1. Spirit Fanfics >
  2. O Vestido, o Baile e a Seleção >
  3. Prisioneiras

História O Vestido, o Baile e a Seleção - Prisioneiras


Escrita por: K_A_Costa

Capítulo 42 - Prisioneiras


P. O. V.: Lillian

Acordei sobressaltada. Abri os olhos, mas não pude enxergar nada, tudo ao meu redor era escuridão. Minhas costas doíam, aquela posição sentada não era confortável. Tentei me mover, mas descobri que meus pulsos estavam atados. Presa. Minha boca estava seca e doía, e quando tentei, por reflexo, engolir a saliva inexistente, percebi que havia um pano me amordaçando e impedindo que eu sequer fechasse a boca normalmente. O desespero me tomou. Movi a cabeça para um lado e para o outro, mas foi em vão. Era impossível enxergar naquele breu. Comecei a ouvir vozes vindo de fora do lugar em que eu estava, então algo se moveu ao meu lado na escuridão, sobressaltando-me.

“Shhh! Sou eu, Miriam”, a pessoa ao meu lado sussurrou.

Fiquei calada e comecei a prestar atenção nas vozes enquanto Miriam me desamarrava habilmente.

“A edição já foi terminada?”, alguém perguntou – a voz me soou levemente familiar, mas eu não soube dizer de onde a conhecia. Alguns segundos depois, prosseguiu, após receber uma resposta que eu não consegui entender. “Você por acaso está questionando a minha autoridade? Ótimo. Agora faça-me o favor e prepare a transmissão. Quero esse vídeo...” As vozes se afastaram, e eu não pude mais ouvir.

Girei os pulsos e mexi a mandíbula, aliviada por estar liberta. Arrumei minha postura e olhei para o lado tentando captar a silhueta de Miriam.

“O que você está fazendo aqui?”, sussurrei para o breu.

“Fui pega quando fugi do salão. Me perdi em meio àqueles corredores e fui encontrada por eles. Minha sorte é que eles são meio burros e não perceberam quando torci os pulsos para poder me soltar depois.”

“Há quanto tempo estamos aqui?”, perguntei.

“Alguns minutos. Acho que fomos trazidas num caminhão, eu acordei quando ainda estávamos dentro dele. Depois disso, fomos trazidas para cá e alguém fez uma filmagem. Não consegui ver quem era, fingi ainda estar desmaiada. Depois disso, alguns homens ficaram entrando e saindo, e só agora eles fecharam de vez a porta. Eles... eles estão nos usando como objeto de chantagem.”

“O quê?!”

Nesse momento, a porta foi aberta, sobressaltando-nos. Reconheci o primeiro rebelde a entrar pelo machado que ele carregava nas costas, que marcou sua silhueta contra a luz que vinha do lado de fora da porta. Outro homem entrou em seguida. Encolhi-me perto de Miriam, cujo rosto estava impassível, encarando as duas figuras sem demonstrar uma gota sequer de medo.

“Ora, ora! As senhoritas acordaram e conseguiram se soltar!”, o do machado disse com deboche, acendendo a fraca luz que pendia do teto. Agora eu podia ver seu rosto, que estava descoberto. Sua pele era negra e reluzia de suor, e seus olhos nos fitavam com arrogância.

“O que vocês querem?”, Miriam indagou com firmeza.

“Viemos dar uma olhadinha em vocês”, o outro falou, aproximando-se de nós. Quando chegou perto de Miriam, agarrou o queixo da garota, puxando seu rosto para perto. “Talvez uma olhadinha bem de perto...”

Com um movimento rápido que eu mal pude ver, Miriam deixou quatro linhas ensanguentadas no rosto alvo do rebelde, que ganiu, soltando-a e afastando-se com as mãos no rosto machucado. O outro homem puxou o machado das costas quase num reflexo, posicionando-se defensivamente. Miriam sorriu com ironia. Havia algo de felino em sua expressão.

“Empunhando uma arma tão rústica contra garotas desarmadas? Somos tão perigosas assim?”, ela zombou.

Os rebeldes xingaram-na e saíram do cômodo – que, agora que a luz o tocava, eu percebia que era pequeno e estava vazio, exceto por uma caixa vazia jogada no chão de qualquer jeito. Marcas de parafusos na parede e faixas cinzentas conectando-os indicavam que aquele espaço poderia ter sido uma despensa há algum tempo. Agora era nossa prisão. Ao meu lado, Miriam suspirou enquanto observava as unhas da mão direita sujas de sangue. Com certa displicência, ela usou a parte de dentro da barra de seu vestido azul-marinho para limpá-las.

Observei-a, admirada. Miriam era forte.

“Ele não vão nos machucar. Quem quer que seja, nos que inteiras para que sejamos bons objetos de chantagem. Ao menos por enquanto”, ela falou.

