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História O tutor - Vinte e seis


Escrita por: luzinanda

Notas do Autor


Oiê, como vocês estão?

Eu tô bem, esse feriado me ajudou a descansar o estresse acumulado 🤧 tanto que escrevi esse capítulo rapidinho.
Eu não planejava postar ele hoje, na verdade ia enrolar até a próxima semana já que postei dois capítulos faz alguns dias, mas eu não consigo fazer isso, tem alguma coisa que sempre me coça para postar sempre que escrevo kkkkkk

Boa leitura para todos.

Capítulo 26 - Vinte e seis


Os gritos angustiados de Armin chamaram sua atenção, não que estivesse dormindo, visto que tanto ele quanto Marco tinham acabado de despertar e estavam trocando beijos carinhosos, suas ereções matinais friccionando uma contra a outra em movimentos preguiçosos de quadris.

O momento foi interrompido e Jean se viu olhando para a porta confuso e levemente irritado, ao mesmo tempo que tinha um mau pressentimento quanto a voz elevada de Armin, também não estava feliz por ser interrompido.

– Ouviu isso? – Marco perguntou, suas sobrancelhas adoravelmente juntas em uma expressão confusa e sob o ponto de vista de Jean, fofa.

– Ouvi, acho melhor irmos lá antes que ele acorde as crianças. – Suspirando de cansaço, Jean saiu da cama, pegando sem prestar atenção peças de roupas aleatórias. Marco acompanhou e logo os dois saíram do quarto em passos apressados.

– Como você pôde? Você sempre soube o quanto eu te amo, Levi, e quando ficamos juntos, eu...eu acreditei em nós e agora aqui está você, fazendo a mesma coisa com outro funcionário, com uma puta! – Eles escutaram claramente as palavras de Armin vindas do corredor onde ficavam o quarto do chefe, de Hanji e o escritório.

– Que porra está acontecendo? – Jean já sentia uma dor de cabeça chata se formar em suas têmporas, um estresse claro que chegava junto dos prováveis acontecimentos. Jean podia imaginar o que estava acontecendo e as previsões não eram boas.

– Eles estão no quarto do senhor Ackerman. – Marco disse, a pele pálida e o semblante assustado. – Tem certeza que podemos ir até lá?

– Devemos. – Respondeu sem precisar pensar, enquanto se aproximavam da porta aberta do quarto, Jean tinha cada vez mais certeza do que estava acontecendo ali.

– Chega, Armin, você passou de todos os limites! – A voz de Levi surgiu como uma trovoada, assustando tanto os homens que finalmente chegavam até o quarto quanto o loiro que estava de costas para eles e apontando para o casal na cama.

Jean fingiu que não viu Eren sentado na cama com apenas um lençol cobrindo suas partes íntimas, também ignorou a expressão adoravelmente chocada e corada do agora namorado e também de uma Hanji irritada chegando junto com eles, focou totalmente no chefe nervoso que encarava Armin com raiva.

– Como pôde, Levi? Nós crescemos juntos, dormimos juntos! Não é justo.

– Foi um erro, não deveria ter acontecido e você sabe disso, Armin. – Levi falou mais calmo, bagunçando os cabelos já desordenados. – E foda-se também, eu nunca menti para você, eu nunca prometi nada a você! A única coisa que sinto por você é pena.

– Levi. – Eren chamou, conseguindo a atenção de todos no quarto e quando o Ackerman o encarou, ele suspirou virando-se para Armin. – Podemos falar com calma, certo? Somos todos adultos aqui, não tem necessidade de…

– Cala a boca! – Armin gritou com Eren, assustando o Jaeger com o tom de asco que usou. – Eu tenho nojo de você com essa falsa pose de bonzinho, você não me engana. Eu não tenho pena de você, Jaeger, pouco me importa se seu ex namorado abusava de você, Reiner fez pouco.

O Arlet cuspiu, seus olhos brilhando gélidos na direção do moreno. Jean se moveu quando viu Armin indo na direção Eren, mas Levi foi mais rápido em segurar a mão do loiro que ia em direção ao rosto dele.

