Mais uma vez seu coração se enche de saudade, e são seus olhos que transbordam, mais um dia convivendo com uma dor incessante.
Mais uma noite passou em claro relembrando seus inúmeros erros lamentando cada um deles. Queria viver seu futuro em paz, mas estava preso no passado sentindo falta do antigo eu e dos que já não mais lembram de si, por isso ele mesmo se machucava, doía, doía como o inferno, mas não tanto quanto estar fadado a viver cada dia como se fosse o dia de sua partida.
Mais um dia se passou no piloto automático, sorrisos vazios, conversas superficiais, enquanto por dentro travava uma batalha para não reviver em sua mente cada minuto do dia em que deixou de ser quem era, o dia em que sua alma morreu e só lhe sobrou um velho corpo cansado para carregar pelo resto de seus dias.
Mais uma vez tentou curar antigas feridas e as recém adquiridas da única forma que sabia, encheu a cara no bar que costumava frequentar com quem agora lhe era motivo de tristeza, chorou ali, em frente a todos, e mais uma vez experimentou o gosto amargo de estar invisível em meio a uma multidão.
Se obrigou em casa, onde finalmente se viu livre para abraçar a solidão e se permitiu desmoronar, ali mesmo no chão daquele apartamento vazio, que logo foi preenchido por um estalo ensurdecedor. Afinal não estava assim tão vazio, havia uma coisa ali que o aliviaria, seus olhos brilharam ao ver o objeto, que ele acreditou ser enviado por um ser divino, sua cura estava lá, para dar fim em tudo, aquela vida sofrida, não podia mais viver com aquela alma quebrada, pela última vez, sorriu, pois apesar de ter sido de uma forma dolorosa, havia enfim conseguido dar cor aquela vida cinza.
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