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História O tutor - Dez


Escrita por: luzinanda

Notas do Autor


Pois é, apareci mais cedo.
Com o final de dead wallking on earth eu tive mais tempo para me dedicar a essa fic, contudo gente, não prometo que teremos att diárias.
O motivo é simples, quero fazer capítulos maiores e bem trabalhados, então não prometo, mas tentarei trazer no mínimo dois por semana e no máximo quatro, vocês merecem.

Boa leitura.

Capítulo 10 - Dez


Andando de um lado para o outro não conseguia se impedir de ficar preocupado, automaticamente seus olhos corriam até a porta de entrada, esperando ansiosamente pela chegada dos dois Ackermans mais velhos.

-Eren, eles vão demorar? -Gabi perguntou preocupada, sentada em um dos sofás abraçando as pernas sendo a única das cinco crianças ciente da situação. Quando Levi caiu desmaiado nos braços do tutor o desespero inicial acabou atraindo a atenção da adolescente, que por algum motivo que Eren ainda não pôde questionar, já tinha chego da escola. Zofia e Udo estavam no quarto de jogos e felizmente para o Jaeguer não perceberam a agitação na casa.

Ele se lembrava bem do susto e do desespero de ter Levi desmaiado em seus braços, ficou assustado e preocupado e graças ao peso do corpo menor precisou chamar por ajuda, conseguindo que Hanji, Jean, Connie e Gabi alcançassem o escritório em passos apressados. Logo quando estava sendo levado para o carro pelos dois homens Levi despertou, tonto e confuso foi necessário que Hanji sacudisse o irmão para que não lutasse contra a intenção de ser levado até o hospital.

-Não sei. -Suspirou, tentava controlar sua própria ansiedade. Estava agitado como se ele fosse muito importante, porém não via meios de controlar isso, talvez fosse apenas seus instintos de proteção para com as crianças, não queria que eles sofressem, afinal. -Ele vai ficar bem.

Disse baixo, olhando nos olhos castanhos da Ackerman na tentativa de acalma-la. Gabi encolheu os ombros, mais preocupada do que ansiosa, apenas queria que seu pai estivesse bem. Uma preocupação verdadeira que brilhava tanto em seus olhos quanto nos de Eren.

-Ele tem se sacrificado tanto. -A menina comentou cinco minutos depois, cortando o silêncio, Eren direcionou os olhos em sua direção, esperando que concluísse o raciocínio. -Acha que não percebemos o quanto tem acumulado trabalho, se afogando em problemas para esquecer a falta que a mamãe faz.

Eren abriu bem os olhos, surpreso com a facilidade que a menina falou do assunto. Ela também parecia exausta.

-Você se lembra dela? -Eren perguntou, se sentando ao lado da morena.

-Não, mas sinto que ela foi boa para nós. -Esclareceu, observando as feições delicadas no rosto do outro. -Só não sei se foi tão boa assim para ele.

Eren piscou não entendendo. Seu olhar confuso entregando suas dúvidas quanto aquele assunto.

-Porque acha isso?

-Eu...-Respirou fundo, puxando o ar com força. -Eu escutei Mikasa conversando com o tio Armin um dia. Eles se casaram para ajudar a família da mamãe, papai e ela eram apenas amigos. Desde o começo ele tem lidado com tudo sozinho e agora sem a mamãe parece que piorou, as vezes eu queria que ele tivesse alguém para dividir isso.

Eren abriu a boca, chocado e sem saber como lidar e responder aquelas informações recebida. Levi não aparentava ser alguém carregando tantos fardos assim, mas não julgaria pela aparência, pois sabia como ninguém o que era manter uma máscara para se proteger.

-Alguém?

-Uma esposa, sabe? Alguém que pode ajudá-lo em casa e na empresa, alguém em que ele possa confiar e dividir. Ninguém sobrevive totalmente sozinho, Eren, por mais forte que seja.

Eren engoliu em seco, desviando os olhos para a parede na sua frente.

“Sobrevive, sim, Gabi.”

-São conclusões muito maduras e inteligentes, principalmente para sua idade. -Disse verdadeiramente admirado, Gabi deu de ombros.

