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História O Sol e os seus Jungkook's - 02. todos nós caímos.


Escrita por: gukiej

Notas do Autor


usem #primaveracorna pra falar dela no twitter :) desculpem a demora >:(

Capítulo 3 - 02. todos nós caímos.


Antigamente, as cores neutras predominavam as televisões, e os ecrãs. O preto e o branco mesclavam-se nas telas pequenas e as transformava em cinza, uma cor nova que não significava muito.

Hoje, no presente, essas cores são usadas pra representar o passado, e quando algo deixa de ser tão recente assim, você pode notar que as cores predominantes são as de tempos passageiros.

Desde que houve uma "evolução", novos tons fizeram jus ao nosso presente, e em qualquer tela você enxerga coloridos novos em tons frios ou quentes. O preto e branco continuam la mas em pontos insignificantes ou comuns que ninguém faz questão de reparar.

Mas, se chegamos a uma conclusão de que filmes ou novelas antigas foram esquecidas e transformadas em berrantes e chamativas, porque eu parecia estar enxergando tudo exatamente igual ao de antes?

Não estava conseguindo notar o verde das plantas ou o laranja e amarelo do sol quente. Não estava conseguindo notar o azul ceano do lago, ou o vermelho e verde dos peixes bonitinhos de la dentro. Parecia tudo em câmera lenta, alternando entre vários tons de branco, preto e cinza.

Sungwoo se tinha tornado o meu passado, mesmo que os acontecimentos insensíveis e horrendos estivessem acontecendo nesse exato momento. Era estranho, e assustador, porque eu queria as minhas cores devolta.

Senti braços me cutucando com leveza, mas enxerguei bocas se movendo pra cima e pra baixo, mas parecia não conseguir escutar nada. Então eu me lembrei que tambem antigamente, alguns dos filmes eram somente visuais e não auditivos. Estava reencarnando como um tipo de Charlie Chaplin mas era protagonista por uns minutos de terror e não comédia. Aterrorizante.

Se eu não podia escutar ou lavar os meus olhos com o colorido, então eu estava vivendo ou somente morrendo por dentro?

Era complicado mas uma hora ou outra eu teria de aceitar a realidade. A realidade de que tinha sido traído injustamente,e de que teria de seguir em frente. Mas esse era o problema. Seguir em frente, porque no momento eu me sentia zonzo e estava sendo puxado para o meu lado direito.

Caí no chão novamente, e senti seis pares de olhos me examinando, enquanto tudo o que precisava era de fechar os meus e nunca mais os abrir. A grama seca parecia agora molhada por água que escorria dos meus olhos, e o meu rosto estava quente como um churrasco que o vizinho fazia toda sexta feira.

Talvez o errado não fossem os outros mas sim eu próprio. Não tinha o amor dos meus pais. E sinceramente acho que nunca tivera o de Sungwoo, no final das contas. Era somente Park Jimin um gay que sentia dor, e tinha saudades do antigo, e medo do presente e futuro.

― Jimin? ― finalmente pude escutar alguma coisa passado mais alguns minutos desde que estava deitado ali na grama. Mas infelizmente desejava não ter escutado nada. ― Por favor, me responda! ― os seus cabelos dantes ruivos permaneciam cinzas assim como o restante das coisas que eu conseguia enxergar naquele jardim. Mas não respondi.

Senti vibrações no meu bolso traseiro das calças, e tremi com o pensamento de ser Jihyun me mandando mensagem. Ela precisaria saber a que horas eu voltaria pra casa (com Sungwoo) e que tipo de torta era a sua favorita pra ir no mercadinho comprar uma. Quando ela descobrisse, não duvidaria muito caso deixasse escorrer uma lágrima solitária dos olhos amêndoa esverdeados. Era decepcionante.

― Ei...― foi quando um tom difrente, uma voz difrente, um timbre difrente, e uma preocupação difrente se fizeram presentes nos meus ouvidos, que dantes latejavam com dor. Por momentos senti reconhecer aquele som de algum lugar, e então com um pouco de coragem eu remexi a minha cabeça e olhei pra cima.

Então, consegui enxergar as cores denovo.

Enxerguei o marrom dos seus cabelos enroladinhos e escuros, enxerguei a melanina perfeita da sua pele. Enxerguei o rosa e vermelho ressecado dos seus lábios pelas mordidas desesperadoras, e enxerguei o conforto no redondinho dos seus olhos. Eu enxerguei Jungkook, com o ciclo cromático todo junto.

― Você consegue se levantar? ― perguntou, a sua franja caindo levemente sobre os seus olhos por ação da brisa refrescante.

Balancei a cabeça em afirmação.

Apalpei a grama com as minhas palmas vermelhas de tantos apertos e cortes das minhas próprias unhas, e ergui os joelhos como forma de apoio pra ficar em pé novamente. Resmunguei ao sentir uma fisgada no estômago e me encolhi.

― Jimin! Meu deus eu fiquei preocupado. ― dessa vez foi ele quem tinha me questionado. Senti denovo uma fisgada, mas na cabeça. Ri irônico.

Se estivesse preocupado comigo ele não me traíria.

Outra fisgada se fez presente, agora pinicando na pele do meu braço direito.

― Porque não me responde? Aliás quem é esse garoto atrevido? ― outra fisgada, mas no pé esquerdo.

Escutei os tênis de Jungkook se aproximando do outro, de maneira lenta e firme. Tambem o escutei sorrir debochado e machucado.

― Esse "garoto atrevido" era o namorado do garoto que você tava comendo. ― choque.

Ele era corno juntamente comigo?

