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História O Sogro De Ferro - Capítulo 5


Escrita por: MonaJoker

Notas do Autor


Eu não falo é nada, vou deixar para falar nas notas finais.

Quem é #TeamStark aí?

Boa leitura!

Capítulo 5 - Capítulo 5


Fanfic / Fanfiction O Sogro De Ferro - Capítulo 5

Seu dedo rolava pelo mouse, os olhos quase não piscavam enquanto encarava a tela do seu computador. Sentado no sofá, em cima de uma almofada - tentando fazer o desconforto em seu traseiro amenizar graças a noite passada-, Jimin lia uma das diversas matérias em um dos sites jornalísticos sobre a notícia que estava em alta naquela semana.

Uma equipe de cientistas havia tentado recriar o reator arc - criado pelo seu pai- e tentado militarizar a energia. Quando leu por cima daquela matéria, Jimin quase enlouqueceu. Apenas acalmou seu coração quando chegou na conclusão da reportagem e descobriu que todos os testes dos cientistas havia falhado miseravelmente. Se tivesse dado certo, aquilo definitivamente não seria bom.

O sol ainda não estava no ponto mais alto, a manhã era fria pelo fato de ser seis e pouco. Jimin acordou cedo e sem conseguir mais dormir, resolveu sair da cama para não atrapalhar o sono do namorado - não que Jungkook fosse fácil de acordar.

E agora estava ali, sentado no sofá, ao lado de um dos grandes janelões da sala e encarando seu computador no colo.

Seu corpo doía, fazer sexo com Jungkook dentro da banheira na noite passada não havia sido como pensava, foi um tanto desconfortável e nada romântico. Sem contar na queda que ambos levaram pelo fato do piso estar molhado.

‘’ Jungkook notava a expressão desconfortável no rosto de Jimin, o loiro havia parado de quicar com rapidez há pelo menos dois minutos atrás e agora seus movimentos eram mais preguiçosos. A água dentro da banheira de porcelana branca com leves tons de dourado mexia junto com os corpos e como consequência o líquido jorrava até molhar o chão ao redor.

— Quer trocar de posição, doce? — Jungkook obrigou o outro a parar de se mexer sobre si, segurando em sua cintura. Seu pau pulsou em reclamação pela interrupção dos movimentos, mas no momento, apenas se preocupava com o conforto do namorado. Com a mão direita, ele tocou a testa de Jimin, retirando os fios grudados da pele.

— Quero. — Respondeu ofegante, sem sequer protestar. Seus joelhos doíam pois escorregavam no fundo da banheira lisa, a força aplicada para se segurar ali estava fazendo com que seu corpo se tornasse tenso e cansado mais rápido. Sem contar que cavalgar dentro da água não era a coisa mais simples do mundo, aquele barulho da água derramando pelo chão estava começando a lhe irritar.

O Stark mais novo levantou-se com cuidado, sentindo o joelho estalar e formigar devido a posição que estava. Suspirou baixo quando o membro do namorado escorregou para fora de si, lhe deixando levemente dolorido. Assim que saiu da banheira e olhou para o moreno, ficou com dó quando viu o glânde alheia inchada e vermelha, Jungkook estava bem próximo de gozar e a interrupção dos movimentos impediram dele conseguir o que tanto queria.

Levou o indicador até a boca, roendo a unha enquanto olhava ao redor  procurando o local melhor para poder terminar a foda com Jungkook. Suas pernas estavam doloridas demais para montar novamente em cima do outro e voltar a cavalgar, então a tampa do vaso e o chão estavam fora de cogitação. Pensou se a pia seria um bom lugar, mas antes de terminar de concluir a teoria, escutou um som de surpresa saindo da boca de Jungkook e logo sentiu seu corpo ser puxado para o chão.

Jeon havia escorregado no piso molhado, e em uma tentativa de se segurar, agarrou Jimin… que estava despreparado e apenas caiu junto com o moreno.

— Sexo na banheira foi definitivamente a nossa pior ideia. — Jungkook gemeu dolorido, sentindo Jimin em cima do seu tórax. O pior de tudo era o seu pau pulsando por atenção.

— Casais normais conseguem fazer sexo no banheiro, por que nós não conseguimos? — Levantou-se com dificuldade de cima do outro, pedindo desculpas por machucá-lo. Estendeu a mão, ajudando o namorado a se levantar com cuidado. — E agora?

O cômodo ficou silencioso por alguns segundos, ambos tentando pensar em como terminariam aquilo ali mesmo. Afinal, ir para o quarto com o corpo molhado não era a melhor ideia e nenhum dos dois estavam afim de se enxugar naquela hora.

Assim que Jungkook pensou na melhor forma de terminar com que haviam começado, pegou Jimin no colo - obrigando as coxas fartas a se prenderem ao redor de sua cintura-, ouvindo o outro lhe perguntar o que estava fazendo. Sequer importou-se em responder, seu membro doía e sabia que Jimin estava da mesma forma. Encostou o outro contra a parede fria ao lado da pia, onde o piso não estava molhado.

— Segura com força ao redor do meu pescoço, okay? — Quase gemeu quando Jimin insinuou-se e contorceu-se em seu colo e contra seu corpo.

Jimin sorriu ladino quando sentiu um beijo molhado em uma de suas bochechas, passou os braços pelos ombros largos de Jungkook e agarrou firme ao redor do seu pescoço. Logo o moreno voltava a lhe penetrar com cuidado enquanto lhe imprensava contra a parede, fazendo com que Jimin abrisse a boca e depois e mordesse os lábios de forma dengosa, como o namorado gostava.

(...)

O maior bufou quando sentiu a cama se mexer pela quinta vez. Aquela madrugada estava sendo difícil, já que Jimin estava custando para achar uma posição boa para dormir, sem contar com os resmungos de reclamações sobre o seu corpo dolorido. E sobre o último item Jungkook também estava sentindo na pele.

