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História O suicídio de Scott Malkinson - Retrocesso


Escrita por: Grimm-

Notas do Autor


Os capítulos provavelmente sairão uma vez por semana. O máximo que posso demorar para postar um capítulo será de duas semanas ou um mês. Motivos? Apenas dois: atividades da escola e serviços da casa.

Eu também gostaria de agradecer pelos comentários a qual recebi no primeiro capítulo da fanfic. Sério, muito obrigada mesmo pelo grande incentivo. Isso me impulsionou de maneira colossal para escrever o segundo capítulo em menos de uma semana. Foram apenas dois comentários, mas eu já considero pakas por vocês terem gastado parte do seu tempo para fazer o meu dia feliz❤

A fanfic ainda não possui uma beta, então peço desculpas pelos erros ortográficos.

Bom, acho que é só. Tenha uma boa leitura!

Capítulo 2 - Retrocesso


Fanfic / Fanfiction O suicídio de Scott Malkinson - Retrocesso

Investigação misturada com burocracia, era aquele o trabalho dos sonhos de qualquer criança de sete anos, que nem ao menos fazia ideia de como aquilo exigia mais do que se poderia pensar. E a papelada era a parte mais chata de toda investigação.

Seria ótimo se a vida fosse igual aos filmes e séries de investigação policial, onde eles só prendiam assassinos e nada mais.

Tweek suspirou, recostando seu corpo na cadeira de rodinhas que ficava frente à sua mesa cheia de papéis e de sobra uma barra de cereal comida pela metade, da qual ele se esqueceu totalmente da existência e estava um pouco surpreso por Cartman não ter pego da sua mesa. O loiro jogou a barra no lixo, não pretendendo mais comer aquilo quando provavelmente já estava cheia de germes.

Tudo que lhe restou agora foi uma garrafa térmica com café; líquido do qual um dia ele pensou que nunca mais beberia em sua vida. 

Levou um longo tempo para ele perder o trauma que havia criado perante a coisa que ele era mais viciado quando criança; cafeína. 

Mas a realidade é que, por um longo tempo, sua dependência química não se tratava da substância escura e de sabor amargo, mas sim do que seus pais colocavam dentro dele.

Ele não era viciado em café. Ele era viciado em metanfetamina.

Que tipo de pais idiotas e com problemas mentais davam a porra de metanfetamina para uma criança? E se já não bastasse isso, eles também colocavam esse mesmo "ingrediente especial" no café dos clientes, com o intuito de os tornar viciados para que comprassem na cafeteria toda vez que a abstinência da droga atingisse seus corpos.

Para os pais do Tweek, era mais fácil usar seu próprio filho como cobaia experimental, do que vender humildemente o café Tweak — mesmo que esta não fosse a melhor cafeteria da cidade. 

E o que isso os custou? O que isso custou para Tweek? Tudo. Sua vida. Seus amigos. Sua infância.

Aos dez anos, quando a segurança sanitária descobriu o que acontecia às quatro paredes, Tweak coffee foi fechado. Seus pais foram presos e ele foi posto numa clínica de reabilitação.

Mesmo que seus pais tivessem tentado se safar ao dizer que ele tinha TDAH, Tweek não passou no teste de drogas, o que comprovava um fato que as autoridades já suspeitavam:

Ele era um viciado, não um doente.

Tudo aconteceu de forma rápida. Em um dia ele era apenas uma criança que brincava com seus amigos de super-herói, já no outro um filho de traficantes com alta dependência em metanfetamina.

Ele foi levado embora de South Park, pois não possuía nenhum parente por perto que o pudesse visitar na clínica da cidade. Tweek então foi para longe, muito longe, sem que pudesse se despedir dos seus amigos.

O loiro nunca teve a chance de dar a eles um adequado adeus. 

Seus anos dentro de uma casa com demais dependentes químicos foi uma completa terapia de loucos. Ele estava no inferno. 

