1. Spirit Fanfics >
  2. O Sabor do Chocolate >
  3. O Passado de Kou.

História O Sabor do Chocolate - O Passado de Kou.


Escrita por: Chrystini

Notas do Autor


Kou Lee Park
Cabelo: Preto liso.
Pele: Branca.
Altura: 1,79.
Pai: Kang Soo Park.
Mãe: Li Tan Park.

Capítulo 4 - O Passado de Kou.


Fanfic / Fanfiction O Sabor do Chocolate - O Passado de Kou.

-O violão está afinado. O senhor Teffie fala entregando o violão nas mãos de Kou.

-É você quem vai fazer a entrega? Diz o pai de Svy encarando o garoto.

-Sim, meu pai me pediu pra vir, não temos opção, então eu vim.

-Mas é perto?

-Sim, não é longe. Será que a senhorita Dubbel já se sente bem para me acompanhar? Kou direciona o olhar a Svy que olha pro pai pedindo permissão.

O pai de Svy se retira após beijar sua testa enquanto Kou põe o violão em uma capa.

-Vamos? Kou estende a mão para Svy que com olhos arregalados encara o garoto ao seu lado.

-Só estou brincando, Svy. Não precisa se assustar. Kou fala rindo e Svy respira fundo enquanto eles saem lado a lado.

Kou:

Caminhei lentamente atrasando a trajetória, e encarei Svy o tempo inteiro a deixando sem jeito.

-Svy, você tá bem? --Pergunto enquanto ponho seu cabelo atrás da orelha.-- Você parece pálida.

-Eu estou bem. - Ela mordeu seu lábio inferior na intenção de dar vida a ele.

-Sabe, Svy... Senti saudades sua. Queria ter passado essa semana em casa mesmo. Odiei cada minuto da festa. E cheguei tarde pra te ajudar de novo, igualmente quando caiu da bike. Então me permite compensar?

Ela não entendeu como nem o motivo pra ser compensada, mas confirmou com a cabeça.

Depois de alguns minutos caminhando, parei em frente a uma casa e toquei a campainha.

Narrador:

Atende a porta um garoto de cabelos loiros brilhantes --familiar para Svy-- que sorri e desviando do violão exclama:

-Trina! Estou vivo, bem que você disse que eu conseguiria. -- Kou observa tudo.

-Ah! Que bom. -- Svy sorri sem jeito.

-Te vejo segunda?

Svy esfrega as palmas das mãos suadas no vestido cinza e concorda.

Kou arqueando as sobrancelhas empurra o violão no peito do garoto e sai puxando Svy pelo pulso.

-Kou! Que foi? -- Svy pergunta preocupada -- Ele é meu colega de trabalho.

-Achei que ele fosse um perseguidor. -- Kou fala abrindo um largo sorriso -- Pode pedir desculpas por mim segunda?

Na verdade Kou não se arrependera nem um pouco, pois não foi muito com a cara do loiro intrometido, mas dissera isso por Svy que concorda.

-Então senhorita Dubbel, que tal um sorvete? Compensaria?

Svy sorri enquanto o garoto aponta pra uma sorveteria fechada.

-Eu adoraria.

Kou se depara com a porta fechada.

-Vamos tomar café?

-Vamos.

Após fazerem o pedido, Kou começa a falar sobre como a festa foi chata e entediante, que todos os tios dele faziam questão de jogar na cara de seu pai que eles eram bem sucedidos e seu pai não por ter um coração besta. E dissera como odiava o fato de que o seu pai deixava que falassem dele. Disse como doía ter de ouvir tantas mulheres esnobes desprezando sua mãe.

-Não entendo o motivo de meu pai ainda aceitar esses convites. -- Kou fala com o cotovelo na mesa e a mão na testa.

A família de Kou toda seguira carreira musical. Tias cantoras. Tios donos de orquestras sinfônicas. Empresários de musicais famosos. Violinistas. Pianistas. Todos os tipos de músicos, mas todos trabalhavam apenas por dinheiro. Já seu pai tinha paixão pela construção de instrumentos. O desejo de um dia passar em frente a uma casa qualquer e ver alguém fazendo uma serenata com um de seus instrumentos. Era um sonho simples, sem ambição pelo dinheiro. Por isso sempre será julgado pelo resto da família luxuosa dos Park.

Svy escuta tudo enquanto Kou toma o 3° copo de café, levantando a mão para fazer mais um pedido.

-Kou! Acho que você ja tomou o suficiente, não acha? Quer tomar um litro de café ou o que?

-Você quer mais alguma coisa, Svy?

-Não.

Quando o garçom se aproxima, Kou paga a conta e eles saem do café em silêncio.

