História Obsessão - Mudança

O professor demorou quase meia hora na sala do diretor e a gente ficou conversando na sala.  Quando voltou para a sala tinha um semblante sério.

Madara: Quero avisá-los que o trabalho que marquei será adiado. Terei que fazer uma rápida viagem semana que vem, então vocês terão uma semana a mais para prepará-lo.

Izuna: Vai sozinho?

Madara: É necessário que você também vá, pois é meu irmão.

O sinal tocou assim que o professor fechou a boca. Ele se despediu da turma e olhou pra mim fixamente de novo me fazendo encolher na cadeira. Caramba, ele me dá muito medo! O resto da aula correu tranquila, exceto pelo baixo astral de Izuna que ficou preocupado com a tal viagem e não estava nem um pouco a fim de ir.

Maya: Não fica assim, Izuna. Deve ser importante pra vocês. (apertei de leve as bochechas do meu amigo)

Izuna: Mas isso não é normal, eu nunca tive que participar das viagens do Madara. (ele estava meio emburrado)

Tsunade: Vou perguntar ao meu pai... ele deve me dar alguma pista do que seja. (saiu toda saltitante pela escola em direção a sala do pai.)

Depois de alguns minutos, Tsunade voltou.

Tsunade: Meu pai disse que é assunto da escola e que decidiu mandar o professor e você Izuna, porque já convivem juntos. E disse que quer conversar com você depois, Maya.

Maya: Comigo? (ai, era só o que me faltava. Problemas com a direção da escola.)

Tsunade: Não se preocupe hahaha deve ser porque eu pedi a ele pra deixar você passar uns dias na minha casa.

Maya: Você fez o que?! (ela era maluca, sério)

Tsunade: Ah não fica assim. (cruzou os braços) Ele vai nos levar ao shopping. (agora seus olhos brilhavam)

Izuna: Que lindo das minhas amigas queridas, eu sofrendo numa reunião chata e vocês de zoeira num Shopping? (fez cara de emburrado, sério o Izuna é muito fofo quando quer)

Maya: Não fica assim, moço. (apertei a bochecha direita)

Tsunade: A gente te leva quando você voltar. (apertou a bochecha esquerda) Mas então Maya, vai pra minha casa?

Maya: Eu ainda não sei...

Izuna: Aproveita que não terá que ir lá em casa fazer trabalho e vai dar um passeio com a Tsunadezinha. (estava mais animado um pouco.)

Maya: Tá bom... mas não quero atrapalhar.

Tsunade: Claro que você não atrapalha! Vou te dar um banho de loja! Você precisa de umas roupinhas mais legais! (saiu me puxando pela escola em direção a sala do pai dela)

Enquanto andávamos pela escola atrás do Hashirama, parei e pensei na frase de Tsunade. “Você precisa de umas roupinhas mais legais!” Essa frase ficava na minha cabeça. Olhei para mim mesma e percebi que eu me vestia de uma forma que não me valorizavam em nada. Eram roupas muito largas e desleixadas. Era fácil entender porque eu era essa “aberração”, não me cuidava direito. Resolvi experimentar o que Tsunade propôs. Mudar um pouco meu visual. Chegamos a sala do Hashirama e ele pediu que Tsunade saísse.

Hashirama: Prefiro falar com você sem minha filha. Bem, eu já sei que ela quer levar você lá em casa esses dias.

Maya: Bem, ela me disse isso agora a pouco, mas não quero incomodar.

Hashirama: Não, não é incômodo. Só quero que lembre-se que Tsunade é órfã de mãe.

Maya: Tudo bem... entendo. (já me levantei para sair)

Hashirama: Antes que você vá, quero te fazer umas perguntas. O professor Madara tem se aproximado de você?

Maya: N-não... quer dizer... mais ou menos... na verdade, ele não... mas é que minha dupla do trabalho de genética é o Izuna então ontem, por exemplo, fui até a casa dele pra adiantar o trabalho e o professor estava lá... mas não houve nada de mais. Por quê?

Hashirama: Ah... não aconteceu nada de mais mesmo? Você notou algum comportamento estranho de Madara?