Toda noite, trancado em um quarto, ele ouvia os gritos das pessoas internadas de maneira involuntária, isto é: contra sua vontade, implorando para que lhe deixassem sair ou que lhe dessem apenas um remédio para aliviar a abstinência. 

Porém, ele não ficava atrás. Tweek ainda se lembrava do quão gritava histericamente aquelas três palavras: 

"Eu quero sair! Eu quero sair!" 

Ao ponto da sua garganta se tornar seca e terrivelmente dolorida, só parando de gritar, chorar e bater na porta junto aos outros internados quando já não tinha mais forças para isso.

Noites mal dormidas, paranoia excessiva, alucinações e um corpo totalmente dependente da droga que seus pais colocavam em seu café. Ele apenas queria qualquer coisa que pudesse aliviar suas dores físicas e mentais.

A desintoxicação era feita através de pequenas doses de metanfetamina, até que seu corpo não sentisse mais a necessidade de consumir a droga. Porém, continuava sendo uma longa batalha para Tweek após tantos anos, dia e noite, se entupindo de drogas.

O primeiro ano foi o mais difícil, pois ele tinha entrado em crise de ansiedade e de depressão. Muitas vezes havia pensado em tirar sua própria vida, cortar os pulsos, se enforcar num maldito lençol, morder a língua ou simplesmente bater sua cabeça na parede até danificar o cérebro. Porém, Tweek não tinha coragem o suficiente para fazer, como se algo dentro de si ainda dissesse que ele devia lutar ou talvez por ser um puta medroso.

A única coisa que ainda o acalmava era receber a visita de seus avós por parte de mãe, até mesmo brincar com alguns amigos de sua idade dentro da clínica — pequenos viciados de rua. Mesmo assim, certamente aquelas crianças nunca conseguiram tirar do seu peito sua velha turma de amigos, que naquele ponto já deviam ter se esquecido da sua existência. 

Ele recebia ajuda psicológica, que era uma das melhores coisas dentro da clínica, pois poderia falar sobre todo sua amargura, além do grande ódio que possuía pelos seus pais por eles terem arruinado sua saúde, sua mente e sua vida. 

Tweek não ia mais para a escola, não era instável o suficiente para ser recolocado em sociedade, então um professor particular dava aula para as crianças dentro da clínica. 

Apenas em seu segundo ano que as coisas melhoraram consideravelmente, quando ele começou a sair mais de seu quarto para ir às atividades que ocorriam ao ar livre. 

O tratamento continuou ainda por quatro anos e Tweek permaneceu com sequelas devido a metanfetamina inserida em grandes doses quando criança. Foram estes: A insônia, o tique involuntário de piscar um dos olhos e ainda o ato de gemer ou gritar em meio a uma frase sem ter a intenção. Igual antes, porém de forma bem menos regular.

De certa forma, não poderia reclamar de ter sido apenas essas, pois haviam sequelas muito piores, como por exemplo: envelhecer vários anos de maneira física ou ter crises de, tremedeira excessiva, pânico e ansiedade — como ele sempre teve quando criança, mas conseguiu superar.

Quando saiu da clínica desintoxicado e com uma melhor saúde mental, morou com seus avós e completou seu ensino médio no colégio. Foi assim que sua vida começou a novamente entrar nos eixos. 

Tweek se sentiu finalmente bem, vivendo como uma pessoa normal, sem mais paranoias e alucinações doidas — como gnomos roubadores de cueca.

Ele fez amigos e desfez amizades, foi às festas, se meteu em brigas, quase repetiu em uma matéria e teve alguns namorados depois de reconhecer sua própria sexualidade ainda no colegial. Ah, e claro, chutou as bundas dos seus ex's quando não estava mais interessado, assim como levou alguns chutes na bunda. Karma.

Tweek não pensou muito a fundo sobre a profissão que queria quando finalizou seus estudos. Desde pequeno, junto com alguns de seus amigos de South Park, ele sempre desejou se tornar detetive para desvendar crimes, interrogar pessoas e socar bandidos. A profissão de seus sonhos.

