1. Spirit Fanfics >
  2. O Vestido, o Baile e a Seleção >
  3. Diga ao povo que fico

História O Vestido, o Baile e a Seleção - Diga ao povo que fico


Escrita por: K_A_Costa

Capítulo 31 - Diga ao povo que fico


Fanfic / Fanfiction O Vestido, o Baile e a Seleção - Diga ao povo que fico

Minha estadia na ala hospitalar seria mais longa do que eu gostaria. O médico – um homem de 50 anos, com cabelos grisalhos e cálidos olhos castanhos – havia dito que eu só poderia deixar meu leito quando os pontos fossem retirados do meu pé, o que aconteceria dali a duas semanas. Além disso, uma fisioterapeuta viria todas as manhãs para me ajudar a fazer exercícios e alongamentos.

No café da manhã daquele dia, Joyce me contou sobre a repercussão do pronunciamento da Família Real. Segundo ela, a mídia estava fazendo o maior alarde em torno do ocorrido, e, embora toda a investigação estivesse ocorrendo em sigilo, havia todo tipo de teoria sendo espalhada. No pronunciamento, o rei Maxon havia alegado ter tudo sob controle e dito que o palácio estava em estado de alerta máximo, o que me fez pensar em como estaria sendo o dia a dia fora da ala hospitalar. O príncipe havia se encarregado de dizer a todos que as selecionadas estavam seguras, pois possuíam escolta pessoal permanente, e que a Seleção continuaria em seu curso, obedecendo às regras impostas.

“As famílias e os repórteres irão embora hoje, e as selecionadas que optarem por deixar a seleção, também”, disse Joyce.

“A senhorita irá permanecer, não é, senhorita?”, Julie indagou timidamente.

“Julie!”, Lucia repreendeu.

“Desculpe, senhorita, é só que...”, Julie murmurou.

“Não, não! Tudo bem, eu...” Fui interrompida por batidas educadas na porta. Lucia levantou-se da cadeira em que estava – elas haviam trazido cadeiras extras para o quarto – e foi atender à porta. Imediatamente, Julie e Joyce se aproximaram para arrumar minha camisola hospitalar. Judith havia inclinado minha cama para que eu ficasse sentada e pudesse interagir melhor com as visitas.

Enquanto Lucia abria a porta, encarei minhas bandagens e fiz uma careta. Elas haviam sido trocadas por Judith quando eu acordei, e eu pude ver o que havia por baixo. Minha pele estava cheia de bolhas amareladas, e os cremes aplicados sobre ela não deixavam a aparência melhor. Eu tinha queimaduras de segundo grau – Judith me dissera – na metade superior do antebraço e na metade inferior do braço e nos cotovelos, bem como nas pernas e nos pés. Além disso, havia ferimentos leves causados pelos cacos de vidro por todo o meu corpo. Minha cintura havia sido atingida por cacos de vidro, mas quase todos os ferimentos haviam sido superficiais. No entanto, um caco maior havia feito um belo estrago ao lado do meu umbigo, e eu tinha alguns pontos fechando a ferida.

“Lillian?”, Alex chamou, entrando no quarto.

Olhei para ela, surpresa. Eu esperava que fosse o príncipe ou o médico novamente; e eu havia pensado em enviar uma missiva para minha amiga, convidando-a para uma visita, mas só faria isso após o almoço. De qualquer forma, aquela visita era uma ótima surpresa.

“Alex!”, exclamei sorridente.

“Ah, sua louca, você tem noção do quanto me deixou preocupada?!”, respondeu ela, vindo até mim e abraçando meu pescoço. Sufoquei um gemido.

“Eu planejava mandar notícias e exigir uma visita”, falei quando ela me soltou.

“Muito lenta! Eu precisava te ver logo pra ter certeza de que você estava inteira, garota!”

Ops.

“Bem... inteira, inteira eu não estou...”, falei hesitantemente.

“Como assim?!” Alex me encarou franzindo o cenho.

Comecei a explicar para ela sobre o que acontecera. Enquanto eu falava, ela franzia o cenho e encarava horrorizada meus pés cobertos pelo lençol e meus braços cheios de gaze. Quando eu terminei, ambas ficamos em silêncio. Alex parecia precisar de um tempo para absorver o que tinha escutado. No entanto, quando ela voltou os olhos para o meu rosto após um minuto, ainda tinha uma expressão incrédula.