— O que foi dessa vez, meu bem? — Perguntou, tentando ser bem paciente. O que mais queria naquele momento era uma boa noite de sono, mas não estava conseguindo graças ao parceiro.

— Eu estou me sentindo sufocado. — Disse baixinho, sentindo a respiração do outro pesar na sua nuca. O moreno retirou o braço de sua cintura e desencostou o peito de sua costa lentamente.

— Mas você sempre gostou de dormir de conchinha, nunca reclamou.

— Eu sei, mas hoje estou me sentindo agoniado. Vamos trocar de posição, por favor, ou não vou deixar você dormir.

Aos resmungos, Jungkook afastou-se mais um pouco e deitou de barriga para cima, deixando seu peito exposto para o loiro deitar-se sobre ele. Não demorou para Jimin aceitar o convite silencioso e aconchega-se ali, sentiu um dos braços do outro passar pela sua cintura e lhe acariciar tentando transmitir conforto.

O casal ficou olhando para o teto, tentando se acostumar com aquela posição de última hora. O mais novo aproveitava para fazer linhas invisíveis sobre o peito nu de Jeon, sentindo o calor conhecido emanar do corpo dele. Jimin jogou uma das pernas em cima de Jungkook e analisou a situação por pelo menos três minutos.

— Hm.

— Está posição está melhor para dormir?

— Hm. Não. — Desencostou do peito alheio e encarou Jungkook. — Se vira, eu vou abraçar você.

— Jimin...

— Eu sei, desculpa. Mas eu realmente quero uma posição boa para dormir, porque se eu não dormir, você também não vai. — Arqueou uma das sobrancelhas, mesmo sabendo que o outro não veria sua expressão graças ao ambiente escuro no quarto. — E então?

— Certo, certo. Meu deus.

Ele remexeu-se por debaixo do cobertor, virando-se para o outro lado e sentindo Jimin se aproximar de si. Logo o loiro se grudou completamente no corpo maior, passando o braço pela cintura até espalmar a mão no tórax do moreno e enfiar uma das pernas entre as de Jungkook. O silêncio voltou a reinar enquanto o casal analisava aquela posição que nenhum dos dois estavam acostumados para dormir, Jungkook encarava o que seria a prateleira e Jimin tinha o nariz e a boca encostada na pele quentinha do ombro alheio.

— O que achou dessa? — Jungkook perguntou, sentindo-se levemente estranho. Seu gosto pessoal era abraçar Jimin na posição de conchinha e não ao contrário, até porque Jimin parecia fazer um leve esforço para abraçar seu corpo por completo.

— Espera. — Sussurrou, sem se mexer. Fechou os olhos, simulando estar dormindo. Não demorou para o Park os abrir novamente e se afastar. — Jungkook, desisto, vamos voltar para a posição inicial. Me abraça. ‘’

Na opinião de Jimin, Jungkook poderia vir reencarnado de algum santo na próxima vida, pois o moreno havia sido muito paciente na noite passada. Sendo sincero com ele mesmo e parando para refletir de forma mais aprofundada naquele momento, via o quanto o namorado era realmente paciente consigo em muitos aspectos.

Quando ele estava estressado ou magoado e preferia o silêncio, Jungkook sempre o respeitava mas estava ao seu lado, mostrando que quando quisesse Jimin poderia lhe usar como abrigo para os problemas. Também foi paciente quando o loiro não dizia nada sobre sua família, e sabia que aquilo deixava Jungkook um tanto frustrado, já que o mais novo teve a oportunidade de conhecer a família Jeon… e Jungkook não teve a mesma sorte.

Até aquela viagem.

Seus devaneios foram cortados ao escutar seu nome sendo chamado, o rapaz ergueu a cabeça quando escutou Pepper lhe chamar mais uma vez, sorriu preguiçoso para a mulher e a viu aproximar-se de si, enquanto colocava os brincos em sua orelha.

— Bom dia.

— Bom dia. — A loira sorriu, mas ainda tinha um pequeno semblante confuso em sua face. — O que faz em pé a essa hora? Está cedo.

— Sinceramente, eu não sei. Acordei e não consegui dormir mais, então resolvi sair do quarto e vim aqui para sala e aplaudir o nascimento do sol. — Disse divertido e um tanto sarcástico, o que não era novidade para a loira, que apenas riu pela fala do outro.

— Que bom que está acordado, pois eu queria mesmo falar com você. — Suspirou, ainda com um leve sorriso. Sentou-se ao lado de Jimin e lhe encarou com atenção. — Eu quero que você converse com o seu pai, ele está triste.

Não bastou mais nenhuma palavra para atenção do Stark mais novo ser tomada, tirou o computador do colo e pôs no estofado vazio ao lado.

— O que houve? Por que o pai está triste?

— Ontem ele não estava triste, estava mais para esquisito. Mas hoje de manhã ele acordou cedo, não quis tomar café e foi direto para a oficina. E pior, estava quieto. E você sabe que quando o seu pai está silencioso e sem dar uma de engraçadinho… algo está errado.

Estava acostumado com as esquisitices do marido, mas raramente Pepper via Tony Stark quieto e sem fazer alguma piada debochada. Obviamente ficou preocupada quando notou o comportamento distante do homem, a memória da noite passada ainda estava bem fresca em sua mente.

‘’Anthony abriu a porta do seu quarto de forma irritada, não mediu força quando a fechou, fazendo com que um estrondo ecoasse pelo local. Começou a andar de um lado para outro em seu quarto, passando as mãos pelos cabelos e bagunçando os fios, lhe deixando com uma aparência de quem acabou de fugir de um hospício. E é claro, formando algumas paranóias em sua mente.

— Posso saber que revolta é essa? Voltou a virar um adolescente rebelde por acaso? — Pepper colocou o marcador de páginas no livro novamente, marcando a parte que havia parado na leitura. Ainda sentada com as costas na cabeceira da cama, ela encarou o marido que estava andando pelo quarto, até parar na frente do grande espelho.

