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História O SEGREDO NA FLORESTA: A Origem - Joui e a espingarda


Escrita por: lUnbrokenl

Notas do Autor


Oi's pessoal! Tudo bom com vocês?

Outro capítulozinho no capricho pra vocês! Espero que gostem <3

PS: perdão caso encontrem algum erro de digitação, não tive tempo de revisar.

Capítulo 31 - Joui e a espingarda


Fanfic / Fanfiction O SEGREDO NA FLORESTA: A Origem - Joui e a espingarda

Arthur se senta junto deles e fica em silêncio. Liz olha para Ivete e vê que a dona do bar está muito pensativa. A perita resolve dar espaço para ela e vai até a mesa, onde estava o pessoal.

-Liz, você que é médica... Sabe se tem alguma coisa que posso fazer que ajude a diminuir a dor de um joelho deslocado? – César pergunta.

A perita o olha confusa.

-Como você deslocou seu joelho? – ela pergunta. Instintivamente o esguio olha para a porta do bar e depois para ela.

-Foi muito difícil abrir aquilo ali. – ele ressalta. Liz rapidamente abre um sorriso de lado.

-Você tentou abrir a porta e machucou o joelho? – ela pergunta com um sorriso estampado no rosto. Os demais também esboçaram um sorriso.

-Não foi só eu, viu? – César diz rapidamente. – O Thiago também. – ele murmura.

-Mas a porta abre pra fora... – Elena comenta.

-Acha que sabíamos disso antes? – César dá de ombros.

-O Thiago-sensei perdeu para uma porta? – Joui pergunta curioso.

-Sim, ele disse que essa foi a porta das portas. – o esguio sorri.

Seu comentário faz com que os demais soltem uma risada, inclusive Arthur.

-Você tirou uma foto? – Joui pergunta interessado.

-Não...

-Por que ninguém mais tira foto? Só eu? – pergunta indignado.

-Eu estava com dor... – o esguio murmura.

-Bom, César... – Liz diz enquanto sorri. – Vendo que vocês estão caminhando, suponho que já conseguiram colocar no lugar. Acho que o que você pode fazer agora é descansar e talvez passar uma pomadinha... Só.

-Tá ok. – o esguio diz.

-César, você por acaso ainda está com o celular do seu pai? – a perita pergunta.

-Sim, na verdade está no carro. – responde. – Quer que eu busque?

-Vamos lá. – ela diz se levantando com um pouco de dificuldade.

-Tudo bem. – o esguio se levanta também.

Os dois caminham em direção ao carro. César rapidamente pega o celular do Cristopher e os dois veem que há várias ligações do policial Victor Hott.

-Vou retornar a ligação e colocar no viva voz. – o esguio diz. – Aí você conversa, porque você é muito mais esperta do que eu.

-Tudo bem. – a perita sorri.

-Alô? Senhor Cristopher? – a voz do policial diz. – Finalmente! Estou te ligando faz dois dias quase! – diz aliviado.

-Oi, senhor Victor... – Liz diz.

-Senhor Cristopher? – pergunta confuso. – Sua voz tá um pouco diferente do que eu lembro... Deve ser o telefone.

-Aqui é a Liz, sou a colega dele. – a perita diz.

-Ahh sim, tudo bem. Vocês sumiram...

-Então, estamos te ligando porque você ligou pra gente e você tinha comentado que ligaria pra nós caso tivesse alguma informação nova.

-Então, é isso que eu queria falar com vocês. Depois que vocês apareceram por aqui, fui dar uma verificada. Nós tivemos umas reclamações no cemitério, o pessoal falava que aparentemente tem um túmulo amaldiçoado ou coisa assim. Eu fui ver e é bem o túmulo do Rafael, a vítima.

-Essa história do túmulo amaldiçoado... Alguém chegou a abrir o túmulo? – Liz pergunta confusa.

-Não, não... Eu fui ver. – o policial diz rapidamente. – Tem grama morta em cima... Estranho mesmo, não entendi muito bem. Só no túmulo dele, umas gramas mortas, uma terra meio preta... Sei lá, eu não mexi muito né... Fiquei esperando vocês.