– Não ache que é de alguma forma especial, Eren, você não passa de mais um na cama dele, você foi tão usado quanto eu. Levi nunca vai amar você, ele nunca vai querer você, a única que teve essa chance está a morta, His-

– Cale-se. – A voz de aviso de Levi fez com que Armin recuasse dois passos, ainda segurando os pulsos do loiro, o Ackerman apertou os dedos, marcando a pele clara debaixo deles. – Você passou de todos os limites disponíveis, Armin, nem mesmo minha consideração por nossa amizade é suficiente mais, você está demitido, saia da minha casa.

Apesar de soar ameaçador, Jean identificou o tom cansado na voz do chefe que empurrou o pulso que apertava, jogando Armin em direção a porta.

Nesse momento os outros funcionários chegavam, Sasha estava despenteada e Connie com os olhos arregalados, Rico olhou para todos parecendo irritada e quando Armin saiu dali correndo, ela foi a primeira a segui-lo.

Jean olhou para Marco e com um aceno de cabeça, ambos correram para seguir os dois loiros, que iam em direção a garagem.

Nem Rico, Jean ou Marco conseguiram chegar a tempo de falar qualquer coisa para Armin, ele já estava em um dos carros da família dirigindo sem qualquer cuidado, derrapando na curva quando enfim saiu da propriedade.

– Isso é culpa dele. – Rico cuspiu antes de voltar para dentro da casa, Jean ignorou o comentário e seguiu a governanta até a cozinha, onde os outros funcionários estavam.

– Não que seja uma surpresa mas… É diferente ver eles juntos. – Connie comentava, seus olhos redondos encarando o chão. – Eu entendo que isso seja difícil para Armin, mas…

– Ele passou de todos os limites! – Jean falou, sendo encarado pelos Springer. – Ele sempre soube que isso aconteceria em algum momento, Armin não foi enganado, eu avisei quando…

Suas palavras ficaram presas na garganta e Jean preferiu ignorar o olhar curioso de Marco.

– Levi sabia dos sentimentos de Armin quando decidiu foder com ele a noite inteira. – Rico falou, nojo dançando em sua voz. – Ele também sabe dos sentimentos da Mikasa e continua mantendo ela por perto, vocês não percebem, é tudo para alimentar o ego destruído pela-

– É melhor não terminar essa frase. – Sasha cortou, torcendo o nariz e encarando a governanta desacreditada. – O Armin sabia como Levi era e mesmo assim quis tentar, os dois tem responsabilidade nisso, os dois são adultos, Rico, não tente colocar uma vítima nessa situação.

– Eren é a única vítima nisso tudo. – Marco disse baixinho, se encolhendo com a atenção direcionada para si.

Rico murmurou e estalou a língua, saindo dali, Sasha encarou a colega e balançou a cabeça, indo até a geladeira para começar a preparar o café da manhã.

– Você quer conversar? – Marco perguntou baixinho e Jean respirou fundo, encarando os belos olhos castanhos do moreno de sardas antes de responder.

– Não é um bom assunto, mas você precisa saber. – Respondeu igualmente baixo, saindo dali para que o Bolt pudesse seguir-lo. Armin não era um assunto complicado apenas para o chefe, ele também possuía sua cota de problemas criados pelo Arlet.

Enquanto iam para o lado de fora, viram Hanji passar com algumas das crianças para a sala de jantar, a Ackerman parecia tão estressada quanto o resto da casa.

(...)

– Me desculpe por isso, Eren, eu devia ter-

– Não precisa se desculpar. – Eren interrompeu, apertando os lábios e desviando o olhar. – Não vou dizer que você não errou, porque você tem sim responsabilidade nisso, mas o Armin é um homem adulto e ele deveria lidar com seus problemas de outra forma, a reação dele e as coisas que ele disse… a culpa disso é apenas dele. 

Eren viu como o cenho do namorado estava tenso e encolhido e se sentiu mal por ser tão sincero, mas infelizmente nada podia fazer quanto a isso. Eles estavam colhendo as consequências de suas escolhas.

