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História O Sumiço de Himawari - Parte I


Escrita por: Annissima

Notas do Autor


Editando aqui para dizer uma coisa.
Me questionaram sobre a forma de se comunicar da Himawari, nessa fanfic.
Bem, gente, ela está grandinha nessa história e levei em consideração a forma como ela conversa com as pessoas, em Boruto e na OVA do dia em que Naruto se tornou Hokage.

Capítulo 1 - Parte I


Final de tarde do dia 09 de outubro.

 

Himawari estava inconsolável sozinha em seu quarto, enquanto a mãe, que nada sabia sobre seu estado de ânimo, se ocupava em fazer o serviço de casa.

Há mais de um ano que vinha pedindo ao papai e ao onii-chan que viessem junto com ela e a mamãe para visitarem o titio. Eles sempre diziam que iriam, mas esse dia nunca chegava de verdade. Já ouvira inúmeras histórias que sua mamãe contava sobre o titio Neji e de como ele sempre a protegia quando ela era mais nova, então as duas sempre iam levar girassóis, que era a flor escolhida para o nome de Himawari.

Acontece que sempre iam somente as duas, e Himawari ficava muito triste por isso. Tentava entender que seu papai tinha muito trabalho e quase não tinha tempo para ficar em casa e que seu onii-chan tinha deveres a cumprir agora que tinha se formado na academia, para onde ela ia algum dia. Apesar disso, agora mesmo, ela chorava baixinho com o rosto afundado na pelúcia macia de seu ursinho favorito para não preocupar a mamãe que também tinha muito o que fazer.

Na maioria das vezes, Himawari descontava suas frustrações em desenhos, onde ela representava como sua família era, como sua família estava e como ela gostaria que ela fosse. Em algumas ilustrações era possível ver um homem grande e um pequeno, ambos com cabelos da cor de milho cozido (não sabia porque sempre pensava nessa comparação, mas ria com isso) e com os braços erguidos parecendo brigar entre si. Logo atrás era possível ver também, com frequência, uma mulher de cabelos escuros tentando conciliar os dois, ou mais afastada, com uma pequena cópia dela, só que com marquinhas nas bochechas, agarrada na bermuda da mais velha.

Havia desenhos de um campo, uma placa de pedra e flores em vasos. Ao redor, estavam Himawari, mamãe, papai e o onii-chan com uma aparência tranquila e de mãos dadas. Era isso que ela queria para hoje. Himawari sabia, porque não era tola e sua mamãe já tinha lhe dito, que aquele dia era aniversário da morte do titio e seria muito bom ter todos juntos prestando homenagem a ele.

A mamãe tinha perguntado mais cedo se ela não queria acompanha-la para levar flores, mas Himawari negou-se em ir. Uma coisa era não ser manhosa e compreender que nem tudo poderia ser como ela queria. Outra era ter que aceitar tudo como os adultos quisessem. Assim, Himawari ficou uns momentos com uma amiga da mamãe enquanto ela foi visitar o titio. A mamãe tinha retornado e fazia arrumação em casa e Himawari ficou sozinha em seu quarto. Os desenhos que ela escondia sob o colchão estavam espalhados e ela estava sentada diante deles chorando.

Até que ela teve uma ideia.

Se o papai e o onii-chan não iriam com ela, então ela e o ursinho iriam sozinhos.

Sem fazer barulho, Himawari pegou sua bolsinha de passeio, colocou uns biscoitos dentro dela e sem avisar a mamãe saiu, pé-ante-pé, porta afora. Não havia ninguém passando na rua e ela havia decorado o caminho até onde queria ir então foi, tentando evitar os adultos no caminho. Sempre que via um, se punha a correr mais. E foi assim que tropeçou numa pedra saliente do caminho e foi ao chão. A queda deixou rastros de sangue e pedrinhas em ambas as mãos e no joelho direito, com o qual tentou se amparar. A pequena ficou ainda mais triste. Seus olhos se encheram de lágrimas, mais uma vez, e não era só pela solidão que sentia em seu coraçãozinho, mas pelos ralados que agora ardiam muito.

Então, ela podia voltar para casa e a mamãe brigaria com ela e passaria o remédio que ardia feito fogo ou continuava indo em frente.

Decidiu que voltar para casa era o melhor. Ia voltando quando começou a chover forte. Chuvas não eram raras na Aldeia da Folha, mas dessa vez, só serviu para tornar a situação de Himawari definitivamente deplorável. Tinha fugido, se machucado, estava suja e tinha rasgado a manga da blusa. Além disso, ela e o ursinho estavam encharcados.

Pensou melhor em suas opções, e resolveu que preferia ir ver o titio mesmo.

Não tão longe dali, o Nanadaime Hokage estava rodeado de pilhas e pilhas de papéis. Eram solicitações de qualquer natureza, assuntos da academia ninja, pedidos e relatórios de jōnins responsáveis pela nova formação de times, assuntos políticos com outras nações e um sem número de problemas. Absolutamente tudo que ocorria dentro de Konoha passava pelas mãos e olhos do Hokage. E nem poderia ser diferente.

