História O Senhor do Deserto - O primeiro juramento

Os dias em Hogwarts estavam passando de forma rápida na opinião de Harry, nunca imaginou que ficaria tão confortável longe da família Weasley. Ele e os amigos estavam verdadeiramente aproveitando os dias naquela nova terra. Aprendiam cada dia mais sobre a rica cultura daquele país.

O território de Sonserina era um dos mais bonitos de Hogwarts. Era o berço da política do país. E por mais que quem mandasse e desmandasse naquelas terras, fosse Draco Malfoy, Sonserina era conhecida por receber estrangeiros a fim de fazer negociações e tratados. Era neste território que se encontrava o palácio do soberano. Ocasionalmente existiam reuniões onde Draco ouvia as opiniões dos outros conselheiros fora Severus. Desde que o mesmo se juntou à família de Draco, existiram pouquíssimas reuniões a respeito das políticas exteriores e em como ela afetava o país do soberano.

A região da Grifinória, era onde viviam as famílias do exército e onde as pessoas que desejavam servir ao Senhor do deserto estavam. Era uma nobre profissão, recebiam muitos privilégios e prestígios aqueles que aprendiam as belas artes da luta e da sobrevivência. O deserto era traiçoeiro e nunca se sabia quando o deus do vento decidiria soprar nas areias áridas. Eram-lhes ensinados as formas e ferramentas de se sobreviver ao deserto caso ficassem perdidos ou sem recursos de sobrevivência.

Por agora, os soldados mais experientes da Grifinória estavam alojados na capital para aprender com o exército de Grimmald. Os grifinórios não eram muitos em relação ao outro exército, o que era compreensível em vista de que Hogwarts era um país de tamanho mediano. E as cidades eram dispostas em torno do grande rio. A maior parte de seu território era a imensidão quente e arenosa do deserto, com baixíssimas condições de sobrevivência.

Lufa-lufa, era a região responsável por cultivar o alimento para o país. Ela era responsável pela maior parte da colheita que supria e abastecia as casas das pessoas. As lavouras eram extensas, adornadas pelo belo rio que as permitia crescer e progredir. Grande parte do alimento fornecido pelo soberano, vinha das frutas, dos legumes, dos vegetais e de grãos. Existia o consumo da carne, de certo. Porém, segundo a cultura de Hogwarts, você só podia comer a carne que caçasse para si ou para a família. Sendo proibida qualquer outro tipo de caça.

Corvinal, uma das regiões mais tranquilas, se encontrava mais próxima dos rochedos. O lugar era conhecido por receber os amantes do conhecimento, onde quem possuía interesse de fazer uma faculdade por exemplo. Possuíam a fama de eruditos e sábios. As suas terras recebiam um templo sagrado para cada deus do deserto. Não eram sacerdotes, pois o clã de tais distintas pessoas foi há muito massacrado. Mas eles eram curiosos dos deuses por assim dizer. Alguns até mesmo possuíam as bençãos da clarividência. Já outros conheciam os segredos do corpo e ferramentas para encerrar as chagas que viessem a colocar em cheque a vida de alguém. Curandeiros, se preferir uma nomenclatura mais simples.

Hermione, nos dias que se seguiram, estava criando um planejamento a fim de alinhar as habilidades de todo o exército. Os treinos em poucas semanas já haviam demonstrado bastante evolução, o que deixava Sirius completamente alegre em ver o progresso de seus soldados, juntamente com a evolução dos grifinórios.

A hostilidade de Zabine com o passar dos dias de treino em conjunto foi passando. A arrogância perante a Harry deu lugar a uma grande admiração. Percebeu que o soldado era realmente habilidoso e humilde, principalmente quando se propôs a ajudar ele em determinados pontos fracos que havia percebido. O que mais o surpreendeu foi o interesse dele no seu estilo de luta, onde foi perguntado se poderia ser ensinado a ele algumas técnicas que não dominava.

Ao final do primeiro mês já haviam se tornado praticamente amigos, o que deixou Ron levemente enciumado. Potter apenas ria com os comentários ciumentos e Hermione apenas podia rir da falta de percepção do amigo por não perceber que Zabine estava arrastando uma asa pelo Weasley.

Severus a sua maneira conseguiu se aproximar de Harry, que fez questão de pedir ao outro uma amizade, dizendo que preferia um amigo a um servo. Snape ficou feliz e prometeu se esforçar para cumprir o que fora pedido, na verdade ele faria qualquer coisa que o filho de Lily quisesse.

Harry sentiu-se realmente acolhido em Hogwarts, como se fosse sua segunda casa, ele daria seu sangue para proteger o país.

