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História O Silêncio Dos Lobos - Vapor


Escrita por: DoctorCase

Capítulo 13 - Vapor


-Podemos conversar?

Kai olhou por cima do ombro. Xiumin apenas era uma sombra.

-Podemos.

Ambos caminharam para longe da casa, mesmo sendo impossível fazer com que seus irmãos não ouvissem sua conversa.

Irmãos.

Era estranho ter que denomina-los assim de agora em diante.

Kyung engoliu a saliva, brincando com a barra da camisa, olhando para baixo, tímido demais para encarar ao lado.

Kai olhava para seu pescoço, a área macia que tinha beijado. Virou o rosto.

Não podia.

-Eu... Eu sinto muito. Eu fiquei... com medo.

-Do que? De mim?

Kyung mordeu o lábio, balançando a cabeça rapidamente, confirmando.

-Não de você... mas é... o que você me faz... eu não sei... só...

Kai expirou pela boca, sabendo do que ele estava falando. O aroma que saia dele dizia tudo.

-Eu sei.

-Sabe? - Kyung o olhou, depois desviou para o chão, para seus tênis se movendo na grama.

-Sei.

Houve um longo silêncio enquanto eles continuavam caminhando.

Kai travou a mandíbula quando Kyungsoo parou.

-Você está estranho. Está afastado. Foi por causa de ontem, não é? Eu já pedi desculpas, não sei mais o que posso fazer...

Kai balançou a cabeça, negando que fosse esse o motivo. Ele continuou andando, com as palavras de Xiumin rodando sua cabeça.

-Você está mantendo distância...

Kai apertou o queixo, andando mais rápido, querendo gritar pelo que passava em sua cabeça.

-É que eu tenho que fazer uma coisa. Talvez não agrade nenhum de nós.

-O que é?

Balançou a cabeça.

-Por que não pode me contar?

Kai negou com a cabeça outra vez.

Kyung respirou fundo,  com o peito dolorido.

-Chanyeol está envolvido?

-Aha.

-Está?

-Yep.

Ele parou novamente. Kai fez o mesmo, olhando para a frente, alheio ao mundo, à Kyung. Enfiou as mãos nos bolsos da calça, com uma dor intensa no peito.

-Eu pensei muito hoje à noite. Pra falar a verdade, não dormi nenhum pouco. - balançou a cabeça. Não era esse o assunto. - Enfim, eu só queria dizer que vou terminar com ele.

Kai virou a cabeça, o encarando fixo.

-Eu percebi que o que sinto por você não é normal. Não é o que sentiria por amigo algum. Meu relacionamento com Chanyeol está gasto. - ele mordeu o lábio. - Ele me ajudou muito em todos esses anos, mas, eu cansei de ser o capacho dele. - Kyung lembrou de sua primeira vez. Sua garganta embargou.

Kai travou a mandíbula outra vez, apertando os dentes. Não acreditava que aquela merda estava acontecendo.

Suspirou.

-Tá bom.

Kyung franziu a testa.

-Tá bom?

-O que você queria que falasse? Que eu sou seu estepe? Sua segunda opção? Vai terminar com Chanyeol para ficar comigo?

Do engoliu a seco. Abriu os lábios. Não era isso. Não queria mais ser usado por Chanyeol e ser esquecido quando não precisasse mais dele. Odiava não ter notícias dele. Detestava quando o tratava mal. Quando perdia a cabeça e batia nele, depois pedia perdão.

-Eu não sou seu reserva, Do.

-Kai, não é isso, eu...

Ele balançou a cabeça, mostrando as palmas, movendo elas de um lado para o outro, impedindo que Kyung continuasse.

-Sabe de uma coisa? Foda-se. Não vou correr atrás de você não, Kyungsoo. Você me faz sentir muito mal.

Kai fechou os olhos e respirou profundamente.

-E muito bem ao mesmo tempo. Eu quero agarrar você e nunca mais soltar. - disse tristemente. 