Apesar do incremento tecnológico e da existência de pessoas que gozavam da confiança do Nanadaime, ele não poderia se dar ao luxo de descentralizar suas responsabilidades. Ele sonhou com aquilo a vida toda e não podia se fazer de rogado, ainda que isso tivesse comprometido sobremaneira sua relação familiar. Conversava com a esposa mais por meio de mensagens e e-mails do que pessoalmente. Via os filhos com menos frequência ainda, especialmente Boruto, que já estava sendo mandado à pequenas missões. E na realidade, quando os dois estavam perto, parecia haver quilômetros que os separavam. Tinha receio de que algum dia ele perderia toda conexão com o primeiro filho.

Contudo, tinha trabalho a fazer, então continuava se debruçando sobre a papelada e tentava se concentrar em um assunto por vez, mas foi interrompido quando a porta de sua sala abriu, sem que ninguém houvesse batido antes.

- Hum... Naruto. Você precisa ficar calmo, mas nós estamos um problema. – Shikamaru estava incrivelmente sério.

- O que aconteceu, Shikamaru? Meus clones das sombras que estão na vila não me reportaram nada de estranho e eu não senti nenhum chakra maligno... – Nesse ponto Naruto já tinha deixado a caneta sobre a mesa e se levantava da cadeira.

- A Hinata entrou em contato direto comigo porque você não tinha respondido os e-mails dela... – Shikamaru olhou o notebook do Hokage que estava fechado.

- Eu estava assinando essa papelada e as notificações estavam me atrapalhando. – Naruto abriu o computador – Mas me diz logo, o que aconteceu? Ela está bem? As crianças estão bem? – A voz do Hokage tinha um toque indistinguível de desespero e culpa.

Por que tinha escolhido ser tão egoísta e deixar o notebook em suspensão só para se concentrar nessa droga de pedido de ferramentas para genins? Hinata evitava ao máximo procura-lo para alguma coisa. Sempre tentava resolver os problemas sozinha e na única vez que ela pediu ajuda, Naruto foi um completo inútil.

- Já estamos tomando providências... Mas a Himawari saiu de casa sozinha e... – Shikamaru nem conseguiu terminar a frase porque uma poeira era o único vestígio de que o Nanadaime estava diante de si segundos antes – Espero que dê tudo certo, Naruto. – Ele disse para ninguém, com um suspiro. A seu ver, a vida nunca seria fácil para o amigo e por mais que quisesse fazer além do que fazia para ajudá-lo, dar suporte como braço direito dele era o máximo que poderia.

- Estou em casa! – Naruto gritou assim que passou pela a porta – Hinata? Boruto? Alguém está aqui? – Ia subir as escadas quando a esposa veio da sala.

- Naruto-kun é culpa minha. Eu não vi ela saindo. Tentei procurá-la, mas eu fiquei com medo que ela voltasse e não tivesse ninguém, então eu usei o byakugan só no entorno da casa e não achei a Himawari –  Ela torcia as mãos tomada por nervosismo – Eu estava tão distraída que eu não prestei atenção direito...

- Ei, fique calma. – Conduziu Hinata até o sofá mais próximo - Você fez o certo em pedir ajuda. O Shikamaru colocou pessoas para encontrar ela. Eu estou aqui e vou achar Himawari - Deu um beijo na testa de Hinata - Vou dar uma olhada no quarto dela – Disse e subiu ao quarto da caçula.

Lá dentro estava tudo como de costume, exceto por alguns papéis que recobriam a cama da criança. Naruto pegou as imagens e sentiu seu coração partir ao entender que ela devia estar muito triste. Ele nunca tinha pensando que sua pequena que leva o nome de uma flor que era toda vida e alegria poderia se sentir assim, mas pensando bem, sendo filha de Hinata também, não era de se estranhar que não extravasasse toda sua dor da forma como Boruto.

Ele era o pior dos pais. Lamentou-se por aquelas crianças que nunca o tinham por perto. Lamentou-se por ser lembrado pela filha como o homem que brigava com o irmão dela e esses desenhos eram tão ruins quanto aqueles em que a família feliz era composta apenas por três membros. Mãe e dois filhos. Um pouco mais abaixo ele se deparou com um desenho em que os quatro estavam de frente para o túmulo de Hyuuga Neji e foi aí que tudo fez sentido.

Lembranças de Himawari perguntando se ele poderia ir visitar o tio vieram-lhe à mente. Ele entrou em modo sennin e constatou que o conhecido chakra da filha realmente estava naquele local, sozinha, e era para lá que ele iria também.


Notas Finais


Gente, esse terá dois capítulo. No máximo três, mas quase certo que serão dois mesmo.
A ideia veio do capítulo 700 de Naruto, em que Hinata e Hima estão indo levar girassóis à Neji e ela manifesta desejo de que Boruto fosse tbém. Eu vejo a Hima como uma menina boa e compreensiva, mas acho que o foco é mto gde em Boruto, então, eu quis que ela tivesse aqui o direito de se rebelar um pouquinho que fosse e dar um trabalho para o pai. Ela é uma criança, em primeiro lugar.
Tadinha, afinal, ela só queria a família completa para ir homenagear o tio... :/
Espero de coração que gostem! Obrigada e beijos.


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