Com 21 anos, mesmo com os pais presos e com uma antiga história na clínica de reabilitação, Tweek conseguiu um emprego após tanto ter se esforçado para conseguir realizar seu sonho.

Porém, seu verdadeiro lugar não era ali. Ele sabia que deveria voltar para suas origens. O lugar do qual realmente veio e cresceu. O loiro ansiava reencontrar todas as pessoas que fizeram parte dos melhores momentos de sua vida, saber se eles estavam bem e se a cidade continuava a mesma após tantos anos longe dela.

Determinado, Tweek decidiu retornar para South Park ao completar dois anos como detetive. Ele pediu ao seu antigo capitão uma transferência, de modo que ganhasse uma vaga permanente no departamento de Polícia de sua cidade natal.

Com o seu Impala 67, dado de presente pelo seu avô em seu primeiro caso solucionado, Tweek seguiu rumo a um segundo recomeço.

Quando o loiro avistou a placa da cidade, não pôde evitar de dar um de seus melhores sorrisos em anos, verdadeiramente feliz em estar de volta. 

Pelo vidro de seu carro, reconheceu alguns rostos familiares, a maioria de adultos que possuíam o dobro de sua idade, mas que haviam feito parte da sua vida, mesmo como secundários ou terciários. 

Ele cogitou a ideia de parar o carro e cumprimentar a todos, falar que ele era o antigo Tweek de 12 anos atrás e perguntar sobre seus amigos, mas aquilo tomaria muito do seu tempo. Tinha certeza que logo mais teria a oportunidade de vê-los novamente, então não teria problema deixar a oportunidade passar.

No caminho, em direção ao apartamento que seria seu novo lar, Tweek avistou de longe a antiga cafeteria de seus pais. Naquela hora, seu coração deu um pulo dentro do peito de maneira dolorosa. 

Por um instante, o loiro pensou em dar marcha ré, aumentar a velocidade do carro e ir embora da cidade. Porém, havia sido apenas um pensamento passageiro de medo, ao que ele respirou fundo e mesmo com as mãos trêmulas sobre o volante, se arriscou em passar ao lado daquele lugar amaldiçoado.

O loiro encostou o carro do outro lado da rua, em frente à antiga cafeteria. Saiu do impala e observou com um olhar sério as paredes manchadas de sujeira e de pichações com figuras de pênis. Os vidros da porta e das janelas quebrados, espalhados pela calçada. Dentro estava ainda pior do que no lado de fora. Um antro de lixo; cigarros, papelão, pedras, cacos de vidro e muita sujeira. Mesmo do outro lado da rua, ele conseguia sentir o forte odor de urina e fezes àquela distância. Nojento. Provavelmente um mendigo havia destruído o local para roubar o que tinha por dentro ou apenas para ter esperança de encontrar alguma metanfetamina.

Pobre idiota. Toda a droga já havia sido confiscada anos atrás pela polícia. Agora, provavelmente servia como moradia de desabrigados, que se escondiam do frio. 

Um antro de lixo e de drogas. 

Aquele lugar de merda não poderia ser melhor que isso.

Enquanto olhava a cafeteria, o loiro mordeu o lábio inferior e pensou em como sua vida teria sido totalmente diferente se os seus progenitores apenas tivessem levado uma vida longe de qualquer encrenca. 

Aqueles cuzões de merda. Que se foda o filho deles. Ele era apenas uma cobaia de testes.

Tweek suspirou frustrado. Gostaria de entrar apenas para que seus fantasmas do passado fossem totalmente embora de sua vida, mas aquele lugar fedia literalmente à merda. Até parece que iria arriscar seu nariz lá dentro.

O loiro voltou para o carro e seguiu seu rumo sem olhar para trás. Não valia seu tempo.

