1. Spirit Fanfics >
  2. O Silêncio Dos Lobos >
  3. Matilha

História O Silêncio Dos Lobos - Matilha


Escrita por: DoctorCase

Capítulo 7 - Matilha


Kai era um estranho grande. E Kyungsoo tinha receio de se aproximar, nada mais do que estavam fazendo naquele momento.

Kai o levava no colo, com toda a delicadeza que conseguiu e quando chegou há dois quilômetros da casa de D.O,depois que ele lhe contou onde ficava, sentiu o cheiro conhecido.

De lobo na região.

Era esquisito como funcionava, como conseguia farejar algo tão surreal de longe.

-Você pode ficar na casa de outra pessoa esta noite?

Kyungsoo engoliu a seco, completamente envergonhado e encolhido. Ele tremia com a violência dele e de seu namorado rodando sua mente.

-Precisa cuidar de seu machucado.

-Só... Só me leve pra casa, por favor.

-Você não pode ir pra lá.

Kyungsoo estremeceu.

-Kai. Por favor.

Ele negou com a cabeça, parando no lugar com Kyungsoo no colo há horas.

-Escute, me dê outro lugar para ir.

-Eu posso andar agora, Kai. Você está comigo há muito tempo, seus braços devem estar doendo.

-Não estão.

Kyungsoo fechou os olhos, suspirando, desistindo de argumentar contra ele. Não sabia de onde ele tirava tanta força. E nem porque tinha se preocupado tanto com ele.

-Eu sou seu amigo, esqueceu? Posso fazer isso.

Kyungsoo achava que levar alguém no colo por muito tempo se chamava outra coisa. Ele olhou para o maxilar duro, travado, másculo. Kai fitou abaixo, percebendo o que ele fazia.

-Não faça isso.

-O quê?

-Olhar pra mim desse jeito. Não sabe o quanto eu tô tentando me controlar e ser gentil contigo.

-Mas...

Kai engoliu a seco, olhando para frente, não conseguindo dizer mais nada.

-Me fale onde posso levar você.

-Na casa do Tae.

-Tae?

-Meu amigo.

-Onde fica?

Kai voltou pela rua onde entrou, virando a direita. Kyungsoo olhou para o bíceps, enorme, veiudo, tenso. Algo estalou na sua mente. Pecador. Kai farejou o cheiro no ar, quase parando ali mesmo, à luz dos postes e das casas, entretanto, lutou contra a fera, apertando o passo.

Kyung engoliu a seco, olhando para cima, para o maxilar. Deus, o rosto dele era magnífico.

-É ali?

Kyung fitou a casa, depois voltou à olhar para o braço de Kai.

O forasteiro subiu os degraus e o colocou no chão.

-AH...

-Quer que eu cuide disso pra você? - apontou para sua bochecha.

Kyung tocou na ferida com as bordas vermelhas.

-Não, não, eu... eu limpo.

Os dois se encararam fixamente. Kai engoliu a seco.

-Ah... Você pode apertar a campainha agora.

-Ah, é.

Kyung se virou, apertando a campainha, com o coração batendo rápido.

Kai sentia o sangue correr pelas veias até o coração, os pêlos eriçarem o corpo de Kyung. Ele analisou a estatura baixa e franzina, a fragilidade que passava. Engoliu a seco. Seu membro pulsou.

Ele retrocedeu, dando dois passos para trás, pondo as mãos nos bolsos, tentando esconder a ereção que marcava sua calça suja de lama.

Tae abriu a porta e olhou para Kyungsoo, depois encarou Kai.

-Meu Deus, que homão.

Kyungsoo se encolheu de vergonha.

-Me deixe entrar logo.

Tae abriu espaço, ainda fitando Kai.

-Você quer entrar também?

Kai balançou a cabeça.

Tae olhou para os cabelos longos até os ombros, loiros, pintados; o maxilar marcante, possante; os olhos tinham um tom castanho claro. Ele olhou para seus ombros fortes.

-Tem certeza?

Kai negou com a cabeça.

-Só cuide do machucado dele.

-AH... Onde ele pode te encontrar?

-Eu vou procurar por ele. Eu sei onde encontrá-lo.

Tae desceu os olhos para o corpo musculoso, o abdômen rijo, com rolinhos, os braços enormes, firmes.

-Mas, caso você se perca...

-Eu encontro ele.

Kai deu passos para trás, descendo os degraus de costas.

-Você deu seu telefone pra ele?!

Kai pulou os últimos dois degraus.

Taehyung ainda o acompanhou com os olhos até ele virar a esquina. Fechou a porta.

-ME CONTA TUDO.

Kai voltou para a rua de D.O.

Haviam três homens na frente da casa dele.

Lobos.

Ele andou normalmente, com a fera uivando dentro dele. Seus olhos brilharam em amarelo, cintilando como lasers na noite.

Sehun se ajeitou.

Tao acendeu o isqueiro.

Suho respirou fundo.

-Aqui não, Kai.

-O que vocês querem?

-Viemos te levar pra casa.

-Que casa?

-A nossa. - Suho respondeu.

-Não vou.

-Você não têm escolhas.

Sehun olhou para a casa de dois andares de Kyungsoo. Kai não gostou do olhar.

-Se você quer realmente proteger o D.O, é melhor se juntar à nós. Se não ficar conosco, dificultará sua aproximação com ele.

-O quê?

Sehun encarou o forasteiro.

-Sentimos o cheiro de vinculação do lado de dentro. Era seu.

Kai engoliu a seco.

-Como eu controlo isso?

Tao riu, acendendo o cigarro, balançando a cabeça. Ele também queria saber.

-Não controlamos. Somos animais acima de tudo. Temos coisas incontroláveis. Você tem muito o que aprender. Podemos ensinar tudo o que sabemos à você.

Kai negou com a cabeça.

-Eu recuso.

Suho pendeu a cabeça para trás.

-Saiba que viemos aqui de boa vontade, sem que ninguém nos obrigasse, porque Chanyeol está puto e quer arrancar sua cabeça. Ele vai fazê-lo se você não ir conosco. E acredite, vai sobrar para Kyungsoo apenas por ele ter encarado você daquela forma. - disse Suho. 

Daquela forma.

-Você não pode proteger ninguém se estiver sem cabeça, Kai.

Kai suspirou, fitando ao lado, a casa dos D.O.

-Eu não quero fazer parte dessa merda.

Suho engoliu a seco e se aproximou:

-Você nunca deixará de ser o ômega. Você só fará parte por fazer, se desejar. É só um título.

Kai olhou para Tao, alheio a conversa, fumando seu cigarro sem interrupções.

-Você gosta de Kyungsoo, não é?

Kai negou com a cabeça. Mentiu. Sentia algo estranho quando estava com ele. Não queria soltá-lo nunca mais.

-Não importa.

Sehun sorriu morno, aquilo era um sim para ele.

-Escute, você pode proteger ele agora. Ele esteve sozinho todos esses anos e encontrou refúgio no Chanyeol. Mas, você sabe, ele não o ama.

Kai balançou a cabeça, afirmando, ainda encarando a janela do segundo andar.

-Está bem. - suspirou.

Ele havia ponderado sobre todas as suas possibilidades e a que mais lhe agradou foi proteger Kyungsoo, mesmo fazendo algo que não queria.

Se anexar à matilha da cidade.

Onde Chanyeol era o alfa.



Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...