Nas semanas que se passaram, Harry aprendeu sobre o seu clã e sua família. Nunca imaginou que sua origem pudesse ser tão diferente, sempre se sentiu uma pessoa comum, sem nada demais, encontrou no exército uma forma de mostrar gratidão a família que o acolheu e criou.

Harry sempre teve um senso de justiça muito grande e juntamente com o amigo Weasley, eles descobriram seu talento para o campo de batalha. Desde criança os amigos treinavam juntos e sonhavam em proteger o seu povo.

Sirius e seus três comandantes estavam agora em uma reunião urgente convocada pelo conselheiro Snape.

- Tem certeza de que é necessária a presença do soberano nessa festa? Ele não pode mandar um substituto? - Black quis saber.

- Infelizmente não, general. É uma das tradições dessas terras a presença do sobreano. É a festa da colheita. Ele em pessoa deve estar presente para abençoar os grãos e sementes – esclareceu Snape.

- Mas eu estarei em missão. Preciso verificar as fronteiras e o esquadrão especial que foi enviado para saber dos passos do lord das trevas e quais serão os seus possíveis próximos passos – falou o que muitos já sabiam - como o soberano vai viajar sem a sua guarda real? - Zabine estava aflito e realmente preocupado, a missão que recebeu era urgente e ele é quem deveria ir pessoalmente até a divisão das terras da Grifinória fazer o contato com o esquadrão.

- Este é exatamente o motivo para eu ter convocado esta reunião – esclareceu e virou-se para o general – gostaria que você cedesse um de seus comandantes para realizar a escolta do soberano no festival, o que me diz?

- Hum… Por mim, sem problemas, Harry, você faria a gentileza de atender ao pedido de Snape?

- Claro, seria uma honra para mim. - aceitou e no fundo se sentia entusiasmado, seria interessante acompanhar o soberano.

- Excelente! Então daqui a duas semanas, Zabine partirá em missão nas nossas fronteiras para descobrir mais sobre os planos de invasão do lorde das trevas. Enquanto Harry acompanhará o soberano no festival da colheita. - disse empolgado – Só mais uma coisa, eu confio inteiramente em sua honra Harry, mas eu realmente preciso que você faça um juramento de lealdade ao soberano.

- Mas fazer um juramento? Isso colocaria em Harry um laço eterno com o soberano – Sirius destacou – me perdoe Senhor, temos um acordo, mas isso não já seria demais? Harry já possui um laço contigo. O seu acordo com Grimmauld garante isso.

- Não se preocupe general. - tranquilizou - Eu não acho necessário este juramento Severus – Draco dispensou as formalidades.

- Eu não me importo soberano, aliás, eu até prefiro, afinal eu acredito que as palavras tem poder – se pronunciou de forma humilde. Ele não sabia como seria o juramento, mas se era um costume dali ele gostaria de realizar o dito juramento de lealdade – me diga apenas o que fazer Snape, isso claro se meu soberano me permitir.

Ouvir este pronome possessivo sair da boca do comandante fez um arrepio subir pelas costas de Draco. Havia uma forte convicção no que ouviu. Ali, teve a certeza de que Harry realmente queria o proteger. Que não fazia isso apenas pelo acordo. Sentiu verdadeira fibra e honra vindo do comandante.

- Tudo bem, se você assim deseja. - soltou um suspiro.

Assim Harry se levantou em direção a Snape que sussurrou as palavras que deveriam ser ditas. Explicou de forma breve a maneira com a qual elas deveriam ser juradas.

Depois que teve certeza de ter decorado tudo, se dirigiu até o soberano que já estava de pé para o juramento. Harry se aproximou, ficando na frente de Draco, encarando os olhos azuis, tão bonitos, que por uma fração de segundos esqueceu-se o que deveria fazer. Sua desconcentração durou instantes, logo ele voltou a sua atenção para o juramento e se abaixou, ficando apoiado em um dos joelhos. Viu a mão pálida ser estendida em sua direção e segurou nos dedos gélidos, levando os lábios ao anel que continha o brasão que representavam os quatro cantos do país do Senhor do Deserto: Sonserina, Grifinória, Corvinal e Lufa-lufa.

Depois do singelo beijo depositado começou o juramento:

- Eu, Harry Potter, ofereço a ti, soberano, minha alma, minha carne e minha vida, para servir a ti e proteger a ti. Como se tu foste uma extensão de mim mesmo – esse era o juramento oficial, mas Snape acrescentou que se Harry quisesse poderia falar algo além, como uma forma de fortalecer o juramento que fazia – juro que terá minha lealdade até que meu último suspiro seja ouvido e até que o último calor de meu corpo se desvaneça.

Todos ficaram boquiabertos, porque conseguiram sentir a força que o juramento tinha, ainda mais pelas palavras de Harry, tão carregadas de sentimentos.