-Pode deixar que vamos dar uma olhadinha sim. E a gente te avisa qualquer coisa, mas não deve ser nada não... – a perita diz e em seguida olha pro César com o olhar de “tem alguma coisa acontecendo”. – Não se preocupa não, viu? – ela diz ainda para o policial.

-Bem, só achei estranho porque era justo o Rafael né, o caso de vocês. Mas como não sou especialista, esperei vocês mesmo...

-Não se preocupa, a gente vai verificar e te atualizamos, caso tenha alguma coisa que precisamos de ajuda, pode ser?

-Tudo bem, qualquer coisa me liga. Ultimamente tem sumido um pessoal aqui, vocês sabem de alguma coisa?

-Desapareceram pessoas? – Liz pergunta preocupada. – Você sabe os nomes?

-Não, é mais o pessoal comentando... O Murilo parou de ir pro hotel faz dois dias, ninguém entendeu o porquê. O gerente está fazendo todo o trabalho lá desde então. Você deve ter conhecido ele, o balconista do hotel.

-Ah, o Murilo do hotel... Ele sumiu? – Liz diz após se lembrar do rapaz na recepção do hotel de Carpazinha.

-É, o namorado da Jéssica... E parece que a Cibele também não foi pro hospital nos últimos dias.

-Hum... Interessante. – a perita diz com seu bloquinho em mãos, fazendo várias anotações.  – Você sabe de mais alguém?

-Bom, na verdade, depois que vi que vieram para investigar o caso, eu prestei mais atenção, e percebi que já faz um tempo que um pessoal tem saído de Carpazinha, eu pensava que eles só estivessem saído pra viajar, mas faz um tempo que não voltaram.

Liz e César se olham confusos.

-Essas pessoas moravam em alguma região específica? – Liz pergunta. – Tinham alguma coisa em comum, que você saiba?

-Não que eu saiba, nenhuma delas se conectam de nenhuma forma. – o policial diz pensativo. – Tudo diferentes, idades diferentes, a maioria era mais novo, na verdade... Tô olhando aqui.

-Certo, a gente vai dar uma averiguada nisso. Eu vou te ligar qualquer coisa, tá bom? Te mando uma mensagem do meu número e você me avisa se tiver alguma informação nova, ok?

-Tá bom... Posso te mandar uma figurinha?

-Pode, pode... – Liz diz desligando o telefone.

Depois que a ligação é encerrada, César vai com curiosidade olhar a conversa do Victor com o Cris e fica surpreso com a quantidade de figurinhas que o pai mandava de personagens do Mário abrindo o cú. E o Victor respondia de volta com mais figurinhas do mesmo calibre.

-Tá... – ele diz confuso e guarda o celular.

-Nossa, eu espero que ele não me mande essas figurinhas, por favor... – Liz comenta após dar uma espiada nas figurinhas também e envia uma mensagem pro policial, para ele salvar seu número. Três segundos se passam e ele envia uma figurinha do Luigi abrindo o cú e em seguida, manda uma mensagem em Caps Lock “ESSA É BOA, ESSA É DO CRIS”. A perita apenas esboça um sorriso e envia um emoji de joinha pra ele.

-Eu não sabia que tinha essa variedade de personagens abrindo o cú... – César comenta. – Tá, vamos voltar pro bar e contar pro pessoal. -o esguio diz se virando em direção ao Suvaco Seco.

-César, antes de voltar... Você acha que o Arthur já tá bem pra isso? – Liz pergunta preocupada. – Não sei se a gente deveria falar sobre todo o caso perto dele, talvez ele precise de um tempo pra processar isso. Se ele ainda quiser continuar com a gente... Ele passou por algo traumatizante...

-Ele é dos Gaudérios né... Ele é bem forte. Eu sinto que ele é um de nós já, acho que ele dá conta. Mas precisamos saber o que ele tem a dizer né... – o esguio comenta.

-Sim... – Liz suspira. – E a gente precisa entrar de novo naquela mansão porque eu acho que pode ter informações importantes naquele porão. Como estava a mansão quando vocês foram lá pela última vez?