No outro dia, ao ir para a delegacia cumprimentar seus novos colegas de trabalho, saber onde era sua mesa, além de receber um caso novo de invasão a domicílio, Tweek foi recebido com olhares de curiosidade. Aparentemente, ele havia sido o primeiro detetive transferido para South Park. Afinal, quem iria querer trabalhar numa cidade tão turbulenta como aquela? Desde pequeno, ele se lembrava que aquela cidade fazia o inferno parecer um paraíso.

Porém, sua postura e roupas demonstraram profissionalismo. Ele tinha uma face bonita e oval, porém sem qualquer expressão, além de grandes manchas escuras por debaixo dos olhos; olheiras de noites mal dormidas. Um corpo esguio, todavia possuidor de alguns músculos mesmo por debaixo do sobretudo verde, acompanhado de um moletom preto de gola alta e uma calça jeans azul marinho que ele sempre utilizava no trabalho — poderia se dizer que aquele era o seu "uniforme" de detetive. Madeixas longas e bagunçadas de coloração dourada, que lhe caíam sobre as grandes orbes esmeraldas nas laterais. 

Ele era bonito, de fato. Uma presença que parecia séria e inabalável.

A primeira pessoa a lhe dar as boas-vindas veio a ser o capitão Yates, o qual ele havia investigado a algum tempo para causar uma boa impressão e de sobra acabou descobrindo seus podres como ser humano. Mais um empecilho naquela cidade, como se já não bastasse a cafeteria.

O loiro sorriu grandemente ao identificar que dois dos seus colegas de trabalho eram também seus amigos de infância. Ali estava: Craig Tucker e Clyde Donovan.

O único dos seus antigos amigos que não trabalhava lá era Token Black — este que se tornou um dos advogados mais jovens de toda South Park. Porém, mesmo que tivesse se formado como detetive, provavelmente não teria arrumado um emprego por conta daquele racista nojento do Yates.

Clyde chorou como um bebê ao ver que um dos seus melhores amigos estava de volta à cidade, e melhor ainda; trabalhando com ele. Ele abordou-lhe em um abraço e o loiro ficou sem reação, não retribuindo o sinal de afeto devido a surpresa. Tweek não era lá um fã de contato físico e realmente não esperava que tivesse feito falta para os seus amigos. Bom, estava redondamente enganado.

Clyde continuava quase o mesmo de quando criança. Incrível o fato da sua personalidade não ter mudado quase nada nos últimos anos. Mulherengo, um pouco egocêntrico e metido, além de bebê chorão quando recebia um chute na bunda. Ah, sim, ele também poderia ser considerado como o clássico policial que não era exatamente magro como Tweek, mas também não era gordo como um tal de Eric Cartman. Estava no meio termo, mais parecido com um jogador de futebol americano forte e não muito alto. Tweek era até alguns centímetros mais alto que o Donovan.

Clyde não poderia ser considerado o melhor detetive do departamento, mas se esforçava mais do que todo o resto para solucionar um caso e fazer justiça. Não era bom com a papelada, mas era muito bom nas ruas, caçando criminosos.

Já Craig Tucker apenas lhe estendeu a mão de uma maneira mais cortês e profissional, dizendo que era bom novamente vê-lo e que estava surpreso — só que sua cara não tinha expressão nenhuma — pelo loiro ter seguido a mesma profissão que ele e o Donovan. Tweek retribuiu o aperto de mão com um sorriso em face, dizendo que estava ansioso em trabalhar com ele e todo o resto.

Bom, Craig também continuava o mesmo. Uma pessoa totalmente desinteressante e sem expressões faciais, falando apenas o necessário e alheio para a vida dos outros. A única coisa que havia mudado foi o fato dele se controlar mais em mandar as pessoas irem se foder com o seu dedo do meio. Apenas vez ou outra ele levantava o dedo, especialmente para os seus amigos. 