E como Snape havia instruído, para selar o juramento, ainda segurando a mão de Draco, ele beijou o outro anel onde uma serpente se enrolava em seu dedo, feito em ouro branco e os olhos verdes cravejados de esmeralda.

- Um juramento lindo Harry, se me permite dizer. Sei que nosso soberano estará em excelentes mãos.

Harry notou o rosto corado do Soberano e lhe destinou um lindo sorriso após se levantar e disfarçadamente tentar prolongar o toque em sua mão o máximo que pode. Era a primeira vez que tocava em Draco. E mesmo com o calor do deserto, seus dedos eram frios.

- Bom, então no final da semana o Soberano irá viajar para a região de Lufa-lufa para os preparativos e para realizar o festival da colheita. - Snape confirmou.

Draco ainda sentia os dedos formigarem pelo toque quente da mão grande de Potter e mais do que tudo, sentia uma espécie de zumbido nos ouvidos e na cabeça, claro, um zumbido figurado, ele estava ainda sem palavras com o que ouviu. Não imaginou que receberia um juramente tão forte, ainda mais de um estrangeiro.

O soberano era um Senhor justo. Por mais que muitos o achassem apático, por conta de suas poucas expressões, ele era sem dúvida nenhuma, uma pessoa que possuía diversos sentimentos. Neste exato momento ele se sentia tímido, porque este homem chegou em suas terras e tudo o que ele poderia fazer era pensar que pelo menos essa ameaça de uma nova guerra, havia trazido uma coisa boa, e essa coisa era o primeiro comandante de Grimmauld, Harry Potter. Um homem forte, corajoso e leal. Estava feliz por conhecê-lo.

***

O dia seguinte começou como sempre, depois do desejum o general e seus comandantes foram cumprir com suas obrigações. Haviam novos exercícios que Hermione gostaria de testar. E Ron e Harry prometeram treinar com Zabine além de também coordenarem o treino dos soldados.

Ela e os outros comandantes foram na frente enquanto o general ficou para trás conversando com o conselheiro.

- Acha que demora muito para entrarmos em batalha? - o general sondou.

- Eu não duvido… Vamos ter mais respostas assim que Zabine voltar do encontro com o esquadrão. Contudo, é melhor estarmos preparados para qualquer coisa.

- Eu concordo conselheiro. Admito que o exército de vocês me surpreendeu muito. Eles são excelentes soldados. Apenas precisavam de um pouco mais de pulso firme. - Snape parou e o encarou – Calma! Não quis dizer que eles eram ruins antes ou algo do tipo. Mas você sabe que o meu exército é muito conhecido por suas táticas de batalha. Temos apenas métodos diferentes. E infelizmente para lutar contra aquele lunático, precisaremos de tudo o que tivermos.

- Nem me fale… Por muito anos eu vivi a sombra das lembranças do terrível dia em que ele me tirou todas as pessoas que me eram importantes – voltaram a caminhar.

- Perder a sua melhor amiga deve ter sido uma dor enorme, posso imaginar… - sentiu empatia.

- Não apenas minha melhor amiga… Eu era... Casado… - fechou os olhos e por alguns instantes lembrou-se de seu amado.

- Nossa, uau… Eu… Sinto muito… Desculpe, eu não queria que rememorasse essas coisas.

- Não se preocupe, faz muito tempo… Eu sei que Remus não ia querer que eu chorasse a vida toda por ele.

- Sim… - fechou os olhos e quando os abriu colocou um sorriso no rosto – Eu preciso dar uma olhada em alguns documentos, gostaria de me acompanhar, eu preciso de certa ajuda para achar a biblioteca e apreciaria a sua companhia por algumas horas?

Severus percebeu na hora o que o general fazia. Quis mudar de assunto para que ele não se perdesse pelas memórias de seu passado. Concordou brevemente e juntos se dirigiram para a biblioteca do palácio.

Black não imaginou que o conselheiro pudesse ter sido casado em sua vida. E saber que quem esteve ao seu lado foi um homem, o deixou um tanto mais intrigado a respeito do elegante sonserino.

Naquelas semanas em que estava morando em Hogwarts, Severus sempre era uma companhia agradável. Mesmo que na maioria das vezes ele expusesse um semblante fechado e um pouco distante. Ele sempre estava disposto a ajudar ou a esclarecer alguma dúvida. O general via que ele era um homem amável e muito fiel. Tratava Draco como a um filho. E sempre que ele e Harry estavam juntos, o conselheiro era atencioso e gentil. Ele demonstrava ser um homem incrível. Era notável que Sirius estava interessado. Tudo no conselheiro lhe chamava a atenção. Gostaria de tentar uma aproximação mais íntima com ele. Iria aos poucos e se visse alguma abertura, iria se aproximar.