-Do mesmo jeito de quando a gente saiu. – César diz. – E ateamos fogo nos corpos dos Assombrados. Não sei se deveríamos ter feito isso, mas foi a única coisa que a gente pensou. Inclusive... – César aponta para dentro do carro, no chão, mostrando as diversas armas que ele havia pegado dos assombrados. – Precisamos descobrir o que fazemos com isso. – ele suspira. – E lá na casa ainda tem cômodos que não exploramos.

-E a névoa?

-Boa parte dela já tinha se dissipado. – o esguio comenta.

-É, de qualquer forma vamos precisar tomar cuidado. – a perita diz. – Vamos acordar o Thiago aqui... – ela começa a caminhar em direção ao muro do estacionamento e vai até a árvore mais próxima. Lá estava o jornalista dormindo. Liz se aproxima dele e dá uma cutucada para ele acordar.

-Eita porra... – Thiago diz sonolento.

-Bom dia... – César olha pro jornalista.

-Bom dia, princesa. – Liz abre um sorriso para Thiago. – Você tá legal?

-Rapaz... Tive um sonho muito doido. – Thiago comenta.

-O que aconteceu com a sua perna hein? – a perita pergunta com um sorriso travesso.

-O verdadeiro chefão apareceu perante eu e o César. – o jornalista diz. – Mas a gente deu conta dele. – ele lança uma piscadela para o esguio.

-Foi difícil... Mas a gente lutou bem, eu acho. – o esguio sorri.

-Foi árduo... Tão árduo que até o César se machucou dessa vez.

-Doeu pra cacete. – o esguio diz.

-Porra... Tinha que ver o joelho dele como estava bonito. – Thiago sorri e olha pra Liz.

-Certo. – Liz sorri. – Meus queridos, ainda temos muita investigação pra fazer. – ela suspira. – Acho que a gente deveria começar pela casa do Virgulino. O que vocês acham?

-Bora. – Thiago diz se levantando.

-Você acha que o Arthur vai querer continuar investigando com a gente? – Liz pergunta.

-Conhecendo o Arthur... Acho que ele vai querer continuar isso até o final. O pai dele morreu protegendo a gente... Eu não vou tirá-lo do caso não, ele sai se quiser.

-Sim, é verdade. – a perita concorda pensativa.

-Eu estou preocupado com a Elena e com o Joui. – César diz. – Eles estão muito machucados.

-Duvido que eles vão querer se afastar da missão agora. – Liz diz. – Acho que o que pode ajudar todo mundo agora é uma boa noite de descanso. Sem falar que eu, Elena e Arthur ainda estamos vestindo essas roupas de hospital...

-É... Pode crer... – César boceja.

-Isso. – Thiago diz enquanto acende um cigarro.

-Thiago, por que você... – a perita tenta pegar o cigarro da mão do amigo, mas ele não deixa.

-Isso se chama recaída. Me deixe tê-la em paz, por favor. – ele sorri enquanto fuma.

-Três dias. – Liz olha pra ele. – Depois disso chega.

-Depois a gente conversa. – o Thiago concorda.

Os três então decidem caminhar de volta para o bar. Quando entram no estabelecimento, veem que Ivete está organizando algumas coisas no balcão enquanto os outros três continuavam bebendo.

-Arthur? – Liz se aproxima dele.

-Oi? – o baixinho olha pra ela.

-Eu sei que não é o melhor momento pra falar disso, mas... Nós vamos prosseguir com as investigações e eu queria saber se você vai querer continuar com a gente. – ela olha preocupada para ele. – Se você quer ir até o final... E se você não quiser, a gente entende. – ela sorri.

O baixinho olha pensativo para ela antes de responder.

-Você mesmo disse “nós vamos prosseguir com as investigações”. – o Guadério diz.

-Certo. – Liz sorri.

-Liz-senpai, vocês encontraram mais alguma coisa? – Joui pergunta.

A perita então comenta sobre a ligação do policial e sobre o que ele informou acerca do cemitério e dos desaparecimentos.

-Eu não sei o que a gente vai enfrentar por aí, mas eu acho que é muito pior do que a gente pensa. – a perita diz. – É muito maior do que a gente pensa.

-Acho que a gente deveria ir lá naquele porão o mais rápido possível. – Thiago diz.

-Eu tenho que buscar minha moto que deixei lá no meio do mato. – Arthur diz pensativo.