Eren também não conseguia negar a própria culpa, aquela fissura de Armin por Levi estava lá desde o início e ele não deu a devida atenção, mesmo quando o loiro admitiu seus sentimentos Eren se fez de cego e surdo, agindo como se tudo fosse ficar bem no fim. Suas escolhas com certeza também não foram as melhores.

– Ei. – Levi chamou sua atenção, segurando seu queixo entre os dedos. Eren estava sentado na cama com o mais baixo entre suas pernas. – Não faça isso, você é a pessoa inocente no meio de toda essa merda, não ouse vestir uma culpa que não é sua.

– Mas eu… não sei, deveria ter feito algo, talvez se eu fosse mais sincero com Armin, eu poderia ter evitado isso, talvez eu…

– Talvez o que, Eren? Você se afastaria de mim? – O tom de Levi não era de ressentimento, ele parecia apenas estar colocando as cartas na mesa, apresentando as opções. – Se Armin pedisse para que você não ficasse comigo, você sacrificaria seus sentimentos? Em prol de que? Porque os sentimentos dele são mais importantes do que os seus?

Eren não sabia como responder a nenhuma daquelas perguntas.

– Eles não são. – O Ackerman afirmou com convicção. – Tudo que disse ontem é verdade, você é minha prioridade aqui, amor, seus sentimentos importam, você importa, entende isso?

Eren moveu a cabeça para cima e para baixo lentamente, sentindo os olhos marejando enquanto fitava Levi, vergonha se apossando de seu corpo enquanto seu coração acelerava e sua respiração falhava em um sensação já conhecida.

Não queria ser fraco assim, não queria ser dependente de cuidados, mas não conseguia, o peso das palavras de Armin finalmente faziam o seu estrago agora que estava na presença de alguém que confiava.

– Xiii, vai ficar tudo bem, eu estou aqui. – Levi consolou, os braços apertando protetoramente seu corpo, a testa pressionada uma contra a outra. – Respira fundo, consegue me acompanhar? Um…

Eren abriu a boca, sufocando com o ar ao tentar puxar pela via errada, Levi apertou mais seu corpo, sussurrando coisas que não conseguia mais entender, sua mente presa nas últimas palavras que escutou do loiro.

"Reiner fez pouco"

"...pouco, Reiner fez pouco"

– Por favor Eren, me escute, eu estou aqui com você, você não está mais sozinho, consegue se concentrar em mim? Respira junto comigo. – Levi falava baixo porém parecia desesperado, Eren piscou confuso, navegando entre os pensamentos doloridos e o cuidado que recebia. – Um…

Levi tentou de novo e fazendo mais força do que alguém normalmente faria, Eren puxou todo o ar pelo nariz, enchendo sua caixa torácica e esvaziando pela boca, seu coração deu um salto antes de desacelerar.

– Muito bem, você está indo bem amor, você conseguiu. – Levi continuava a dizer coisas carinhosas, as mãos dele acariciando seus cabelos bagunçados e o corpo pressionado contra o outro, era aconchegante, era certo.

Eren sentiu que tinha estragado tudo. A noite anterior tinha sido perfeita, Levi conseguiu distrair e nublar sua mente a ponto de não conseguir pensar em nada além dele enquanto era invadido, não havia ninguém além de Levi, não haviam cicatrizes e não havia medo, apenas os dois e o calor compartilhado.

Eren pensou que talvez conseguisse lidar melhor com seus fantasmas, mas seu peito doía tanto agora que não conseguia deixar de sentir que fracassou, que era fraco.

Levi mereceria mesmo alguém como ele?

– Eren. – Anuiu em resposta, deixando claro que escutava, mesmo que seus olhos estivessem agora no chão, envergonhado demais para encarar o outro. – Se sente melhor? 

Acenou com a cabeça, não confiava em sua voz para usá-la.

– Isso que aconteceu agora…

– Eu me recuperei rápido dessa vez, foi graças a você, obrigado.

– De qualquer forma, e quando não for? E se você não conseguir respirar e desmaiar?

– Você me ajudou, não acho que-

– Eu gostaria que você continuasse indo ao consultório do doutor Pixis, Dot é um bom homem e um bom psicólogo. – Arregalou os olhos com a fala do namorado, não que achasse a sugestão ruim, mas estava surpreso com o assunto repentino. – Não pense que estou chateado ou que quero me livrar de você, eu apenas quero ter certeza de que você pode ficar bem, sim? Você pode fazer isso por você? Por nós dois?