-Não é porque sou mulher que serei totalmente emocional.

-Não estou te estereotipando, pequena. -Sorriu tentando conforta-la. -Mas você é muito esclarecida para sua idade, entende? Não é algo comum.

Gabi sorriu pequeno em resposta, mas não respondeu nada pois tanto sua atenção quanto de Eren foram desviadas para a porta se abrindo. Seu pai passava por ela com uma carranca cansada estampada no rosto mascarado em indiferença.

-Papai! -Correu até ele, abraçando o progenitor com força, expressando toda sua preocupação. -Você está bem? O que tem? Promete que vai se cuidar?

-Calma, Gabi. -Hanji vinha logo atrás, tentando acalmar a adolescente enquanto Levi apenas acariciou os filhos castanhos com calma.

Observando com mais calma Eren pôde ver claramente as olheiras profundas, a palidez na pele e o leve tremor nos dedos do chefe, sua exaustão ficando nítida.

-Por que está faltando aula, senhorita Ackerman? -Perguntou a filha, ignorando os questionamentos dela, olhou para Eren que negou com a cabeça, deixando claro que não tinha uma resposta também. Voltou sua atenção para a filha que não pareceu minimamente abalada em ser questionada.

-Torci o tornozelo na aula de educação física.

A calma em seu tom contrariava totalmente a informação. Todos, incluindo Jean e Connie que chegaram logo atrás de Hanji, olharam para as pernas da garota esperando ver algo que denunciasse o machucado.

-Está doendo? -Eren tomou a frente, se agachando ao lado da menina para avaliar.

-Sim, mas é só uma torção, a enfermeira da escola disse que não vai precisar engessar ou enfaixar. -Apontou para a perna direita, onde Eren avaliou com cuidado.

-Porque não disse que estava com dor? -O pai questionou visivelmente preocupado. Hanji suspirou levando o irmão pelo ombro.

-Não preciso de ajuda. -Gabi respondeu cruzando os braços e fazendo bico.

-Você precisa descansar, Gabi fique aqui para que o Eren dê uma olhada nisso e passe algo para a dor. -Ignorou o famoso olhar das trevas de Levi, levando o corpo enfraquecido do outro Ackerman corredor adentro.

Eren tentou acalmar sua ansiedade em saber o estado do chefe, conseguiu até certo ponto, pois sem que percebesse, seus olhos acompanhavam os movimentos do baixinho até que sumisse de suas vistas.

Depois de passar um gel para dor em Gabi e pedir para que ela mantivesse a situação do pai em segredo, verificou os menores, percebendo que estavam muito bem na sala de brinquedos, concentrados em pintar com giz de cera e canetinha vários bonequinhos de uma história conjunta. Seguiu pelo corredor disposto a entrar no corredor que até então não havia pisado, o dos quartos dos irmãos Ackermans mais velhos. Não havia muita diferença do corredor oposto, onde ficavam os quartos das crianças, apenas menos portas do que daquele lado, a decoração sendo idêntica.

Parou no meio tentando adivinhar em qual das portas mais a frente ficava o quarto de seu chefe, mas não precisou procurar pois Hanji saiu de uma delas com o rosto banhado em preocupação.

-Eren. -Ela disse, surpresa em encontrar o tutor ali. -Tudo bem com as crianças?

-Sim, me desculpe vir aqui, eu só estou preocupado, ele desmaiou na minha frente e...-Parou de falar ao ver a chefe abanar a mão em um gesto para que ficasse quieto.

-Não é nada grave, Levi apenas tem acumulado coisas demais, estresse e trabalho demais e não tem se alimentado ou dormido direito, o médico pediu que descansasse no mínimo uma semana para que pudesse se recuperar.

-Ele desmaiou de exaustão? -Eren abriu bem os olhos, para chegar aquele ponto é porque as coisas realmente não estavam indo bem. Hanji entendeu os pensamentos do Jaeguer, pois apenas moveu a cabeça para cima e para baixo, suspirando em seguida.

-Ele é teimoso. -Foi tudo que disse antes de sua atenção ser direcionada as duas figuras chegando no corredor. Rico e Armin se aproximavam tão preocupados quanto Eren.

