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História Oasis - Oi, Grey!


Escrita por: Otoni

Notas do Autor


Faaaala, pessoal!!!! Eu, primeiramente, gostaria de pedir perdão por essa demora gigantesca! Mas eu estava realmente ocupada. Esse ano foi uma loucura!!! Mas agora já estou de boa, estou de ferias!!!!!! Até que enfim! Escrevi esse capítulo com muito carinho. Está bem emotivo, mas espero que gostem!
Gostaria de agradecer a todos que continuam me acompanhando e peço que tenham paciência comigo, principalmente na falta de regularidade das postagens e da falta de respostas dos comentários. Gostaria que vocês soubessem que eu sempre leio tudo, tudinho. Não tem nada que me deixa mais feliz e animada para escrever do que ler esses comentários. Vocês me animam demais, DEMAIS MESMO! Só não tenho tido tempo para responder do jeito que eu gosto, Então, me perdoem! Mas tenham em mente que eu leio tudinho!
OBRIGADO MESMO!!!!

Capítulo 40 - Oi, Grey!


Dona Carolina me olhava com espanto. Parecia que a qualquer momento ela teria um ataque nervoso bem naquele sofá. Meu pai havia posto uma expressão séria no rosto, enquanto o tio Enzo demonstrava que estava extremamente envergonhado.

Depois de alguns minutos de silêncio, resolvi dizer alguma coisa. Não me aguentava de curiosidade, de ansiedade, de uma mistura sinistra de sentimentos que queriam explodir a qualquer momento.

Principalmente ao encarar o tio Enzo tão de perto. Eu nunca tinha me tocado que meu irmão parecia tanto com ele. A imagem opaca e incerta do rosto do meu irmão sorrindo passava diversas vezes pelo meus pensamentos. Eles tinham o mesmo nariz, os mesmos olhos, o mesmo sorriso! Como pude deixar isso passar?

Respirei fundo.

- Já que não vão falar nada... Eu vou assumir como verdade tudo que 'tá passando pela minha mente agora.

- Filhote... – Minha mãe começou a falar, me olhando com olhos que transbordavam algum sentimento parecido com culpa – É que...

- Não, mãe! – Interrompi – Não a ouvir desculpas. Sinceridade, por favor – Supliquei, enquanto me sentava numa poltrona e jogava minha cabeça para trás, mentalmente cansado daquele dia bagunçado e fodido.

- Acho melhor vocês conversarem sozinhos – Ouvi Enzo dizer e, logo após, se levantar do sofá. Levantei a cabeça e encarei seu rosto com uma expressão não muito boa.

- Não vai me fugir de novo não. Pode sentar aí – Disse com um pouco de mágoa na voz, enquanto apontava para o lugar onde ele estava sentado segundo atrás.

Ele me olhou surpreso e deu um sorriso triste. Parecia arrependido, mas eu não me importava. Quando meu irmão morreu, tudo que eu mais precisava era do apoio das pessoas que eu amava, mas ele foi o primeiro a nos dar as costas.

Tudo bem que Enzo também deveria estar sofrendo, mas ele não era o único. Em todos esses anos, eu mal havia visto aquele cara que era considerado alguém da família e, bem, agora eu sabia que ele era muito mais do que um tio emprestado.

Muitas vezes, em meio a uma das minhas primeiras crises, eu sentia falta do conforto da família e, apesar de meu pai e minha mãe sempre estarem do meu lado, ele não estava lá, como esteve antes da morte do meu irmão. Até que me acostumei com a falta que o tio Enzo fazia na minha vida.

- Sei que está chateado, mas não fala nesse tom não, moleque – Meu pai resmungou – Apesar de tudo, ainda somos sua família.

- Sério, pai? Então porque só hoje, depois de não sei quantos anos, provavelmente mais do que eu estou imaginando, eu fui descobrir que vocês são, sei lá, um casal?!

- Logan, isso não é uma coisa fácil de se falar – Minha mãe começou e eu revirei os olhos.

- Mãe, tudo na minha vida não é fácil de se falar, mas não deixei de compartilhar tudo com vocês.

- Só não sabíamos como contar esse tipo de coisa pra você – Meu pai começou a dizer, calmamente – Estamos juntos, como um casal meio estranho, desde muito antes de você nascer, mas, nesses últimos anos, não estávamos numa fase muito boa, mas agora resolvemos tentar de novo.

- Foi por causa do meu irmão? – Indaguei sem enrolação, vendo que os três ficaram tensos com a pergunta – Tu é o pai dele, não é?

Enzo arregalou os olhos e começou a mexer com as mãos, nervosamente. Minha mãe simplesmente suspirou, enquanto se jogava no sofá, parecendo esgotada por causa daquela conversa.

- A gente... A gente acha que sim – O moreno disse, meio hesitante.

- Como eu nunca percebi? Vocês eram igualzinhos, na boa. Então foi por isso, não é? Tu não aguentou a morte dele e deixou a gente.

- Não é bem assim – Ele me olhou um pouco magoado – Eu não sabia o que fazer. Achei que fosse melhor se eu me afastasse, para espairecer, para não piorar tudo. Eu não estava bem, não era mais eu mesmo. Daquele jeito, não daria certo. Eu precisei de algum tempo para me reestabelecer, para me encontrar de novo. O meu trabalho com as crianças me ajudou a voltar pros eixos.