— Isso vai ter volta, pode apostar que vai. Quem ele acha que é? — Continuava a murmurar sozinho, encarando seu reflexo no espelho. Olhou seu semblante, ele estava marcado pela mais amarga frustração. — Hoje é o dia da caça… amanhã é do caçador.

— Tony, você quer parar de dramatizar na frente do espelho e me contar por que está desse jeito?

O herói - nem tão herói naquele momento - virou-se para a esposa com um semblante tristonho, ombros jogados para baixo e andar arrastado. Caminhou até a mesma e jogou-se ao seu lado na grande cama que tinha no cômodo. De relance, viu o livro que a loira lia, era um clássico e quase revirou os olhos por ver que a mesma estava lendo aquilo pela décima vez. Se perguntou se as páginas daquele livro já estavam cheias de gordura do suor pelo fato de terem sido tocadas diversas vezes.

— Manda ele embora, expulsa ele da minha casa. — Seu tom quase saiu como de uma criança mimada e sua face emburrada apenas se intensificou quando sentiu um cafuné em sua cabeça.

— Ele quem? — Algo na sua mente já lhe dava indícios de quem o marido se referia.

— O Nicolas.

— Você continua teimando em errar o nome dele? Você é impossível. Enfim, o que houve?

— Nada.

— Me conta. Lembre-se; na alegria e na tristeza, na saúde e nas fofocas.

Anthony suspirou, ainda com a cara enterrada no cobertor e sentindo os dedos alheios mexerem em seu cabelo.

— Você vai rir, eu sei que vai. Eu te conheço.

— Eu não vou, eu juro.

— Você está mentindo. — Bufou, levantando a cabeça e estreitando os olhos para a esposa.

— E alguma vez eu já menti para você?

— Várias vezes.

— Várias nada! não sou você. Ande, conte logo.

— Certo. — Respirou fundo, enquanto sentava-se em cima de suas pernas e encarava a loira. — Eu achei que havia descoberto uma coisa muito importante sobre o moleque, eu estava tão feliz quando vi aquela ficha criminal que sequer prestei atenção no conteúdo dela. Quer dizer, era uma ficha criminal… era podre por si só. Só que ele não foi preso por roubo, por tráfico ou por homicídio como eu achava. — Mordeu a bochecha interna, ainda não estava aceitando aquela derrota. — Ele foi preso porque ajudou a salvar animaizinhos indefesos. E ele ainda riu da minha cara lá na sala.

Nessa altura, Tony olhava acanhado para o lençol negro da sua cama. Estava com vergonha, estava com a droga da vergonha por ter se empolgado com uma coisa… que no final era outra. Ficou aguardando alguma fala vindo da esposa, mas estranhou quando recebeu apenas o silêncio. O Stark ergueu os olhos mais uma vez, apenas para se deparar com um bico nos lábios da outra, bico de quem tava prendendo a risada maldosa.

Não levou mais um segundo para Pepper desprender os lábios e rir abertamente, com gosto. Ver a expressão indignada de Tony por ter perdido para o genro era simplesmente impagável. Definitivamente Jungkook estava dando dor de cabeça para o homem de ferro. Ela pôs o livro aberto contra o rosto, enquanto ria de forma alta.

— Terminou? Não sei porque eu ainda te conto as coisas. — A expressão irritada do Stark era nítida, queria um apoio moral e não uma risada em troca. Quando estava prestes a levantar da cama para sair do quarto, sentiu a loira lhe segurar pelos braços ainda rindo.

— Não seja assim. Vai, confesse, por essa nem você esperava. — Deitou-se novamente na cama e obrigou o marido a deitar a cabeça em sua barriga. Ainda com um grande sorriso no rosto, voltou a fazer carinho nos cabelos dele. — Acho que já está na hora de você aceitar esse namoro como um sogro normal.

— Nunca. A batalha foi perdida, não a guerra. — Respondeu como se fosse um soldado lutando por sua honra, honra inexistente naquela situação. Ficou olhando para o teto do seu quarto, o ambiente não estava tão claro, pelo fato de apenas os abajus estarem ligados. O homem logo engrossou a voz, deixando a rouca e falando como um homem bem mais velho. — Essa é a primeira vez que vem a minha casa, não me trouxe um café? Não demonstra respeito, não beija minha mão. Ainda tem a coragem de namorar meu querido filho sem sequer pedir a minha permissão...

— Tsc, quer parar de ficar imitando o poderoso chefão? — Pepper reclamou da imitação fajuta do marido sobre o filme, ainda tinha o rosto relaxado pela recente risada que teve. — Mas falando sério, querido… deixe o rapaz em paz, Jungkook realmente parece ser um bom garoto. Não fique se metendo no relacionamento do seu filho, eu sei que você quer proteger ele de tudo, mas Jimin já é adulto. Ele tem responsabilidades, ele beija, ele faz sex-...

— Nem termine!

— Só estou tentando te mostrar a realidade. Acabe com isso, hm? — Inclinou-se e beijou a testa com algumas rugas do outro, estranhando o silêncio do homem genioso.’’

— O que acha que ele tem? — Jimin perguntou preocupado. Apesar do homem lhe proporcionar algumas dores de cabeça, ele ainda era o seu pai e o amava, não queria ver o mais velho triste. Até porque isso não combinava com o Stark.

— Desde que o seu pai descobriu sobre o seu mais novo relacionamento, ele vem perdendo alguns parafusos. Eu sei que ele anda irritante, mas tente ser paciente, okay? Afinal, aos olhos dele, você ainda é o príncipe da casa.

— Mas eu sou mesmo e espero que ninguém tome o meu lugar.

