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História O último suspiro - Memórias: parte I


Escrita por: Terra-Branford

Capítulo 4 - Memórias: parte I


11 de Setembro

Meu nome é Sigyn Arrowny e sofro de algum tipo de distúrbio que me impossibilita de lembrar de muitas coisas.

Hoje acordei sem saber o meu nome e quem eu era, algo comum a minha situação… Eu acho… Estava nua e debruçada sobre um homem que se identificou como Loki assim que acordou em meio aos meus gritos.

Loki Odinson é o meu marido, pelo menos ele alega ser, ele me explicou que sofro de um tipo de amnésia rara e severa, consequência de um acidente ocorrido a alguns meses.

Loki se mostrou ser muito atencioso e persuasivo, digamos... Arrisco dizer que com poucas palavras ele era capaz de qualquer coisa, e o que aconteceu mais cedo era a prova disso. Quando acordei estava assustada e queria fugir dele a qualquer custo, horas depois, me vi envolvida com ele de uma forma que jamais poderia imaginar, pelo menos na situação em que estava, de repente o desespero se transformou em algo mais, desejo, o medo se tornou fascínio e o que aconteceu a seguir foi apenas uma consequência.

Passei toda a amanhã ao lado de Loki.

Agora são cerca de duas horas da tarde e estou gravando essa mensagem por meio de magia, em segredo, enquanto Loki foi recolher lenha na floresta para que possamos nos aquecer durante a noite.

Meu marido não pode saber o que estou fazendo, ele parece ser muito controlador e não quero ter de explicar a ele onde encontrei essas conchas mágicas.

Não gosto da ideia de mentir ou esconder algo dele, posso não me lembrar de Loki, mas sinto que o amo e não quero decepcioná-lo.

Na verdade, estou gravando isso porque desejo me lembrar, quero me lembrar principalmente dele. Quero acordar e saber quem é o homem que dorme ao meu lado, que cuida de mim e que me amou com tanta intensidade agora a pouco.

Estou fazendo isso por Loki, não quero que ele se sinta preso a uma inválida, quero ser capaz de fazer algo sozinha.... E essa gravação não tem relação nenhuma com as intenções do estranho que encontrei na floresta mais cedo.

Após o almoço Loki me levou para dar uma volta na floresta que havia ao lado da casa onde morávamos, ele aproveitou o passeio para me falar um pouco mais sobre o nosso passado, ou melhor, sobre o meu passado, pois de certa forma ele não falou nada sobre ele, pelo menos nada que se referia somente a ele.

Loki me disse que estávamos casados há cerca de 4 anos, também me contou como havíamos nos conhecido, no caso em um baile promovido pela família real de Vanaheim, fiquei curiosa sobre aquilo e o enchi de perguntas a respeito do assunto, ele respondeu tudo prontamente.

Descobri que era filha única, que meus pais infelizmente já haviam falecido e que Loki e eu nunca tivemos filhos, segundo ele, porque eu não gostava de crianças. Algo que discordei veemente na ocasião, Loki riu, e percebi com aquele gesto que quem provavelmente não gostava de crianças ali era ele, não eu.

“Loki e eu nunca tivemos filhos”, ele mentiu, de novo.

Aquelas palavras ficaram ecoando na minha mente e a sensação de saudade e perda voltou a me envolver, senti meus olhos se encherem de lágrimas, mas não chorei. A raiva momentânea que senti de Loki por mentir aparentemente todos os dias sobre nossos filhos sumiu, que direito eu tinha de julgá-lo por isso? Por querer evitar que eu me afogasse em  tristeza todos os dias, como certamente acontecia com ele...

O passeio na floresta foi agradável, mas mais curto do que eu esperava, conforme caminhávamos Loki foi ficando inquieto, seu olhar outrora centrado em mim se tornou distante, atento ao ambiente, como se ele procurasse por algo ou alguém.

- Algum problema? - eu o interroguei ingenuamente.

Loki demorou longos minutos para responder aquela pergunta,  uma eternidade para responder com um inexpressivo “não”, a conversa que antes fluía tão naturalmente desapareceu e confesso que fiquei grata quando Loki perguntou se eu queria voltar para a casa.