Maya: N-não... ele só fica me observando muito, por que tantas perguntas estranhas? (sério, isso tá me assustando)

Hashirama: Não, por nada não. Não se preocupe é apenas curiosidade minha. A partir de amanhã você irá pra minha casa com a Tsunade, tudo bem? (tinha um rosto tranquilo, mas ainda me assustava)

Maya: T-tudo diretor. (me levantei e ele não me barrou dessa vez)

Tsunade: E aí, era o que eu disse? (estava radiante)

Maya: Sim... Eu vou a partir de amanhã.

Izuna: Não era só isso néh. (ele me conhecia demais)

Maya: Pior que não... tem uma coisa me assustando nessa escola.

Izuna: O que é?

Maya: Bem, ele estava me perguntando se seu irmão está se aproximando de mim e tals, perguntou se eu tenho notado comportamentos estranhos dele comigo, essas coisas... não entendi nada, por que isso aconteceria?

Izuna: É... bem... eu disse que tem coisa que você ainda não sabe... (estava um pouco sem graça)

Maya: Então me diz ué.

Izuna: Melhor não hahaha é loucura. (começou a rir e eu o Tsunade ficamos sem entender nada) Vamos voltar pra sala o próximo professor deve estar nos odiando nesse momento.

O resto da aula passou tranquila. Izuna pensava na viagem, eu nas palavras do diretor e a louca da Tsunade pensava nas roupas que compraria pra mim. O último horário passou muito rápido e logo já era hora de ir pra casa. Me despedi de meus amigos e fui seguindo meu caminho tranquilamente. Quando virei a esquina de novo, eis que surge Izuna em minha frente.

Maya: Izuna? Por mim você já tava em casa. (estranhei vê-lo ali)

Izuna: Desculpa te assustar de novo, mas é que tenho um convite.

Maya: Agora? Tenho que fazer minhas malas pra ir pra casa da Tsunade amanhã, lembra?

Izuna: Lembro e não é meu o convite. Meu irmão quer se desculpar melhor com você e te convidou pra tomar pelo menos um sorvete antes da gente viajar. A qual é Maya, vai ser rapidinho, depois eu te ajudo a fazer suas malas se precisar. Hahaha (riu divertido)

Maya: O professor tá... me convidando pra sair?! (caramba... eu não acredito nisso... eu corei é lógico)

Izuna: Bem, foi isso que ele pediu pra eu te dizer. Ele está buscando o carro o estacionamento por isso não veio pessoalmente fazer o convite. Então você vem? Não se preocupe, eu vou junto se seu medo é ficar sozinha com ele de novo. (ele sorria como se isso fosse normal acontecer)

Maya: Bem... eu...

Um carro parou ao nosso lado. Eu conhecia aquele carro, era de Madara. Ele desceu e veio em nossa direção.

Madara: Não aceito não como resposta senhorita. (estendeu a mão pra mim)

Eu olhei para o professor e depois pra Izuna. Imaginei como poderia dizer não ao convite, mas simplesmente não consegui. Quando dei por mim já estávamos numa sorveteria que tem perto de minha casa. Me sentei entre os dois e escolhi um sorvete de morango, meu preferido. Izuna escolheu de chocolate pra ele e de creme pro irmão. Ficamos um tempo conversando, estava até divertido se não fosse por eu me sentir muito estranha perto de Madara. Depois do passeio eles me levaram pra casa de carro.

Izuna: Vai precisar da minha ajuda com as malas?

Maya: Não hahaha chegamos cedo. Obrigada pela carona. (me despedi mesmo que a distância dos dois e entrei em casa)

No dia seguinte daí de casa com com minhas malas já. Chegamos na escola  e as aulas passaram devagar por causa da nossa ansiedade. Estávamos tão animadas eu e Tsunade que deixamos Izuna até um pouco sem graça, mas ele entendia.

Tsunade: Sabe, eu quero fazer um teste com você Maya. Quero ver como você fica se usar umas blusinhas menos largas sabe. O que você acha Izuna?

Izuna: Hein (tosse) T-Tsunade por que pergunta isso a mim?

Tsunade: Por que se constrangiu? Foi só uma pergunta.

Izuna: Mas você sabe muito bem o que mais se destacaria nesse caso. (estava um pouco corado)

Tsunade: hahahahaha ela é como eu, mas não tira proveito disso.

