História O tesouro de sabá - interativa - Em alto mar

25 de setembro de 2016

Caracas, Venezuela

8:20 MP

_Muito bem, agora que as duplas já foram escolhidas, peço que vocês me acompanhem até a sala central, para que possamos debater sobre mais algumas questões recorrentes à caça ao tesouro._Falou a representante de forma séria.

A sala mencionada era incrivelmente luxuosa, em sua decoração os tons claros predominavam, dando um ar sofisticado ao local, um grande sofá em formato circular preenchia a sala e à sua frente havia uma pequena mesa de madeira com alguns arranjos de flores.

Sem muita cerimônia, os 14 jovens se sentaram, todos em silêncio à espera de explicações.

_Há algo que vocês gostariam de perguntar sobre a competição?_questionou Gabriela de braços cruzados.

O silêncio tomou conta, e os participantes se entreolharam até que Nathaniel tomou à frente.

_Caso, algum de nós fique gravemente ferido, o que acontecerá?

_Boa pergunta, Nathaniel, caso seja um ferimento superficial, que vocês consigam lidar sozinhos, não iremos interferir, mas caso seja algo grave que precise de atendimento urgente a dupla será desclassificada e um helicóptero irá até vocês.

_Como assim, se um da dupla ficar ferido os dois serão desclassificados? Isso não seria injusto?_Questionou, Helo, em um tom moderado.

Castiel não pôde deixar de olhar Heloiza pelo canto dos olhos, o seu tom de voz calmo deixou o ruivo um tanto quanto surpreso, ele não imaginava que aquela garota estourada pudesse falar de forma tão mansa.

_Nessa competição o trabalho em equipe é essencial, vocês deverão se preocupar uns com os outros e fazer de tudo para que o seu companheiro não sofra nenhum tipo de ferimento, afinal de contas o bem estar dele é o seu bem estar.

_Quando está competição acabará?_a voz de Violette saiu em forma de sussurro, a garota não esperava uma resposta para aquela pergunta, contudo, Amanda que estava ao seu lado ouviu cada uma de suas palavras, então a loira inclinou-se levemente para que pudesse ser ouvida.

_Está competição só terá um fim, quando a dupla vencedora encontrar o tesouro._ "e essa dupla será a nossa." Amanda e Lysandre se entreolharam.

_Nossa, acabei me esquecendo das pulseiras!_Exclamou a representante, com elegância a mulher retirasse da sala e após alguns estantes ela volta com uma pequena caixa._Vocês estarão sendo rastreados e monitorados, durante todo o período de tempo que estiverem na ilha, a JP MORGANS quer estar a par de tudo.

E sem dizer mais nenhuma palavra, Gabriela entrega a cada um deles uma pulseira de metal.

A pulseira era bonita, toda prateada, com pequenas pedrinhas nas cores: verde, azul, vermelho e amarelo.

_E mais uma coisa, ao decorrer da competição, vocês encontrarão pessoas na ilha, elas foram designadas para ajudar no desenvolvimento das provas pelas quais vocês passarão, esses indivíduos poderão tanto ajudá-los quanto prejudicá-los. Agora vocês estão liberados.

OLÍVIA & DAKE

Olívia estava debruçada sobre o parapeito do iate enquanto tentava colocar a pulseira que havia ganhado. Na pulseira havia um pequeno mecanismo, que após pressionado abriria um dos seus lados para que assim pudessem se encaixar, contudo, isso estava sendo complicado para a ruiva, já que a mesma só conseguia usar uma de suas mãos.

_Que droga, essa porcaria não fecha!_ Resmungou Liv com impaciência.

Dakota, que presenciou toda aquela cena com um sorriso divertido nos lábios, deixou a ruiva quebrar a cabeça com o tal objeto. Quando percebeu que ela estava ficando realmente irritada, resolveu ir ao seu encontro.

Olivia bufou, estava a ponto de atirar aquela pulseira desgraçada no mar, quando repentinamente sentiu alguém pegar uma de suas mãos. Seus olhos confusos saíram da pulseira e foram em direção ao garoto que estava à sua frente.

Dake, nem se deu ao trabalho de olhar para o que estava fazendo, com muita agilidade tirou o objeto das mãos da garota e o colocou em seu punho direito. Olívia sentiu seu corpo estremecer sob aqueles olhos verdes.

_Você quer ajuda para colocar a sua?_ Ao contrário do que se imaginava a voz da garota era confiante. Em seus lábios um meio sorriso apareceu, e por alguns segundos era a vez de Dake ficar desconcertado.

_Não tive problema com a minha._ Dakota, levantou o punho, confirmando o que havia acabado de dizer.