-Recebi sua mensagem, está tudo bem mesmo? -Rico perguntou, olhando para a porta do quarto e depois para a Ackerman.

-Sim, mas precisamos conversar, eu vou precisar da ajuda de vocês para manter o Levi em repouso, já falei com a Mikasa e com o Erwin também.

Ambos os loiros concordaram, anuindo de forma ansiosa. Armin olhou para Eren parecendo notar ele ali apenas naquele momento. Um sorriso fraco despontou em seus lábios finos na direção do Jaeguer.

-Eren, pode ir se quiser, não é bom deixar as crianças sozinhas. Nós podemos lidar com isso.

O moreno não ficou confortável com o tom de voz usado para Armin, tanto ele quanto o sorriso soaram falsos demais. Contudo não se apegou a isso, olhando uma última vez para a porta do quarto e para Hanji antes de sair, a preocupação mais fraca, porém ainda presente em seu peito. De qualquer forma, o loiro estava certo, ele era apenas o tutor e estava a pouco tempo demais ali, nem devia estar tão ansioso daquele jeito. Mesmo que o chefe tivesse lhe ajudado com a crise, não podia dizer que eram minimamente próximos. A relação deles nunca passando de chefe e funcionário.

(...)

Quatro dias se passaram rapidamente, a rotina levando todos de forma calma e pacata. As crianças estavam animadas com a presença constante do pai em casa e os funcionários felizes por ver os pequenos tão alegres, era bom vê-los satisfeitos de forma tão genuína.

Apesar de Levi participar de todas as refeições e algumas das atividades dos filhos, Eren não se aproximou do chefe em momento nenhum, mantendo uma distância respeitosa, tanto física quanto emocional, evitando olhar na direção dele onde sempre tinha outra pessoa em seu encalço, seja Hanji, Armin, Mikasa ou Erwin. O último sendo o segundo mais simpático consigo, perdendo apenas para Hanji.

Naquele noite não resistiu em levantar no meio da noite para fazer seu chá, desejo que reprimiu durante toda aquela semana. O medo de encontrar Armin e lidar com assuntos que não se sentia preparado para falar sendo real ao ponto de mantê-lo no quarto, aguentando a insônia que a falta de seu rotineiro chá fazia.

A verdade sobre um passado não tão distante doía demais, existiam feridas ainda abertas, feridas que sua mente sozinha já se prestava a manter viva e a ponto de inflamar, cada vez mais sangrenta e profunda, não precisava que um colega de trabalho ciumento e enxerido lhe lembrasse disso. Afinal, ficou bem claro para si que sua aproximação com Jean foi o que gerou a mudança de postura de Armin para consigo. Se perguntava como que o loiro tivera acesso aquele nome.

Despejou a bebida quente em sua xícara, agindo no automático durante a preparação, a mente cheia demais para perceber que não estava sozinho a um bom tempo.

-Deveria fazer esse chá mais vezes, ele realmente é bom. -A voz grave se fez presente no cômodo, fazendo com que Eren pulasse e derrubasse algumas gotas do líquido quente em sua mão. Soltou a chaleira correndo até a pia e molhando a mão queimada, aliviando momentaneamente a pequena ardência causada. -Você está bem?

-Sim. -Eren respondeu sem coragem de encarar o chefe, desviando os olhos da figura um tanto desleixada enquanto procurava desculpas boas para sair dali de forma que não parecesse mal educado.

-Eren. -Levi chamou, o tom impaciente dançando em seu timbre. O moreno anuiu como resposta, mas para o Ackerman não pareceu o suficiente pois ele bufou. -Eren.

Novamente Eren não olhou na direção do mais velho e suspirando na tentativa de acalmar sua impaciência, Levi caminhou até a chaleira, servindo o resto do chá em sua própria xícara.

-Me desculpe, sei que está chateado por conta da minha atitude brusca, eu estava delirando e realmente não tive a intenção...-Agora sim Eren olhava na direção do chefe, surpreso com a conclusão em que ele chegou. Não olhava na direção de Levi por ser teimoso, e sim por que sentia demais quando fitava as íris azuis cinzentas e preferia se afastar dessas sensações antes que se tornassem intensas o suficiente para lhe machucar. -De lhe assustar.

