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História O Silêncio Dos Lobos - Fraco III


Escrita por: DoctorCase

Capítulo 56 - Fraco III


Kai acordou de seu pesadelo. Assustado, empapado de suor, ele procurou pelos grandes olhos que fariam seus batimentos diminuírem. Entretanto, o pesadelo era real. Enjaulado, ele sentia-se um animal no zoológico. A mesma mulher que havia o apagado na outra vez, estava sentada no canto do quarto, comendo um sanduíche.

Kai sabia que era peito de Peru com maionese. Seu estômago roncava e ele encheu os pulmões com aquele cheiro.

-Me tire daqui. Agora.

Os olhos bicolores direcionaram-se para ele.

-E aí? Se acalmou?

Kai sacudiu-se na jaula, balançando as estruturas.

A mulher não se assustou com a fúria dele. Daria outro tranquilizante se fosse preciso. 

-Escute, quanto mais você dificultar, pior pra você. Porque eu tenho todo o tempo do mundo.

Kai fechou os olhos, tentando acalmar a fera que urrava em seu peito. Ardendo em raiva, ele olhou para ela com o olhar rubi.

-Como eu vim parar aqui?

-Eu te sequestrei.

-Como?

-Você é pesado. Mas, eu tenho experiência suficiente.

Kai analisou os braços dela, os ombros fortes. Vestia uma regata preta que ressaltava os bíceps desenhados.  Musculosa, ela tinha um metro e sessenta e cinco. Ela era pura força bruta.

-O interessante é que talvez eu saiba porquê. - falou ela. 

A garota aproximou-se e se sentou na frente da jaula,de pernas cruzadas, ela ofereceu o restante do lanche.

Kai aceitou, com o estômago rugindo.

-Eu preciso ir embora.

-Eu sei. Eu te coloquei aí dentro, porque você sabe... Lobos fazem um barulho do caralho. E eu não tava afim de levar bronca do meu chefe.

-Chefe?

-Chefes. - corrigiu. - Bom, digamos que eu sou um dos deles. - riu. 

Ela coçou os cabelos curtos e respirou fundo.

-Preciso te explicar algumas coisas.

Ela o encarou.

Kai parou de mastigar o sanduíche que tinha colocado inteiro na boca. Paralisou. Parecia que encarava o reflexo de... 

KYUNGSOO. 

-Meu olho? Um cara como você me mordeu e eu tive que tomar uma vacina. Além de ficar infértil, eu perdi a visão desse olho.

-Por que você me prendeu?

-AH sim. Essa parte. Ah... Bom, vamos dizer que você foi escolhido.

-PRA QUÊ?

-Calma. Gritando você não vai conseguir nada. Seu garoto tá com os caras do outro lado.

-Kyung? KYUNGSOO? - Kai se agitou. Seus olhos encheram-se de lágrimas. - Por favor, me deixa...

Ela balançou a cabeça.

-Não vai ajudar nada você sair por aí. Se o Kyung está com eles, não tem nada que você possa fazer, além de... Nos ajudar.

-Ajudar vocês? Como vocês querem que eu ajude VOCÊS SE EU TÔ PRESO NUMA MERDA DE GAIOLA?

O problema iria ser resolvido no momento seguinte. A garota procurou pela chave no colar e abriu a porta. Kai saiu arrastando-se, com as pernas dormentes. Como um animal que não saia no sol há muito tempo, ele cerrou os olhos ao entrar em contato com a luz e encolheu-se no meio do quarto. 

-Somos os Rebeldes. Os anarquistas, revolucionários, liberais, o que você quiser chamar. Somos contra a Resistência Caçadora. Todos somos renegados. Pelos nossos defeitos, por sermos diferentes. Fomos expulsos de nossas famílias. E agora lutamos, não só para a chacina acabar, a chacina de lobos como você, mas também que os conservadores paguem por tudo que fizeram conosco.

Kai não tinha escutado metade. Abraçado ao próprio corpo em posição fetal, ele chorava por seu Kyungsoo. Se ele estivesse nas mãos dos caçadores iguais aos Kwon (ou piores), provavelmente deveria estar sofrendo. Tinha prometido protegê-lo, dito que nada aconteceria com ele. Mas, falhou.

-Por que está chorando?

Kai balançou a cabeça, apertando os olhos enquanto as lágrimas quentes saiam.

-Eu sou fraco.

-Fraco? Você? - A garota riu. - Você não seria escolhido pelo meu irmão se fosse fraco.

Kai abriu os olhos e sentou-se em um movimento.

-Eu também me preocupo com Kyungsoo. Se é o que quer saber. Não devo mais informações.

Kai piscou, ainda tentando entender o que "irmão" significava.

-Por que me tirou dos meus irmãos?

-Porque você estava em perigo se continuasse lá. Se quer saber, tenho monitorado seus meninos nos últimos dias. Eles estão confinados, esperando pela sua volta. Ninguem se rebelou ainda.

Kai olhou para as próprias mãos.

-Não é essa a minha preocupação. Tem caçadores por aí. Minha matilha está em risco.

-Meu irmão também está em risco. Sua existência também. A nossa.

Kai encarou-a.

Ela respirou profundamente.

-Kyungsoo é meu irmão. 



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