_Pelo jeito você é bem ágil._ Comentou a garota, voltando-se para o mar, Dake a acompanhou, porém, seus olhos não se desviaram de Olívia nem por um segundo.

_Sim, você teve sorte em ter me tirado como dupla. Pena que eu não possa dizer o mesmo, ser seu companheiro me trará grandes problemas.

_O que você quis dizer com isso?_ Indagou Olívia, estreitando as sobrancelhas.

_Você é tão bonita que acabará tirando toda a minha concentração._ Ele sorriu, Olívia correspondeu. Ela não podia negar o loiro era incrivelmente sedutor.

AMANDA & LYSANDRE

_Qualquer dia menos hoje._Amanda suplicou, ela sabia que isso iria acontecer, afinal sempre acontecia, por que hoje seria diferente? "Malditos meios de transportes!" A garota pensou, levando a cabeça levemente até suas mãos.

Conforme o tempo passava o enjôo ficava mais forte, Amanda, tentou se levantar de onde estava sentada e sentiu como se tudo à sua volta começasse a girar, suas pernas estavam trêmulas e o pânico tomou conta da garota.

_Eu não posso vomitar nesse iate, eu não posso!_ A loira repetiu isso a si mesma, mas as suas palavras não surtiram o efeito desejado, a tontura estava se tornando insuportável e antes que ela pudesse pensar em algo, seus olhos se fecharam e suas pernas cederam.

O corpo de Amanda estava indo em direção ao chão, porém os braços de Lysandre foram mais rápidos, o platinado contornou a cintura da garota e a puxou para mais perto. Os movimentos de Lysandre não poderiam ser mais cuidadosos, a última coisa que ele queira era machucá-la.

Amanda não sabia ao certo o que estava acontecendo, mas algo dentro dela à fazia pensar que estava segura, sua cabeça foi ao encontro do peito do platinado, Lysandre, ficou imóvel por alguns segundos, mas logo tratou de se recompor.

_Tudo vai ficar bem, eu vou cuidar de você!_ Sussurrou ele em seu ouvido.

A loira piscou uma ou duas vezes, até recuperar a consciência, Amanda, virou a sua cabeça para poder olhá-lo, contudo, a tontura não permitiu que o movimento fosse concluído e mais uma vez ela fechou os olhos.

_Por favor, não se esforce tanto._ Ele pediu em um tom preocupado._ Vou levá-la até a cozinha.

Com esforço os dois jovens chegaram até a cozinha, Amanda encostou-se na bancada da pia e Lysandre a olhou nos olhos.

_Me diga o que você está sentindo.

_Enjôo, tontura._respondeu Amanda, com dificuldade, ela sabia que conversar deixaria a situação ainda pior, mas ela tinha que se esforçar._ Você poderia pegar a minha mochila? Ela é vermelha com preta e está ao lado do sofá circular.

­­_Claro que posso! Você ficará bem em minha ausência?_Perguntou aflito, sentindo um aperto no peito por ter de deixá-la sozinha, mesmo que por um pequeno período de tempo.

_Ficarei._ Respondeu a menina de um jeito fraco.

Lysandre, se aproximou de Amanda, ficando com os olhos da altura dos dela e sem dizer nada, afagou-lhe o rosto, de um jeito tão suave que a menina quase não o pôde sentir. Rápido demais ele se afastou e saiu em direção a porta.

RUBY & NATHANIEL

Após as explicações da representante da JP MORGANS todos os competidores se retiraram da sala de estar para conhecer os outros cômodos do iate, exceto Ruby e Nathaniel, o garoto chegou a se levantar, contudo, quando percebeu que sua acompanharia não se moverá do lugar, voltou a sentar-se.

Ruby, estava segurando sua pulseira enquanto olhava para frente, o loiro percebeu que os pensamentos da mesma estavam longe e por algum tempo ficou apenas a observando, até que finalmente quebrou o silêncio.

_Você quer ajuda para colocá-la?

As palavras de Nathaniel fizeram com que a menina despertasse, seu olhar confuso foi em direção ao loiro.

_Desculpe, o que você disse?

_Perguntei se você gostaria de ajuda com a pulseira._ Nathaniel, tinha uma voz macia e um sorriso simpático, "pelo jeito ela é um pouco dispersa" pensou o loiro ainda fitando a garota à sua frente.

Antes que Nathaniel pudesse prosseguir Ruby já havia colocado o acessório, fazendo com que a boca de Nathaniel se abrisse.

O garoto tentou fazer o mesmo com a sua pulseira, porém, não teve tanta coordenação quanto gostaria e suas tentativas foram todas falhas.

