que ela chega até a metade lâmina da arma. De repente começo a ouvir um barulho de metal rachando e a espada se parte ao meio com uma explosão branca que me joga alguns centímetros para trás e o mog também. Nós dois nos encaramos espantados com o que acabou de acontecer, mas eu sei de uma coisa agora. Minha arma é totalmente demais e eu acabei de deixar meu inimigo sem a dele.

Me preparo para avançar contra o mog, quando um tiro de canhão o acerta na altura das costelas. Ele grunhi de dor e então John aparece na frente dele e desfere um soco aéreo no rosto dele. Aproveito essa hora e corro para cima do mogadoriano estocando minha espada na perna dele, em seguida eu giro para o lado. Ele parece querer continuar a lutar mesmo com a espada quebrando e tenta enviar o que restou da arma em mim, mas uma bola de fogo explode na sua cabeça nessa hora. Aproveito esse momento e enfio a espada no coração do mogadoriano, a espada brilha novamente e vejo o corpo inteiro do mog começar a brilhar.

Todo o monstro explode em poeira branca fazendo um estrondo que joga todos os mogadorianos para o chão na mesma hora, tenho pena de Adam nessa hora. John me olha espantada, parece que está olhando uma criança com um brinquedo superlegal no parquinho e quer brincar um pouco com ele.

- Eu podia dar conta dele sozinha John. – comento mal-humorada aproveitando o momento em que os mogs estão se recuperando.

- Sei disso Seis, mas queria que guardasse toda a sua fúria para matar um Comandante Mogadoriano. – ele fala de um modo como se fôssemos mais que amentes agora, somos cúmplices também.  – Sua espada faz meu escudo parecer uma bijuteria de 1,99... – ele murmura fazendo cara de triste.

Reviro os olhos e rio dele, mas acabo lhe dando um beijo rápido que John não nega.

- Se quiser se desfazer do escudo então, $1,99 né? – pergunto debochada.

- Espada e escudo, só falta o laço e você iria virar a mulher-maravilha... Nossa você com aquele corpete iria ficar uma maravilha, opa...

- Sério John? – empurro ele para longe, mas anoto a fantasia sexual na minha mente.

Nosso momento de descontração acaba quando os agentes do FBI chegam para nos cerca com armas apostos. Chega a ser engraçado, depois de tantas coisas que enfrentamos, o FBI é quase uma rodada bônus.

 

Adam

 

Consigo me erguer todo dolorido do chão após um estrondo que sei lá de onde veio me arremessar. Achei que poderia ser uma bomba sônica ou Um que exagerou no seu Legado – de novo -, mas as duas aparentemente estão bem. Os dedos de Lexa correm nos computadores e mais dois fios se soltam dos conectores dos cristais de energia da nave, aparentemente o que me jogou no chão só afeta os mogadorianos.

- Alguém pode me explicar o que aconteceu? – pergunto.

Um derruba dois agentes do FBI com a telecinese, eu consigo ter um breve vislumbre deles saírem rolando escadaria abaixo. Acho que nem os humanos foram afetados, isso só pode ser coisa da arca da Seis.

- Seis está se divertindo com os brinquedos que trouxe para ela. – Lexa fala sem tirar os olhos do computador.

- Que bom que alguém está se divertindo. – murmuro zangado. – Eu acabei de ser arremessado e estou com a suspeita de que vou ser baleado de 5 em 5 segundo, isso não é uma sensação boa para a saúde.

Ouço gritos e tiros vindo de algum lugar. Em seguida o urro de algum animal selvagem e olho para a passarela a minha frente, vários soldados que não consigo dizer se são humanos ou mogs são jogados no chão do hangar sem piedade por alguma Chimeara mal-humorada. Estou torcendo para que não tenhamos perdido nenhuma delas nesse confronto.

Começo a me aproximar novamente do computador, mas nessa hora eu vejo outro mog tentando correr de maneira estranha pela nave dos outros. Estou esperando que Lexa o abata com sua arma, mas ela está muito ocupada fazendo o meu trabalho e o dela e John não está em nenhum lugar que eu possa vê-lo. Então eu reconheço o mog, seu nome é Droccus, um nascido naturalmente que enfrentei em Plum Island, ele costumava me idolatrar até que eu destruí aquele lugar com os outros para resgatar as Chimaeras.

- Sutekh! – ele urra e salta da nave em direção ao painel de computadores.

 Eu o vejo aterrissar com uma cambalhota entre mim e Um, na mesma hora ele é erguido no ar pela telecinese dela. Noto que Droccus está segurando alguma coisa que pisca de maneira estranha e ele está com o polegar pressionado no que parece ser um botão. O bastardo está com uma bomba.

