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História O teu sorriso sempre foi o culpado - Capítulo I


Escrita por: gabcardoso

Notas do Autor


Olá, espero que gostem. Me desculpem se houver algum erro mesmo depois da revisão.

Capítulo 1 - Capítulo I


Jogados no tapete da sala, com as manetes do video game na mão, Jão esta perdendo e eu estou muito feliz por isso. Ele era tão competitivo, mas acho que estava enjoado daquele jogo. Minha mãe atravessou a sala com rapidez e brutalidade. — Vocês não estão vendo a chuva ? — Ela fecha a porta de vidro da sala, nos obrigando a olhar para as pequenas poças que tinham se formado.

— Desculpa tia Ana— Disse Jão com a voz mais doce do mundo, sem saber que minha mãe preferia ele do que a mim.

Jão estava de fato enjoado, não só do jogo, mas do video game em si. Não tínhamos ideia do que fazer, pois a chuva lá fora nos privava de explorar e de fazer qualquer coisa, seja ela errada ou não. Minha mãe percebendo nossa inquietude, nos deixou comer o bolo ainda quente. Um bolo de cenoura simples, com uma cobertura exagerada de chocolate. Aquilo estava tão bom, que nem pensei em quem comeria depois. Jão aproveitava igualmente, mas sempre com o seu bom senso e preocupação, pediu desculpas para minha mãe que riu e nos desvendou ter feito o bolo apenas para a gente. Ainda tivemos fome para comermos queijo, e tomar um suco das mangas que Lene havia pego no quintal da casa de Jão, que como dito por sua mãe estavam super maduras. Nós continuamos na mesa, e Lene retirou a louça que Jão queria ter lavado.

— O que o seu pai resolveu fazer com o barco ? — Puxei qualquer pergunta para nos livrar daquele tédio e mansidão.

— Ele disse que vai reformar, não vai vender. Acho que vai me dar quando eu fizer 18. — Disse portanto.

— Te dar ? — Tomei certa empolgação. — Isso é muito legal. Já pensou em um nome ?

— Não tinha pensado nisso, mas acho que ainda tenho tempo. — pensou um pouco antes de responder.

Por fim, fomos para o meu quarto. Jão dormiria lá como de costume, mostrei para ele alguns CDs que meu pai havia me trago se um comerciante. — Cara seu pai te trouxe Halloween, esse filme é muito bom. Meu pai costumava me chamar para assistir-mos — Jão estava tão empolgado, que colocaria o filme agora.

— É, eu nunca vi, podemos ver esse hoje se você não ficar com medo. — Disse antes de una risada solta.

— Medo eu ? Você é o maior medroso de todos.

— Eu não tenho medo— Rebati.

— Não foi isso que a tia Ana disse. — Ele riu, e eu não tentei passar por cima daquela informação. Não tinha o costume de assitir filmes de terror, pois sempre tive medo, e agora que tinha uma TV só para mim, não assistiria filmes de terror sozinho nem que me pagassem.

Já era noite quando a chuva por fim, parou de cair, e minha mãe ajeitou os colchões no chão do quarto para que Jão e eu pudéssemos dormir. — Obrigado tia Ana. — agradeceu Jão antes que minha mãe bagunçasse seus cabelos loiro-castanhos e cacheados.

— Nada de assitir filme até mais tarde hein ? — Minha mãe sabia que eu apresentaria os filmes para Jão, e já se apressou logo.

— Pode deixar tia Ana. — disse ele olhando malicioso para mim. — Não vamos passar das 23:00. — Disse por fim. É tão engraçado, que nessa época achávamos sempre que viriamos dormir às 5:00 só que isso jamais acontecia ou aconteceu. Sempre dormíamos, e contávamos vantagem no outro dia, nos vangloriando sobre quem tinha dormido primeiro. Jamais saberíamos o que nos esperava um pouco a frente.

Jão inseriu o CD no aparelho, ligou o ventilador sem perguntar se eu estava com calor e se sentou ao meu lado. Ele me antecipou de alguns pontos que gostei de saber, pois me senti mais adentro da trama do filme. Sabia que Michael Myers era um louco assassino de babás, e que era só o que eu deveria saber. Quando eu levei o primeiro susto, foi engraçado, já que não foi previsível, mas os outros vieram de mãos no rosto e de intervenções por parte de Jão. — Olha olha olha. — Ele me apertou por trás, fazendo meus olhos focarem exatamente na parte que eu levaria um susto se não fosse por essa situação. Não me assustei e acabei gostando de todo o filme, o que foi uma surpresa para ambos. Claro que não assistimos o filme até o fim, pois eu já estava quase dormindo quando Jão colocou sua perna em cima do meu corpo, e passou a dormir. O clima que se criou foi de acolhimento. O quarto gelado por conta do ventilador, a janela entre aberta, e seu abraço quente e sonhador que eu jamais poderia recusar. Eu tinha todos os seus abraços noturnos na minha mente e por toda a pele que seu suor tocou. Seus fios eram meus, e o meu medo não se transparecia ao seu aconchego máximo. Seus braços fortes e longos me espremiam com temor e sono. Eu era seu por todo o dia, então você era meu por todas aquelas noites.