_Pelo visto você que está precisando de ajuda._ O sorriso de Ruby era largo, e mesmo não gostando de ter contatos físicos com desconhecidos pegou a mão de Nathaniel e a colocou em seu colo, após colocar a pulseira no pulso do garoto, voltou a olhá-lo!_ Pronto.

Nathaniel sentiu seu rosto esquentar com a proximidade de Ruby, mentalmente ele implorou para que ela não percebesse o seu rubor, todavia, a sorte não estava ao seu lado, pois a menina foi logo dizendo:

_Você fica uma gracinha quando está corado._ Suas palavras fizeram com que as bochechas do loiro queimassem. Sem conseguir se controlar, Nathaniel, desviou o olhar, fazendo com que Ruby risse ainda mais com a situação.

"Pelo visto ainda há meninos que coram."

Ao olhar para baixo, Ruby percebe que a mão de Nathaniel ainda está sobre o seu colo, o pensamento de afastá-lo surge, porém, a vontade de tê-lo por perto era maior. Sem ter muita certeza do que estava para fazer, Ruby estende sua mão até a de Nathaniel. O olhar dos jovens se encontram, o garoto não esperava se perder no azul daquele olhar, mas foi exatamente o que aconteceu. Em meio ao transe ouve-se um pigarro, Nathaniel e Ruby se separam rapidamente e olham em direção a porta.

_desculpem-me, não era a minha intensão atrapalha-los, todavia, minha companheira está passando mal e precisa de sua mochila._A voz de Lysandre era baixa, o garoto estava visivelmente sem graça com a situação.

_Capaz, você não nos atrapalhou._o coração de Ruby praticamente saiu pela boca, mas mesmo assim tratou de por um sorriso nos lábios, "o que teria acontecido se esse garoto não tivesse aparecido?" A garota balançou a cabeça na tentativa de afastar seus pensamentos e então inclinou-se para o lado e pegou a mochila que estava no chão._ Seria essa?

_Creio que sim._ Disse Lysandre estendendo as mãos._Muito obrigado, e mais uma vez peço perdão pela minha inconveniência.

Após o platinado se afastar, Ruby se direciona a Nathaniel, que para sua surpresa estava novamente tão vermelho quanto um pimentão.

Os lábios da menina se abrem em um sorriso, ela estava gostando de fazê-lo corar.

HELOIZA & CASTIEL

Enquanto admirava o mar, Heloiza não se parecia com aquela menina que a pouco tempo havia imobilizado Nathaniel, sua expressão era doce e um sorriso fraco foi surgindo em seus lábios escuros conforme ela imaginava a quantidade de sereias que havia naquela imensidão azul, sempre gostará de seres místicos e para ela eles eram tão reais quanto qualquer uma das pessoas presentes naquele iate.

Ao olhar para o lado, Helo acaba presenciando a cena entre Olívia e Dakota, o companheirismo entre os dois era evidente, em compensação as coisas entre ela e o ruivo estavam indo de mal a pior.

_Está pensando na morte da bezerra, garota?_ A voz rouca em seu ouvido faz com que a menina pule de susto, ao olhar para trás, Helo, da de cara com o ruivo.

Seu coração acelera, quando vê o sorriso de Castiel, "como esse desgraçado pode ser tão Lindo?"

_Por acaso o gato comeu a sua língua?_ Castiel, estava se divertindo horrores com a situação, era bom ver que a marrenta perdia a pose em sua frente.

Heloiza, então se endireita, levanta a cabeça para que seus olhos encarem os de Castiel, o garoto era consideravelmente mais algo que a menina, mas isso não faria com que ela ficasse intimidada.

_Para a sua informação o gato não comeu a minha língua!_ E como se quisesse comprovar o que estava dizendo, Helo, mostra a língua para o ruivo. O sorriso de Castiel aumenta ainda mais, e sem mais nem menos o garoto se aproxima, prendendo Heloiza entre seus braços.

_Sabia que quem mostra a língua, na verdade está pedindo beijo?_O tom safado de Castiel faz com que o corpo da garota estremeça, e em um gesto involuntário Heloiza da uma leve mordida em seu lábio inferior, fazendo que os olhos de Cassy se direcionem até a sua boca.

O ruivo então se aproxima ainda mais, seus olhos estão fixados nos de Helo, a respiração da menina falha, o nervosismo toma conta de seu corpo. Com as mãos nas laterais de seu corpo, Castiel, lhe puxa pela cintura, só que o que ele não esperava acontece, sem dó e nem piedade Heloiza lhe dá uma joelhada em seu "órgão”.

