Kai respirou fundo mais uma vez.
Kyungsoo bateu na porta.
-Kai?
Ele travou a mandíbula, encarando a porta.
-Oi?
-Oi.
-Você está bem?
Kai não estava.
-Estou.
-É... Porque você... está aí... faz algumas horas.
Ele franziu a testa, erguendo-se, abriu a porta e olhou para Kyungsoo.
-Horas?
Kyung afirmou com a cabeça.
-Eu dei um cochilo. - mentiu. Ele só estava tentando controlar a fera dentro dele. Esbugalhou os olhos, se afastando para se ver no reflexo. Castanhos. Suspirou em alívio. - Desculpa por te preocupar. Mais uma vez.
Kyungsoo negou com a cabeça.
-Eu também dormi um pouco, te esperando no sofá. Ainda quer assistir o filme ou... tem alguma coisa pra fazer?
-A única coisa que tenho pra fazer é ficar aqui. Contigo.
Kyungsoo conteve o sorriso.
-Tá bom.
Kai saiu do banheiro e os dois foram para baixo. Para a sala. Ele se jogou no sofá, olhando para a televisão. Apontou para a tela.
-Godzilla?
-Eu gosto.
Kai o observou, sentando no sofá, acuado.
-Você torce para os monstros ou para os mocinhos?
-Prefiro os monstros.
Ele sorriu, olhando para a tela.
-Que bom que é pra eles.
DO apertou o botão do controle, iniciando o filme. Kai procurou pelo interruptor para apagar as luzes.
No escuro, ele encarava Kyungsoo. Seus grandes olhos, as bochechas, os lábios. Ele se aproximou, pousando o braço no sofá, detrás de Kyungsoo.
Ele virou o rosto, constrangido pelos olhares. Mordeu o lábio.
-O que foi?
-Nada.
Kyungsoo voltou a encarar a tela. Queria muito prestar a atenção no filme. Mas era impossível.
Não com Kai tão perto dele.
Ele respirou fundo, segurando o tecido da calça com força.
-Para de me encarar.
Kai sorriu.
-Por que?
-Eu fico com vergonha.
-Adoro quando você fica com vergonha.
Kyungsoo suspirou, nervoso, apreensivo, suas mãos suavam, seu coração batia rápido.
-Kai.
-Hum?
-Para.
-Tá.
-Por favor.
-Aha.
Kyungsoo fechou os olhos. Virou-se para ele.
Kai se inclinou para frente, beijando seus lábios, segurou seu rosto com a mão, puxando o corpo de Kyung com a outra, no encosto do sofá.
-Eu precisava fazer isso.
Kyung separou os lábios úmidos, o encarando perplexo. Não estava preparado para aquilo. Não assim de repente.
-Faça de novo.
-O quê?
-Faça de novo.
Kai selou seus lábios, movimentando-se lentamente sobre a boca de DO.
-Se você me pedir de novo, eu não vou parar mais. Então saiba o que você está fazendo. Tem coisas que eu não posso controlar.
Deslizou seu dedo pela bochecha lisa dele.
-O que você não pode controlar?
Kai o encarou. Mordeu o lábio inferior com força.
-Você não sabe o que tenho que passar para ficar bom para você. Para controlar esse... desejo insaciável.
Kyungsoo olhou para seus lábios.
-Não controle mais.
-Se fosse tão fácil assim...
Kyungsoo respirou fundo.
-Por que não... quer transar comigo?
Kai demorou para pensar em alguma coisa sutil para tentar explicar.
Perder o controle era tão fácil quanto piscar. Era instantâneo. Como um clique. Não queria ter que interromper nada com Kyungsoo, não sem ter plenamente o controle sobre a fera. Também queria que ele sentisse todo o prazer que merecia. Kai não queria se preocupar em ter que manter a gentileza no meio de tanta agressividade que emanava naquele instante.
Ele respirou fundo, acariciando a maçã do rosto, ao redor do machucado.
-Eu quero. Eu juro que quero. Mas agora não posso.
-Por que?
Kai não quis responder.
Não queria explicar que lutava internamente com seu monstro naquele momento. Com o desejo intenso de rasgar as roupas de DO com os dentes e possuí-lo sem dó nem piedade.
Kai engoliu a seco.
-Por causa do Chanyeol?
-Não, Deus, não... Claro que não. - mordeu o lábio, pendendo a cabeça para trás. Kyungsoo não sabia o quanto ele queria fazer aquilo. - Você não sabe o quanto quero fazer isso, Kyung. Desde o dia que te vi. Eu quero muito, muito, muito mesmo fazer isso.
Kyungsoo olhou para baixo, para os rolinhos firmes do abdômen, para a ereção monstruosa e volumosa marcando a calça.
-Eu também quero agora.
Kai o olhou.
-Você o quê?
-Eu quero.
Ele engoliu a saliva. Seu membro pulsou.
-Você disse que quando eu quisesse...
Kai negou com a cabeça.
-Você não disse isso.
-O quê?
Kai apertou os olhos, gemendo em dor, controlando novamente a quentura que invadia seu estômago e subia queimando sua garganta.
-Meu Deus, Kyungsoo. Por que você faz isso comigo? POR QUE?!
-O que eu faço?
Kai apertou os olhos, colocando a mão no rosto.
-Meu Deus.
Kyungsoo se aproximou, receoso, hesitante, incrédulo que ia tentar aquilo. Sua respiração quente encostou no pescoço de Kai, que ficou imóvel, com os olhos encarando o teto. DO deixou um beijo escasso na pele dele.
Kai rosnou.
-Para.
-Por que?
-Meu Deus, Kyungsoo, por que? Por que tá me torturando assim?
-Por que está resistindo? Eu disse que quero. Não sabe o quão envergonhado tô agora por dizer isso em voz alta.
Kai choramingou.
-Eu não quero te machucar, Kyungsoo.
-Você não vai.
-Vou.
Kyungsoo se assustou com sua sinceridade.
-Eu não me importo.
-Mas eu sim. Quero ser gentil com você. Não... Fazer as coisas que... eu penso... eu... Você merece coisa melhor, Kyungsoo.
DO negou com a cabeça. Sua excitação dominava sua mente. Voltou a se aproximar do pescoço de Kai, lambendo a área onde tinha beijado, movendo os lábios, tentando instigá-lo, se render.
Kai tremia. Seu membro pulsava loucamente na calça e ele pensou que iria gozar ali mesmo.
-Por favor...
Do pousou a mão sobre o volume da calça. Kai mordeu o lábio até sentir o gosto de sangue. Seus olhos ardiam. Ele sabia que estava próximo ao êxtase.
Também do descontrole.
-Kyung.
DO movimentou os dedos sobre o volume.
Kai segurou com as mãos no encosto do sofá. As unhas cresciam nos dedos. Sua voz estava apertada, mais grossa e grave.
-Kyung.
Do não parou. Chupou a área com toda força, deixando uma marca vermelha.
A reação de Kai foi um rosnado.
Kyungsoo parou.
Chaves se movimentaram na porta da frente.
Kyungsoo olhou para a porta.
Kai para Do.
-Vai pro meu quarto, agora.
Kai se ergueu, virando um borrão subindo as escadas.
Do engoliu a seco com o que tinha visto.
Seu coração batia rápido.
Como ele tinha feito isso?
Voltou a encarar a porta.
-Oi pai.
Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.
Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.