-E sobre o carro... Acho que não tem como devolver aquilo lá não viu. – o jornalista comenta. – Tá tão sujo que já deve tá crescendo fungo lá...

-Eu vou pegar uma das motos que tá lá também. – diz Elena movimentando os dedos da mão.

-Mas você está bem pra dirigir, Elena-san?

-Estou ótima. – ela diz retirando as faixas ao redor da mão. Tinha um corte com pontos bem finos. Parecia estar cicatrizando rapidamente.

-Você tá legal pra gente ir lá agora, Arthur? – César pergunta preocupado.

-Eu vou ficar. – o baixinho suspira.

O grupo então se levanta da mesa, se despedem de Ivete que dá um abraço em Arthur antes dele sair e começam a caminhar em direção ao carro.

-Ei, Elena. – Arthur diz olhando para os braços da garota. – Gostei das tatuagens. O que significam?

-Isso? – Elena olha para o amontoado de símbolos que tinha tatuado nos dois braços. – São símbolos esoterroristas.

-O quê?! – Joui se vira para ela surpreso.

-É... É uma longa história. Conto pra vocês outro dia. – ela suspira.

Novamente o grupo se aperta dentro do carro, ignorando o cheiro e os respingos de sangue secos.

-Ô rapaziada, checa aí quanto tá o combustível. – a perita diz enquanto se espreme no banco de trás.

Thiago novamente está no banco do motorista, César no do passageiro e os demais apertados no banco de trás.

-Gente, só uma coisinha. – César se vira para trás. – Tem um monte de pistola aqui no meu pé.

-Minha doze tá aí? – Elena pergunta.

-Tem duas doze aqui. – o esguio diz enquanto olha pro chão. – É essa? – ele pega uma das escopetas e mostra pra ela.

-Isso mesmo. – ela estende a mão para pegar.

-Não vai colocar o dedo no gatilho sem querer, hein minha querida. – Liz comenta. – Estamos todos apertadinhos aqui.

-Relaxa, Liz. – Elena sorri enquanto segura sua escopeta com o cano apontado para o teto do carro.

-Esse carro tá fedendo pra caralho, hein família. – Thiago diz com uma expressão de nojo, rapidamente ele abre todas as janelas até o fim.

-E a gasolina, olhou? – Liz pergunta.

-Tá acabando hein... Já tá na reserva. – o jornalista comenta.

-Será que não é uma boa passar num posto? A gente pergunta se eles não higienizam isso aqui. – a perita murmura.

-Pedir pra limparem um carro cheio de sangue? – Elena se vira para ela. – Se fizermos isso é melhor pedir pro Veríssimo vir tirar a gente da prisão porque é pra lá que vamos.

-E se a gente passar no mercado e comprar produto de limpeza? – a perita pergunta.

-Pode ser... – Joui diz. – Eu só tenho um pedido a fazer... César-kun. – o ginasta se vira para o esguio. – Posso ficar com essa outra escopeta aí? – pergunta um tanto animado.

-Pode, eu acho... – o esguio diz entregando a arma pra ele. – Por quê?

-Eu quero muito. – o ginasta diz enquanto pega a doze rapidamente.

-Você falando desse jeito tá me dando medo, Joui... – o jornalista diz.

-Não, mas... É em prol do grupo. – o ginasta reforça. Ele parecia estranhamente empolgado com a escopeta na mão.

-Mas então, me contem aí de novo como vocês apanharam de uma porta. – Liz sorri travessamente, parecia que esse era um assunto que ela tocaria várias vezes.

-A gente não fala disso aqui. – Thiago diz com uma expressão séria.

-Não toque nesse assunto. – César diz com a mesma expressão do jornalista.

-Tá, então vamos para onde? Posto de gasolina, mercado ou a casa? – Liz pergunta.

-Na casa não tinha um punhado de moto? – Elena pergunta. – É só pegar a gasolina delas...

-Boa sorte pra tirar a gasolina. – César diz rapidamente. – Pra gente ter conseguido atear fogo nos corpos, o Thiagão teve que fazer um negócio com a moto que eu nem imagino como ele fez, mas foi um bagulho meio impossível.

-Calma aí... Vocês atearam fogo nos corpos? – ela pergunta.