“Você... você estava bem ao lado daquela janela quando ela explodiu?”, ela indagou.

“Sim.”

“Isso é... isso é...”

“Absurdo, eu sei.” Eu tentava não pensar, mas sabia que poderia ter morrido. Se o estilhaço tivesse me acertado um pouco mais pra cima...

“Caramba, Lillian!” Alex me surpreendeu com um novo abraço. “Ainda bem que você está bem!”

Sorri, apreciando o gesto carinhoso, então lembrei da Seleção.

“Alex, você vai ficar, não é?”, perguntei quando ela se afastou.

“É claro!” Sorriu. “E a Mim também! Nossas famílias queriam que nós fôssemos com eles, mas depois do pronunciamento do rei, ontem, decidiram permitir que continuássemos na Seleção.”

“Ouvi dizer que muitas selecionadas irão embora hoje, é verdade?”, indaguei, agora mais tranquila por saber que os planos delas não seriam interrompidos.

“Sim! Arthur foi falar comigo hoje, logo após o café, para saber se eu partiria. Quando eu disse que ficaria, ele suspirou e disse que as regras da Seleção continuavam. A qualquer momento, eu poderia pedir para sair, pois entendia que a grande maioria das garotas estivesse se sentindo insegura.”

Alex mordeu o lábio e olhou para suas mãos unidas sobre seu colo, ponderado. Após um segundo, suspirou e voltou os olhos para mim.

“Eu estou com medo, Lillian... minha família é muito conservadora. Minha mãe me obrigou a vir para o baile de seleção porque tinha a esperança de que eu encontrasse algum marido aristocrata, mesmo que o príncipe não me escolhesse. Meus pais são ricos, e ao longo da minha adolescência eu recebi várias propostas de casamento, mas eu sempre recusava. Agora que eu estou adulta, meu pai quer que eu me case o quanto antes, então...”

Estendi minha mão, ignorando as pontadas de dor, e a pus sobre as de Alex.

“Eu já disse: vou te ajudar.”

Alex me olhou com ternura, depois pulou em cima de mim e me abraçou, fazendo com que eu soltasse um ganido.

“Ah! Desculpe, desculpe!”, ela se afastou rapidamente. “Mas isso quer dizer que você vai ficar no palácio, não é? Ou...”

“Bem...”, dei de ombros. “Acho que eu não tenho muita escolha. Eu não iria muito longe antes de me acostumar a ter uns dedos a menos...”

Enquanto nós ríamos, a fisioterapeuta entrou no quarto para a minha primeira sessão. Alex se despediu com um beijo em meu rosto, prometendo que iria me visitar novamente, e eu agradeci, aliviada. Aquele quarto solitário estava começando a me deixar claustrofóbica.

_-*-_

Mais tarde, quando a fisioterapeuta saiu do recinto, Julie foi surpreendida por novas batidas na porta um segundo após fechá-la. Quando a abriu, a criada fez uma reverência, e Arthur entrou no quarto. Por um segundo, apenas nos observamos como dois gatos desconhecidos se encontrando pela primeira vez, então Julie pediu licença e saiu do quarto, despertando-nos.

“Vidya...”, Arthur começou após limpar a garganta enquanto aproximava-se da cama. “Você... você pretende permanecer na Seleção?”

“Pretendo”, respondi de imediato, fazendo com que Arthur suspirasse como se o peso do mundo fosse retirado das suas costas.

“Eu fico feliz. De verdade. Eu sei que posso ter passado a impressão errada, Vidya, mas você é realmente importante para mim. Eu-“

“Arthur-“, tentei interrompê-lo.

“Espere, escute, por favor!” Ele deu dois passos em direção à cama e pegou minhas mãos. “Eu preciso te explicar muita coisa, Vidya, mas primeiro quero deixar isso claro: eu me importo de verdade com você. Eu... eu estou apaixonado por você. Só que não é simples. E eu vou te explicar agora.”

“Explicar o quê?”

“Sobre a Layla e os rebeldes.”

“O que a Layla tem a ver com os rebeldes?”, sussurrei já temendo a resposta.

“Tudo. Porque ela é um deles.”

_-*-_


Notas Finais


BOA NOITE
Turupom?
Eu não sei se vocês viram, mas eu lancei uma notinha avisando que o capítulo ia atrasar, porque eu fiquei sem net e logo depois viajei.
MAS ESTOU DE VOLTA

Beijos *3*


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...