Levi terminou a frase mais baixo do que começou, confuso sobre as próprias motivações, com os olhos voltados para o chão.

-Não estou chateado, ou assustado. -Eren esclareceu, fazendo assim com que Levi levantasse o rosto e o encarasse de volta.

Novamente a atmosfera intensa prendia os dois em uma nuvem grossa, impedindo-os de perceber o mundo a sua volta, enxergavam apenas os pequenos e únicos detalhes que compunha cada um. Eren percebeu que Levi vestia apenas uma calça de moletom, estando sem camisa com a pele muito branca e com poucos pelos se revelando, o peito forte marcado envolto por ombros largos e braços fortes eram extremamente tentadores aos olhos do Jaeguer, que precisou se controlar para não descer os olhos do tanquinho com seis gominhos pelo umbigo e então a rala estrada de pelos até o volume de sua calça. Aquele homem poderia facilmente ser considerado uma estátua muito bem desenhada.

Eren coçou a garganta, sendo o primeiro a cortar o contato visual, fechando a torneira e tirando sua mão de debaixo da água, não ardia mais. Esticou a mão e pegou a própria xícara, não conseguiria fugir daquele situação, então ficaria quieto o máximo que conseguisse.

-Fui invasivo em perguntar sobre aquilo? -A ênfase na palavra ‘aquilo’ deixou claro para Eren que Levi falava de sua crise, o Jaeguer mordeu os lábios olhando para a janela, lamentou internamente não ter acesso a visão da lua ou das estrelas naquela noite, pois o céu se encontrava cheio de grossas nuvens. Anunciando a chuva para o dia seguinte.

-O senhor está melhor? -A pergunta feita em cima da sua deixou claro para Levi que sim, ele havia sido invasivo em perguntar tão diretamente sobre os motivos da crise do mais novo. Mesmo se remoendo em curiosidade para saber o que acontecia dentro da cabeça do tutor, controlou suas vontades, continuando inabalável por fora.

-Sim. -Suspirou, olhando para a janela também. -Como você já disse uma vez, dar uma pausa não vai me deixar menos rico.

Eren riu suavemente, abafando o som ao aproximar a xícara da boca para beber.

-Bom. Se quiser outro conselho, não tente lidar com tudo sozinho, uma garotinha muita sábia me disse que ninguém sobrevive totalmente sozinho.

Levi olhou para Eren focando-se no sorriso que adornou seu rosto de forma harmônica, deixando-o ainda mais bonito. A visão fez seu coração disparar, o que lhe intrigou, se aproximou devagar, encostando no mesmo armário que o Jaeguer.

-E o que mais essa grande filósofa disse? -Perguntou em tom descontraído, mesmo que seus olhos estivessem nublados e seu rosto retorcido em algo a mais.

-Uma grande feminista, eu diria. Disse que seria bom ter alguém para dividir o peso. -Revelou, se sentindo então incomodado ao dizer aquilo em voz alta, a percepção de que Levi precisava de uma esposa, de certa forma, não lhe agradava.

-Ela acha isso, então? -Levi perguntou novamente, chegando ainda mais perto.

-Sim, uma pessoa que possa te ajudar em todos os aspectos. -Se virou dando de cara com o chefe e só então notando a forma como estavam próximos, não tinha se dado conta, ele era bom em ser sorrateiro. Mordeu os lábios tentando não se concentrar no calor que o outro corpo tão próximo parecia emanar.

-E você, o que acha disso? -Perguntou em uma voz baixa, sua respiração se misturando com a de Eren, estavam perigosamente próximos.

-Eu concordo, você tem boas opções, Mikasa é...-Foi interrompido por lábios macios em cima dos seus, mal teve tempo para raciocinar pois uma língua teimosa entrava em sua boca, reivindicando controle e posse, mãos dominantes tomando seu corpo para que se colassem um contra o outro. Eren não conseguiu resistir, se derretendo e cedendo aos toques cálidos de forma que nunca imaginou que faria novamente. Não sentiu receio ou medo do que poderia se suceder a aqueles toques quentes de Levi e isso lhe assustou.