Tucker era um dos melhores detetives que a polícia de South Park tinha a oferecer. Possuía a cabeça no lugar, nunca se distraía com coisas fúteis, possuía um jeito preciso e frio de analisar pistas, colocava pressão e medo nas pessoas a qual interrogava, de modo que as fizesse dizer mais do que gostaria. Era inteligente e metódico. Resolvia casos como se bebesse água. Além disso, seu físico era ótimo; alto e forte, certamente venceria qualquer briga em que entrasse.

Em seu primeiro ano como detetive em sua cidade natal, Tweek conheceu algumas pessoas um tanto… peculiares, se tornando amigo destas ou simplesmente não indo muito com a cara. Na lista estava: 

Stan Marsh; o médico-legista — além de alcoólatra nas horas vagas — que  realizava a necropsia dos corpos para investigar a causa da morte das pessoas, principalmente em circunstâncias não naturais, como acidentes ou assassinatos. Abrir corpos e meter a mão dentro de um defunto era seu trabalho. Costumava ser muito útil quando levava seu trabalho a sério, ele quase nunca errava em suas análises, se é que alguma vez chegou a errar. Porém, devido ao seu problema de álcool, poderia ficar com uma dura ressaca no dia seguinte e vir a ser um completo babaca inútil em suas autópsias. 

Kyle Broflovski; o perito criminal centralizado era a pessoa mais inteligente da delegacia. Conseguia achar pistas e desvendar os mistérios de uma cena de crime melhor que ninguém. Seu trabalho era um dos mais úteis para os detetives e Kyle poderia facilmente se tornar um, caso um dia tivesse o interesse de entrar para a profissão. Era uma das melhores pessoas dentro do departamento; fiel, gentil, empático e simpático, além de ser o melhor amigo de Stan. Os dois pareciam ser amigos desde o prézinho. Aquilo que era uma amizade do caralho. Porém, Kyle tinha desavenças com Eric pelo fato do gordo não aceitar e ser um puto preconceituoso com a religião judaica do ruivo. 

Kenny McCormick; O detetive pervertido da delegacia. Tamanha era sua perversão ao ponto de ler revistas pornográficas em sua mesa, sem ter o menor bom senso para com algumas mulheres que ali trabalhavam. Pior que isso, era o fato dele jogar insinuações sexuais a todo instante para qualquer um dos seus colegas, o que fazia Tweek se questionar se por acaso Kenny era bissexual ou se fazia aquilo como uma brincadeira sem graça devido a sua imoralidade. Entretanto, o mais interessante dele era ver que este ganhava uma nova personalidade, totalmente séria e centrada, quando saía em campo para achar algum bandido, interrogar testemunhas ou ajudar seus colegas. Na maioria das vezes era calmo e calculista, o que o tornava um excelente detetive.

Eric Cartman; O sargento que comandava os detetives, estava acima da patente do loiro. Possuidor de uma mente deturpada, aquele gordo era um manipulador de primeira, formado em psicopatia com foco em perversidade. Ele investigou o passado de Tweek, desconfiado com a forma que o loiro se portava ao gemer ou piscar um dos olhos em meio a uma frase. E em menos de uma semana que Tweek estava trabalhando no departamento, todos já sabiam de seu histórico com a metanfetamina e dos pais presos — com exceção de Craig e Clyde que já sabiam, mas não eram a porra de uns fofoqueiros como aquele gordo escroto. O loiro sempre teve sua paciência danificada quando aquele bosta lhe chamava de "viciado", "viciadinho" ou simplesmente de "drogado". Porém, o pior de tudo isso era o fato do Cartman ser ótimo em seu trabalho; estrategista, possuía uma mente brilhante, sempre elaborava um plano rápido e preciso em suas ações. Só não era bom em campo justamente por ser acima do peso e ficar arfando igual um porco.