- Ah tá – Sibilei ironicamente – Tu achou que estávamos bem? Não pensou que, sei lá, iríamos sentir tua falta? Não achou que, talvez, eu precisasse de tu também, depois de ter visto o que eu vi? Eu vi ele morto, sabia? Ah, também matei alguém, o que acha disso? Acha que minha mente está sã, mesmo depois de tanto tempo? Tu pensou na barra que meus pais tiveram que segurar sozinhos, principalmente comigo surtando todo mês? Não achou que eles precisavam de tu, já que eram um "casal"? 'Tô tentando te entender aqui, cara, mas 'tá um pouco difícil porque só consigo pensar que tu foi bem egoísta.

Carolina me olhava assustada com tudo aquilo que havia saído da minha boca. Alex me repreendia com o olhar. Quanto ao tio Enzo, não consegui prestar muita atenção em nada, a não ser nas finas lágrimas que começaram a deixar seu olho direito. 

Depois disso, não deu tempo para que minha mente processasse o que aconteceu. Em um minuto eu olhava aquele cara, que era sempre tão sorridente e tão alegre, chorar, e, segundos depois, ele estava agarrado a mim em um abraço aconchegante.

- Desculpa, desculpa – Ele sussurrava no meu ouvido, enquanto ainda chorava – Eu quero fazer tudo dar certo agora, tudo bem, filho? Me perdoa! Eu juro que não saio mais daqui, nunca mais. Eu vou estar do seu lado a partir de agora. Sei que fui egoísta, mas me dá essa chance. Por favor!

Eu não conseguia nem responder. No instante em que ele me chamou de filho, eu já estava me agarrando ao seu corpo, enquanto chorava igual a um bebê, derramando toda a dor que eu não havia percebido que a falta dele havia me causado. Toda a dor que eu ainda sentia pelos acontecimentos com meu irmão. Chorei por tudo aquilo que eu havia feito, ações como a que eu tive hoje mais cedo, enquanto me descontrolava de novo.

Segundos depois, senti ele me puxando para ficar em pé. Assim, Carolina e Alex se juntaram ao abraço. Aquele momento parecia lavar várias feridas que estavam sendo coçadas e impedidas de se cicatrizar por vários anos.

Quando paramos de chorar e só restaram as várias fungadas, voltamos a nos sentar, agora todos no mesmo sofá, bem perto uns dos outros. Me sentia até um pouco mais leve e tranquilo. Até meu pai abrir a boca.

- Não pense que vai escapar das minhas providências, tá, moleque? Eu não esqueci que tive te buscar na tua escola!

Fodeu.

- 'Pera aí! – Pedi suplicante, enquanto o encarava com uma cara de cachorro que caiu da mudança – Deixa eu me explicar!

- 'Tô esperando.

- O cara lá, aquele filho da puta, pai! Ele... Ele estava agredindo o Grey! Lembra daquela vez no hospital, que o Art veio pegar algumas roupas? Aquele maluco é o culpado!

- Filho, isso que tu 'tá falando é coisa séria. Tu tem certeza?

- Claro que tenho, pai. Tu 'tá pirado se acha que eu ia perder o controle se não fosse tão sério. Não 'tô tão mal assim, 'tá beleza? – Fiz uma cara emburrada – Daí como não dava pra envolver a polícia, eu resolvi fazer alguma coisa.

- Ah é, é? Aí tu espancou o menino?! – Disse nervoso antes de me dar um tapa na cabeça.

- Não! Eu e um cara aí gravamos ele dizendo merda. Só que ele veio pra cima de mim e eu não aguentei! Não era pra ter saído assim!

Minha mãe suspirou.

- Só te aviso que vai ficar de castigo e vamos ter que remanejar seus horários com os médicos.

- Aff – Bufei. Era só o que me faltava.

- Nem reclama – Disse Enzo – Eles são sempre bonzinhos demais contigo, desde pequeno.

- Ah, mas tu nem vem! – Reclamei.

- Mas e aí, quem é esse tal de Grey? Esse nome é bem diferente. Já conheci um menino com esse nome aqui no Rio.

- É os rolo do Logan. A única pessoa que consegue segurar esse menino – Meu pai disse enquanto ria – Ele 'tá até morando aqui em casa com a irmã. Amanhã tu deve conhecer os dois.

Enzo fez uma cara esquisita e eu achei aquela situação toda muito estranha.

- 'Pera, esse tal de Grey que tu conhece... Como tu conheceu?

- Do trabalho.

Minha mente deu algumas voltas com aquilo. Grey era realmente um nome estranho, principalmente aqui no Brasil. Na verdade, era mais para uma cor em inglês, do que um nome de verdade. Somando isso ao fato de que tio Enzo era um assistente social e que havia algum problema com a família do prego, tudo isso não podia ser coincidência.

Quando raciocinei tudo isso e iria falar alguma coisa, a porta de casa foi aberta. Por ela, passou o russo, que ostentava uma expressão não muito boa. Fiquei um pouco surpreso, pois eu não sabia que ele havia saído.

O prego se virou para trancar a porta e, logo depois, veio em nossa direção, mas parou no meio do caminho quando percebeu quem o encarava intensamente. O tio Enzo tinha uma expressão estranha, enquanto o russo ficou surpreso por um segundo. Só por um segundo mesmo, porque depois fechou a cara e parecia que ia fugir a qualquer momento.

- Então, a gente 'tava falando da mesma pessoa – Olhou para mim com uma expressão séria e depois voltou a encarar o outro moreno – Oi, Grey!


Notas Finais


Muito obrigado por terem chegado até aqui! Vejo vocês nos comentários.
p.s.: aquele meu amigão que postou das últimas vezes está com uma fic ótima, ela se chama 'The Boy with the Guitar". Vale muito a pena ler!
vai aí o link:
https://spiritfanfics.com/historia/the-boy-with-the-guitar-10934582


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