Eu fui o segundo a acordar, pois João inquieto, não me deixaria deixá-lo acordado sozinho. Me sentei, olhando para o nada e me estabeleci. Ele se levantou na minha frente, e me fez assistir mais uma das cenas que eu amava: Sua troca de roupa. Sempre sem pudor e vergonha, tirou o short de pijama e recolocou o que usara na noite passada. Antes disso, vi um corpo marcado em pouco tecido, uma cueca preta que desenhou tudo que eu já sabia do tamanho. Minutos após, lavei meu rosto, e fomos juntos tomar o café da manhã feito por minha mãe e Lene. Com meu pai agora em casa, nos colocamos a falar sobre o filme que tínhamos assistido. — Aquela máscara era o meu maior sonho quando pequeno— disse meu pai. — Você gritou muito Léo? brincou ele.

— Ele quase chorou — mentiu Jão, nós dois sabíamos que eu tinha sido bem corasojo. — Eu falei para não verem filmes de terror!—Minha mãe soltou quando se sentou à mesa e colocou café nas xícaras do meu pai, a dela e a de Jão, eu odiava café com todas as forças, deve ser por isso que demoro para tomar forma quando acordo.



Fomos fumar numa pedra qualquer na praia — que estava a poucos metros de nossas casas— Jão colocou uma ponta de maconha dentro do cigarro, e relaxamos por um tempo ótimo de boas risadas e caçoações dos turistas que recheavam a ilha de Ubatuba. Os famosos farofeiros viram sua farofa se misturar com a areia quando uma forte onda de vento dominou a ilha. Os guarda sóis voaram em nossa direção e nós rimos como duas hienas malucas. Estávamos um pouco distante do grupinho que odiavamos. Eles estavam na outra parte sendo ainda mais surpreendidos com o vento. Um grupo de quatro rapazes, que tiravam fotos na nova câmera de algum deles. Já tínhamos sido amigos deles por muito tempo, até porque todos moramos muito perto e em uma ilha consideravelmente pequena. Nos conhecendo desde pequenos, fomos nos afastamos por decorrência do tempo.

Quando terminamos nosso baseado, fomos na lanchonete da da biri biri, uma lanchonete que apesar do nome, era muito agradável de se sentar, pois além de ser espanta turistas por conta da sua construção e decoração um pouco inusitada e rústica, tinha o melhor lanche da Ilha. Paulo, um amigo nosso, era filho dos donos, estava trabalhando nessas férias e nos disse querer pintar a lanchonete. Achamos a ideia legal, mas sabíamos que isso atrairia os turistas imundos para perto de nós. Paulo era alto e tinha uma pele dourada de tanto Sol. Nos serviu com baurus quentes e duas coca colas KS. Também nos contou sobre os novos ocorridos, e disse mais sobre o afogamento de um homem. — Esses turistas jamais vão dar conta das nossas ondas. — riu Paulo. — Vocês não surfam mais ? — perguntou ele.

— Eu perdi a vontade — Começou Jão. — Meu hobby virou consertar prancha para quem não sabe, e ver aquilo todo dia me cansa. E ele me acompanha. — Se referiu a mim.

Eu realmente não entendia como o melhor sufista poderia simplemente enjoar desse ato. Eu acompanhei ele nesse enjôo, mas sempre tentava voltar para o mar. — Destruíram nossas ondas. — disse eu antes de nós retirarmos.

Um dia inteiro na praia nos cansava mais do que uma maratona. Os pais de Jão tinham feito uma curta viagem, e Jão ficaria sozinho. Minha mãe claro, interviu e pediu para que ele ficasse conosco, mas a casa de Jão ainda estava vazia. Passamos lá para pegarmos umas bebidas para sairmos a noite. Jão tinha uma casa maior que a minha, por viver de fato na ilha. Minha família sempre estava com um pé em Ubatuba e em São Paulo, por tanto víamos a nossa casa aqui como a segunda. A estrutura era de fato grande, e ficar sozinho numa casa daquelas era inviável.

— O que acha de beber um pouco agora ? — disse ele. — A gente abre um vinho da adega.