Buterrs Stotch; Butters era um bom detetive, gentil e um ótimo companheiro, mas não era reconhecido por ninguém sem ser por Kenny Mccormick, melhor amigo do pequeno loiro que possuía cegueira em um dos olhos, aparentemente perdido depois de levar uma facada naquela região por um meliante, logo em seu primeiro caso. Por isso, todos o consideravam incapaz apenas por uma falha do passado. Porém, Butters certamente era mais capaz do que se poderia imaginar, só precisava de uma oportunidade para demonstrar seu verdadeiro potencial, que ia muito além de ser um distribuidor de café e um escravo do Eric e dos outros detetives. O único problema dele era justamente o fato de ser um rapaz bonzinho e com uma facilidade imensa de cair na manipulação alheia.

Já no segundo ano como detetive em South Park, Tweek começou a sentir atração por um dos detetives e seu principal parceiro de trabalho; Craig Tucker. O maior motivo em especial era justamente o fato deles sempre estarem juntos, trabalhando como o braço direito um do outro. 

Yates constantemente os colocava nos casos mais difíceis de serem resolvidos, pois segundo o mesmo; enquanto Craig era um cara mais agressivo, Tweek era calmo e conseguia acalmar os ânimos de seu parceiro. Ambos eram o clássico clichê de policial bom e policial malvado, algo que para o capitão era algo extremamente útil quando ambos tinham uma personalidade divergente, mas conseguiam se dar melhor que qualquer outra dupla em campo. 

Após tantos pensamentos que rondavam em sua mente, provavelmente culpa da insônia,  pegou a garrafa térmica de café e deu um curto gole, já bastante acostumado com o gosto forte e amargo, com a única exceção que ali dentro não havia metanfetamina ou qualquer outro tipo de droga.

— Ei, viciadinho.

O loiro revirou os olhos com o apelido que somente um filho da puta escroto possuía tamanha audácia em lhe chamar de tal forma.

— Vai se foder, Cartman. — Tweek falou monótono, como se respondesse a um típico bom dia, sem tirar os olhos do computador.

— Ei, eu sou seu superior! — Gritou. — Respeite minha autoridade!

— Você pode pegar sua autoridade e, NGH, enfiar no rabo. — Franziu as sobrancelhas, ainda sem dar atenção visual para o gordo.

— Eu posso tirar seu emprego. — Ameaçou sorridente, cruzando os braços e apoiando o peso de seu corpo com uma das pernas.

— Pelo quê? — Virou sua cabeça em direção ao Eric, com um olhar desafiador, sem deixar se intimidar pelas palavras do gordo babaca. — Apenas por eu, GAH, estar fazendo o meu trabalho? — Apontou com a mão para seu computador.

— Blé! — Deu a língua. — O capitão chama por você na sala dele.

Cartman desfez a pose e saiu de perto do loiro após o aviso. Tinha coisas mais importantes para fazer do que começar uma discussão com aquele noiado.

Tweek deixou a garrafa no mesmo lugar de sempre e andou em direção à sala privada do seu superior. Bateu na porta três vezes e uma voz do lado de dentro permitiu que ele entrasse.

Sem se permitir ficar surpreso, encontrou Craig frente à mesa do seu capitão, o que para Tweek significava que eles dois novamente trabalhariam juntos. Se pôs ao lado do moreno e esperou as ordens de seu superior.

Esses são os arquivos do caso.

***


— Então o que aconteceu? — Craig indagou, atento para com a explicação de Stan.

Eu analisei de forma mais atenta o ferimento e constatei que uma queda não faria isso em sua cabeça. — Deu uma pausa. — Eu pedi para o Kyle me enviar as fotos de quando o corpo ainda estava na cena e havia algumas gotas de sangue longe de seu ferimento.

— O que isso significa? 

Significa que ele foi brutalmente golpeado na cabeça, num total de dez a quinze vezes por um objeto de metal. Respondeu sem rodeios.A pressão fez o líquido respingar para longe. E em casos de uma queda da altura daquele penhasco, isso não aconteceria.

Nenhum dos dois detetives aparentaram surpresa.

