Pov. Cristiano
-Muito bem Cristiano! Todas no alvo.
-Valeu Iker, tenho que ir agora, até depois. - me afasto acenando para Iker e os outros rapazes, travo a pistola e deixo-a em cima da mesa.
Acho ridículo ser obrigatório participar desse treinamento de tiros.
Antes de chegar à porta escuto meu nome sendo chamado e viro encontrando o Rodríguez.
-Que foi James? - pergunto estranhando.
-A menina estava desesperada chamando você.
-Que menina?
-Aquela do Karim. - Clara. -Acho que ele fez alguma coisa com ela. - Que merda.
-Tô indo lá ver. Valeu. - me despeço com um aperto de mãos e sigo até a casa.
É impossível o Karim ter ido até lá, a chave não tinha como sair do meu quarto, a porta estava trancada! Chego ao mesmo e mudo de opinião na mesma hora quando me deparo com a porta sem tranca alguma. Filho da puta.
Sigo até o quarto do Karim e entro vendo-o fazer flexões no chão.
-Como você entrou no meu quarto?
-45... 46... 47...
-Responde.
-50! - Ele levanta e vem até mim parando em minha frente. É possível ver o suor escorrendo por todo seu rosto.
-Eu tenho a chave de todos os quartos. - responde ofegante.
-Isso é invasão! Você não tinha o direito de invadir meu quarto.
-Vai se foder.
-Vai você! - sinto que levarei um soco.
Ele respira fundo.
-Eu não mexi nas suas coisas, apenas fui pegar algo que é meu.
-Você me disse para ficar com a chave. - ergo os braços.
-É, mas eu precisava ir até lá. E eu não mandei você ficar com a chave, falei para fazer uma cópia.
-Para machucá-la de novo? Tem noção do que fez com ela?
-Não enche! Eu faço com a Clara o que bem entender, ela é minha!
-Você é terrível.
-Não vem bancar o santinho agora.
-Não tô bancando o santo, sei que já cometi muitos erros, mas isso é demais.
-Para! Eu não fiz nada com ela, a gente só fez o que todo casal faz, e pelo visto você deve tá precisando. - Ele sorri se afastando.
-Karim, você espancou a menina e depois estuprou! Será que não entra nessa sua cabeça o quanto isso é errado?
-Eu não estuprei ela! Ficou louco? A Clara deu para mim sem problema algum, nós somos um casal.
-Preciso começar a gravar isso e fazer você se escutar, não é possível que na sua cabeça não entre as coisas erradas que você faz!
-Fica na sua Cristiano, o combinado era você cuidar do necessário e vigiar ela na minha ausência, SÓ ISSO! Mas você está começando a me irritar.
-Eu não vou ficar parado vendo você abusar da menina desse jeito, Karim presta atenção no que fez, você sequestrou a garota e todos os conhecidos dela, olha o que tá fazendo!
-Que conhecidos? Aqueles que nem se importam com ela?
-Eles se importam, sim!
-Não! Não se importam! Eu me importo! Eu amo ela de verdade, eles não!
-Eles são a família dela Karim, para com essa fantasia. - não demora muito e eu posso sentir o gosto do sangue na boca. O soco veio de cheio pegando na boca.
-Seu doente.
-Sai daqui! SAI! AGORA!
-CRISTIANO, CRISTIANO, ME AJUDA, POR FAVOR, ALGUÉM ME AJUDA! - a Clara começa a gritar no quarto ao lado e eu encaro o Karim.
-Ela deve estar morrendo de fome. Você tem que ir lá. - me retiro e desço as escadas, preciso de gelo para colocar na boca.
Filho da puta. É triste ouvir ela chamar meu nome e não poder ajudá-la, mas o Karim que quis assim. Preciso sair um pouco dessa casa ou vou enlouquecer também.
Pov. Clara
Depois de escutar gritos do lado de fora, eu aproveito para pedir ajuda, e não demora muito para que o monstro apareça.
-O que você quer, porra? - Ele parece irritado.
-Eu preciso muito ir ao banheiro, muito mesmo e estou com muita fome.
Ele tranca a porta e vem para perto de mim, parece me analisar.
-Se você não me deixar ir ao banheiro eu vou acabar fazendo aqui mesmo.
Não demora muito e o Karim pega a chave das algemas, retirando-a do meu braço. É um alívio quando ela sai, agora eu entendo o que as pessoas passam quando são algemadas.
-Deixa a porta aberta e toma um banho também, quero você limpa e cheirosa. Tem uns barbeadores lá quero que você use. - sinto meu rosto ficar vermelho, já até consigo imaginar as intenções dele.