Eren não tinha certeza sobre isso ainda, mas também não queria mais fugir, não queria mais se esconder de seus problemas.

– Eu… tudo bem. – Respirou fundo, finalmente levantando a cabeça para encarar o rosto preocupado de Levi. – Você pode fazer isso? Eu só…

Levi sorriu, satisfeito por conseguir uma resposta positiva. Eren admirou o sorriso com o corpo menos tenso que antes. A verdade é que não confiava em si mesmo para fazer aquilo, sabia que procrastinaria por tempo indeterminado até que Levi esquecesse do pedido.

– Claro que posso, amor, é para sua saúde. – Beijou a ponta do nariz moreno, soltando os braços que ainda seguravam o corpo maior, mas Eren não permitiu que se afastasse, apertando ainda mais o Ackerman contra si. 

– Podemos ficar assim mais um pouco?

Eren queria se esconder do mundo nos braços do namorado mais um pouco, se fosse possível, o faria para sempre.

– Tudo o que você quiser.

(...)

Hanji sorriu para Kaya antes de se sentar, as merendeiras foram preparadas por Sasha e Connie lhe ajudou a lidar com os mais novos que agora estavam na mesa, todos esperando ansiosamente o casal chegar até eles, os mais velhos com toda a certeza percebiam a tensão na casa e a Zoe apostava que haviam escutado parte dos gritos de Armin, mesmo que o quarto deles fossem mais distantes.

– O Eren está doente? – Zofia perguntou visivelmente preocupada enquanto olhava para a tia.

– Não, não está, ele só precisou fazer algumas coisas hoje de manhã. – Hanji respondeu mais rápido do que deveria, conseguindo olhares desconfiados de Kaya e Gabi. – Você não gosta de ser cuidada pela sua tia, é? Me sinto trocada agora.

– Não seja boba, tia. – Udo foi quem respondeu, nas mãos um garfo prendendo cuidadosamente um pedaço de mamão. – Nós gostamos de você, mas esse é o trabalho do Eren.

Com as bochechinhas coradas Udo tentava parecer sério mas o riso divertido de Zofia quebrou suas expectativas.

– O Eren acorda a gente com beijos e abraços. – Zofia contou baixo, como se estivesse contando um segredo. – Preferimos quando é ele quem acorda a gente.

– Vocês são mimados demais. – Provocou Falco.

– Eu concordo. – A voz de Levi chamou a atenção para a porta, onde ele e Eren passavam com os ombros tensos e as roupas do dia a dia bem colocadas.

– Papai, Eren! – Zofia foi a primeira a pular da cadeira para correr até os dois, Udo fez o mesmo e logo ambos estavam no colo, Zofia com o pai e Udo com Eren.

– Eu não posso evitar tratar eles como merecem. – Eren comentou, retribuindo o abraço que Udo lhe dava antes de colocar o garotinho de volta em seu assento, Levi fez o mesmo e os dois se acomodaram na mesa, Eren sob os pedidos das crianças que queriam ele ali na mesa com elas. 

– Bom dia papai, Eren. – Kaya cumprimentou se levantando para beijar a bochecha de cada um, Falco murmurou um bom dia preguiçoso e Gabi sorriu para eles.

Hanji observou Eren por um tempo enquanto todos comiam, apesar da tensão inicial, todos pareciam bem e relaxados, a refeição corria como deveria ser, com a família em harmonia.

Eles se sairiam bem sem ela, agora com a nova adição que trazia tantas coisas boas para eles, não podia mais adiar sua própria felicidade. Moblit esperou por tempo demais, era sua vez de abrir mão de alguma coisa e seguir em frente.

Levi ficaria bem, as crianças ficariam bem, contava com isso.

Os olhos verdes focaram seu rosto em algum momento e Hanji soube que ele percebeu sua preocupação, mas não disse nada até que o café da manhã terminasse e antes que Levi saísse, se levantou.