- Ai cara, eu sou ciumenta então me desculpa por isso, mas eu não gosto que saiam por ai berrando o nome do Adam. – ela debocha de Droccus.

Ele geme tentando se soltar da telecinese.

- Espere Um, não faça nada com ele. – falo exasperado. – Esse cara está segurando uma bomba.

Na mesma hora Um olha para mim espantada, ela não havia percebido que o mog estava segurando alguma coisa. Droccus parece dar um sorriso vitorioso ao perceber que nos tem onde queria.

- Eu posso arremessa-lo para longe segurando a mão dele com a granada. – Um murmura entediada. – Ele iria desaparecer do mesmo jeito.

- Até poderia escória lórica, mas aí não conseguiriam a chave principal para abrir o hangar. – ele murmura. – Eu estou com ela no meu bolso, vocês podem ficar aí a vida toda tentando abrir o hangar para fugir ou então podem conseguir a chave.

Eu troco olhares nervosos com Um, até mesmo Lexa pareceu sair do seu transe de quando está em frente do computador e encara o mogadoriano. Não sei o que esse cara planeja, mas ele não está do nosso lado, eu tenho absoluta certeza disso. Então se ele está querendo nos dar uma chance de ajudar é porque tem alguma ideia subtendida misturada.

- Eu quero uma chance de matar o traidor. – Droccus fala quando Um o coloca no chão o soltando da telecinese. – Eu só quero uma chance de poder matar Adamus Sutekh.

- Só pode estar... – Um começa a falar.

- Eu aceito. – digo de maneira calma e fria. – Aceito o seu duelo, mas quero ver a chave primeiro.

Droccus revira os olhos e puxa de um bolso de dentro do sobretudo uma peça prateada que se encaixa perfeitamente no painel de comando do hangar. Ele não estava mentindo, então eu tenho que honrar com minha palavra. Sinto minha espada ficar pesada imediatamente nas minhas costas, uma das armas mais temidas pelo meu povo.

- Espadas então. – eu digo. – Nada de armas, você quer um duelo, é assim que é resolvido entre nosso povo.

- Você não é mais do meu povo Sutekh. – Droccus desembainha uma espada presa ao cinto, ao contrário da minha que é preta, a dele é prateada. Só os mais graduados na ordem dos mogadorianos tem direito a usar uma arma como a minha, é um insulto supremo eu carregar essa arma por ai.

- Tem certeza disso? – Um me pergunta arqueando as sobrancelhas. – Geralmente quem é o imprudente e idiota sou eu.... Não gosto de ser a sensata.

 - Vai dar tudo certo Um, defenda as escadas junto de Dust por favor. – digo lhe dando um sorriso para que confie em mim, assim como ela fez milhares de vezes quando queria que eu confiasse nela quando queria fazer algo estúpido.

Um respira fundo e depois vai na direção da Chimaera em forma de lobo que está atacando um grupo de mogadorianos que tentava vir ajudar Droccus. Na mesma hora que ela sai eu saco minha espada e sou tomado por uma fúria assassina, não gosto de admitir, mas sempre que pego essa arma eu sinto a sede de sangue pela batalha que os mogadorianos sentem. Meu povo é um povo de guerras, de lutas, eu fui criado para isso, embora eu queira usar essa vontade de lutar para o bem.

Droccus e eu não emitimos mais nenhuma palavra. Nossos pés saem do chão na mesma hora e nossas espadas se chocam cruzadas no ar fazendo saírem faíscas, mesmo a minha arma sendo de um material que destrói a essência de tudo que toca, as a espada dele aguentou o impacto. Eu giro e tento desferir um golpe transversal em sua barriga, mas ele me bloqueia novamente com a sua espada.

Nos afastamos um pouco um do outro e começamos a nos estudar, ele ainda segura a granada na mão – o maldito não planeja perder sem me matar junto. Trocamos mais dois golpes de espadas, dessa vez sem tanta intensidade só para testar as habilidades um do outro. O verdadeiro duelo já está por vir.

- Sabe que você não vai ter vantagem se lutar com essa granada na mão. – digo dando um sorriso desprezível para ele.

Droccus me olha com ódio, ele tem nojo por mim, posso perceber isso. Ele me idolatrava antes, é assim que as coisas vão ser agora, todos que eram meus amigos irão me desprezar, querer minha morte. Rex vai querer me matar também, provavelmente, eu fiz de tudo para que ele não ficasse perto de mim na minha traição, meu soldado mais leal.