-Não vou usar nada!
-Vai sim! Quero você lisinha, e se não estiver eu mesmo faço você ficar. - engulo em seco.
-Idiota. - digo baixinho.
-O que você disse? - Ele diz vindo até mim.
-Nada. - respondo.
Entro no banheiro e levanto a tampa do vaso sentando no mesmo e sinto minha bexiga aliviar.
Abro a gaveta pegando as lâminas e vou para o chuveiro. Karim logo se faz presente na porta.
-Eu preciso de privacidade.
-Sem gracinha que hoje estou sem paciência. - bufo.
Tomo o banho deixando a água morna me lavar, tirando as mazelas de mim. Consigo notar meus hematomas menos roxos, mas ainda ao tocar é possível sentir dor. Olho para a porta e o Karim não está mais lá, aproveito para usar a lâmina, sou tão desastrada que ainda me corto.
Desligo o chuveiro e ele logo aparece na porta segurando uma toalha. Vou até o mesmo e pego-a de sua mão me enrolando em seguida. Tento passar pela porta, mas Karim logo me puxa para seus braços.
-Eu te amo tanto!
-Me solta. Preciso vestir uma roupa.
-Prefiro você assim, sem nada.
Consigo empurrar ele e me afasto indo para perto da cama.
-Não pense que vai escapar de mim assim tão fácil. - o monstro vem até mim rindo.
Começo a me apavorar. E andar dentro do quarto.
-Eu vou pegar você! - Karim começa a correr.
Tento correr, mas logo sinto minha vista ficar escura e uma fraqueza forte me faz ceder.
-O que foi?
-Não sei, acho que estou tonta, me leva pro hospital?
-Bela tentativa. - sou jogada na cama.
-Karim, é sério, acho que deve ser porque faz tempo que estou sem comer.
-Tudo bem, quando a gente acabar eu vou pegar algo para você.
-Acabar o que?
Ele puxa a toalha do meu corpo jogando-a longe e eu tento me afastar, mas ele segura meus pés me puxando para próximo dele.
-Me solta Karim! Eu não quero!
-Cala a boca.
-Não!
Ele abre minhas pernas se enfiando no meio delas me impedindo de fechar e segura meus braços. Sinto sua barba em meu pescoço.
-Fica quieta que você vai gostar. - me mexo tentando sair, mas ele me aperta mais ainda.
Um de seus braços segura os meus e o outro começa a desabotoar sua calça, e logo vejo seu pênis para fora. De novo, não! Já posso sentir a dor.
-Eu não quero, me solta, por favor, me solta!
Ele esfrega o pênis dele nas minhas coxas, se aproximando mais da minha vagina. Karim solta meus braços e vejo-o cuspindo em sua mão, é nojento, mas logo entendo o motivo ao vê-lo passar o cuspe em seu pênis já ereto e tentar me penetrar.
Me remexo para todos os lados dificultando seu trabalho. Mas não demora muito e ele consegue empurrar seu membro todo dentro de mim, é uma dor igual a da primeira como se estivesse me rasgando por dentro, fico atônita alguns segundos, mas o monstro não para, me penetra cada vez mais fundo se é que isso é possível.
Meus olhos já estão derramando algumas lágrimas. Ele solta uns gemidos e vai aumentando a velocidade. Filho da puta.
Dessa vez não parece demorar como da outra e logo sinto ele gozar dentro de mim. Karim retira seu pênis, mas fica esfregando ele na minha vagina.
-Para! - Ele ri.
-Que foi amor? Não gostou? Foi tão gostoso! - Ele se deita ao meu lado me abraçando. -Sente. - Ele segura minha mão com força fazendo-a encostar em seu pênis. -Abre a mão!
-Não! Sai daqui! Sai com isso!
-Tudo bem! Calma. Que tal um beijo?
-Não!
-Vem cá, amor. - Ele me abraça segurando meu queixo e assim encosta seus lábios no meu, coloco minhas mãos em seu peito o empurrando e consigo fazer ele me soltar.
Levanto da cama pegando a toalha do chão, e corro para o banheiro me enfiando em baixo do chuveiro derramando mais e mais lágrimas.
Eu não aguento mais ser abusada!
Pov. Karim
Vejo a Clara sumir da minha frente o mais rápido que pode, por que ela tem tanto medo de mim? Tudo que eu faço é pensando no bem estar dela. A Clara precisa entender que só eu me importo com ela, apenas eu a amo. Talvez se surgir uma prova o comportamento dela mude!