-Svy, desculpa... Eu só fiquei falando e falando, nem acho que te compensou em nada.

Svy sorriu. --Tudo bem Kou, eu gostei. -- A menina diz com um sorriso no rosto. -- Espero que essa conversa tenha te ajudado.

No caminho pra casa Kou pensa em como essa conversa o fez bem, Svy olha pro chão com um sorriso leve no rosto, estar junto um do outro fizera tão bem que até mesmo em silêncio eles podem se entender.

Svy e Kou abrem a boca ao mesmo tempo enquanto se encaram na tentativa de falar algo. Ambos abrem um sorriso e voltam a encarar os pés. E foi assim o caminho inteiro. Chegando na casa de Kou, era possível ver o pai de Svy varrer o chão. Ao avistar os dois o senhor Teffie se aproxima e pergunta:

-O cliente gostou?

Svy não consegue disfarçar e acaba rindo. Kou sem graça põe a mão atrás da cabeça e sorrir enquanto confirma. Svy se desculpa.

O pai de Svy sabendo que nenhum dos dois tomaria uma inciativa, deu um abraço em Kou e em seguida em Svy, virou de costas e entrou. Ambos entenderam o recado, mas mesmo assim só apertaram as mãos e cada um seguiu seu rumo.

Kou entra como se o senhor Dubbel fosse um cobrador de impostos e Kou alguém muito pobre. Svy entra em casa e sua mãe está sentada no sofá.

-Oi mãe, desculpa a demora.

-Tudo bem querida, sente aqui pra assistir "Guerra de doces" comigo.

Svy senta encarando a TV com cara de arrependimento, mas no fim deita no ombro da mãe e cochila.

Svy acorda esticada no sofá enquanto sua mãe preparava o almoço cantarolando.

-Mamãe -- Svy dá uma risadinha -- Deixa de ser teimosa.

A mãe de Svy sorri enquanto cozinha e beija a testa da menina ao seu lado.

-Seu pai acabaria queimando a comida, muito melhor eu cozinhar.

Svy entorta a boca e vai até o jardim ver o pai que regava as flores de Cellina.

-Pai, onde você conseguiu uma esposa tão teimosa?

O pai de Svy se aproxima e joga água na garota parada.

-Do mesmo modo que você arranjou um pai tão brincalhão.

-Destino? -- A garota pergunta enxugando o rosto.

-Exatamente!

Svy sai correndo atrás do pai com a mangueira e no fim os dois deitam na grama e ficam lá até que Cellina aparece e briga com os dois dizendo que eles só fazem bagunça na hora de almoçar. O senhor Teffie se levanta todo molhado e abraça a senhora Mei que o empurra até que acaba cedendo.

-Svy, vá tomar banho. Não siga os exemplos de seu pai!

Svy levanta rindo e obedece a mãe.

Svy chega no quarto toda encharcada e escorrega caindo no chão. A garota levanta sem jeito e olha para a janela e para a sua sorte, não tem ninguém.

Svy sempre fora muito desastrada, mas ainda não se acostumara com a vergonha. Após o banho a garota desce para almoçar. Quando desce as escadas vê que os pais não estavam lá. Os pais de Kou haviam voltado e a senhora Park estava chorando e disse que iria embora, arrumou as malas e se recusava a ficar. Cellina e Edwart prestaram ajuda e foram calmaria. A senhora Dubbel acolheu a senhora Park e entrou com ela para tomar um chá, o senhor Dubbel também acalmou o coração do senhor Park. Svy encarou Kou puxar as coisas da mãe pra dentro. Svy pensou em perguntar se era por causa do irmão de Kou ou pelo que aconteceu na festa, mas não queria magoar Kou. Então corre e o ajuda com as malas.

-Você não precisa fazer isso. -- Kou fala enquanto toma a mala das mãos de Svy que puxa para si novamente.

A mala que Svy tentara puxar era grande demais e Kou fica observando a luta da garota. Kou sorri.

-Svy, me dê isso! -- Kou fala enquanto sorri.

Svy entrega a mala mas fica chateada por não conseguir ajudar.

-Meus pais podem ajudar e eu não.

-Você pode pegar aquele urso de pelúcia ali na grama? -- Kou aponta para um macaquinho.

Svy sorri enquanto junta.

-Viu? Você foi de grande ajuda, senhorita Dubbel. Se não fosse você, esse ursinho estaria perdido. -- Kou ri enquanto convida a garota pra dentro.

-Você tá bem? -- A garota pergunta colocando o urso de pelúcia no sofá.