— É possível tirar essa conclusão apenas onde o sangue se localiza? — Craig continuou seu questionamento com um semblante sério, mesmo que Stan não pudesse vê-lo.

É possível tirar muitas conclusões de suicídio ou assassinato apenas com o sangue. Nunca assistiu "Como defender um assassino?"

— Não. — Respondeu rígido. Ele era a porra de um policial. Prendia criminosos, não os defendia. — E por quê um objeto de metal? 

Porque seu cérebro foi afundado. — Explicou como se a coisa mais normal. — Um objeto de madeira também faria tal coisa, mas não de maneira muito precisa.

— Por que não? 

Se lembra da morte do Glenn em TWD? — Questionou sem realmente esperar por qualquer resposta.

Ainda estou na quarta temporada, seu cuzão. — O moreno respondeu com visível raiva.

Ah, foi mal. — Desculpou-se sem aparentar o mínimo arrependimento. Ele diria de qualquer forma. Olha, acontece que o olho do Glenn pulou para fora da cavidade ocular devido ao grande peso do taco de beisebol desferido em sua cabeça. 

Craig rosnou. Stan era um imbecil spoilento.

Se Scott fosse golpeado mais de dez vezes por esse objeto, seu cérebro agora estaria espalhado por todo o bosque. Além disso, não encontrei farpas ou qualquer fragmento de madeira em seu ferimento. 

— Então qual seria a provável arma do crime? — O detetive fechou os olhos e apertou o nariz com o dedo indicador e polegar, cada vez mais impaciente.

Provavelmente um taco de Golfe. Eles são leves, melhores de se manusear do que um taco de beisebol, mas podem causar grandes estragos se desferidos com força. Porém, já que foram aproximadamente umas dez tacadas, isso indica que o assassino talvez não tenha lá um bom vigor ou arremesso. — Stan riu.

— E mesmo assim foi capaz de atacar o Scott. — Craig suspirou.

Bom, talvez ele não tenha sido capaz de se defender, pois estava drogado.

Drogado?

O moreno enrugou a testa e Tweek reprimiu os lábios. O loiro não tinha um bom histórico com as drogas e sempre odiava trabalhar em casos que envolvia qualquer substância química ilegal.

Peguei uma amostra do seu sangue para descobrir se havia algo que pudesse ajudar no caso e achei uma boa dose de heroína em seu organismo. Essa droga causa sensações de bem-estar, sonolência e lentidão nos pensamentos e movimentos, o que facilitou muito para Scott levar vários golpes na cabeça sem que pudesse se defender. — Stan tomou um pouco de fôlego, finalizando ao dizer: A forma como ele morreu foi diferente, mas a causa é a mesma: morte encefálica.

— Além do fato que agora temos um assassino.



Notas Finais


Alguém sentiu o cheiro de umas mil referências de séries? Kskskkssk.

Cara, eu amo os pais de Tweek, mas eles foderam com o psicológico do garoto. Isso não tem perdão. Tweek é um bebê, poxa.

Ainda irei focar em determinados momentos sobre a história de vida do personagem, mas por enquanto fiquem com esse breve resumo.

O capítulo saiu um pouco maior que o primeiro, mas tentarei deixar numa média de até quatro ou cinco mil palavras.

Confesso que esse capítulo saiu diferente do que eu estava imaginando. Eu já tinha essa ideia de falar sobre o passado do Tweek, mas também queria ter implementado uns diálogos com a Sophie, só que aí ficaria muito grande.

Eu também não achei esse capítulo muito lá essas coisas. Eu acho que me faltou ânimo do início até a metade. Eu sou horrível no começo de qualquer fanfic ou capítulo. Só a desgraça, mesmo.

Enfim, obrigada por chegar até aqui. E se você possui alguma crítica/opinião a respeito do capítulo ou gostaria de me apontar algum erro de ortografia, a sessão de comentários é toda sua. Eu ficaria muito grata pelo seu apoio ou ensinamento.

Beijos de uma Mojyo~


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