Do o encarava.

Kai estendeu a mão até o rosto gorducho de Kyungsoo, pretendendo acariciar sua bochecha, abaixo do machucado que Chanyeol tinha feito. Fechou os olhos, abaixando o braço, desistindo.

-Mas eu não posso.

Do parecia ter levado uma pancada. Seu peito ardia.

-Por que? O que tem de errado?

-Você.

Kyung engoliu a saliva. Seu olhar estava confuso, perturbado, marejado. Ele balançou a cabeça, não tendo o que dizer.

Kai se afastou, com um rombo no meio do peito. Pôs a mão sobre o coração. Engoliu a seco, caminhando de volta para casa.

Do fitou as costas de Kai, abrindo a boca querendo gritar para que ele voltasse. Desistiu, com a mão na boca, impedindo que os soluços passassem.

Chanyeol saiu do meio das árvores, sorrindo.

-Oi bebê.

Do engoliu o choro, limpando a bochecha molhada.

-Oi Chanyeol.

-Quer falar alguma coisa?

-Você estava ai o tempo...

-Não.

Do olhou para o lado, para Kai que se afastava cada vez mais.

-Quer dizer alguma coisa?

Do virou o rosto para o namorado. Negou com a cabeça.

-Não, meu amor, não. Eu vim te ver.

-Me ver?

Chanyeol olhou para as costas de Kai.

-Quer almoçar com a gente?

Do respirou fundo, seu coração doía demasiado, entretanto não sabia exatamente o porque. Não era exatamente um fora que tinha levado de Kai.

Tinha sido totalmente um ponta pé.

Mas aquele sentimento era diferente de ter sido rejeitado por alguém que gostava por gostar.

-Sim. Vamos.

Chanyeol passou o braço em volta do pescoço de Do, o guiando até a casa, não dando oportunidade para que ele saísse, voltasse atrás e corresse para sua casa.

Kai deixou que a água batesse quente em seu rosto.

Que merda ele estava fazendo com a porra de vida que lhe restava?

Ele se odiava. Odiava o que tinha se tornado. A fera maldita que vivia dentro dele. Os desejos, as maldições que tinha que enfrentar todos os dias. Odiava Do por fazê-lo se sentir daquele jeito. Odiava aquela porra de matilha.

Odiava tudo.

Alguém bateu a porta.

Kai rosnou.

Sehun abriu a porta.

-VOCÊ NÃO TÁ VENDO QUE TEM ALGUÉM AQUI, PORRA, VAI TOMAR NO SEU CU SEU FILHO DA PUTA.

Sehun abriu a porta do box, com o ar abafado pela fumaça de vapor que inundava o banheiro.

-O almoço está pronto. - Sehun sorriu, apontou para o chuveiro. - Você está duas horas aí. Tô sentindo o cheiro de queimado lá do meu quarto. - ele abaixou o olhar, esbugalhando os olhos. - CAAAAAARALHO.

Kai revirou os olhos.

-PORRAAAA, MEU DEUS, ISSO É UM TRONCO. Vou contar pra todo mundo que você é roludo.

Kai não quis esconder nada, apenas se virou encostando a cabeça molhada nos ladrilhos.

-Me arruma uma tesoura.

Sehun encarava a bunda dele.

-É o que?

-Uma tesoura.

-Pra quê? Vai cortar seu pinto?

-Eu vou cortar o seu se falar mais uma vez do meu pau.

-Tá bom.

-Eu vou cortar meu cabelo.

-Pra que?

Kai rosnou alto.

-PORQUE EU QUERO CARALHO BUSCA ESSA MERDA.

Sehun correu para fora, esbarrando com Tao.

-Por que o Kai tá tão nervosinho?

-Kyungsoo.

Tao fez uma careta.

-Bosta.

-Ele ainda tá aí né?

Tao assentiu.

-Isso vai dar ruim. 



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