- Você é uma escória, abandonou a causa mogadoriana por uma bunda lórica. – ele vocifera para mim. – Meu pai morreu quando eles tentaram matar a número Dois, achei que você tivesse feito isso. Tivesse feito o sacrifício dele ter valido a pena, mas então eu vi aquela garota ruiva em Plum Island, na hora eu não percebi. Ela é a número Dois não é? Seu sujo desprezível.

            Sou tomado pela fúria. Não aguento mais ouvir essas coisas e então rebato:

           - Seu pai morreu tentando matar uma criança, lamento, mas ele não é nenhum herói Droccus. É um covarde, assim como o seu Adorado Líder e qualquer um que ache que matar pessoas inocentes para crescer seja algo justificável. Vocês são todos vermes, por isso que fui para os lorienos!

           Droccus explode em fúria e corre para cima de mim. Ele brande a espada e tenta acertar minha perna, eu desvio na hora exata e lhe acerto um soco nesse momento. O mog cambaleia para trás nesse momento e vejo sangue escorrer do seu nariz, aproveito que está atordoado e dou uma estocada na direção do peito dele. Droccus posiciona espada para bloquear o meu golpe, só que era exatamente o que eu queria. Jogo minha espada nessa hora de uma mão para outra e desfiro um corte na vertical na direção da mão dele que está segurando a granada.

          Antes que ele pudesse percebe eu decepei sua mão e dou uma cambalhota no chão para pegá-la antes que o seu polegar saia do botão de detonação. Ouço Droccus berra de dor e arremesso a granada com a mão dele na direção do corredor da entrada do hangar pela qual nós havíamos entrado. A explosão destrói toda a entrada e vejo que começa um deslizamento de pedras e cimento soterrando aquela entrada. Fico imaginando isso iria fazer conosco.

            - Maldito! – Droccus berra ensandecido com a espada levantada em sua única mão. – Eu vou te matar Sutekh.

            Ele não vai parar, sinto um nó no meu estômago. Mogadorianos não desistem de uma batalha, mesmo que só tenham lhes sobrado a cabeça. Por mais que eu queira poupar a vida dele, eu sei que Droccus cairia em desgraça sobreviesse duas vezes contra mim e agora ainda perdeu a mão.

            Brando a minha espada mais uma vez, só que dessa vez é com compaixão. Ele tenta me dar golpes desesperados que eu sempre bloqueio com facilidade, desvio de uma estocada dele e prendo seu braço o deixando imobilizado. Desfiro uma série de socos no rosto de Droccus até ver seu rosto todo ensanguentado e deixo ele cair no chão. Sinto minha mão tremer quando eu posiciono minha espada em direção ao seu peito.

            - Seu pai estaria orgulhoso... – nem sei porque eu murmuro isso.

            - Vai pro inferno, quero que você morra com toda essa escória que você se aliou. – ele profere as suas últimas palavras e eu enterro a espada bem fundo em seu coração.

            Ouço Droccus começar a urrar de dor enquanto minha espada começa a drenar e destruir toda sua essência. Fecho os olhos e me controlo para não chorar por causa disso, era necessário, repito isso para mim mesmo. Ele seria motivo de vergonha, o que fiz foi algo para lhe dar honra. Foi algo que um homem tem que fazer para outro numa guerra, dar uma morte honrosa. Abro os olhos e só consigo ver uma pilha de poeira com a chave prateada bem em cima dela.

            Respiro fundo e a apanho. Queria poder ouvir alguma piada idiota da Um agora sobre o como estou patético por ter matado um mogadoriano sendo que eu já devo ter matado uma dezena deles, mas dessa vez é diferente. Eu vi todo o ódio e dor que eu causei há um deles por causa da minha traição. Vou até o painel de comando e encaixo a chave e giro. Ouço da escotilha de abertura do hangar começar a se abrir do lado de cima e posso ver um breve vislumbre do Sol entrar na base.

            - Você fez a coisa certa Adam. – Lexa tenta dizer algo motivacional quando eu sento do seu lado. – Eu também era uma rebelde do meu povo...

            - Temos que ligar logo a nave sairmos daqui. – digo de maneira fria demais.

 

Seis

 

            Quando vejo cinco mogadorianos avançando furiosamente contra um dos nossos Chimaeras eu disparo com um canhão em cima de um ferro que prende um Escumador no teto. Só consigo ver a aeronave despencar em queda livre e depois explodir levando consigo todos os idiotas que estavam na linha de ataque.

            Há poucos minutos Adam e Lexa finalmente conseguiram abrir o hangar e também explodiram o corredor que dava acesso aqui. Pelo menos agora teremos menos inimigos, com exceção dos atiradores que estão aparecendo de vez em quando pelas passarelas mais a cima que as Chimearas ou John estão tendo que se preocupar em abater. Por hora eu me concentro apenas em dizimar qualquer um que veja em terra, já fiz uma pilha de vinte agentes do FBI desacordados e matei tantos mogs que nem consegui contar.