-Sim... O Thiago conseguiu, de alguma forma maluca, virar uma moto de cabeça pra baixo pra tirar o combustível.

Elena olhou um pouco pensativa para César e depois para Thiago, em seguida, começou a rir. Ela e o Arthur.

-Vocês ignoraram a mangueirinha que tem acoplada ao tanque?! – Elena pergunta enquanto tenta parar de rir já que isso lhe provocava fortes dores no pescoço.

-Você tá me zoando que tinha uma mangueira ali... – Thiago comenta.

-Eu não acredito nisso. – César coloca a mão no rosto.

-Mais uma coisa, Thiago... Você abriu as janelas do carro e eu e o Joui estamos segurando uma escopeta. Tomara que ninguém repare nisso, não é? – Elena diz sem se virar para os lados porque isso iria doer seu pescoço.

-É verdade, hein... – Liz comenta.

-Estamos na estrada. – Thiago comenta.

Cerca de dez minutos desde que saíram do bar, Thiago avista o Outdoor de cerveja. Arthur rapidamente vê sua moto embaixo de algumas folhas grandes, mas ela definitivamente não estava nenhum pouco escondida. Arthur pensa se deveria pegar a moto, mas decide permanecer no carro.

Thiago entra pela ruela estreita e de terra e avança lentamente por ela, tentando minimizar os efeitos dos buracos para o pessoal machucado no banco de trás. Alguns minutos se passam e eles finalmente chegam ao terreno da casa.

É notório um detalhe naquela bagunça que não estava lá anteriormente, pelo menos não para os demais, com exceção de César e Thiago. Uma pilha de corpos queimados empilhados numa fogueira e ao lado desse amontoado de cadáveres, havia uma moto perfeitamente equilibrada de cabeça para baixo.

O pessoal sai do carro. Elena fica olhando de longe para o cenário horroroso que Thiago e César produziram. Sua atenção estava na moto. A garota ficou se perguntando como diabos Thiago tinha conseguido realizar aquela proeza.

-Nossa... Que cheiro podre. – Liz comenta enquanto faz uma careta para a pilha de cadáveres.

-Só ignorem, passa reto, passa reto... – o Thiago comenta.

-Vocês dois são impressionantes. – Elena se vira verdadeiramente admirada para o esguio e para o jornalista. – Eu não sei o que é o mais interessante nisso tudo... Vocês ignorarem a mangueira da moto e conseguir uma obra de arte dessas – ela aponta para a moto. – Ou vocês queimarem os corpos sem verificarem os bolsos em busca de algum documento ou pista que pudesse nos ajudar. – ela diz impressionada.

Os dois se olham em silêncio, como se fossem cúmplices de um Q.I muito baixo.

-Vamos abastecer o carro primeiro? – Liz pergunta. – Caso a gente tenha que sair em disparada... Já tá abastecido. – ela se aproxima um pouco da pilha de corpos. – Mas quanto estratagema vocês usaram pra colocar fogo nisso... – comenta olhando para a moto e depois para a pilha de corpos.

-Não é? – Elena diz ao seu lado.

-No fim das contas deu tudo certo. – o esguio dá de ombros.

-Vocês filmaram? – Joui pergunta esperançoso.

-Joui, juro que nunca mais vou cometer esse erro na minha vida. – o esguio murmura. – Da próxima vez que formos queimar corpos eu filmo.

-Ok. – o ginasta diz alegre. – Obrigado.

-Como vamos colocar a gasolina dentro do carro? – Thiago pergunta enquanto César e Arthur empurram uma das motos até o carro. Ele então finalmente repara na mangueira embaixo do tanque. – Tem uma mangueira embaixo da moto mesmo?!

-Vocês não perceberam isso mesmo? – o baixinho sorri.

-Aí é foda né... – Thiago olha para a mangueira da moto perto do carro e em seguida para a moto equilibrada de cabeça pra baixo.

César se abaixa perto da moto e olha para Elena e Arthur, que pareciam ser os únicos a entenderem bem de moto.

-E como que eu coloco a gasolina da moto no carro? – o esguio pergunta com a mangueira na mão. – Eu não tenho que colocar a boca nisso não, né?

Arthur e Elena se olham por alguns instantes e abrem um sorriso travesso logo em seguida.