Ela deixou uma risada divertida escapar enquanto negava levemente com a cabeça, inclinou-se para frente e beijou a testa do mais novo. Sabia que aquela situação era complicada, principalmente para ela. Afinal, era a única sentinela da razão naquela casa. Tentava entender o lado de Jimin, de Jungkook e do marido. Estava sendo complicado, mas tentava fazer o possível para a paz sempre estar presente naquela família nada tradicional.

Despediu-se de Jimin, indo diretamente para o trabalho, onde uma equipe de reportagem lhe esperava, pois um evento importante transmitido pela indústria Stark estava chegando.

O mais novo ficou uns bons minutos sentado no estofado, encarando a selva urbana ao lado de fora do janelão, sentia falta daquela vista. Achava bonito como as janelas dos prédios refletiam os raios de sol, isso lhe trazia uma sensação de nostalgia de quando morava ali.

Suspirou ao notar que estava em uma situação delicada, se seu pai estava de fato abalado com o seu relacionamento, aquilo era um problema. Não queria se afastar de Jungkook, mas também não queria de jeito nenhum se afastar do seu pai. Aquilo jamais.

Disposto a passar um tempo com o seu velho, Jimin levantou-se e foi diretamente para a cozinha, onde iria preparar um belo café da manhã para ele e seu pai. Pelo fato de ainda estar cedo, sabia que Jungkook demoraria mais um pouco para acordar, o que naquele momento seria perfeito, já que queria passar um tempo com o Stark mais velho.

(...)

— Porra! Finalmente! — Jimin bufou quando o pai abriu a porta de vidro da oficina. Entrou com a bandeja branca em mãos que continha duas canecas pretas e dois pequenos pratos com um simples sanduíche - porém, bem recheado- em cima.

— Deixa o Capitão escutar você xingando, vai te amarrar em uma cadeira e te fazer ver aqueles vídeos educativos antigos. — Disse, referindo-se a Steve, seu colega de equipe. Por conta do som alto da oficina e das paredes com isolamento acústico, não havia conseguido escutar seu filho gritar do outro lado, pedindo para entrar. Foi necessário J.a.r.v.i.s lhe informar para finalmente olhar para trás e dar de cara com o filho portando uma expressão carrancuda. — E esse monte de comida?

— Um passarinho me contou que você não se alimentou hoje.

— Pepper é muito fofoqueira, isso sim.

Jimin sorriu quando notou o revirar de olhos do Stark. Tony era e sempre seria assim; mimado, cheio de si e sempre achando que podia enfrentar todo mundo e sair ganhando.

— Pai, ela apenas está preocupada com o senhor. Você chegou em uma idade que não pode estar pulando refeições dessa forma. — Pegou uma das canecas negras que continha café cremoso, chantilly por cima e finas raspas de chocolate.

— Está me chamando de velho?—Tony ergueu uma das sobrancelhas, quase incrédulo pelo seu próprio filho estar falando aquilo. Afinal, todos sabiam o quanto ele era vaidoso e o chamar de velho era praticamente uma ofensa.

— Eu não estou te chamando de velho, pai. A ciência está, todos os dias nós morremos aos poucos. E você não notou esses fios brancos em sua cabeça?

— Droga. — Ele bufou, procurando algum objeto com um bom reflexo para poder olhar os seus fios que a maioria ainda eram negros. — Preciso achar uma coisa boa para mudar isso.

— Tipo tinta de cabelo? — Jimin disse sarcástico, não negando ser filho de quem era. Virou-se para ele e estendeu a caneca bem cheia, logo vendo um sorriso aumentar na face do outro. Se tinha uma coisa que Tony gostava bastante, essa coisa era comidas não saudáveis.

Mas achou que aquele dia poderia abrir uma exceção, fazendo algo mais gorduroso para comer com o mais velho. Sabia o quanto o pai era teimoso, mas sempre pegava no pé alheio para ele comer coisas saudáveis e manter a forma, até porque… a idade estava chegando para ele e obviamente o mesmo tinha que começar a fazer uma reeducação alimentar.

— Você é o melhor filho do mundo. Tem canela aqui? — Levou mais uma vez a beirada da caneca na boca e tomou mais um gole da bebida quente e cremosa, sentindo o vapor bater contra o seu rosto.

— Coloquei só um pouco. — Entregou um dos pratos para o pai e logo sentou-se no chão com Anthony. Deu uma boa olhada pela oficina, vendo bagunça aqui e ali. Um pouco distante, estava a armadura totalmente aberta, e quando viu algumas ferramentas no chão, concluiu que seu pai estava fazendo uma revisão na armadura.

Lembrou-se de quando era criança e corria por ali, enquanto o seu velho trabalhava em uma nova arma ou um projeto novo. Chegava da escola louco para almoçar e logo entrar na oficina, onde músicas de banda antiga tocava e onde podia ver seu pai entrando no traje de ferro e fazendo diversos testes. Obviamente Pepper faltava infartar quando o via correr com um objeto perigoso em mão ou quando ele se pendurava em algum balcão alto.

E o pior, quando Tony resolvia pairar no ar com o filho pequeno no colo.

— Pensando no que?

Jimin voltou a realidade quando escutou a voz do seu pai, o encarou, vendo ele dar uma grande mordida no sanduíche. Logo fez o mesmo, buscando palavras para responder.

— Em quando eu era pequeno e corria por aqui. — Sorriu nostálgico — Nós fazíamos a Pepper enlouquecer em fração de segundos.

O mais velho acenou com a cabeça, sorrindo como o filho estava fazendo. Encarou ao redor, vendo a oficina e tendo imagens do Tony um pouco mais novo e de uma criança rechonchuda correndo para lá e para cá. Sabia que não era o melhor pai do mundo e muito menos a pessoa mais qualificada para criar um filho, mas sempre fazia o que estava em seu alcance.