– Eren? Pode me ajudar com uma coisa na cozinha? – Sabia que nenhum dos funcionários estaria lá nesse horário, então seria um bom lugar para conversar com o Jaeger.

Levi abriu a boca mas Eren tocou em seu ombro, calando o Ackerman de um jeito que Hanji nunca tinha visto outra pessoa fazer.

– Claro, vamos lá.

Os dois se encostaram nos balcões da ilha da cozinha quando chegaram, Eren não era idiota e logicamente percebeu que a Zoe queria conversar.

– Você está bem? – Hanji perguntou enquanto cruzava os braços casualmente.

– Sim, obrigado por perguntar. – Eren parecia incerto e perdido, seus olhos verdes fitando Hanji com curiosidade.

– Bom, bom, eu… vou me casar, você sabe. – Deu uma pausa enquanto pensava no que falaria. – Eu tenho cuidado de Levi desde que éramos crianças, mesmo que ele seja dois anos mais velho, eu sempre senti que precisava estar lá para ele.

Começou, seu tom de voz era cuidadoso.

– Ele estava sempre chateado porque sua mãe não estava mais lá e eu só queria ver ele bem e como você pode ver, estamos aqui até hoje comigo cuidando do perna curta ranzinza e das suas crianças. – Sorriu levemente, as lembranças enchendo sua mente. – Eu adiei meu casamento por muito tempo, fiz meu noivo esperar por anos e mesmo com tudo pronto, eu não tive coragem de deixar Levi para trás, principalmente depois do que aconteceu com a Historia.

– Você se responsabilizou por eles. – Eren falou baixinho. – Você é uma tia incrível, Hanji.

– Obrigada. Agora que você está aqui sinto que tudo ficará bem. Eren, você acha que pode fazer isso, pode cuidar da minha família?

Eren abriu a boca, mas Hanji voltou a falar antes que respondesse.

– Eu também quero te ver bem, então não deixe de se cuidar. – Um riso divertido saiu de sua boca. – Não vou estar aqui sempre para puxar a orelha do meu irmão teimoso, então vou ter que contar com você.

– Você pode contar. – Eren sorriu, descontraído.

– É bom saber disso, Eren, muito bom. – Hanji desfez o sorriso que mantinha, sendo acompanhada por Eren. – Com o relacionamento de vocês se tornando público, as coisas vão piorar, você vai ter que lidar com muita coisa, Eren, meu irmão tem uma vida pública.

– Não acredito que será fácil…

– Não será e você precisa se preparar para isso, eu preciso que você consiga lidar com tudo. – Suspirando, Hanji descruzou os braços. – Desculpa colocar todo esse peso em seus ombros, mas eu preciso ter certeza de que você não vai desistir quando as coisas se tornarem difíceis.

Eren ficou em silêncio e Hanji viu a insegurança subindo até a superfície, viu o medo e a preocupação.

– Eu acredito na sua força, Eren, e preciso que você comece a acreditar nela também. – Relaxando os ombros, se aproximou do Jaeger, agarrando suas mãos. – Pode parecer assustador, mas você e Levi tem um ao outro. Posso contar com você?

As bochechas morenas tomaram um tom escuro de rosa enquanto ele anuiu, movimentando a cabeça para cima e para baixo.

– Eu vou dar o meu melhor.

– Não espero menos de você, querido.

(...)

Quando chegou na empresa naquele dia Levi não estava tão confiante quanto gostaria, enquanto subia para seu andar dentro da caixa de metal não conseguia desviar sua mente do fato de que tudo estaria uma bagunça irritante quando chegasse lá, era certo de que seria pressionado até perto do limite e esperava não explodir, não enquanto as coisas estivessem complicadas.

– Senhor Ackerman, uma reunião emergencial foi marcada, o senhor deve se dirigir a-

– Bom dia para você também, Nanaba. – Levi interrompeu a fala já sentindo sua cabeça doer, nem havia saído do elevador e já tinha coisas para fazer. – Eu sei onde devo ir, obrigado por avisar.

Observou o rosto corado e envergonhado da assistente que mordeu os lábios nervosa antes de confirmar com a cabeça.

– Perdão senhor, bom dia. 

