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História O Silêncio Dos Lobos - Controle


Escrita por: DoctorCase

Capítulo 17 - Controle


Do tremia.

Kai alargava o sorriso no rosto, segurando a cara com as mãos.

-Tó. - pôs o prato com meia dúzia de bifes. Ele se sentou à frente, apenas com um prato cheio de folhas.

-Você quer um?

Kyung negou com a cabeça.

Kai se ajeitou na cadeira.

-Por que você está com essa cara? - sorriu, pegando o bife com a mão.

Kyung engoliu a seco.

-Nada...

Ele continuava sorrindo.

-Você... está...

-Eu tô duro desde que cheguei aqui, para falar a verdade. É isso que quer saber?

Do olhou para o prato com as bochechas vermelhas, encarando a salada verde. Ele tremeu a mão até o garfo.

-Você faz isso comigo.

-E-eu? - apontou para si mesmo, perplexo de que era capaz de tal coisa. De tal reação em Kai.

-Uhum.

Do abaixou a cabeça de novo.

-Eu tenho que me contentar em só olhar pra você, não é? Ou ficar nos abraços de amizade?

Ele não sabia responder, afinal, também queria outras coisas. Tinha desistido de parar de pensar em Kai, imaginar ele despindo aquela calça...

Kai mastigava a carne com satisfação, feliz por sentir o aroma mais doce impregnar suas narinas. Do também estava excitado. Mas só iria agir se ele pedisse.

Kyung apenas encarava as folhas, com a respiração irregular, tentando pensar em outra coisa.

-Você... veio... me ver, não é? - disse, apertando os olhos, tentando apagar da mente a imagem de Kai nu. Mas, olhar para ele sem a camisa, na sua frente, lambendo os beiços com a carne mal passada era tortura.

-Vim.

Kai deixou o bife mordido no prato e chupou a ponta dos dedos.

Kyung chiou, fechando os olhos.

-AH... Dá pra você parar de fazer isso?

Kai sorriu largo, umidecendo os lábios.

-Fazer o quê?

DO  pensou em inúmeras palavras. Me excitar. Me deixar louco.

-Isso. Isso, sei lá. Eu...

-Isso o que, Kyungsoo?

Ele engoliu a saliva, erguendo-se de repente, levando o prato cheio até a pia. Não tinha fome alguma. Talvez não de comida.

-Você está bem?

Kai estava bem atrás dele.

-Sim.

-Sim?

-Uhum.

-Tabom.

Kyungsoo o olhou por cima do ombro. Kai respirava forte em seus cabelos. Kyung fechou os olhos.

-O Chanyeol...

-Eu não tô nem aí pro Chanyeol. E ele também não está pra você.

Kyung se virou abruptamente.

-O quê?

-Você ainda não percebeu que ele só está te usando? Odeio ver vocês fingindo ser um casal feliz.... Falando nisso, você não ia terminar com ele?

-Ia.

-E terminou? Por que não foi o que eu vi naquela mesa no almoço.

Kyung não conseguiu olhar fixamente para ele. Ele estava arrependido de não ter feito o que deveria. Sua garganta estava embargada. Não deveria continuar com aquele relacionamento. Chanyeol não era tão bom para ele quanto era no passado.

-Você está com ele porquê? Parece que você gosta de ser usado. 

Kyung fechou os olhos, impedindo que as lágrimas saíssem.

Kai mordia o lábio, furioso com Kyung.

-Eu não... terminei... ainda, Kai. Me... desculpa. - Do soluçou. - Eu não quero mais...

Kai engoliu a saliva.

-Você... Kyungsoo, desculpa, desculpa, para de chorar.

Kai o puxou para um abraço, o apertando em seu peito. Ele não sabia o que fazer. Tinha pegado pesado demais com ele?

-Ei.

Kai não sabia onde colocar suas mãos, o que dizer para melhorar o humor dele, para que ele parasse de chorar. Só queria não ter causado dor à ele.

-Kyungsoo, me perdoa.

DO enlaçou a cintura dele com os braços, escondendo o rosto vermelho no peito nu de Kai.

-Me perdoa, por favor, não deveria ter dito nada. Só para de chorar... eu...

Do o encarou, com a boca fechada, impedindo os soluços de sairem. Olhou para os lábios carnudos dele.

-Me beija.

-O quê?!

-Se a culpa de sua ereção sou eu, então me beija. Faz o que quiser comigo. Só me faça sentir outra coisa além da dor que eu sinto agora.

Kyungsoo não se sentia assim somente pelo seu namorado abusivo. Estava preocupado com a sanidade do pai. Com saudades da mãe e dos irmãos. Sentia falta de voltar para casa e encarar o sorriso angelical da mãe. Receber presentes dos irmãos que moravam longe.

Kai fitou o machucado cicatrizado, o leve vermelhidão abaixo da ferida. Acariciou sua bochecha com o polegar, sorrindo tristemente.

-Não vou fazer isso.

-Por que?

-Porque não quero fazer isso com você. Não vamos nos usar dessa forma.

Kyungsoo entreabriu os lábios.

Kai se aproximou da boca dele, expirou a quentura na face, causando tremores em Kyung.

-Quando você estiver bem, eu estarei aqui pra você e eu te deixarei fazer o que quiser comigo. Acredite, eu esperarei por isso ansiosamente.

Kyung o encarava debaixo, respirando ofegante.

-Agora vem aqui. - Kai parou e olhou para baixo, se lembrando da animação de seu amiguinho. - É... não posso te abraçar.

Respirou fundo, olhando para o lado, procurando alguma ideia na mente sobre o que fazer sozinho com Kyungsoo, sem envolver os dois pelados gemendo em algum lugar da casa.

-Ah... Você tem TV?

-Tenho.

Kai se afastou, dando um passo de distância dos dois.

-Podemos... assistir alguma coisa?

Kyungsoo achava uma ótima ideia.

-Claro, claro.

Kai respirou fundo mais uma vez, tentando controlar os olhos ardendo. Ele olhou para o reflexo na porta corrediça.

Seus olhos brilhavam.

-Eu vou no banheiro!

Kyungsoo olhou suas costas.

-Ele fica lá...

Kai subiu as escadas correndo, procurando pelo banheiro. Quando finalmente achou, se trancou lá.

-Se controla, se controla, se controla... Meu Deus, eu preciso...

Encarou-se no espelho. Seus olhos estavam amarelos, linhas negras se desenhavam até as maçãs do rosto. Ele expandiu as narinas, enchendo os pulmões de ar, do cheiro de Do no banheiro.

Maldição.

Kyungsoo estava em todos os cantos daquela maldita casa.

Seus olhos brilhavam como lasers amarelos na noite. Apertou os olhos ardentes. Respirou fundo. Precisava se acalmar. Pelo bem de Kyungsoo. Pelo bem dos dois.

Não suportaria machucar Kyungsoo. Não aguentaria ser culpado de mais dor para ele.

Precisava se concentrar.

Precisava manter o controle.

Mas era difícil conter a fera pedindo por Kyungsoo. 



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