-Tem que chupar isso aí. – dizem juntos.

César rapidamente faz uma expressão de desgosto e solta um longo suspiro.

-Tá, então eu vou dar uma chupada. – murmura.

-Espera aí! – Joui se apressa até eles. – Quero filmar isso! – diz pegando seu celular.

Thiago olhava intrigado para a cena, segurando o riso da frase do César, que ativou o duplo sentido na sua mente poluída. Exceto por Joui, todos ali estavam com a mesma mentalidade do jornalista.

César encosta a boca na mangueira e começa a sugar o ar, passam-se alguns segundos e um gosto muito forte e amargo atinge sua boca, fazendo com que o esguio engasgue um pouco.

-Puta merda, que gosto ruim... – o esguio diz com a mangueira escorrendo gasolina.

-É gasolina... – Elena sorri para ele. – Boa chupada, César. Agora coloca a mangueira no tanque do carro, se não toda a gasolina vai embora.

O esguio rapidamente coloca a mangueira no tanque do carro.

-Você foi muito bem, César-kun. – Joui diz animado enquanto ainda filmava o esguio.

-Boa técnica, Césinha. – Thiago faz um joinha para ele.

Por sorte, aquela moto parecia estar bem abastecida, foi capaz de encher mais da metade do tanque de combustível do carro.

-Joui, para de filmar. – Liz murmura ao seu lado.

-Foi só a chupada que eu filmei, tá tudo bem. – o ginasta murmura de volta guardando o celular.

-Foi você que me filmou na escada, não é, seu maldito? – Liz olha irritada para ele.

-Aquilo era foto, não foi filme. – o ginasta diz rapidamente. – Ah. – ele coloca a mão na boca, repreendendo-se por ter falado algo que não devia.

-FOI VOCÊ! – Liz diz em tom acusatório enquanto segurava sua pistola. – Eu sabia!

-Não fui eu! – o ginasta diz rapidamente com as mãos para cima ao vê-la segurando a arma.

-Calma, Liz. – Arthur diz enquanto sorria da situação.

-Tá, vamos lá. – César diz. – Já chupei a gasolina, depois vocês resolvem a história da foto, eu não tenho nada a ver então... Boa sorte Joui. – ele diz. – Vamos continuar explorando a casa? – ele pergunta.

-Sim. – Elena diz enquanto conferia as balas de sua escopeta. – Não tenho muita bala restando... – murmura consigo. Ela então vai para trás do carro e abre o porta-malas, dentro da sua mochila ainda tinham alguns cartuchos, mas ela resolve pegar sua desert eagle e guardar a escopeta. Ela também pega suas duas Magnum que estavam no assoalho do carro, junto das outras pistolas que César recolheu, e as coloca no coldre. A desert eagle fica em sua mão.

O grupo então se locomove para dentro da casa. Arthur rapidamente tenta ignorar todo o sangue espalhado pelo salão principal, além de ter perdido sua família ali, a cor vermelha lhe causava calafrios agora. Elena respira fundo antes de encarar esse antigo campo de batalha. Ela se lembra do desespero que sentiu quando tinha uma vida em suas mãos, e como ela desapareceu. A lembrança era vívida. Liz e Thiago ignoram completamente todos os resquícios da batalha, sabiam que não adiantaria de nada reviver isso. Joui olha atentamente ao redor, percebendo que a luta contra o carniçal e com os assombrados foi muito mais sangrenta do que imaginou. César olha preocupado para Arthur.

Em frente à porta destruída do porão havia uma poça grande e preta. O lodo. Ao lado tinham amontoados de carne provenientes dos vários zumbis de sangue que enfrentaram. Apesar de não haver indicações de mais monstros, uma fraca neblina ainda permeava pela casa.

-A membrana aqui está fraca demais. – Elena murmura sentindo um arrepio. A garota podia sentir o paranormal começar a afetar ela novamente.

-Sim. – Liz concorda. -Pessoal, sou a favor de limparmos todos os quartos, mas se tiver qualquer chance do véio louco estar vivo, eu queria ir lá no porão primeiro.

-Você acha que tem alguma chance dele tá vivo? – Thiago pergunta surpreso.

-Não sei, vale a pena dar uma olhada. – a perita dá de ombros.