Havia falhado muitas vezes, como da vez que Jimin caiu da escada porque estava no celular e não viu o filho descer correndo. Entendia que precisava ter pulso firme com o menor, mas era quase impossível não mimá-lo e fazer suas vontades. Sem contar que quando o outro era bebê, Tony falhava miseravelmente quando ia trocar apenas uma fralda e acabava deixando todo o trabalho para Pepper ou quem estivesse no local.

Apesar de todos os seus erros e desespero, não sentia-se arrependido de ter adotado Jimin. E agora, vê-lo ali em sua frente tão crescido, doía. Não estava pronto para abrir mão de Jimin, seu filho. E talvez nunca estivesse.

— Pai, o senhor está bem? Pepper me contou que hoje de manhã o senhor estava abatido.

— Mas é claro que estou bem, eu sou o homem de ferro, querido.

— A armadura é de ferro, não o senhor. — Bateu as mãos uma na outra, a fim de tirar os farelos que tinham grudado na pele. — Por acaso o meu relacionamento tem relação com a sua mudança?

Aquele pedaço do sanduíche foi difícil de engolir quando escutou a fala do mais novo, Jimin estava certo, aquele relacionamento estava lhe perturbando. Sempre deu tudo de si para proteger o filho, sempre lutou para ser um homem e pai melhor para aquela criança. Passou noites em claro quando Jimin tinha cólica quando era bebê, teve que aprender as odiosas canções infantis e ainda se pegava cantarolando algumas pela casa, teve que aguentar de pé ver o filho passar por diversas mudanças e ter o coração partido por amizades ou amores.

Todas as canções infantis, fraldas sujas, mamadeiras, sorrisos e quedas pela chão lhe ajudaram a amar ainda mais o rapaz a sua frente. Toda a sua dedicação foi feita por amor e sem esperar nada em troca. E agora aparecia alguém, um sujeito que nunca viu na vida fazendo juras de amor para sua criança, lhe prometendo o mundo, lhe ensinando coisas e mudando seu caminho… estava bem ali, debaixo do seu teto, levando seu filho de si aos poucos.

Tony já havia visto aquele filme antes, e filmes assim não terminavam de uma forma feliz. Alguém sempre saía com o coração partido, e se fosse para alguém sair partido, queria que fosse Jungkook e não seu filho.

— Sabe do que acabei de lembrar? — Desconversou, voltando a olhar Jimin enquanto deixava um sorriso saudoso nascer em seu lábios.— De quando você tinha uns oito meses, eu acho, você tinha a mania de passar a mão pelo meu cavanhaque enquanto brincava ou estava com a mamadeira na boca. E um dia eu fiz a barba e tirei tudo, quando apareci na frente do seu berço para pegar você no colo, você me olhou por longos segundos e começou a chorar. A partir desse dia eu deixei tudo crescer de novo e não tirei mais, já que você estava acostumado com meu cavanhaque e não me reconheceu direito quando me viu sem ele.

Jimin sorriu divertido ao escutar aquilo do pai, sinceramente, não conseguia visualizar Tony Stark sem o seu famoso cavanhaque. Sabendo da personalidade do pai, tinha certeza que ele teve dificuldade para lhe criar.

— Você sente falta de quando eu era criança?

— Oh, Deus… e como sinto! — Pôs a caneca quase vazia no chão e bateu as mãos uma na outra e se livrou dos farelos. — Você era fácil de controlar. Era mais simples… era tipo; você está debaixo do meu teto, por tanto, seguirá minhas regras.

As risadas foram preenchendo o local, dando o conforto quase visível entre pai e filho. Anthony sentia falta desses momentos, onde podiam desfrutar da presença um do outro, só faltava Pepper ali. Ele levantou-se, colocando o prato e a caneca no balcão e logo viu o filho fazer o mesmo.

— Quer me ajudar com a armadura?

— Isso é sério? — Jimin virou-se surpreso depois de deixar as coisas sujas no balcão. Seu pai sabia o quanto ele era louco pela armadura e sempre tentava mexer nela.

— Sim, sério. Topa?

— Mas é claro! Posso ver as novidades que você colocou no sistema?

— Pode.

— E ajudar a trocar as peças?

— Sim.

— E voar nela?

— Nem pense nisso ou eu te deserdo. Agora coloca uma música aí para tocar enquanto trabalhamos. — Tony andou até a armadura que estava com algumas peças faltando e outras abertas, precisa melhorá-la para estar perfeita para o próximo combate.

Jimin foi até um dos computadores, onde acessou a internet e procurou uma música animada para poder trabalhar com o seu pai. Estava empolgado, enquanto alguns pais e filhos tinham gosto em comum para o esporte e passavam o tempo jogando baseball, Jimin gostava de trabalhar na oficina com o seu pai em algum projeto. Mesmo sendo simples.

Logo uma batida sexy com a letra inicial um tanto indecente começou a tocar, fazendo o Stark mais velho olhar para trás com uma careta em sua face.

— Que porcaria é essa?

— É uma música da Nicki Minaj, Pai. — Jimin respondeu com uma expressão surpresa na face. Quem no mundo não conhecia a cantora? Suas músicas disparavam e era uma das mais tocadas, mesmo não sendo nova. Mesmo descrente com a falta de cultura pop do pai, ele começou a acompanhar a música Anaconda que tocava no local.

Anthony franziu o cenho ao escutar aquela porcaria e ainda teve a infelicidade de ver o filho cantando junto ao mesmo tempo que mexia o traseiro enquanto pegava uma chave de fenda.

— Eu não te criei assim garoto. E onde você aprendeu a mexer o traseiro desse jeito? Está parecendo aquelas dançarinas de boate que nem tem o ensino médio completo. J.a.r.v.i.s? — Chamou pela inteligência artificial, que não demorou a responder.

— Em que posso ajudar, senhor?

— Pelo amor de deus, coloque uma música que preste. Coloque para tocar The Rolling Stones.

— Qual música?

— Satisfaction.