— Seu pai não sentiria falta ? — Perguntei aflito.

— Não, são muitos e pegariamos algo que ele bebe de menos. E mesmo se percebesse, não ficaria chateado, tenho quase 18 anos, ele já deve saber das coisas que fazemos. — Portanto concordei e abrimos um vinho tinto suave que agora não era tão suave por conta do tempo de seu engarrafamento. Uma garrafa esverdeada e com um rótulo branco, suas informações diziam que aquele vinho tinha mais de sete anos. João pegou um abridor quando subiu as escadas da adega e fechou a porta.

— O que acha de nos arrumarmos aqui ? Você pega uma roupa minha, a gente bebe até a hora e vamos. — Aquela era uma excelente idéia.

— Pode ser cara, mas não vamos exagerar. — sorri.

Jão abriu o vinho e despejou em duas taças. Fez aquilo com tanta maestria, que parecia beber vinho a tempos. Quando colocamos o vinho na boca sentimos um doce amargor perfeito para o começo daquela noite. Nós iríamos num bar que ficava no centro da ilha. Era um lugar super agradável que fechava a rua depois da disponibilidade de uma tv para assitir os jogos. As pessoas eram tranquilas e muitos jovens da nossa idade se estabeleciam por lá. Quando o vinho estava pela metade e o som do cd que ele havia posto estava no tom certo, Jão se levantou e começou a dançar lentamente. Eu assisti aquilo com uma risada no rosto. — Sai daí você não sabe dançar — imitei uma plateia indignada.

— Então venha dançar comigo senhora. — Dei uma risada.

— Olha jovenzinho, senhora é a sua mãe. — Nós rimos alto— mas te mostrarei como realmente dançamos.

Entrei num espécie de transe e dominei a sala com o gingado no pé. Jão passou a fazer movimentos calmos para me assitir. Todos os meus passos eram brutos, e parecia de fato que eu tinha algum entendimento do que estava fazendo. Depois de mostrar como dançava, encarei aquilo como uma competição, saí do meio e chamei Jão com os dedos, numa dança única. Ele veio em movimentos lentos e depois de fazer uma graça, me chamou para dançar a música lenta que tinha acabado de começar. Mesmo com a bebida no sangue, fiquei sem reação. Ele me puxou para muito mais perto e colocou sua cabeça no meu pescoço, aparentemente um pouco mais bêbado. — Dance comigo Leon. — Proferiu antes da nossa dança.

— Eu danço. — E nesse momento nossa lentidão alcançou outras partes da sala. Éramos dançarinos lentos perto do pré escuro do pôr do Sol. Jão choroso e amoroso me abraçou ainda mais forte. — Eu te amo Leon, e você é a pessoa mais importante da minha vida. — Nesse momento, recebi isso com batidas no coração, mas éramos amigos desde as primeiras semanas de idade. Fazíamos tudo que pensamos, juntos. Pegavámos as mesmas garotas, gostávamos dos mesmos jogos, tínhamos os mesmos hobbies. Tudo isso traria palavras assim futuramente. Eu também te amava e precisava dizer também.

— Eu também te amo cara, e você também importa muito para mim. — Quando disse isso, a música lenta terminou e a que começou foi acompanhada também de lentidão. de olhos fechados passamos por lugares que descinheciamos em nosso tatu. Sem desconfiança e com toda a ternura, senti sua saliva descer por meu pescoço. Em toda essa volta, esbarramos no pé da escada e caímos juntos com toda a gargalhada abafando o som. No fim de minha risada, Jão chegou tão perto de meu rosto que senti o ar sólido de sua respiração. O cheiro do vinho penetrou em minhas narinas e antes mesmo que eu pudesse impedir, seus lábios colaram nos meus. O grude e o gosto, tudo que eu podia sentir além da pele eram os fios do seu cabelo caindo sobre os meus olhos. Eu não podia deixar aquilo continuar, e com meu coração apertado e em batidas desconcertadas, te empurrei. — Não podemos fazer isso— Falei quando levantei, na intenção de fazer achá-lo que eu não queria.

— É claro que podemos, você estava gostando. — Ele sabia, merda. — É só voltar e fazer isso, não me deixe aqui. — suplicou.

—Nós somos amigos, quase irmãos, não podemos, nunca poderíamos. — deixei sua casa com um peso no corpo. O que eu poderia fazer ? Eu gostei, não posso mentir, mas como isso se estenderia ? Fui para minha casa e pensei tanto a respeito que me mataria se pudesse.









Notas Finais


o que você achou ? deixe uma opinião. Aceito dicas e brigado por ter lido. (espero que isso tenha público)


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