Arrepios involuntários correram pelos corpos de ambos, suspiros sôfregos escapando em meio ao ósculo, não era calmo ou romântico, era intenso e desesperado, uma vontade suprimida sendo posta a mesa. Excitação aumentando a cada segundo, salivas se misturando e línguas se massageando, mordidas provocantes sendo distribuídas nos lábios cheios e inchados.

Quando as mãos fortes do Ackerman lhe colocaram sentado sobre o balcão, passando de forma possessiva pelas coxas sem quebrar o beijo afoito, Eren suspirou, se afastando o máximo que conseguia, a consciência voltando com força o suficiente para lhe fazer sair dali praticamente correndo.

Levi não o seguiu, sabia muito bem que seu controle já tinha lhe escapado a muito tempo, contudo não conseguia se arrepender.

Enquanto Eren já estava em seu quarto, as costas coladas contra a madeira fria da porta, os lábios inchados, o rosto corado, os olhos apertados e a mão esquerda contra o peito, sentindo a forma como as batidas fortes de seu coração acelerado reverberavam. Era a primeira vez, em anos, que o motivo não era um início de uma crise de ansiedade ou pânico, que seu corpo e mente aceitavam toques sem lhe trazer lembranças dolorosas, e embora estivesse preocupado com o fato de ter beijado logo seu chefe e que pudesse ser demitido por isso, não conseguia suprimir o pequeno sorriso que despontou em seus lábios.

Finalmente estava melhorando.

(...)

Armin dobrou o corredor, caminhando rapidamente até o quarto pretendido. Aproveitaria os poucos minutos antes da refeição matinal para conversar com Levi sobre um assunto que considerava deveras importante, como o chefe não estava bem nos últimos dias, deixou aquilo de lado para se concentrar em ajudá-lo a melhorar, sentia que, mesmo não demonstrando, Levi apreciava sua companhia, não foi à toa que não negara sua ajuda quando tentou ajudá-lo no escritório.

Mas agora ele parecia mais saudável e menos estressado e considerou esse momento perfeito para despejar as verdades que descobriu. O tablet em sua mão brilhando nas páginas já salvas para revelar informações que considerou importantes demais para se manterem escondidas. Respirou fundo quando parou em frente a porta de uma das maiores suítes da casa, sendo atendido não muito tempo depois. Como o esperado, Levi já estava de pé e vestido para o café.

-Precisa de algo? -Perguntou em um apreensivo, que Armin preferiu ignorar, sorrindo na direção do homem poucos centímetros menor que si próprio.

-Não, bem, na verdade sim. Preciso te mostrar uma coisa. -Se enrolou um pouco ao falar, era difícil formular palavras diante olhares tão intensos de seu chefe, ele podia dizer que não sentia nada por si, mas porque insista em olha-lo daquela forma?

Levi enrugou o cenho, não entendendo o motivo para a enrolação e a vermelhidão no rosto do outro.

-Precisa ser agora?

-Sim! É importante, é sobre o Eren. -E suspirando, o Ackerman deu passagem para que o outro entrasse, deixando a porta semiaberta. Um sinal claro de que nada mais do que uma conversa aconteceria entre os dois. Armin olhou para o espaço entre a soleira e a porta sem conseguir disfarçar sua decepção.

-Seja rápido. -Pediu em um tom ríspido que o loiro já estava acostumado. Afinal, ele falava assim até mesmo com seus melhores amigos, Mikasa e Erwin, consigo não seria diferente, por mais que o envolvimento entre os dois, em sua cabeça, fosse romântico.

-Eu fiquei intrigado quando percebi que o Eren não possuía nenhuma rede social, ele simplesmente não existe nas redes, o que é suspeito. -Tremeu diante o olhar irritado que recebeu do Ackerman, que felizmente para si, ficou em silêncio deixando que terminasse de falar o que queria. -Depois vi que ele passava tempo demais no quarto da Kaya, por ele ser homem eu fiquei preocupado e decidi investigar, então procurei seu nome em alguns sites e acabei achando um post no Facebook.

Mexeu por poucos segundos no tablet, logo estendendo uma publicação com o rosto de Eren estampado para Levi.