– Bom dia senhor Ackerman. – Petra cumprimentou quando os dois passaram por ela, Levi iria até sua sala apenas para deixar suas coisas lá.

– Bom dia Petra. – Parou de andar, virando-se para a mulher loira que o acompanhava a poucos passos de distância. – Nanaba, preciso que contate uma agência de seguranças, quero uma equipe inteira cuidando da minha casa e de todos os meus familiares e funcionários, também preciso que contrate uma agência de segurança eletrônica para instalar fechaduras eletrônicas e novas câmeras em casa.

– Certo. – Nanaba murmurou sem olhar para o chefe, os dedos movendo-se rapidamente no tablet em suas mãos enquanto os dois entravam no escritório.

Logo os dois saíam com Nanaba ainda digitando pedidos do chefe no tablet. Petra estava no telefone e pedia para que os dois esperassem com movimentos de mãos.

– Eles estão esperando vocês na sala de reuniões principal. – Informou a Ral.

– Velhos folgados. – Levi resmungou.

– Senhor, o jornal Titã e a revista sol nascente pediram para-

– Não.

– Alguns influencers de mídias sociais de noticiais tambem-

– Não.

– O programa de televisao-

– Nem pensar. – Levi encarou a assistente com as sobrancelhas enrugadas de irritação, fazendo a pequena mulher engolir em seco.

– Desculpe eu…

– Ignore todos esses pedidos, querida. – Petra se meteu assim que desligou o telefone. – Apenas anote o que o senhor Ackerman pedir, sim?

– Certo, me desculpem.

– Não tem porque se desculpar, você ainda está aprendendo. – O tom mais suave do Ackerman fez a assistente corar e desviar o olhar, claramente afetada com a mudança rara de atitude do chefe, que lhe olhava curioso.

– Ham...– Petra coçou a garganta, conseguindo a atenção dos dois novamente. – O senhor Smith pediu para avisar que passará em sua sala mais tarde.

– Certo, obrigado Petra.

Acenando eles saíram daquele andar, descendo pouco antes de irem até a reunião marcada. Hanji e todos os outros já estavam lá, aparentemente a Zoe foi direto visto que não tinha passado pelo irmão.

– Estávamos esperando por você. – Um dos acionistas falou, os braços apoiados na mesa em uma postura um tanto agressiva que não assustou Levi nem um pouco.

– E eu não esperava ver a cara de nenhum de vocês tão cedo. – Sentou-se na cadeira presidencial enquanto Nanaba se juntava aos outros assistentes em um canto. – Já tenho merdas demais para resolver, falem logo.

Kenny que estava mais próximo levantou uma das sobrancelhas, sorrindo debochado antes de começar a falar.

– Aparentemente você está namorando um cara, os velhos estão nervosos com isso. – O Ackerman falou com sarcasmo, sua indignação quase tão transparente quanto a irritação de Levi.

– Aparentemente? 

– Veja bem, Levi. – Um dos acionistas começou. – Essa história não é boa para a empresa e decidimos que você vai desmentir, iremos dizer que a foto é uma montagem.

– Marcamos uma entrevista com a- 

– Não. –Levi interrompeu com mais tranquilidade do que esperavam vindo dele.

– O que?!

– Eu não vou desmentir nada. – Respondeu, ignorando o olhar preocupado de Erwin. 

– Não me diga que você e aquele rapaz…

– Sim, aquele é meu namorado, Eren.

– Eren?

– É o Eren. – Hanji confirmou divertida.

– Quem é Eren? – Um dos acionistas perguntou confuso.

– Eren? O tutor das crianças? – As sobrancelhas de Kenny estavam levantadas e os olhos esbugalhados. – Mikasa?

Se virou para a outra Ackerman que estava estranhamente silenciosa, havia algum brilho de tristeza em seus olhos, mas nada além disso.

– Eren é uma boa pessoa. – Foi tudo que ela disse, se abstendo totalmente daquele assunto.

Levi encarou a prima surpreso, não esperava que ela falasse qualquer coisa a favor do tutor, não ela que tentava a anos ficar com ele nem que fosse em um casamento forçado.

– É um homem, isso não deveria nem entrar em discussão. – Kenny esbravejou.

