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História O Vestido, o Baile e a Seleção - O aperto de mãos


Escrita por: K_A_Costa

Capítulo 30 - O aperto de mãos


Fanfic / Fanfiction O Vestido, o Baile e a Seleção - O aperto de mãos

Acordei desorientada novamente. Minha mente estava confusa, eu havia tido um sonho estranho sobre perder os dedos dos pés, e ... Um movimento à minha direita me chamou a atenção. Arthur estava sentado na cadeira ao meu lado enquanto encarava alguns papéis com o olhar perdido. Ele levou uma mão aos olhos e os massageou parecendo angustiado. Involuntariamente, mexi os membros inferiores ao virar o rosto para vê-lo melhor, e senti uma pontada estranha onde deveriam estar os dedos do meu pé direito.

Uma onda de náusea se apoderou de mim, e eu gemi, angustiada. Não havia sido um sonho, era real.

“Acalme-se, querida”, disse Judith, sobressaltando-me. Olhei para a esquerda, onde ela estava de pé, mexendo em uma prancheta. “Você desmaiou por um minuto devido ao choque. Sinto muito, senhorita.”

“Eu... eu...”, balbuciei confusamente. Minha cabeça dava voltas. Parecia absurdo demais para estar acontecendo. Na noite anterior, eu havia me preparado para um baile; agora eu estava aqui, com dedos a menos nos pés e queimaduras em todo lugar. Senti uma vontade estranha de rir.

Arthur estava em silêncio, mas eu podia sentir seu olhar queimando minha pele.

Ops. Trocadilho ruim. A vontade de rir aumentou.

Virei o rosto para o príncipe, que me encarava com olhos ansiosos e preocupados. Eu não sabia o que dizer, mas, ao imaginar toda a loucura que devia ter sido a noite anterior, vê-lo ali, são e salvo e sem dedos a menos, me tranquilizava. Então eu lembrei de alguém que devia estar enlouquecendo naquele momento.

“Hã, Arthur...”, chamei, torcendo para que o príncipe permitisse. “Tem alguém que eu gostaria de ver...”

Arthur não questionou. Foi até o corredor e chamou um dos guardas. Após um instante, o príncipe voltou e pegou os papéis que havia deixado sobre o assento da cadeira.

“Eu, hmm... vou deixá-los à sós”, balbuciou.

“Não precisa! Ele não vai se incomodar, e eu quero que você o conheça.”

Alguns segundos depois, Viktor surgiu na porta. Ele usava seu uniforme de guarda, mas parecia ter acabado de sair da cama: alguns dos botões não estavam nas casas certas e o cabelo dele estava uma verdadeira bagunça; seus olhos azuis pareciam mais alertas do que nunca, mas havia olheiras sob eles, como se ele tivesse passado a noite em claro.

“Lily!”, ele exclamou, então viu o príncipe e se curvou em uma reverência apressada antes de se aproximar da cama, enquanto Judith discretamente saía do quarto e fechava a porta. “Lily... eu estava tão preocupado, não me deixavam vir ver você! Eu tentei explicar, mas...”

“Eu sei, tudo bem”, acalmei-o. “E olha só, eu estou bem! Essas bandagens me fazem parecer bem pior do que eu realmente estou!”

“Você não me engana, Lillian Donnelly! Eu te vi quando estava sendo carregada pra cá. Dominic me garantiu que você ia ficar bem, mas, mesmo assim...”

“Dominic, hein?”, sorri significativamente para ele. No entanto, Viktor apenas suspirou e olhou para o chão.

“Acabou não funcionando. Mas tudo bem! Eu não vim falar disso. Me disseram que... que seu pé...”

“Eu... perdi uns dedos no baile ontem... Arthur não sabe diferenciar seu pé esquerdo.” Olhei para o príncipe, esperando que a brincadeira tivesse feito algum efeito sobre sua carranca, e fui agraciada com um pequeno sorriso que iluminou suavemente seus olhos de esmeralda. Foi então que eu lembrei de apresentar Viktor. “Hã... Arthur, esse é Viktor Alceu. Ele é meu amigo de infância. Meu melhor amigo.”

“Alteza”, Viktor fez uma reverência profunda para o príncipe.

Então Arthur surpreendeu Viktor, estendendo a mão direita. Meu amigo, então, voltou a ficar ereto e segurou com firmeza a mão do príncipe.

“É um prazer, senhor Alceu.”

Naquele momento, meu coração se aqueceu de um jeito engraçado, e eu não pude evitar um sorriso.