Não entendi, mas deixa pra lá. O dia passou e a tarde fui direto pra casa de Tsunade. Ficamos lá um tempo e depois fomos ao Shopping com seu pai. Andamos muito mesmo e eu nunca comprei tanta coisa como naquele dia. Voltei cheia de sacolas para o carro e pensava como levaria tudo isso pra minha casa depois. Esses dias com Tsunade seria só diversão.

Izuna pov’s on

A viagem foi tranquila. Madara me disse que seriam uns assuntos do colégio e eu representaria os alunos da escola. Seria uma chatisse. Fico imaginando como Maya ficou depois do banho de loja. Deve estar muito bonita, ela já é bonita mesmo. Por isso meu irmão não tira os olhos dela. É... eu sei, ele a observa tanto porque a acha muito interessante, mas não aproxima-se porque a escola e ele própria teriam vários problemas. Não me importo do meu irmão ser a fim da minha melhor amiga, mas chego a ter pena dele por não poder se aproximar dela. Hashirama é um diretor “super protetor” e está sempre evitando deixar Madara perto dela.

Madara: Pensativo de novo, Izuna...

Izuna: Desculpa hehehe eu estava pensando como a Maya vai ficar.

Madara: Por que? Ela vai mudar alguma coisa?

Izuna: Bem, a Tsunade disse que daria uma banho de loja nela esses dias. Aí tô aqui pensando como ela vai ficar.

Madara: Com certeza, ficará mais encantadora que já é. (Madara me respondia sem ao menos me olhar, isso me irritava as vezes)

Izuna: Sério que você tá interessado nela?

Madara: Por que o espanto? Você mesmo me disse que não sou nada sutil quanto a isso. (agora me olhava com um olhar sério, típico dele)

Izuna: Não é espanto... é que é estranho você deixar isso acontecer sabendo que ela é só uma aluna sua.

Madara: Não estou apaixonado por ela. Ela chama atenção, pode perceber que a maioria dos seus colegas também não tiram os olhos dela. Ela é uma moça muito interessante e seria muito agradável me aproximar. (dizia sério enquanto fazia suas anotações)

Izuna: Ela acha que é observada por ser uma aberração. (ri com meu próprio comentário)

Madara: Ela não tem auto estima. Talvez ela se goste mais com este... “banho de loja”.

Ficamos conversando até o horário da reunião. A reunião passou, mas nós só voltamos depois de 3 dias. Madara se mantinha calado e frio e esse gosto por solidão do meu irmão me deixava meio sem graça. Os dias passaram lentos, mas passaram e isso que importa. Voltamos e eu me preparei pra voltar a escola e rever os amigos.

Izuna pov’s off

Acordei bem cedo e disposta hoje. Era o dia que Izuna voltaria e ele poderia contar as novidades da reunião e eu tava querendo a opinião dele sobre minha mudança também. Eu escolhi minha roupa de hoje com muita atenção. Uma calça jeans preta skinnig, uma blusa azul escura com um decote “v” e levemente solta e uma sapatilha creme. Soltei meu cabelo castanho e ondulado e passei um lápis de olho preto, o que realçou meus olhos cor de mel. A muito tempo não me arrumava assim. Pra quem ia pro colégio com uma calça “boca de sino”, um tênis e um camisetão e o cabelo em coque todos os dias, até que fiz progresso. Saí correndo e cheguei de novo faltando 5 min pro início da aula. Fui a última a chegar e encontrei meus amigos no pátio me esperando.

Izuna: QUEM É VOCÊ?! (me olhava espantado)

Maya: Para de gracinha, Izuna.

Tsunade: Então, o que achou do meu trabalho nela? (fez cara de quem sabe tudo de moda)

Izuna: Você tá... linda... (estava me olhando dos pés a cabeça)

Maya: Obrigada. (apertei de leve suas bochechas) vamos?

A primeira aula era do professor Madara... qual é gente... eu mudei só por fora, por dentro ainda me assusto com ele. Tsunade bateu de leve na porta pedindo licença e ele nos concedeu. Tsunade entrou, seguida por Izuna e eu fiquei por último, fechando a porta. Quando olhei a minha frente de novo:

Madara: Senhorita Maya? (me olhava com uma expressão indescritível e depois de uns 5 minutos apenas me observando) bem... sente-se por favor.

A aula começou e notei que ele me olhava mais que o normal. O que eu fiz? Por que ele me marca tanto?

Continua...