Não precisei pensar para responder aquela pergunta, a resposta era óbvia em minha mente, eu queria voltar para o conforto da nossa casa, para o clima tranquilo de antes, para uma memória feliz, um sonho que precisou aguardar mais alguns minutos, pois um ruído estrondoso roubou completamente a atenção de Loki e o levou para longe de mim, em uma busca incansável pelo causador daquele som.

Algo exagerado eu pensei enquanto Loki me abandonava sozinha naquele lugar, não tive tempo de sentir medo ou ir atrás dele, pois não fiquei sozinha por muito tempo. Primeiro, porque Loki não tardou a retornar, segundo porque um homem misterioso apareceu logo que meu marido desapareceu por entre as árvores.

O homem era magro e trajava algum tipo de armadura ou uniforme militar, em seu rosto havia um sorriso que me remetia a esperança.

Ele me pareceu levemente familiar. Ao seu lado estava um lobo branco e pequeno que me observava da mesma que seu aparente dono, eu tentei forçar minha mente a reconhecê-los mas não consegui.

Mesmo assim, estranhamente me senti confortável perto deles.

- Sigyn… - o homem murmurou meu nome - Que bom que a encontrei.

- Você me conhece? - disse a primeira coisa que pensei.

- De toda uma vida. - o estranho respondeu sorrindo - Sou o Vili, um velho amigo.

- Vili? - repeti aquele nome como se de alguma forma aquilo me fizesse lembrar dele, mas nada aconteceu - Me desculpe, mas não faço a minima ideia de quem você seja.

- Imagino. - o homem respondeu tristemente - Então também não deve saber quem é este que me acompanha. - ele indicou o lobo com um ar triste - Lamento muito Sigyn, me desculpe por demorar tanto para encontrá-la, mas Loki…

- O que tem o meu marido? - o cortei bruscamente.

Não sabia se poderia confiar naquele homem, não fazia a menor ideia do que ele estava falando, mas não gostei nem um pouco da menção ao nome do Loki.

O tal Vili assumiu uma expressão sombria.

- Não confie nele, Sigyn. Ele não lhe faz bem, nunca fez, veja só o que ele fez com...

- Quem você pensa que é pra me dizer isso? - me irritei, não sei porque mas descobri que odiava que falassem do Loki daquele jeito.

- Alguém que esteve ao seu lado a vida inteira. - Vili respondeu convicto. - Só quero lhe ajudar.

- Não preciso da sua ajuda, eu estou bem.

- Bem? Você perdeu a sua memória! - o estranho se exaltou - Ele fez isso com você! Ele!

- Não acredito em você. - fui firme e sincera.

- Ele te contou como aconteceu?

- Não… - o respondi meio incerta e insegura..

- Ele não te contou porque não quer que você saiba, mas eu posso ajudá-la, Sigyn, posso ajudá-la a se lembrar.

- Não preciso de sua ajuda. - retruquei impaciente, nem sabia porque estava dando atenção aquele homem.

Queria que ele desaparecesse da mesma forma como surgiu, mas ele continuou ali, parado, me observando enquanto aquele estranho animal me analisava também.

- Não vou desistir de você, Sigyn. - Vili comentou enquanto conjurava uma pequena caixa em suas mãos - Vou deixar isso com você. - ele a depositou sobre o chão - São conchas mágicas, quando criança você gostava de gravar suas memórias nelas, pois somente você conseguia acessá-las depois, era mais prático que um diário e um presente de seu pai.

O olhei com indiferença, não precisava daquilo, não precisava de ajuda.

- Espero que se lembre de tudo Sigyn… - o homem voltou a falar e então desapareceu em meio a uma energia vermelha.

Minutos depois Loki apareceu, não contei nada a ele sobre aquele estranho e também guardei a pequena caixa comigo, em minha bolsa. Não sei porque não contei o que aconteceu a ele, mas estou aqui agora confidenciando tudo isso a essa concha mágica. Como disse, não acreditei em nada que aquele tal de Vili disse, mas gostei da ideia de poder me lembrar das coisas, acho que Loki ficaria feliz com isso. Irei gravar as minhas lembranças todos os dias, vou surpreender Loki, ele ficará tão feliz.


Notas Finais


Sigyn... O Loki ficará tão feliz quando você lembrar das coisas rs tão feliz rsrsrsrs


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