Ele acenou com a cabeça quando o som da banda começou, apontou para Jimin, como se dissesse que aquilo sim era música. Ordenou que J.a.r.v.i.s abrisse todos os projetos da armadura e colocasse em imagens manipuláveis em 3d, assim, Jimin poderia acompanhar passo a passo e ajudá-lo com as mudanças das peças.

Agora era apenas a hora de pôr a mão na massa.

(...)

Jungkook ficou surpreso quando viu as horas no celular, não havia planejado dormir até às quatro da tarde. Mas pensou que isso seria realmente possível já que demorou demais para dormir de madrugada por conta da crise de posições de Jimin. Mesmo depois de terem acertado a posição - que ridiculamente era a mesma de sempre -, o loiro ainda insistia em ter pequenos diálogos, enquanto esperava o sono voltar.

De forma preguiçosa - e depois de ter aceitado que perdeu a manhã toda - foi para o banheiro, onde pegou sua escova de dentes e começou com a higiene bucal. Depois tirou a calça de pijama e a jogou no cesto e partiu para o banho, talvez naquele momento Jimin estivesse com o pai, já que o Park não o acordou.

Enquanto se ensaboava, pensava em algo para fazer naquela noite com o namorado. Em um dos diálogos de madrugada, a ideia de ir em alguma boate naquela noite surgiu, apesar de sonolento, Jungkook concordou com a ideia de dançar com Jimin ao som de alguma música eletrônica - se misturando com vários adolescentes problemáticos e adultos sem linha alguma. Não que balada fosse sua praia, mas gostava de abrir algumas exceções, principalmente quando essas envolvia o namorado.

Suspirou ao lembrar que seria obrigado a encarar Tony Stark. Sem poder impedir sua mente, Jungkook logo o comparou com um McLanche feliz. Onde você queria o brinquedo mas o lanche vinha obrigatoriamente junto, o que não deixava Jungkook-criança contente - afinal, a comida sempre tinha um aspecto ruim. Só havia duas formas de conseguir suportar o homem de ferro, a primeira; ser o Buda e a segunda era apenas entrar no jogo dele e fazer o possível para ganhar.

Uma parte de si não estava contente, afinal, Jimin não era um troféu para ser exibido e ser ganho dessa forma. Mas a sua outra parte orgulhosa queria esfregar na cara do sogro que sim, ele era o homem certo para Jimin e estava disposto a peitar o herói pela mão do filho. Apesar de parecer corajoso das últimas vezes que enfrentou o sogro, por dentro estava quase se borrando nas calças ao lembrar que Anthony possuía armas naquela torre.

E sinceramente não seria surpresa nenhuma caso seu corpo fosse encontrado em algum deserto, nu e com uma frase sarcástica tatuada na bunda.

Negando com a cabeça e tentando jogar aquela imaginação macabra para o lado, o moreno fechou o registro do chuveiro e buscou pela toalha. Não demorou para já estar vestido com uma calça moletom e uma regata branca.

Enquanto passava a mão por dentro da calça e arrumava a cueca - que a barra tentava a todo custo enrolar para cima já que aquela peça não era o seu número -, Jungkook saiu do quarto e foi andando pelo corredor que dava até a sala, passando pelas paredes que tinham alguns quadros de Anthony, Pepper e Jimin. E em uma delas ele precisou parar e olhar melhor, em um porta retrato mediano, Jimin-criança tinha uma parte da cabeça raspada… lhe deixando com um buraco da teste ao meio da cabeça. No fundo da foto, Tony ria enquanto tinha um aparelho de cortar cabelo em mãos.

Não foi necessário pensar muito ao sacar que Jimin havia usado aquela maquininha para raspar um pequeno pedaço do cabelo. E sequer pode conter o riso com a face do namorado na foto, a expressão era quase chorosa misturada com o olhar de cachorro abandonado no meio da tempestade. Não estava surpreso ao saber que Jimin era um tanto pimentinha na infância.

Sua atenção foi voltada novamente para onde seria a sala, quando escutou a tampa de alguma coisa cair no chão, revelando que algum dos dois estavam na cozinha. Rezava internamente para que fosse Jimin e não o encosto - vulgo Tony Stark.

A medida que ia se aproximando, pôde escutar a televisão ligada, onde olhou de relance e notou que se tratava da série Friends - uma das preferidas do namorado, ele sempre dizia que lhe trazia boas lembranças e amava assistir enquanto almoçava quando era adolescente. Não reprimiu um suspiro emburrado quando escutou a voz daquele-que-não-deve-ser-nomeado vindo da cozinha.

Em passos lentos, ele seguiu até o cômodo, sentiu um cheiro gostoso de limão e logo seu estômago deu sinal de vida, o cheiro de cítrico misturado com doce estava lhe fazendo sentir fome com mais força ainda. Antes mesmo que pudesse entrar no local, pôde escutar a voz de Tony, seu tom era um tanto sério.

— Sei que você tem boas intenções com seu futuro projeto, filho. Mas tem que entender que a criação de um grande reator trará problemas e isso é algo que não pode ser evitado. — Ele encarou o rapaz, que estava com os olhos vidrados nas tortinhas de limão que ambos haviam feito naquela tarde. — Você quer usá-lo para criar energia limpa e alimentar várias cidades, quer usar para uma finalidade boa. Mas eu quero que abra seus olhos para a realidade, pois enquanto você quer usar para o bem, outras pessoas vão querer usar para algo ruim. Como criação de armas e querer militarizar essa energia.

— Então o senhor acha que não devo seguir em frente com ele, é isso? — Parou de pôr o chantilly em cima das tortas e encarou o pai. De certa forma aquilo o incomodou, afinal, acreditava que aquele seria um grande projeto em sua vida e estava se empenhando desde cedo.