Levanto rápido da cama tendo uma ideia. Visto minha roupa e grito seu nome umas três vezes e ela não demora aparecer toda molhada, enrolada na toalha e com os olhos e nariz vermelhos, como sempre chorando. Isso me irrita demais, não tem nada que eu não odeie mais do que alguém chorando na minha frente, mas com a Clara eu tento me controlar ou vou acabar matando o amor da minha vida.
-Se enxuga logo! - Ela continua me encarando. -Vai porra, tá surda?
Ela vira de costas e começa a se enxugar, abro o guarda-roupa e vejo as poucas opções.
-Pode vir escolher o que quer vestir, sei que tem pouco, mas depois vou pedir para o Cristiano ver com você para comprar as roupas que você quiser.
Ela não responde, apenas chega perto do guarda-roupa pegando uma blusa, um short e uma calcinha se afastando rapidamente. Assim que termina de se vestir aponto para a cama e a Clara entende indo para lá e ergue o braço. Aprendeu direitinho. Coloco a algema em seu braço e desço para ir buscar alguma coisa para ela comer, checo meu relógio e pelo horário será seu café e almoço.
Ao pisar na cozinha me deparo com o Álvaro de olho em uma senhora que servia sua comida. Pelo olhar e cara de malícia dele tenho certeza que está pensando em matá-la, por sorte não tem uma faca afiada por perto.
Limpo a garganta fazendo barulho chamando a atenção dos dois.
-Bom dia! - digo e ambos me respondem. A mulher começa a se retirar. -Espere, preciso que prepare uma bandeja de comida, pode colocar de tudo e sucos, água, café também.
-Sim senhor.
-Percebeu só agora que a Clara está magra demais?
-Ela é perfeita!
-Quero saber quando vou poder bater um papo com a sua amada.
-Quero você longe dela, e a propósito fique longe das mulheres que trabalham aqui Álvaro, eu percebi seus olhares.
-Não enche.
-Estou falando sério, aproveite que tô de bom humor.
-Deve ter fodido a Clara bem gostoso. - Ele ri com malícia. Filho da puta.
-Você é escroto.
-Olha quem fala... Quer maçã Karim?
-Não. - respondo e vejo-o morder a maçã que está em sua mão. -Mas andei pensando, e quero outra coisa de você.
-Estava só esperando quando ia me pedir para acabar com os amiguinhos da Clara.
-Parece que temos um vidente aqui. Mas eu não quero só acabar com eles, não assim.
-E o que sugere?
A mulher aparece trazendo duas bandejas de comida.
-Aqui está senhor. Mais alguma coisa?
-Não, pode se retirar. - vejo-a sair e me volto ao Álvaro. -Você vai me ajudar a levar isso aqui no quarto da Clara. Sem gracinhas ou eu mato você.
-Mas eu tô comendo!
-Termina depois. Vamos. - levanto segurando uma bandeja.
-Cara, a Clara não vai comer isso tudo.
-Eu sei, mas para poupar meu tempo essa comida vai ser para hoje e amanhã.
-Não vai estragar?
-Acho que não. - tento equilibrar a bandeja com uma das mãos enquanto pego a chave para abrir a porta.
Entro no mesmo junto com o Álvaro atraindo o olhar da Clara.
-Oi Clarinha, sentiu saudades de mim? - Álvaro se aproxima dela deixando a bandeja ao seu lado na cama.
-Desgraçado! Mentiroso! Eu sei que você fez alguma coisa com a Mari!
-Quando você vai aceitar que todo mundo te abandonou?
-Ela não faria isso.
-A Mari que você conhecia talvez, mas a que eu conheço... Faria isso e muito mais. Acorda Clara!
-Filho da puta! - e em segundos a Clara pega a xícara que continha café e joga no Álvaro. Seguro a vontade de rir e me aproximo.
-Sai daqui Álvaro.
-Vaca. - Ele diz saindo e batendo a porta com força.
-Você não devia ter feito isso. - Ela me ignora. -Aí tem comida por hoje e amanhã, não estrague. - me aproximo dela no intuito de beijá-la, mas vejo-a se afastar e desisto bufando. -Volto depois.
Tranco a porta e vou em direção ao Álvaro que parecia um pinto molhado, o cheiro de café era forte.
-Sem xingar a minha mulher ou arrebento sua cara.
-Olha o que ela fez comigo! - Ele diz irritado.
-Não importa, vamos ao que interessa.
-Assim? - Ele aponta para si mesmo.
-Você tem cinco minutos, te espero lá embaixo.
Entro no escritório trancando a porta e vou em direção ao cofre digitando a senha. Junto uma bela quantia em dinheiro colocando em uma mochila, ele não vai resistir, tenho certeza!
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