– Foda-se o que você acha, Kenny, eu não me importo com o que nenhum de vocês acha, Eren é meu namorado e isso não é problema de vocês. – Olhou ameaçadoramente para cada um deles, fazendo com que todos se encolhessem em seus lugares. – ISSO não está em discussão.

– Você vai afundar essa empresa.

– Precisamos fazer outra votação.

– Faremos formalmente dessa vez, escolheremos entre Mikasa e Levi Ackerman.

– Farei um ofício com a data, meu assistente encaminhará para vocês. 

Levi observou a discussão com preguiça e sem esperar o fim dela, se levantou e saiu com Nanaba tropeçando logo atrás. Logo já estavam no escritório; os telefones não paravam de tocar e tanto Petra quanto Nanaba corriam o tempo todo para atender todas as demandas de Levi. O Ackerman não sabia o que era pior, a reunião ou o trabalho corrido que estava tendo naquele dia.

Erwin não demorou a aparecer, entrando sem ser anunciado e sentando confortavelmente na poltrona em frente a mesa de Levi, o Smith cruzou as pernas enquanto assistia o amigo trabalhar.

– Então, qual o motivo por trás de tudo isso? – Erwin perguntou sem expressar qualquer emoção, seu rosto estóico e seu olhar azul gelado encarando Levi que nem mesmo tremeu diante aquela carranca.

– Do que está falando? – Levi perguntou sem desviar os olhos do documento que assinava.

– Eren é uma escolha curiosa, ele concordou com isso?

Citar o nome do tutor foi o suficiente para Levi levantar a cabeça, finalmente dando atenção para o Smith que se ajeitou na poltrona.

– Que merda está falando?

– Você enfrentando os acionistas desse jeito, Eren é muito bonito mas...

Levi soltou a caneta e encarou o loiro por três segundos antes de bufar irritado.

– Eu não sou um adolescente parar armar algo assim por pirraça, sobrancelhas, Eren é meu namorado.

– Mesmo? – Talvez fosse a irritação acumulada do dia, mas Levi não percebeu o ligeiro tom divertido na outra voz.

– Absolutamente. – Respirou fundo. – E não tente mais flertar com ele, não mexa com o que é meu.

Uma risada quebrou a tensão que se formava na sala, Erwin puxou os lábios enquanto assistia o Ackerman perceber que tinha caído em mais um de suas armadilhas, revelando mais do que normalmente falaria.

– Uau.

– Seu merdinha.

– Só quando é necessário que eu seja. – Erwin respondeu em um tom mais leve antes de ficar sério novamente. – Você provavelmente estará fora na próxima semana, sabe disso, não sabe? Talvez eles te deixem ficar na diretoria.

– E eu não sei desse caralho? Porque acha que estou atolado de trabalho?

– É a sua cara adiantar trabalho assim. – Erwin suspirou ao ver o amigo voltar a assinar os documentos de antes. – Só não esqueça do que é mais importante, você não está sozinho e pode contar com-

– Provavelmente só terei o seu voto e da Hanji, não tem nada que possam fazer por mim.

– Você lutou muito para reerguer essa empresa.

– É por isso que vou deixar tudo pronto para que Mikasa não afunde ela quando assumir.

– Levi. – Chamou enquanto se levantava, caminhando até a porta e abrindo, dando de cara com Nanaba pronta para entrar. – Não esqueça que estamos do mesmo lado.


Notas Finais


Eu sei que muitos esperavam que o Armin levasse uma coça, mas estamos falando Eren, ne? Ele não deixaria algo assim acontecer, principalmente com a quantidade de gente assistindo 🤧🤧🤧 ( e os dois peladoes de fundo)
Tivemos pouco do casal, mas logo eles aparecem com mais boiolagem.
Erwin sendo misterioso e manipulador como sempre kkkkkkkkk

O próximo capítulo tem mais de Jean e Marco, tem Kaya e um pouco de Levi e Eren, pode ter ciúmes e uma certa mulher loira 🤧🤧🤧 de qualquer forma a tempestade ainda vem aí, eles vão precisar lidar com o assédio da mídia.

Até o próximo bbs.


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