-Mais ou menos. Acho que sua mãe vai acalmar a minha. Por enquanto vamos deixar eles a sós. -- Diz o garoto convidando a menina para se sentar ao lado dele.

Narrador:

Kou está esgotado, Svy consegue sentir. Ele sentado ao seu lado tentando focar no programa aleatório da TV, fingindo que tá tudo bem. E Svy pensando em uma forma de ajudar. Na sala de estar dos Dubbel, a Senhora Park chora enquanto desabafa sobre como se sentira na festa.

-Falaram tão mal do meu pequeno Kou, que ele era o único com talento da família e que Jushtin havia jogado fora a única oportunidade do irmão. Disseram que nunca mais os dois vão ter uma vida estável de novo e que o meu marido nunca vai poder fazer nada pelos dois, pois somos pobres. Também disseram que foi melhor assim, porque o Kou não é digno e é por isso que ele vai viver o resto da vida como ajudante de um carpinteiro. Eu fiquei indignada e eu falei pro meu marido que nunca mais ia voltar lá, meu coração doeu tanto que eu chorei na frente de todos e ele não fez nada. Ele deixa que humilhem ele, nossos filhos e a mim. Eu não aguento mais. Iria pra casa da minha mãe.

A senhora Dubbel limpa as lágrimas no rosto da linda dama em sua frente e a abraça.

-Eu entendo você, mas ele também se sente mal, ele só está assustado ou tão chateado que não soube reagir. Perdoe ele sem que ele peça perdão. E se você fosse embora, Kou ficaria aqui, sozinho.

Cellina então pergunta o que Svy tanto se perguntara.

-Cadê o irmão de Kou?

-Ele foi embora após quebrar o pulso de Kou.

Disse a senhora Park chorando no colo de Cellina.

-Você quer desabafar sobre isso ou ainda não está pronta?

Cellina acaricia o cabelo de Park.

-Se você não estiver, tá tudo bem. Eu entendo.

-Ele bebia muito, sempre foi revoltado com a vida, ele descontava tudo em Kou e eu não sabia. Quando descobri eu gritei com ele e ele veio em minha direção pra me bater, Kou não deixou e ele ergueu Kou no ar pelo pulso. Kou tocava violino, ele tocava com tanto amor, mas depois desse dia... E-ele...

Ela fora interrompida pelas lágrimas.

-Tá tudo bem, pode chorar.

Cellina era um abrigo numa tempestade para quem conversasse com ela.

-Kou não pode consegue mais tocar, ou não quer mais. E o Jushtin sumiu, nunca mais vi meu filho. Eu perdoei ele por tudo, eu juro, mas ele já é de maior e decidiu que a melhor coisa pra ele é ficar longe de todos nós.

-Eu tenho certeza que foram uma boa família para ele, você não falhou como mãe e seu marido não falhou como pai. Ele seguiu esse caminho por conta própria e vai se arrepender. Então não deixe que machuquem quem ficou, se permita viver.

Elas se levantam e saem. Assim que a Senhora Park sai, seu marido corre para um abraço e dois os choram no colo um do outro. Mei abraçar o marido também. E lá dentro Svy ainda está sem saber o que fazer.

-Kou, vamos dar uma olhada na vista.

Svy levanta e segura a mão se Kou o puxando para fora. Assim que Kou olha os pais seu coração se enche de alegria e ele aperta a mão de Svy. Svy olha pra Kou e o puxa para um abraço. A garota fica nas pontas dos pés até Kou se curvar um pouco. Os ombros largos de Kou apoiando os braços de Svy que o apertam em um abraço que fez com que Kou sentisse que seu coração havia parado por um segundo. Kou permanece sem reação ao abraço inesperado, então Svy o solta e sorri. Um sorriso que devia ser reconfortante, mas deixara o garoto tão distraído quanto antes. A mãe de Kou se aproxima e pede desculpas o abraçando. Depois de tudo Cellina convida todos para comer o almoço que ela havia preparado. O pai de Svy entusiasmado prepara uma mesa no jardim enquanto o senhor Park prepara a lenha pro churrasco. A senhora Dubbel e a senhora Park terminam de preparar os pratos enquanto Kou e Svy carregam os pratos, talheres e taças até a mesa. Era um dia ventilado. As flores exalando um cheiro doce. O sorriso que apagara cada vez mais as marcas do choro que existiu minutos antes. Não era manhã, nem noite, mas tinha aquela sensação, aquela tranquilidade que fazia com que todos sentissem a beleza de um lar. Um toque de paz em cada prato que Cellina fizera com tanto amor. Aquele dia se tornaria inesquecível para todos eles, um dia que coloriu cada memória triste mesmo que por algumas horas. Um dia para curar a alma.



Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...