            John aparece do meu lado segurando um Golden Retriever numa mão e com a outra uma tartaruga. Acredito que os dois sejam Chimaeras, não entendo o porquê dele estar fazendo isso até ver que o cachorro tem uma pata sangrando e o réptil está meio zonzo. Ele os resgatou, típico do John, ninguém nunca fica para trás com ele. Acho que isso é algo que admiro muito nele.

         - Meus pacientes para quando entrarmos na nave. – ele murmura me explicando.

            - E as outras estão bem? – pergunto preocupada, não gostaria de perder uma de nossas Chimaeras agora que estamos dando início a uma guerra.

          - Não, temos dois com ferimentos que precisam de tratamento, o resto está lutando ainda. – ele diz com orgulho. – Estou dizendo para eles nunca agirem sozinhos e tomarem cuidado.

            - Ok, líder das Chimaeras.

            Ouvimos um barulho estranho de algo sendo ligado e de repente eu vejo a nave começar a soltar uma fumaça que começa a preencher todo o ambiente. Meu coração acelera nesse momento – eles finalmente conseguiram. Não demora muito tempo para que eu consiga enxergar a rampa de acesso começar a descer e então eu finalmente vejo a nave que me trouxe para Terra aberta de novo, só que dessa vez é para nos entrarmos nela.

            - Rápido entrem! – Lexa berra do painel de comando.         

            Olho para John e ele dá um sorriso alegre para mim. Sinto algo nostálgico nisso, parece que ele já me deu esse sorriso quando estávamos nessa nave, não sei como, mas eu consigo me lembrar. Quando percebo, ele está com a mão estendida para mim. Foi desse jeito que entramos na última vez, todos de mãos dadas com nosso Cêpans na nave para fugirmos de Lorien.

           

            Seguro a mão de John e ele a aperta de maneira firme. Como se não quisesse soltar, agora é diferente, não estamos com medo mais. Nós somos fortes agora, podemos lutar, estamos tirando essa nave de dentro de uma base mogadoriana e eles não conseguiram fazer nada para nos impedir. Agora é a hora de revidar. Corremos para dentro da nave com as Chimaeras nos acompanhando, o gorila carrega minha arca e os companheiros feridos com seus vários braços, três pássaros chegam voando na mesma hora que eles e uma pantera negra corre com mogadoriano ainda na boca para entrar na nave.       

            Fico tensa porque os outros ainda não entraram. E olho o Chimaera destroçar o mog e depois virar um gato laranja que começa a urinar na poeira do mogadoriano – eu não sei se essa é a coisa mais cruel ou mais bizarra que já vi alguém fazer com um deles, mas com certeza esse animal é um psicopata.

            Adam, Lexa, Um e Dust surgem correndo como loucos entrando na nave. Eles parecem assustados e Um principalmente olha nostálgica para a nave, do mesmo jeito que eu e John olhamos. Sinto que ele quer chorar e gritar ao mesmo tempo. Para ela isso tudo deve ser mais mágico, afinal, ela é a número Um. Nunca deve ter imaginado que iria chegar tão longe ao ponto de ver a nossa nave novamente. Lexa corre para o cockpit do piloto sem perder muito tempo e começa a acionar uma sério de botões.

            A rampa de acesso começa a fechar novamente, é agora então. Lexa pressiona mais alguns botões e ouço o barulho de motores sendo acionados é algo mais silencioso que você pode imaginar. Não é como um foguete, os cristais de energia devem estar brilhando agora e todos nos olhamos ainda calados. John está curando as Chimaeras feridas e Adam e Um estão sentados numa das camas que eram nossos leitos que ela fez descer. Ela parece estar em estado de choque numa mistura de alegria e tristeza, ele segura a sua mão para lhe dar forças, mas percebo que aconteceu algo com ele que lhe deixou abalado também.

            Olho para a bainha da minha espada novamente. Queria que Katarina tivesse me visto hoje, com minha Herança, recuperando a nossa nave e queria que ela soubesse de John e dos outros. Que estamos lutando, nunca fiquei pensando tanto nela quando agora, sempre tentei afastar esses pensamentos dos mortos. O que está feito está feito.

            - Tudo pronto para decolar! – Lexa grita empolgada batendo no painel da nave. – Não podemos ir para o espaço por enquanto, mas temos energia suficiente para voar pela Terra toda. Qual nosso destino senhores?

            Como ninguém fala eu decido falar. Está na hora de fazer uma surpresa ao resto da Garde.

            - Vamos para a Índia, nas Cordilheiras do Himalaia. É lá que os outros estão.



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