— Pelo contrário, quero que continue com ele. Mas quero que abra seus olhos e entenda que não será um mar de rosas, tudo tem consequências. Você vai estar criando algo grande, então precisa ter noção dessa responsabilidade. Se isso cair em mãos erradas, coisas ruins vão acontecer. Por que acha que sempre mantenho meus projetos bem guardados a sete chaves? Porque não quero que ninguém os use para algo ruim.

— Entendi, pai. — Jimin sorriu pequeno, encarando o outro roubar uma das tortinhas. Sentia-se como uma criança novamente, quando escutava algum conselho do seu pai sobre alguma coisa. Não que fosse ruim, longe disso. Apesar de todos os defeitos e jeito mimado do seu pai, ele ainda tinha muito para lhe ensinar.

— E outra coisa que quero conversar com você. Jimin, sei que não quer viver na minha sombra, mas precisa entender que para você crescer no ramo que quer… necessita ser reconhecido o quanto antes. Assim, mais oportunidades virão.

— Mas eu posso conquistar não necessariamente desse modo. Pai, já conversamos sobre isso. Não vou crescer usando a fama de ser o filho de Anthony Stark, não que eu sinta vergonha, pelo contrário. — Suspirou, aquele assunto sempre era um tanto delicado. — Mas eu quero crescer usando meu próprio nome, entende?

— É claro que eu entendo, mas você precisa ver por outros ângulos. Acho que sua ideia de crescer nesse ramo ainda está muito crua. Meu pai foi famoso pelo o que eu faço hoje em dia também, ou melhor, pelo o que eu fazia. — Revirou os olhos. — Fui reconhecido por ser filho dele, isso é inevitável. Mas mesmo assim eu construí meu próprio nome, fazendo minhas criações. Tenho consciência de que se eu não tivesse essa oportunidade, talvez não estivesse aqui como vivo hoje. Entende o que eu quero dizer? Você pode sim carregar o legado da família Stark, mas pode ser original. Se você quer ser reconhecido e crescer, pare de se esconder das câmeras e aproveita os holofotes, filhão.

O loiro ganhou alguns tapinhas nas costas, seguido de um roubo de mais uma tortinha. Jogou as coisas sujas na máquina de lavar louça enquanto pensava no que o pai havia falado, sinceramente, nunca tinha visto por aquele ângulo. E sendo bem sincero consigo, aquilo fazia parte da realidade e seu caminho seria definitivamente mais certo se seguisse os conselhos do mais velho.

— Vou pensar nisso que o senhor falou.

Jungkook sorriu, querendo ou não o cretino do seu sogro estava ajudando Jimin a seguir seu sonho de uma forma mais correta e mais pé no chão. Anthony podia ser um babaca, mas era bom nos conselhos que envolvia aquele ramo e isso tinha que admitir. Resolveu entrar na cozinha e seguir aquele cheiro delicioso de limão.

— Nos divertimos bastante, não é? O dia está tão agradável. — O homem de ferro sorriu ao terminar de limpar a boca, viu o filho acenar em concordância enquanto também tinha um rosto contente. Ao se virar para ir a sala e assistir a série, deu de cara com Jungkook entrando no cômodo, com as mãos dentro do bolso da calça de moletom. Um sorriso nunca sumiu tão rápido do seu rosto — Esquece o que disse sobre dia agradável.

— Boa tarde, Sogro. — Ele forçou um sorriso amistoso enquanto passava pelo homem com cavanhaque. — Eu dormi demais, acordei apenas agora.

— Podia dormir para sempre, isso sim. E não me chame de sogro, acabei de comer uma tortinha de limão maravilhosa, não me faça regurgitá-la.

Jungkook riu baixinho, olhando para frente e vendo Jimin distraído arrumando algo em uma bandeja. Deu um tapinha nas costas do Stark mais velho, ainda portando um sorriso divertido para irritá-lo.

— Não seja amargo, Tony.

E antes que o rapaz pudesse dar mais um passo, sentiu seu braço ser segurado e levemente apertado pelo outro.

— Para você é senhor Stark. — Sussurrou raivoso. — E abaixe essa sua bola antes que eu mesmo decida fazer isso e te jogue pela janela. Acredito que você ainda não evoluiu ao ponto de ter asas para poder sobreviver a queda.

— É melhor aceitar o quanto antes que eu sou o homem certo para o seu filho e esse joguinho acaba.

— Uh! — Debochou, soltando o braço alheio e limpando a mão na calça, como se tivesse pego em algo nojento — Além de mentiroso é desequilibrado. Cuidado que eu posso usar isso contra você, hein.

Anthony saiu da cozinha, deixando Jungkook com uma leve irritação dentro de si. Não entendia como alguém podia ser tão irritante daquela forma, seu sogro conseguia lhe tirar do sério enquanto tinha um sorriso na face.

Andou até o namorado, contornando o balcão e passando a mão pela coluna dele. Logo o mais novo levantou a cabeça rapidamente e sorriu, inclinando e dando um selar nos lábios alheios.

— Finalmente acordou. Com fome? Eu e meu pai fizemos tortinhas de limão, eu fiz metade e ele a outra metade.

— Não corre o risco de algumas delas estarem envenenadas, não é?

— Como assim?

— Nada. — Segurou na cintura do loiro, o obrigando a se virar. Logo serpenteou os braços ao redor do seu corpo e o puxou para um beijo mais profundo, sentindo o gosto do creme de limão na língua do outro. — E então? Vamos sair que horas hoje?

— Amor, sinto muito. A nossa saída de hoje foi cancelada, eu achei melhor ficar em casa e curtir um pouquinho com o meu pai. Ele estava tão triste hoje, é melhor fazermos companhia para ele, sabe? — Respondeu Jimin, com uma leve preocupação na face. Apesar de querer sair, não queria deixar o pai sozinho caso ele estivesse chateado com alguma coisa.