-Eren foi considerado desaparecido a três anos atrás.

Revelou, conseguindo tirar uma expressão de surpresa do rosto do chefe, que verdadeiramente não esperava por aquilo.

Olhando para a página aberta, percebeu que a pessoa que postava procurando pelo moreno se chamava Reiner Braun, sua foto de perfil indicava seus cabelos loiros e curtos, olhos castanhos esverdeados e cavanhaque bem aparado, parecia musculoso e seus olhos pequenos tornava sua aparência um tanto séria. A publicação estava escrita toda em alemão e traduzida automaticamente pela própria rede social, dizia basicamente que Eren Jaeguer havia desaparecido em uma tarde e que uma recompensa generosa seria oferecida para quem desse informações verdadeiras sobre sua localização, Reiner também dizia que ele seria seu noivo e pedia para que compartilhassem o máximo possível. Nela uma foto de Eren com cabelos curtos e roupas simples chamava a atenção, principalmente pela beleza jovem e vivida que ele expunha na fotografia. A publicação era fechada para comentários, então não havia nenhum, apenas curtidas e compartilhamentos.

Levi respirou fundo ao devolver o tablet para Armin, não queria ficar nervoso e tirar conclusões precipitadas, apesar de estar balançando em descobrir algo como aquilo, não queria julgar Eren, principalmente depois de ter visto o moreno em crise, se ele escondia algo, deveria ter seus motivos, certo?

-Eu achei que o melhor seria mostrar isso para você, afinal, é perigoso ter alguém assim perto das crianças. Eu também perguntei em uma noite, quem era Reiner para o Eren, mas ele ficou estranho e fugiu da conversa, se você quiser eu posso...

-Você perguntou? Que dia foi isso? -Armin tagarelava e Levi se concentrou na última sentença, seria coincidência demais, não é?

-Seis ou sete dias atrás...-Parou de falar ao ver os olhos do Ackerman se arregalarem com a informação.

Então havia sido aquele nome o causador de algo tão sério quanto uma crise de pânico?

-Não comente isso com mais ninguém.

Mandou, Armin concordou com a cabeça, intrigado.

-Saia. -Ordenou, dando as costas, haviam coisas demais para pensar e não queria ter que fazer isso com um inconveniente no quarto.

Armin olhou ferido para o outro, porém não retrucou, saindo do quarto e batendo a porta. Levi bagunçou os cabelos andando de um lado para o outro, totalmente confuso. Mesmo que quisesse ficar puto e pressionar o tutor, sua preocupação era muito maior.

(...)

Havia um clima diferente durante o café da manhã, desde bem cedo, aos olhos das crianças, Eren parecia distraído enquanto Levi não conseguia tirar sua atenção de cima do Jaeguer. Tal situação despertou, obviamente, a curiosidade de Hanji, que olhou de um para o outro enquanto o mais novo ajudava Zofia e Udo a se ajeitar na cadeira.

O moreno parecia querer fugir pois quase correu dali, porém Gabi impediu, dizendo que tinha uma notícia grande e importante para dar e que ele precisava estar lá para escutar.

-Para de enrolar e fala logo. -Falco disse, quase comendo as unhas de ansiedade.

-Não me dê ordens. -A adolescente praticamente rosnou, puxando seu celular do bolso do casaco. -Acontece que eu enviei um vídeo de uma certa pessoa cantando comigo inscrição para o ‘O ídolo e recebi hoje a resposta.

Abriu o vídeo mas não deu play, estendeu o celular mostrando para todos Kaya parada nos fundos da propriedade, bem próxima ao pé de manga com Levi e Eren sentados lhe assistindo. A garota estava paralisada em choque enquanto os outros tentavam conter a curiosidade.

-Você me gravou? -Kaya disse olhando para a irmã com um tom de acusação, Gabi deu de ombros sem se afetar.

-Sim e adivinha? -Mexeu no celular abrindo sua página de e-mail, selecionando um específico e estendendo para a irmã ler. -Você está dentro, é uma participante


Notas Finais


'O ídolo é um programa inventado, basicamente seria um The Voice para adolescentes e jovens.

Até o próximo, xuxus


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