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História O Silêncio Dos Lobos - Esperar


Escrita por: DoctorCase

Capítulo 97 - Esperar


Hoseok possuía uma perna mecânica. De cabelos longos e presos, ele olhava para Suga do outro lado da câmara. Todos faziam silêncio. Cobertos de suor e escutando o gotejar, esperavam pelo sinal de Yoongi para avançar para o outro lado.

Suga olhou para Hope e assentiu com a cabeça.

Gwen foi a primeira a sair da sala de concreto, de armas em punho, ela procurava por um caçador. Ou lobo.

Ambos estavam naquele local e todos estavam confusos com a tranquilidade dos caçadores de terem lobos no esgoto. Eram para eles estarem matando, caçando eles.

Mas estavam caçando Renegados.

Nunca na história da Resistência Caçadora outra coisa foi mais importante do que a caça de lobos.

Gwen olhou para Hoseok.

Seus pontos tinham sido destruídos quando se transformaram na primeira vez e as roupas que foram rasgadas agora eram trapos em algum lugar do túneis.

A perna mecânica de Hoseok fazia mais barulho; até as crianças mais novas estavam mais quietas, tensas, trêmulas ao lado das mães.

Suga saiu em seguida, passando pelo dutos de ar iluminados acima. Sem dizer uma palavra, as mulheres e crianças saíram. Hoseok foi atrás, dando cobertura.

Gwen apontava as pistolas para todos os lados; respingada de sangue, com as roupas úmidas.

Suga olhou para ela quando parou em mais uma entrada de túnel.

Aquele lugar, com certeza, parecia um labirinto.

Mas Gwen estava preparada para atirar em qualquer coisa que estivesse se movendo na sua frente.

Com a audição apurada, Suga tentou ouvir além dos pingos de água. Ele assentiu. E todos fizeram os mesmos movimentos cautelosos para mudar de câmara.

De repente, um rosna do despertou a atenção de Suga. Gwen ouviu em seguida e disparou contra a escuridão, o vácuo a sua frente. Havia um duto de ar acima, ventilando ar.

As crianças estremeceram, ficaram escondidas atrás das mães. Hoseok ficou alerta, dando passos para trás, seguido das mulheres, que também carregavam algum tipo de arma.

Gwen esperou que as pistolas esfriassem. Trocou os cartuchos. Suga rosnou de volta para a criatura, esperando que ela respondesse.

O lobo atacou.

Mesmo ferido, ele abria a mandíbula furioso e Suga percebeu a sua lentidão causada pelos tiros.

A fera pulou.

Os olhos de Yoongi se acenderam.

E Suga agarrou a cabeça da criatura e jogou-a na parede. Yoongi ainda segurava ela e bateu repetidamente no concreto, enquanto a fera choramingava.

Gwen abaixou as pistolas, observando a descarga de fúria de Suga.

-Ele já está morto. - disse ela.

-Desgraçado. - xingou ele, chutando o corpo morto contra a parede. - Essa coisa é uma aberração. Mais do que nós mesmos.

-O que elas tem de incomum?

Hoseok saiu das trevas.

-Não conseguimos nos comunicar com elas. Parece que está tudo nublado. - explicou ele.

-Parece que... perderam o lado...

-Humano. - ambos falaram em uníssono.

Gwen respirou profundamente. Encarou o corpo. Suspirou.

-Vamos embora.

-Ainda vamos na mesma direção? - Suga apontou para onde o lobo tinha vindo.

-Se eles estão lá, quer dizer que estamos indo para o lado certo.

-Quê?

-Irene está aqui, Suga. Ela tá aqui.


Xiumin estava no centro da cela; de olhos fechados; a expressão mansa e serena; de pernas cruzadas, ele meditava.

Então, Namjoon acordou gritando novamente.

Ele respirou o ar, tentando saber se havia alguém o observando.

Ninguém.

Então, moveu-se para a parede junto com as correntes.

-Shhh. Irmão? Irmão, me escute.

Namjoon chorava.

-Nam? Me escute, por favor.

-Xiumin! - gemeu ele, aos prantos. - Eu quero sair daqui.

-Eu também. Vamos sair. Eu prometo.

-O Jin... Eles estão... eu sinto o cheiro do sangue dele...

Xiumin fechou os olhos, não imaginando as ruindades que faziam ao companheiro dele.