Jungkook absorveu aquelas palavras lentamente, levou o olhar por cima do ombro de Jimin e encarou a sala, vendo Anthony dar um sorriso cínico em sua direção enquanto rodava o controle da televisão na mão. Não levou um segundo a mais para se tocar que o cretino estava se fingindo de triste para ter atenção completa do filho.

E o pior, ele estava conseguindo.

— Tem certeza que ele está triste? Acho que não, hein. — Soltou-se de Jimin, começando a ficar levemente irritado pela aquela jogada do sogro.

— O que está insinuando? Está encrencando com ele agora? — Revirou os olhos e logo beliscou o braço de Jungkook. — Não quero que vocês fiquem trocando farpas e insinuando coisas, okay?

— Mas…

— Jungkook.

— Entendi, entendi.

(...)

Talvez desejar a morte fosse a melhor coisa para se pensar naquele momento, pois Jungkook queria ao menos algo para lhe tirar dali. Certo, havia desejado compartilhar o sofá com Jimin e o sogro, mas isso foi semanas atrás e com a ideia completamente amigável. Não daquela forma.

Tony se encontrava deitado na metade do sofá, com a cabeça no colo de Jimin e o Stark mais novo fazia carinho nos cabelos do pai enquanto ria vendo a série.

Jeon estava se sentindo de lado e sabia que aquilo era plano do homem de ferro, e o pior de tudo é que estava dando certo. Enquanto assistiam algumas cenas do Ross e da Rachel, Tony fazia questão de jogar indiretas para Jungkook:‘’Pobre Rachel, achou que encontrou o amor da vida dela mas o Ross não passa de mais um’’, ‘’ Ross estragando tudo mais uma vez. Hunf! Decepcionado, porém, não surpreso’’.    

— Quem quer cerveja? — Jimin perguntou de repente, ainda com um sorriso nos lábios pela cena de comédia que havia acabado de passar - Friends era definitivamente sua série favorita. Quando notou os dois homens levantando a mão em resposta, tirou a cabeça do seu pai que estava no seu colo com cuidado e levantou-se. — Vou pegar.

Jungkook esperou seu namorado sair do cômodo para enfim metralhar o sogro com o olhar, e apenas recebeu um sorrisinho debochado em troca. Sorriso de quem estava ganhando daquela vez.

— Você estava dizendo aquelas coisas para me atingir, não é?

— Indireta recebida com sucesso. — Anthony revirou os olhos enquanto ainda encarava o não-genro. — Pelo menos você não é tão burro. Sabe, o Ross precisa deixar a Rachel em paz. Ela necessita de coisa melhor.

O mais novo da sala bufou descrente, querendo mais do que nunca pegar uma almofada e segurar na face do homem, para ver se ele calava a boca ou na melhor das hipóteses… deixasse de respirar.

— Pois eu discordo. Acho que o Ross tem muita coisa para oferecer a Rachel, ele é um bom homem para ela e daria muito valor a relação que ambos compartilham. — Jungkook defendeu seu ponto de vista, porém, sabia muito bem que Anthony não estava se referindo aos personagens de tv e sim a ele e Jimin. — Acho que o Ross apenas precisa de um pouco de valor e crédito, afinal, ele quer mostrar que pode sim fazer ela feliz. Ele não é perfeito, mas é o melhor para ela e todos sabem disso. Além disso, ele não quer ser perfeito, perfeição não existe, ele quer apenas dar tudo de si e fazê-la feliz.

Tony bufou uma risada, deixando claro seu tom sarcástico enquanto ria baixinho. Levou a mão até o ombro largo do rapaz e apertou levemente, tendo a atenção do moreno em si. Logo o olhou compreensivo, enquanto acenava com a cabeça para Jungkook.

— Boa tentativa de tentar me convencer sobre o seu ponto de vista, mas minha opinião ainda continua intacta. E sobre a perfeição, ela existe sim e a prova viva está em sua frente. — Riu mais uma vez, vendo Jungkook revirar os olhos e puxar o ombro para longe da mão do mais velho. — E não se preocupe, Jungkook. Não tenha medo da perfeição, até porque isso é algo que você nunca vai atingir.

— Você está amargo desse jeito porque sabe que eu e Jimin vamos ficar juntos por um bom tempo, talvez pela eternidade.

— Cuidado, hein? A última eternidade do Jimin durou seis meses, o nome dele era Harry. — Sorriu largo ao ver a careta na face de Jeon ao escutar o nome do ex do loiro.

Antes que pudesse rebater o mais velho, Jimin entrou na sala com três garrafas geladas de cerveja na mão. Jogou-se mais uma vez no sofá, no meio dos dois. E antes que Jeon pudesse tomar alguma atitude e abraçar o loiro, Anthony deitou-se no colo do filho novamente e recebeu uma garrafa de cerveja e um cafuné nos cabelos.

Jungkook mais uma vez sentiu que foi deixado de lado. Definitivamente aquele dia estava sendo ruim, principalmente quando notou um pequeno sorriso vitorioso nos lábios do sogro. Quando estava sentindo que estava ganhando, quando achava que estava vendo uma luz no fim do túnel… descobriu que era apenas um trem vindo em sua direção, e esse trem tinha um nome e sobrenome.

Tony Stark havia levado aquela.

 


Notas Finais


#CholaMaisJungkook.

Se não for para brincar, nem desce para o play. O Tony é tipo '' vai chorar? sai da rodinha''. Sim, Tony Stark é cínico a ponto de fingir que esta triste para ter a atenção do filho kkkkk.

Que lindo, hein? O aniversário é meu e vocês que ganham presente ( capítulo de 7k). Sim, amanhã ( dia 6) é meu aniversário.

Mereço parabéns?

Muito obrigada a quem leu e bem vindo novos leitores <3

https://spiritfanfics.com/historia/nos-veremos-novamente-10133201 ( Tem Jungkook caçador e Jimin de chapeuzinho vermelho.)

Au revoir!!!


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