-Vamos então. – Elena se prepara para ir na frente, mas César segura seu braço gentilmente, ela se vira confusa para ele.

-Você tá machucada, não vai na frente. – ele diz. – Nem vocês dois. – o esguio se vira para Arthur e Joui. – Deixa que a gente vai na frente. – César diz se apressando até a porta. – Não sabemos o que pode ter lá.

-Agradeço pela preocupação, César-kun, mas estou bem armado. – Joui diz confiante enquanto segura a espingarda.

-Só tem duas balas nisso aí, Joui. – César diz.

-Ah, tudo bem. Eu compro mais depois... Eu gosto dela. – o ginasta diz olhando bem alegra para a arma.

-Apesar de eu não gostar de ficar na retaguarda, você tem razão, César. – Elena diz.

Thiago e César tomam a frente, Liz e Elena vão atrás dos dois e Arthur e Joui entram por último. A sala era escura, foi necessário ligar a lanterna do celular para enxergarem apropriadamente. O cômodo era vazio, exceto por uma estante e uma escada que levava para o andar inferior, o subsolo. Na escada, uma névoa bem espessa saía dali.

-Pelo jeito que tá essa neblina aí... Tem alguma coisa aí embaixo muito sinistra. – o jornalista comenta.

A Veríssimo percebeu que o calafrio que sentia anteriormente, aumentou ainda mais quando se aproximou da névoa espessa. Ela sabia que tinha alguma coisa errada, ela estava começando a sentir o paranormal muito mais vividamente do que deveria.

“Merda... Não era para eu estar com essa sensação”, mantém em pensamento enquanto prossegue silenciosamente junto do pessoal.

-Vamos descer, pessoal? – Thiago se vira para trás e percebe que o Joui está segurando a espingarda com um sorriso no rosto, enquanto a acaricia um pouco. – Ô mano... – o jornalista olha um pouco assustado para ele. – Falar pra vocês... O moleque ali tá felizão fazendo carinho na espingarda dele ali... – ele aponta para Joui. Os demais se viram para o ginasta rapidamente, extremamente confusos. – Isso aí tá perigoso, namoral...

-Thiago-sensei, eu preferiria mil vezes atirar em mim mesmo do que colocar vocês em perigo. – Joui sorri para o jornalista.

-O ideal seria não atirar em ninguém. – Thiago retruca.

-Tira essa arma dele... – Arthur murmura olhando um pouco assustado para o ginasta ao seu lado.

-Concordo em tirar essa arma dele. – Thiago diz.

-Thiago, vai do lado dele. – Liz diz em tom autoritário.

-Alguém tira essa arma dele, pelo amor de Deus. – o jornalista diz enquanto caminha hesitante até o Joui.

-Está tudo bem, Thiago-sensei. – o ginasta abre um sorriso maior quando o jornalista vai para o seu lado. Arthur se apressa para a frente, ficando ao lado de Elena. O baixinho não estava nem um pouco confortável com a expressão psicopata do ginasta.

O espaço era muito estreito, então somente uma pessoa por vez conseguia descer os degraus.

-Pessoal, já que só dá para descer um por vez, não seria mais inteligente eu descer primeiro, já que estou com a espingarda? – Joui pergunta.

-Não sei se confio muito em você usando essa espingarda não... – Liz olha para ele.

-Por que não? Eu sei usar. – ele sorri.

-Eu até me ofereceria para usá-la, mas do jeito que você está segurando isso aí... Quero ficar longe. – Elena comenta.

-Joui, vê se não fica balançando essa espingarda aí, pelo amor de Deus. – Arthur diz temeroso.

-Eu não tô balançando! – o ginasta diz. – Só me dão cobertura. Eu vou descer agachado e vocês me dão cobertura.

-Ok. – Liz diz. – Quem vai atrás do Joui?

Silêncio.

-Tá, eu vou. – Thiago diz.

-Ok, eu vou atrás do Thiago. – a perita diz.

A posição de cada um foi definida como: Joui, Thiago, Liz, César, Elena e Arthur.

Cuidadosamente o grupo começa a descer os degraus que levam até o porão.


Notas Finais


E então, gostaram? Espero que sim! <3

Beijos de Luz e até o próximo capítulo! <3


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