A dor é tanta que Castiel acaba se curvando para frente, ficado quase de joelhos, Helo, sem nenhum tipo de remorso bota suas mãos nos ombros do garoto e aproxima a boca de seu ouvido.

_Por acaso o gato comeu a sua língua?_em resposta, Castiel, rosna de raiva._Não vá achando que vai ser tão fácil, poste retardado, sou eu que decido a hora e o local.

Então a menina se afasta, deixando Castiel contorcendo-se de dor.

DIEGO E VIOLETTE

_Vamos caminhar?_ Diego perguntou à Violette e no mesmo instante a menina baixou o olhar, contudo, assentiu.

O tempo foi passando e com ele o nervosismo de Diego aumentando, ele queria conversar com a sua dupla, mas, Violette parecia ter criado uma barreira entre eles, volta e meia, Diego, lhe encarava , fazendo a garota desviar o olhar.

_Eu não quero que você fique sem jeito ao meu lado._ O tom de voz do garoto era baixo, porém  o suficiente para ser ouvido.

_Peço perdão pela minha timidez._ Respondeu, Violette, Após juntar toda coragem possível, Violette, finalmente cede e o encara._Vou tentar me soltar mais.

Diego, fica feliz com a afirmação da menina, ele estava encantado com a delicadeza de sua companheira.

_Eu farei de tudo para protegê-la, irei cuidar de você!_O Menino ríspido ficou surpreso com suas próprias palavras, ele não estava acostumado a ser tão carinhoso, contudo, desde o primeiro momento em que botou os olhos nela, ele a quis ter por perto.

_Vo-você fala que não quer que eu fique sem jeito, mas diz coisas desse tipo._ A voz de Violette falhou ao dizer a frase, a menina não estava acostumada a ser tratada dessa maneira.

_Desculpe-me._ Era vez de Diego se desculpar, os dois então caminharam por mais algum tempo até que Violette finalmente respondesse.

_Obrigada, eu também vou lhe proteger, afinal somos uma dupla._E pela primeira vez a menina correspondeu o sorriso do garoto.

_Eu percebi que você estava desenhando no porto...

_Sim, estava desenhando a paisagem, eu amo desenhar, pintar, gosto de costurar, tudo que envolva arte manual._ Pelo jeito, Diego, havia acertado em cheio, o assunto parecia ter animado a garota.

_Será que algum dia você poderia me mostrar?_Já estava ficando difícil para Violette resistir ao jeito fofo do menino e em resposta ela disse:

_Sim, para ser sincera, mostrá-los a você me deixaria muito feliz.

E assim os dois continuaram a caminhar.

KATHERINA & ARMIN

Katherina e Armin estavam mais uma vez lado a lado, ela observava as mãos do menino enquanto as mesmas se moviam com agilidade pelos botões de seu vídeo game portátil, Cat, não achou nem um pouco entediante ficar olhando Armin jogar, porém, a menina sentiu seu estômago roncar, ela não havia tomado café naquela manhã.

_Nossa, eu estou morrendo de fome, vou ver se encontro algo na cozinha._Falou a garota ao se levantar, Armin, tirou os olhos de seu PSP e olhou para Katherina de um jeito divertido.

_Não vai me convidar para ir junto?_ Perguntou-lhe entre um sorriso, já levantando-se de seu lugar._ Que companheira boa que eu arrumei em? Se dependesse de você eu morreria de fome.

Katherina, gostava do jeito bem humorado de Armin, era tão fácil ficar ao lado do garoto.

_É tão dramático que poderia trabalhar em novela mexicana._ Respondeu Cat enquanto revirava os olhos.

_Eu gosto do seu jeito._Armin, falou sem tirar os olhos do PSP.

_Como assim? Por que você gosta do meu jeito?_ As palavras do Garoto pagaram Katherina de surpresa, ela não esperava tal afirmação.

_Você não tem muita frescura, a maioria das garotas ficam cheias de papas na língua quando querem algo._Em meio às palavras, Armin, guardou o PSP em seu bolso e virou o rosto para a moça ao seu lado e lhe deu um lindo sorriso._Nenhuma outra garota que eu conheço teria dito tão naturalmente que está com fome e que vai procurar comida.

_Você está certo, não gosto de frescura, nem de ouvir "mimimi" de garotas, deve ser por isso que eu não tenho muitas amigas, prefiro ficar perto dos meninos, são mais fáceis de lidar e mais sinceros.

A conversa com Armin, acabou fazendo com que Katherina lembrasse de seu passado, as recordações vieram como cenas de um filme, e sem nem perceber ela já estava passando as mãos pelos cabelos curtos.

_Está tudo bem?_ A voz de Armin fez com que Cat despertasse.