_-*-_

_-*-_

Mais tarde, Julie, Joyce e Lucia vieram me visitar. Elas me trouxeram bolinhos que elas mesmas haviam feito – para o desespero da enfermeira, que havia me dado sopa de legumes no almoço –, e Lucia me prometeu que iria fazer um belo corte no meu cabelo assim que eu estivesse melhor. Isso me assustou, porque até aquele momento eu não havia pensado em como estava o meu rosto ou o meu cabelo. Imediatamente, pedi para que me trouxessem um espelho, embora elas me garantissem que eu estava bem.

Meu rosto tinha alguns arranhões superficiais, minha orelha direita estava envolvida por gazes e meus cabelos estavam com as pontas chamuscadas e irregulares. Engasguei. Eu parecia uma múmia em roupas hospitalares.

Julie e Joyce, então, começaram a me contar o que acontecera no palácio desde a noite anterior. Eu não sabia como a criadagem descobria tantas coisas, mas supus que houvesse uma grande rede de fofocas envolvendo todos os funcionários do palácio. E ela funcionava muito bem. Joyce disse que os rebeldes haviam cometido suicídio em grupo quando foram encurralados pelos guardas no jardim. Nada revelador foi encontrado nos corpos, eles tinham apenas armas e explosivos, e nenhum dos guardas que estava no jardim soube explicar como eles haviam conseguido detonar uma bomba forte o suficiente para fazer um buraco no muro do castelo sem que fossem percebidos.

“Todos estão assustados, é como se o palácio não fosse mais seguro! A mídia está enlouquecida, mas ninguém tem permissão para deixar o castelo até que o rei autorize.”

“Alguns jornais já estão noticiando o ocorrido, mas a Família Real só vai se pronunciar hoje à noite no Jornal Oficial. Dessa vez, eles não farão uma transmissão ao vivo. Na verdade, eles devem estar gravando agora”, Julie completou.

“Eles se feriram?”, indaguei.

“Não, não. O rei e a rainha foram os primeiros a serem protegidos. Arthur machucou um pouco as mãos quando foi salvar você...”

“Tão romântico...”, Julie suspirou.

“..., mas não foi nada grave”, Lucia completou, lançando uma olhadela para Julie.

Sorri para elas, sentindo-me em paz. Ter a presença das três garotas me fazia sentir como se aquele fosse apenas mais um dia normal no castelo, o que era reconfortante.

“Bem, mas agora essa Seleção vai ser agilizada!”, Julie exclamou enquanto tirava o prato de bolinhos de cima do meu colo.

“Como assim?”, perguntei, colocando um pedaço de bolo na boca.

“Julie! Isso é só fofoca!”, Lucia ralhou.

“Mas eu ouvi das outras criadas!”, Julie objetou. “Eu soube que várias selecionadas vão pedir para ir embora. Elas e suas famílias estão se queixando da falta de segurança no castelo. É possível até que já seja formada a Elite!”

Engoli em seco enquanto assimilava as informações. Quem seriam as selecionadas que partiriam? Pensei em Alex e Miriam, torcendo para que elas conseguissem permanecer no palácio; então pensei em Layla. Será que ela iria embora?

_-*-_

Durante o resto da tarde, as três criadas me fizeram companhia. Até onde eu sabia, o resto da ala hospitalar estava completamente vazio, exceto pelos leitos com alguns guardas feridos – Thomas, felizmente, estava bem e viria guardar minha porta durante a noite. Lucia insistiu em ajudar a enfermeira na hora do “banho”, e eu agradeci por isso. Era bem melhor ter alguém familiar passando uma toalha úmida em meu corpo seminu e coberto por bandagens.

Depois disso, tomei mais sopa, tive meus dentes escovados por Joyce e fui posta para dormir. Quando Thomas assumiu seu posto, antes das criadas saírem, acenou para mim da porta e me deu um sorriso enquanto fazia uma reverência e murmurava um “senhorita”.

Com o zumbido suave das máquinas hospitalares funcionando, dormi um sono sem sonhos.


Notas Finais


Acabou que o melhor dia pra postar é terça-feira mesmo kkkkkk
Hey, guysss
Como vcs tão nesse começo de ano? Tudo bem por aí?
Eu sou cearense, então por aqui tá foda ><
Mas nada tão ruim que não possa piorar, né? KKKKKK
Brincadeira, gente. Espero estar viva até semana que vem '--'
Beijoooos *3*


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