Depois de algum tempo, passada a tensão da visita dos rebeldes, Miriam me contou que uma ex-selecionada havia sido alvejada segundos antes de ela sair do salão do baile – e fora isso que a impelira a fugir desesperadamente: viu a garota cair desacordada diante de si. Christine, aquela que tinha uma mecha azul no cabelo. Obriguei-me a lembrar de seu rosto. Provavelmente ela estava morta agora. Contei, então, para Miriam sobre minha fuga com Arthur. Pensei nele. Esperava que estivesse bem. Não havia sido capturado, estava são e salvo no palácio, e isso já era mais que o suficiente para mim.

“Você foi muito corajosa, Lillian,”, ela começou, depois que eu terminei de explicar minha captura, “salvou a vida do príncipe. Se esses caras tivessem o encontrado... ele teria sido morto imediatamente. Pelo que entendi, pegando conversas aqui e ali, o objetivo deles é a coroa.”

Assenti, abraçando minhas pernas. O chão gelado fez cócegas nos meus pés. Lembrei-me de quando Arthur me contou sobre Layla ser parte dos rebeldes. Miriam não sabia disso, notei, e agora não fazia diferença aquilo ser segredo. Comecei a contá-la desde o início, sobre como Layla havia chantageado o príncipe. Junto comigo, Miriam começou a juntar as peças. A primeira selecionada expulsa, o guarda que era irmão dela e Olympia, por quem ele era responsável, que havia sido acusada de portar esboços da planta do palácio: provas forjadas, muito provavelmente. Talvez tivesse descoberto algo sobre ele. Então os ataques e o modo como Layla estava sempre calma e agia como se já mandasse no lugar.

“Só tem uma coisa que não faz sentido para mim”, Miriam murmurou após um instante em silêncio reflexivo.

“O quê?”

“Como o palácio conseguiu ficar tão cheio de guardas rebeldes? A segurança e os responsáveis pelo alistamento não deveriam impedir que esse tipo de coisa acontecesse?”

Encostei a cabeça na parede e encarei o forro branco escurecido pela poeira e por teias de aranha. Eu mesma já havia pensado nisso às vezes, mas nunca realmente desconfiara que pudesse haver algo por trás disso. Não achei que fosse difícil forjar uma vida e burlar a segurança do palácio. Mas, agora que Miriam falara, uma luz de alerta se acendeu em minha mente. Senti que uma peça muito importante daquele quebra-cabeças estava faltando.

Parecia que, quanto mais ficávamos próximos de uma explicação para aquilo tudo, mais apareciam mistérios a ser desvendados.

_-*-_

Quando começamos a ficar com sono, decidimos que cada uma dormiria um pouco enquanto a outra vigiava. Me ofereci para ser a primeira a ficar de guarda, embora minha cabeça doesse – eu não conseguiria dormir com tantas coisas em mente. Se um rebelde entrasse, eu acordaria Miriam. Agradecida, a garota deitou seus cabelos ruivos em meu colo na posição mais confortável possível para nós duas. Pouco tempo depois ela havia adormecido. Olhei para a porta, ainda pensando sobre os guardas rebeldes infiltrados. Novamente, não importava o que eu supusesse, nada fazia sentido. A menos que a segurança do castelo fosse extremamente fraca – o que também era ilógico.

As vozes do outro lado da porta voltaram, mas agora eram outras, que eu não conhecia. Um frio na barriga denunciou meu medo.

“Todos aqueles idiotas metidos a besta presos. Acho até merecido.”

“O Charles deve estar se mijando de medo. E o Nick, aquele filho da...”

“Às vezes penso que ele não é fiel à causa, sabe? Não confio nele. Fica lá posando de bonzão enquanto nós morremos...”

“O chefe confia nele...”

“Eu não! Acho que...”

Novamente as vozes se afastaram. Me perguntei qual seria a estrutura do lugar em que estávamos. Havia um corredor ali perto? Sempre parecia que os rebeldes estavam se aproximando e se afastando. Minha mente vagou por lugares aleatórios enquanto as horas passavam, tentando me distrair. Quando eu estava cansada demais para aguentar mais um minuto sequer desperta, chamei Miriam e troquei de lugar com ela.

Adormeci imediatamente.

_-*-_


Notas Finais


Hello!
Atrasei dois dias, sorry! Estou viajando E tenho provas essa semana.
Amo.

Mudando o assunto:
Eu agradeço de coração a você que lê essa história ♥
Sei que não é nenhuma obra de arte da literatura, e sei que ela é meio clichê, mas, bem, é uma fanfic, né. Mistura duas histórias conhecidíssimas, não tem como não ser... Então fico feliz que mesmo assim você esteja aqui lendo e curtindo minha versão XD
Um beijo no coração *3*♥
Até semana que vem!


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...