Sung arregalou os olhos no momento em que tais palavras tinham sido proferidas, e o garoto ao seu lado pareceu ficar momentaneamente desesperado.

― Ex? Mas Jungkook! ― exclamou, agarrando no seu braco com as suas unhas curtas. O moreno bufou exausto.

― Saia daqui Jaehyun, antes que eu perca a paciência.

― Você vai mesmo jogar quase dois anos fora? Assim, do nada? ― perguntou, dessa vez chorando.

Jeon firmou o maxilar, e semicerrou o olhar de odio na sua direção.

― Do nada? Você me traiu com ele, e acha que foi do nada? Eu ja não lhe disse o quão eu detesto traições? ― um monte de questionamentos foram soltados por ele, e por muito que não devesse focar naquela conversa, eu senti uma última fisgada, dessa vez no coração, me fazendo cair mais uma vez na grama semi molhada.

― Jimin? Ei Jimin! ― Sungwoo me segurou pelos ombros, me levantando enquanto estava zonzo. Tentei arranjar forças pra me desvencilhar do seu toque que sentia falta.

― Me solte. ― respondi cansado.

Ele ergueu uma sobrancelha como se eu não estivesse falando sério.

― Não!

Foi quando Jungkook se aproximou mais uma vez, e tirou as mãos do meu ex namorado de minha pele fria e seca. Fiquei um pouco desnorteado pelo toque brusco, mas ainda assim consegui me manter em pé.

Tudo o que queria era chorar no travesseiro e me entupir de torta de limão. Lembrei que teria de verificar a mensagem no meu celular mais cedo quanto antes, porque Jihyun esperava uma resposta. Porém, Sung empurrara Jungkook sem mesmo que eu tivesse tempo de piscar o olho.

― Qual o seu problema? Cai fora. ― resmungou, e ele pareceu se arrepender segundos depois.

― Não tenho problema nenhum, você que deveria ter por não deixar o garoto em paz.― o fitou, seriamente. ― Repense no que fez algum tempo atrás e me diga se sou eu quem realmente deveria sair daqui. ― limpou o pó dos seus ombros, e examinou dessa vez o garoto desesperado do outro lado da sombra. ― Quanto a você, conversamos depois.― e o outro somente assentiu de cabeça baixa e expressão entristecida. Como se não tivesse sido culpa sua.

Logo após isso o silêncio reinou por alguns minutos. Todos se examinando silenciosamente (alguns com olhares pidões, outros com furia), mas no fim, todos nós adornavamos pingos de tristeza e decepção.

O primeiro movimento após esse curto período desconfortável fora o de Sungwoo. Ele mexeu os seus calcanhares e os girou na direção oposta, não sem antes de olhar pra mim com os seus típicos caramelos brilhantes. Chorava.

― Eu sinto muito.― sussurrou. ― Não deveria ter continuado te iludindo, sendo que não sentia mais nada por você. ― ele quebrou o contacto com água salpicando da sua bochecha vermelha.

E os próximos passos que dera foram pra longe de mim. Um longe de que não voltaria mais.

Então eu chorei mais uma vez, mas numa maior quantidade. Porque eu estava quebrado tanto por fora como por dentro, e me sentia como um vaso antigo caído sob o chão. Ardia, ardia muito.

Jungkook não tinha dito mais nada, mas eu sei que ele me observava desmoronando ao seu lado. O outro garoto tinha ido embora apoucos segundos atrás, o que fazia com que ambos estivessemos sozinhos, com as duas sacolas identicas na grama cinza.

― Não chore.― ele murmurou. Mas isso só fez com que eu chorasse mais ainda; a ficha caindo mais uma vez de que eu tinha sido traído. E novamente, deixado de lado.

Um soluço alto soou repentinamente e confesso que me assustei por isso. Mas quando olhei pro meu lado esquerdo, não consegui esconder a minha face surpresa, e a tristeza me engoliu mais uma vez em ondas intensamente dolorosas.

Jungkook também estava chorando.

―  Eu ainda o amo tanto...

Entendo.

Naquela manhã do começo de Primavera, eu completaria três anos de namoro com Sungwoo. Naquela mesma manhã, eu juntei todo o meu dinheiro esforçadamente, e comprei uma das melhores camerâs que já vira em toda a minha vida. Logo após eu conheci Jungkook, um garoto bonito que também tinha alguém especial em sua vida.

Naquela tarde do começo de Primavera, eu descobri que tinha sido traído injustamente, e senti o peso que era a dor denovo. Senti também a raiva e outros sentimentos ruins mesclados com o sol quente, a brisa refrescante e a calmaria da água.

Agora, naquela mesma tarde,eu chorei muito com Jungkook, silenciosamente. E percebi que a Primavera não era tão legal assim, na verdade se tinha tornado a pior estação de todas.

Descobri que eu não era de ferro e que nunca cresceria. Descobri que Jihyun se decepcionaria e eu choraria ainda mais no meu quarto enquanto me entupia de torta de limão e suco de maracujá. Descobri que o amor não é perfeito, e que eu não quero nunca mais sentir essa sensação.

A única certeza que tinha no momento era que chorar juntamente de Jungkook poderia ser muito melhor do que no meu quarto. Então eu aproveitei aquele tempo todo para enrolar as minhas mãos nos meus braços e sentir os cinzas, pretos e brancos desaparecerendo, mostrando que a única antiguidade tinha finalmente ido embora.

A única melodia eram os soluços de dois homens destroçados.

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Tae <3: encontrei a cueca! bom encontro ♡






























Notas Finais


obrigada pelo apoio!! amo os vossos comentários >:( ♡


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