-Eu não aguento mais.

Xiumin tocou na parede, como se estivesse tocando no ombro dele. Falou diretamente com a parede.

-Você tem que ser forte.

-Eu não consigo.

-Você consegue. Pelo Jin. Ele está te esperando. Eu... Eu tenho um plano. Não podemos nos comunicar nem com os uivos. Eles já sabem decifrar. E por raciocínio mental,bom, ainda não sei se colocaram dispositivos nas nossas cabeças pra decifrar isso também. Mas, irmão, eu tenho um plano. 

Namjoon bateu a cabeça na parede com força.

-Eu quero sair daqui.

-Nam...


Henry bateu as mãos em punhos na mesa retangular. Todos os engravatados olhavam para ele.

-Primeiro. Quem sabia que Jaden Smith era iniciante?

Ninguém disse nada.

-Não sabíamos. - Radcliffe se pronunciou. - Ficamos mais surpresos que você.

-É uma situação que não pode ser resolvida pelas nossas mãos. Não está em nosso alcance. - Gagliasso falou. - Isso é assunto para os superiores.

Henry abaixou a cabeça. Sabia disso.

-Ele está comigo. Por isso que não estão se importando tanto.

-Qual é o problema? - Patyfer indagou, em um inglês australiano. - Só porque ele carrega o nome Smith? Muitos filhos de renegados são grandes Caçadores. Vemos o exemplo do Simpson.

Eles concordaram. Henry amaldiçoou por ele citar o exemplo do renomado Simpson.

-Ou porque... o pai dele trepou com a sua mãe?-Patyfer falou.

Silêncio.

-Foi por isso que Will foi expulso da corporação, não é? Ele não era viado, eu tenho certeza. Nunca soubemos porque ele foi expulso. De um dia para o outro parou de ir nas reuniões e ninguém explicou nada.

Todos olhavam de boquiabertos para Patyfer.

-Foi isso, não foi? Vocês encobriram porque são da patente alta. De uma família muito maior do que as nossas.

Henry ficou em silêncio. Tudo o que ele tinha dito era verdade, mas de certa forma, ele tinha que mentir. Tinha que encobrir os pecados luxuosos de sua mãe. Ela já estava limpa. Já tinha sido perdoada por Deus. E não tinha mais o que o Cavill pudesse fazer.

-Eu não sei o porquê ele foi expulso.

-Então, porque a relutância de treinar o menino?

Henry inventou uma desculpa na sua mente.

-Porque ele é negro.

Radcliffe claramente ficou incomodado. Damon olhou para baixo. Gagliasso ainda encarava o ômega.

-Você está maluco? - perguntou o brasileiro. Sua filha era negra.

-Claramente não está pensando direito. - Radcliffe falou baixo, abotoando o terno e erguendo-se. - Venha falar conosco quando estiver em sã consciência e com desculpas plausíveis. Porque essa, claramente, é mais louca que já ouvi em todos esses anos, Cavill.

Damon levantou-se também.

-Reunião encerrada. - Radcliffe avisou, sendo o primeiro a sair da sala. 

Cavill ficou paralisado, olhando para os ômegas que iam embora. Mesmo sendo superiores, brancos, ricos, alguns deles amavam mulheres negras; ou já amaram uma.

A diferença de cor era algo muito relativo.

Henry ainda sentia raiva dos Smith. Sinceramente, deveria sentir da sua mãe; sabia que não era a primeira vez que sua mãe traia o seu pai, entretanto, a popularidade, honra e moral dos Cavill quase foi destruída pelo escândalo de Karen. 

Apenas Haruma ficou na mesa, de mãos cruzadas sobre o metal.

Henry já sabia o que ele queria.

-Vou te levar para o complexo. Preciso relaxar.

Haruma sorriu de lado.

-Você se diverte lá?

Henry engoliu a saliva.

-Não era isso o que...

-Você é muito estranho, Henry Cavill. Muito estranho. Espero que eu não esteja certo com o meu diagnóstico.

-Aqui não é seu consultório. Eu não pedi uma consulta.

Haruma levantou-se, ajeitando o casaco do terno. Ele era formado, também, em psiquiatria. Henry estava num mar de cobras. 

-Se for o que estou pensando, é muito provável que esconda mais segredos de nós do que imagino.

-Não é nada, Haruma.

-Espero. 



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