_Está tudo bem sim, só estava pensando nos meus anos de escola.

_Vamos marrenta, não quero ver você desanimada, trate de botar um sorriso nesse rosto._Armin, passou o braço ao redor dos ombros da garota de um jeito amigável, mas que não passou despercebido pela mesma, o gesto de Armin fez com que uma corrente elétrica passasse pelo seu corpo, Cat, olhou de canto de olho e viu Armin sorrir e isso lhe causou uma felicidade estranha, que ela nunca havia sentido antes.

PIETRA & KENTIN

Pietra, já estava em seu terceiro cigarro naquela manhã, ela pensou que Kentin acabaria reclamando, pois ela já estava acostumada a ser repreendida por seus "hábitos", contudo, para sua surpresa, o moreno, não falou sequer uma vez sobre seu cigarro, ele realmente não se importava.

O garoto estava sentado em uma cadeira de praia, mas não pense que era uma dessas cadeiras baratas que encontramos em lojinhas, tudo ali era da mais alta sofisticação. Kentin, estava lendo uma revista esportiva e a loira não conseguia tirar os olhos do garoto, tudo o que havia nele chamava sua atenção.

Aqueles olhos verdes, sua boca, seu corpo definido, aqueles cabelos bagunçados, só de pensar nisso a garota já sentia seu corpo ferver, como ela aguentaria todo esse tempo ao lado de um garoto tão maravilhoso sem ao menos tirar uma casquinha? "Quem disse que eu não vou tirar?" A garota pensou.

_Kentin, o que te fez querer estudar em uma escola militar?_ Questionou, Pietra, após tragar seu cigarro. O moreno baixou a revista e foi logo respondendo a pergunta, sem nem precisar pensar a respeito.

_Para ser sincero, não foi algo que eu quis, meu pai me obrigou a estudar na escola militar, após um desentendimento que eu tive em minha antiga escola._ O olhar de Kentin tornou-se distante, provavelmente relembrando o ocorrido.

_Não me diga que você era Brigão e seus pais quiseram que você tomasse jeito.

_Não, muito pelo contrário, fui mandado para a escola militar para aprender a me defender de algumas  patricinhas._ Ao dizer isso, o moreno, fez uma careta.

_Ahh fala sério? Você apanhava para garotas? Eu não acredito, só pode ser brincadeira._ Os olhos da loira saltaram de tanta surpresa, Kentin, achou engraçado a reação de Pietra.

_Vem aqui, quero lhe mostrar uma coisa._chamou o garoto, a loira, então apagou o cigarro e o colocou em uma lata de lixo que havia ali perto, depois disso se dirigiu ao militar. Sem muita cerimônia, Pietra, sentou-se ao seu lado, o lugar era apertado, mas ela gostou da proximidade. O moreno tirou do bolso da calça a sua carteira, após vasculhar o objeto, tirou de dentro uma foto e entregou para a menina.

_Meu Deus!_ Exclamou, Pietra, ao ver aquele pequeno menino, com óculos estilo fundo de garrafa e cabelos em formato de tigela.

_Você acha que esse garoto conseguiria se defender?_ Kentin, perguntou sorrindo.

_Como você era fofo._disse ela de um jeito doce, que raramente usava.

_Bom esse era o único tipo de reação que eu causava nas garotas, um garoto "fofinho" que só servia para ser amigo e capacho, todo desengonçado e magrela!

_Que se tornou bem gostoso!_ Ela afirmou de um jeito safado, deixando Kentin de boca aberta.

...

"Peço que todos os competidores compareçam a sala central..."_ A voz da representante soou pelos alto-falantes.

Pouco a pouco os competidores foram tomando os seus lugares no grande sofá e só após a última dupla se assentar que, Gabriela, tomou a palavra.

_Acabei de receber um telefonema, de meu superior, dizendo que a competição se inicia nesse exato momento._após as palavras da representante, o silêncio foi tomado pelos murmúrios dos que ali estavam presentes.

_Mas nós nem ao menos chegamos à ilha, como a caça ao tesouro começará agora?_ Perguntou Katherina, sem aparentar nervosismo.

_Infelizmente nós só poderemos levar vocês até aqui._ O rosto de Gabriela era desprovido de emoção.

_O QUE?_indagaram os jovens em coro.

_A partir de agora vocês seguirão por conta própria, cada uma das duplas receberá um bote salva vidas e uma pequena bolsa com utensílios essenciais de sobrevivência.

_E as nossas mochilas?_ Kentin perguntou.

_Iremos confiscá-las por enquanto, porém não precisam se preocupar, vocês às encontrarão na ilha.